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domingo, 10 de março de 2024

OPUS. VOL. III 6. OUVI O ANJO DA MORTE

6.   OUVI O ANJO DA MORTE



Ouvi o Anjo da Morte;

 falou-me ao ouvido

Serena, amistosa, disse-me estas palavras:


" Não temas, homem, esta passagem

Ela parece difícil e terrível

Porque os humanos

A descrevem como algo horrendo 

No entanto, a vida (essa sim)

Pode ser horrível e bela

A morte é passagem, somente

Ela não te faz sentir nada

Tu deixas de sentir

Nem sentes, nem guardas consciência

 Como poderias sofrer  

Chega um momento de passagem

Para o Além

Não te posso dizer nada sobre o Além 

Nem o que lá irás encontrar

Só te digo que as imagens

De todas as Religiões

São infantis, são projeções  

Serena pois e prepara- te

Para esta jornada;

- Nada do que seja teu

Vai quedar-se tal qual

Teu corpo, teus pertences

Pessoais, teus bens, tua obra

Tudo vai cambiar e a marca

Da tua personalidade

Vai esbater-se, até mesmo

Nos entes queridos;

É assim e não vale a pena lamentar

A lei da vida inclui a morte: 

Descansa sobre a sabedoria

Destas palavras."


Assim me falou ela.

E como anjo belo 

Alevantou-se,

Retomando o caminho

Das nuvens.




quarta-feira, 11 de julho de 2018

SUITES PARA CRAVO DE HAENDEL, NO CRAVO E NO PIANO

                          
Oiça-se em primeiro lugar uma interpretação magistral de Scott Ross. Para mim, é uma referência imprescindível. As gravações das mesmas peças, por Kenneth Gilbert, continuam ser outra referência fundamental, embora mais antiga.

Em baixo, a versão ao piano por Gavrilov, da belíssima suite em Sol menor, que termina com uma Passacaille muito célebre

                        

Se interpretadas com inteligência e sensibilidade, as versões ao piano de peças para cravo, podem ser extremamente agradáveis. Temos, porém consciência de que estamos a ouvir uma adaptação, uma transcrição, pois as exigências interpretativas no piano obrigam a escolhas diversas das do cravo. 
Além do mais, o cravo não permite uma variação de volume instantânea, possível no fraseado ao piano. Por outro lado, o piano tem basicamente a mesma sonoridade, enquanto os diferentes registos e os dois teclados (comuns nos cravos a partir do século XVIII) permitem variação do timbre entre peças e dentro de uma mesma peça, no cravo.

A musicalidade e o gosto é que decidem: Gavrilov é um dos grandes a adaptar com perfeito gosto este reportório. 
Também Grigori Solokov ou Alexandre Tharaud, entre outros, têm incluído peças de reportório do cravo nos seus recitais e discos.