A realidade «judaica do Antigo Testamento» do povo judeu de Israel atual é tão fictícia como a dos germânicos serem «arianos» e terem sido declarados como «a raça superior» pelo regime de hitleriano. Na verdade, são os palestinianos muito mais próximos geneticamente do povo judeu de há dois mil anos,. Isso não lhes confere um estatuto especial, mas apenas mostra o grotesco e a monstruosidade de basear uma política em dados étnicos ou «rácicos». Toda a política baseada em elementos raciais é uma clara negação dos Direitos Humanos, inscritos na Carta da ONU e em inúmeros documentos oficiais de todos os países (incluindo Israel).
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terça-feira, 4 de novembro de 2025

ESPIRAL ASCENDENTE DA DÍVIDA AMERICANA

 



Enquanto a inflação continua elevada, a FED (Federal Reserve= banco central dos EUA) vai cancelar o programa de QT (Quantitative Tightening), o que equivale a aumentar a liquidez no mercado. Simplesmente, a quantidade de dívida que os EUA têm de pagar está a subir exponencialmente. Agora, o aumento é de 3 mil milhões de dólares por dia. Agora - no orçamento dos EUA - os juros da dívida pesam 17% do total. Esta espiral vai acabar mal, mas quem vai sofrer não são os grandes accionistas, os grandes bancos, nem a elite corrompida de Washington. O colapso vai atingir os pequenos aforradores, os pensionistas, os trabalhadores no ativo, as pessoas dependentes do Welfare State (o Estado de Bem-estar). Mas, também serão sacrificados muitos pequenos empresários, que terão de declarar falência.

Comparada com a crise de 2008, esta crise vai ser muito mais severa. A sua gravidade será igual ou maior que a da crise de 1929.

Note-se que agora, a financialização da economia está muito mais avançada que naquela altura (1929).

Enquanto na crise de 2008, os Estados puderam socorrer a banca comercial e grandes empresas, com empréstimos praticamente gratuitos (juro quase zero). Além disso, os Estados e bancos centrais compraram ativos «podres» das empresas ao seu valor nominal. Deste modo, ofereceram somas colossais por ativos que não valiam nada e que não tinham hipótese de vir, um dia, a recuperar o dinheiro investido.

Mas, agora, a crise da dívida não se confina às empresas e aos bancos comerciais; ela atinge os bancos centrais e os Estados.

Não vai haver entidade exterior para fazer um «bail-out» (resgate vindo do exterior). Em todo o planeta, não haverá entidade capaz de resgatar a Reserva Federal ou o Tesouro dos EUA. Como não haverá possibilidade de reproduzir a «solução» provisória da crise de 2008, será o povo a pagar. Não apenas o povo dos EUA, como ao nível mundial, visto que o dólar continua a ser usado em 55% das trocas internacionais.

Hiperinflação, desemprego em massa, ditaduras policiais, guerras, tudo o que já começámos a sofrer nestes últimos tempos, irá  manifestar-se num grau muito mais intenso.

Neste contexto, é melhor as pessoas agirem depressa e adquirir tudo o que não seja ativo em «papel».

A subida das ações não é resguardo, não apenas porque pode haver um crash bolsista; também pelo facto de que a «subida» das ações deve ser avaliada em relação à desvalorização da divisa fiat na qual estão cotadas: Se uma ação cotada em dólares, sobe de 10%, mas estes dólares perderam 15% do seu valor (é o que o dólar perdeu, desde Janeiro de 2025, face ao ouro), então a pessoa julga ter ganho 10% e na realidade, perdeu 5%.

As obrigações, sejam de empresas ou soberanas (títulos de dívida do Tesouro de um dado país), vão perder toda a rentabilidade, num contexto de grande inflação, pois serão geralmente de juro com  taxa fixa, a qual será menor que a taxa de inflação real. As obrigações indexadas serão um pouco menos más, porém, a subida dos seus juros nunca cobrirá a desvalorização acelerada do dinheiro.

 Ativos não dependentes de divisa fiat: Os metais preciosos (ouro em barra, prata em barra, platina e palladium) ; o imobiliário (mas atenção: O imobiliário de luxo ficará relativamente mais desvalorizado, pois em contexto de crise, ninguém terá capacidade de o adquirir ou alugar); os terrenos agrícolas (se forem cultiváveis e se houver conhecimento técnico que permita rentabilizá-los); obras de arte e objetos de coleção (deve-se conhecer o mercado de arte e de coleccionismo, pois muitos objetos estão sobrecotados).

A divisa fiat é pouco fiável para avaliar o valor de um objeto. Ela está constantemente a desvalorizar-se; esta perda de valor é ainda maior num contexto de grande inflação.

Quanto aos bens acima enumerados, eles nunca deixarão de ser possuidores de valor próprio, qualquer que seja o novo sistema monetário que vier a ser adoptado depois da grande crise.

Pelo contrário, o numerário, os depósitos, as participações em fundos financeiros, as acções e as obrigações podem descer para 0 - 20 % do valor na altura da compra, ou seja, os seus detentores irão perder entre 100% e 80% do seu investimento.

As dívidas à banca são geralmente contraídas com juros variáveis; elas podem aumentar a um nível difícil ou impossível de pagar. Por isso, é melhor liquidar as dívidas existentes e não contrair novas.

Cultivar nossos talentos, em especial, os que a sociedade considera úteis, manter e reforçar os laços com a família e com amigos, são especialmente importantes neste contexto.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

CONTAS PÚBLICAS NOS EUA - A CATÁSTROFE APROXIMA-SE

Comento algumas tabelas e gráficos, abaixo, que ilustram o artigo de Egon Von Greyerz

A tabela abaixo faz o historial dos balanços entre as colectas de impostos e os défices federais, desde 1981. Note-se o comportamento exponencial dos défices, enquanto as receitas têm um crescimento linear modesto, no melhor dos casos. 

                 

A dívida federal vai-se acumulando de maneira insustentável. Tenha-se em conta o facto de que a dívida tem sido colmatada com empréstimos obrigacionistas, as «treasuries», sendo que estas obrigações soberanas recebem juros, os quais são inscritos no orçamento federal. Em pouco tempo, o montante dos juros será superior às receitas dos impostos. 


Von Greyerz vê como provável que a dívida atinja o valor de 40 triliões de dólares, em 2025. 

Costuma-se apontar as mazelas europeias, mas a imposição dos programas de austeridade da União Europeia e a política do Banco Central Europeu estão a anular os défices, estão a conseguir controlar as contas públicas (apesar da Grécia, de Espanha, de Itália) 
... Por contraste, o défice dos EUA vai-se acentuando, sendo notória, no gráfico seguinte, a divergência entre os EUA e a UE.

                                                                      








Claro, existe o Deutsche Bank, um banco privado alemão, com uma internacionalização tal que faz dele o maior banco europeu e um dos maiores bancos mundiais: tudo indica que, ao mínimo abanão no sistema, o DB irá dar um grande trambolhão. 
Abaixo, a evolução do valor das acções do DB, em sobreposição com  a evolução do Lehman.


Não existe nenhum pedaço «saudável» na economia de casino ocidental... O colapso do DB será ressentido em todo o mundo como o de um «novo Lehman Brothers», com efeitos em todo o sistema financeiro mundial.                      

É impossível fazer o «bail in» ou «bail out» («resgate interno» ou «resgate externo») de um monstro deste tamanho. Tem activos com dimensão equivalente a 50% do PIB alemão e uma carteira de derivados de 14 vezes o mesmo PIB!