A IIIª Guerra Mundial tem sido, desde o início, guerra híbrida e assimétrica, com componentes económicas, de subversão, desestabilização e lavagens ao cérebro, além das operações propriamente militares. Este cenário era bem visível, desde a guerra na Síria para derrubar Assad, ou mesmo, antes disso.

domingo, 15 de julho de 2018

FRONTEIRA BRASIL - VENEZUELA: A VAGA DE REFUGIADOS CRESCE


O colapso total da economia venezuelana não deixa a muitas famílias outra opção, senão fugir do país, muitas vezes a pé, em condições dramáticas.

sábado, 14 de julho de 2018

NÃO EXISTE MEDO MAIOR PARA OS GLOBALISTAS DO QUE A PERSPECTIVA DE PAZ

Basta ter escutado a ladaínha da media ao serviço dos grandes interesses globalistas, a propósito da caminhada de pacificação entre os EUA e a Coreia do Norte para se perceber que, de facto, o que eles mais temem é a paz. 
A paz tem muitos inconvenientes para os aspirantes a gestores da nova ordem mundial, do governo global, supostamente a mais benigna supervisão (para não dizer ditadura) dos assuntos internacionais pela benévola,  indispensável e democrática entidade...
De facto, o Presidente Trump, não sendo um subversivo da ordem mundial, representa um conjunto de interesses contrários - nos EUA - a uma ordem mundial globalista, que foi muito fielmente servida por Obama e Hillary Clinton. 
O que se tem vindo a revelar como um golpe de teatro de que ele é especialista, foi a sua atitude ameaçadora aos parceiros da NATO, dizendo aos outros países ou pagam mais ou então... Por um lado, por outro, desenvolvendo toda uma série de acordos discretos sobre a retirada das tropas estrangeiras na Síria, principalmente o arranjo de que as forças anti-Assad iriam ser abandonadas em troca da garantia dos russos de que conseguiam convencer o seu aliado sírio a dispensar o auxílio do Irão. Este, por seu turno já afirmou publicamente que no momento em que o governo sírio manifestar o desejo de ver partir os «conselheiros» iranianos estes assim o farão sem demora. Se tal vier a concretizar-se, o exército israelita permitiria reocupação pelo exército sírio da zona adjacente do território sírio dos montes Golã, ocupado por Israel desde a guerra de 1967. 
Esta será, sem dúvida, uma das questões cujos pormenores serão debatidos na cimeira de Helsinquia. 
Outro dos assuntos tem a ver com a instável e insustentável situação da Ucrânia. O regime não tem capacidade de se auto-sustentar. Tem violado consistentemente os acordos de Minsk, deitando sempre as culpas para os «russos» e as repúblicas separatistas do leste. O Ocidente todo está farto e saturado desta situação. Do lado alemão já houve um levantar da ponta do véu, adiantando que os países ocidentais poderiam levantar as sanções contra a Rússia, se houvesse um acordo geral sobre a Ucrânia, no qual haveria o reconhecimento da reentrada da Crimeia na Federação Russa (da qual foi arbitrariamente separada, e oferecida à Ucrânia, então uma das repúblicas soviéticas, durante o consulado de Krutchov- um ucraniano - em 1954). Penso que a contrapartida seria a aceitação pela Rússia do estacionamento de tropas da NATO na Ucrânia ocidental, até se chegar a uma solução negociada dos territórios separatistas do Leste (Lugansk e Donetsk). 
A resolução de grandes questões estratégicas e de segurança, envolvem muito mais pontos, havendo interesse de um e outro lado em trazer para casa resultados tangíveis, mais do que belas palavras e fotos conjuntas dos dois presidentes a apertarem as mãos. 
Porventura, os mais significativos passos poderão ser a consequência do restabelecimento dos canais de diálogo permanente entre as duas potências, cuja ausência tem afectado negativamente as relações Russo-Americanas. 
Veja-se, a este propósito, a esclarecedora entrevista dada pelo ministro dos negócios estrangeiros Lavrov, a Larry King, de RT:



quinta-feira, 12 de julho de 2018

EVOLUÇÃO HUMANA: «OUT OF AFRICA»... OU «OUT OF ASIA»?

                                    


As escavações no planalto central da China, em Shangchen, têm revelado instrumentos de pedra como o da foto acima, cujas datações indicam idades de mais de dois milhões de anos. 
Os 96 objectos até agora encontrados, junto com fragmentos de ossos de antílope, porco e veado, mostram que os homininos - membros do género homo que antecedem o aparecimento da nossa espécie - já ocupavam a China, mais de 250 mil anos antes do que anteriormente se pensava. 
Com efeito, os restos de homininos mais antigos, até agora encontrados na China e Indonésia, tinham cerca de um milhão e 500 mil a um milhão e 700 mil anos. 

                            Lantian Man hominin

Ao fazer-se recuar a presença de homininos na Ásia para uma data não inferior a 2 milhões e cem mil anos atrás, está-se perante uma data de saída de África muito recuada. 
Os primeiros homininos surgiram há 2 milhões e 800 mil anos na Etiópia. Os mais antigos restos de Homo erectus, até agora encontrados fora do continente africano, em Dmanisi na Geórgia, são mais recentes que dois milhões de anos. 
Isto implica que a presença de Homo erectus (ou seus antecessores) no continente asiático, se deve considerar muito precoce. De tal maneira, que se vê reforçada a hipótese de homininos terem evoluído na Ásia durante um período longo e depois, terem regressado ao continente africano. 
A favor desta tese, pode alegar-se o muito grande intervalo de tempo durante o qual a espécie Homo erectus esteve nas várias partes da Ásia. Isso trouxe diferenças morfológicas, «raças» identificáveis pela variação anatómica de fósseis, assim como adaptações ecológicas importantes. Dmanisi trouxe a revelação (através dum número de indivíduos sem precedentes, no que toca a restos fósseis desta época), da enorme variabilidade intra-grupo. 
Agora, vemos que os homininos na Ásia tinham já uma grande capacidade de adaptação a várias condições geográficas, como provam as  descobertas de Shangchen, a qual está situada mais ou menos no mesmo paralelo que Kabul. Isto significa que no Inverno a temperatura é muito baixa, o que implica uma capacidade de fabricar abrigos e roupas quentes. 
A paleoantropologia está permanentemente em mutação, ao ponto de aquilo que ontem era considerado fantasista, a recolonização de África por homininos que se tinham diferenciado ao longo de milénios na Ásia, tem hoje um alto grau de verosimilhança. 


quarta-feira, 11 de julho de 2018

JÁ SAIU O NÚMERO DE VERÃO 2018, DOS «CADERNOS SELVAGENS»

Mais um número dos «Cadernos Selvagens», o órgão da Fábrica de Alternativas. 
Haverá uma sessão de apresentação na próxima Sexta-f. 13 de Julho (o que prova que não somos supersticiosos!).
Venham ouvir e partilhar com vários autores deste número dos «Cadernos», em Algés, na sede da Fábrica de Alternativas às 19h, na próxima Sexta-f. (R. Margarida Palla 19A, 1495-143 Algés).
Depois do jantar, irá falar-se sobre a situação da Flotilha pela liberdade de Gaza, que temos apoiado.

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SUITES PARA CRAVO DE HAENDEL, NO CRAVO E NO PIANO

                          
Oiça-se em primeiro lugar uma interpretação magistral de Scott Ross. Para mim, é uma referência imprescindível. As gravações das mesmas peças, por Kenneth Gilbert, continuam ser outra referência fundamental, embora mais antiga.

Em baixo, a versão ao piano por Gavrilov, da belíssima suite em Sol menor, que termina com uma Passacaille muito célebre

                        

Se interpretadas com inteligência e sensibilidade, as versões ao piano de peças para cravo, podem ser extremamente agradáveis. Temos, porém consciência de que estamos a ouvir uma adaptação, uma transcrição, pois as exigências interpretativas no piano obrigam a escolhas diversas das do cravo. 
Além do mais, o cravo não permite uma variação de volume instantânea, possível no fraseado ao piano. Por outro lado, o piano tem basicamente a mesma sonoridade, enquanto os diferentes registos e os dois teclados (comuns nos cravos a partir do século XVIII) permitem variação do timbre entre peças e dentro de uma mesma peça, no cravo.

A musicalidade e o gosto é que decidem: Gavrilov é um dos grandes a adaptar com perfeito gosto este reportório. 
Também Grigori Solokov ou Alexandre Tharaud, entre outros, têm incluído peças de reportório do cravo nos seus recitais e discos.

terça-feira, 10 de julho de 2018

«SE QUERES A PAZ...PREPARA A GUERRA» (?)

Inquietante, esta reportagem de James Corbett. Ele está radicado no Japão e tem seguido a par e passo as movimentações das grandes potências no Extremo-Oriente.

                                         

A ameaça de uma guerra a quente entre a China e os EUA já era evidenciada no documentário do grande jornalista John Pilger, «A guerra anunciada com a China», divulgado neste blog, em Dezembro de 2016.

Agora esta ameaça torna-se mais perigosa, com a guerra comercial com a China, iniciada por Trump, enquanto paralelamente ameaça o Irão. 
O presidente Rouhani terá dito que o estreito de Ormuz é «para todo o petróleo circular... ou para nenhum». 

Será que, perante uma colossal dívida, certos elementos da administração dos EUA, estão a fazer tudo para desencadear uma guerra? 
Como não poderão evitar um colapso económico, esperam desviar as atenções com uma guerra. 
Além disso, tentarão convencer o povo americano que a situação é causada pelos seus inimigos.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

CONTAS PÚBLICAS NOS EUA - A CATÁSTROFE APROXIMA-SE

Comento algumas tabelas e gráficos, abaixo, que ilustram o artigo de Egon Von Greyerz

A tabela abaixo faz o historial dos balanços entre as colectas de impostos e os défices federais, desde 1981. Note-se o comportamento exponencial dos défices, enquanto as receitas têm um crescimento linear modesto, no melhor dos casos. 

                 

A dívida federal vai-se acumulando de maneira insustentável. Tenha-se em conta o facto de que a dívida tem sido colmatada com empréstimos obrigacionistas, as «treasuries», sendo que estas obrigações soberanas recebem juros, os quais são inscritos no orçamento federal. Em pouco tempo, o montante dos juros será superior às receitas dos impostos. 


Von Greyerz vê como provável que a dívida atinja o valor de 40 triliões de dólares, em 2025. 

Costuma-se apontar as mazelas europeias, mas a imposição dos programas de austeridade da União Europeia e a política do Banco Central Europeu estão a anular os défices, estão a conseguir controlar as contas públicas (apesar da Grécia, de Espanha, de Itália) 
... Por contraste, o défice dos EUA vai-se acentuando, sendo notória, no gráfico seguinte, a divergência entre os EUA e a UE.

                                                                      








Claro, existe o Deutsche Bank, um banco privado alemão, com uma internacionalização tal que faz dele o maior banco europeu e um dos maiores bancos mundiais: tudo indica que, ao mínimo abanão no sistema, o DB irá dar um grande trambolhão. 
Abaixo, a evolução do valor das acções do DB, em sobreposição com  a evolução do Lehman.


Não existe nenhum pedaço «saudável» na economia de casino ocidental... O colapso do DB será ressentido em todo o mundo como o de um «novo Lehman Brothers», com efeitos em todo o sistema financeiro mundial.                      

É impossível fazer o «bail in» ou «bail out» («resgate interno» ou «resgate externo») de um monstro deste tamanho. Tem activos com dimensão equivalente a 50% do PIB alemão e uma carteira de derivados de 14 vezes o mesmo PIB!