quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

ESTATUTO NEO-COLONIAL DE PORTUGAL

                                   
                                     

estatuto de neocolónia * de Portugal é o verdadeiro impedimento a uma arrancada para o desenvolvimento, deste retângulo à beira Oceano plantado.

Tenho defendido, ao longo dos anos, esta visão e tenho dito a quem me quer ouvir que, se não se tivesse deixado enredar na malha das dependências neocoloniais, Portugal seria hoje uma espécie de «Suíça» do Atlântico.

Enquanto ponto de partida e de chegada natural para todo o comércio transatlântico, esse lugar é-lhe devido. 

Em termos estratégicos, controla a passagem do Atlântico Norte e Atlântico Sul e a rota atlântica em direção ao Mediterrâneo; Portugal foi e é ainda elemento geoestratégico de primeira importância.

A cobardia e a venalidade dos dirigentes deste país, ao longo das épocas históricas, é que tem feito com que o potencial enorme deste território e a coragem e tenacidade de suas gentes sejam desprezados e espoliados. 

Sem as circunstâncias especialíssimas do espaço português e da natureza flexível e determinada do seu povo, não seria possível os parasitas prosperarem, ao longo dos séculos. 

A forma de manter submissa uma pessoa é de a convencer de que ela é uma «coitadinha»,  que precisa da nossa «ajuda». Em relação a uma nação, não é muito diferente. 

É precisamente o que têm feito os gatos gordos da UE e dos EUA. Aproveitam-se dos gatinhos gordos de cá (que miam em consonância perfeita com os seus chefes), os espertos que por cá pululam, para continuarem o seu jogo, sem oposição à altura.

A forma de oposição do tipo frente de libertação anti-colonial, tipicamente uma estrutura inter-classista, parece-me ser a única viável, face ao nosso estado de neocolonialismo inconfessado, tanto devido às circunstâncias históricas, como à situação de hoje, em Portugal.

Porém, essa frente, só tem possibilidade de prosperar, caso os seus membros ponham acima dos seus interesses de grupo, o interesse nacional. Guardo esperança de que apareça um conjunto coeso e dinâmico de mulheres e de homens assim, cedo ou tarde, neste país.   

O chamado pai da democracia, Mário Soares, em múltiplas ocasiões, falou sobre a importância da tolerância para a democracia. Quando falava disso, quase ninguém compreendia o que ele tinha em mente. Poucos compreendiam que ele falava das inúmeras discussões, terrivelmente desgastantes, que qualquer democrata português teria de aguentar com outros, que, embora dizendo-se democratas, o que procuravam, antes de mais, era dominar. 

Também eu experimentei, algumas vezes, tais esgotantes debates, sem fruto nem proveito, que por aí ocorrem. Em resultado disso, sou um «anti-político» num certo sentido, embora seja um observador atento da política. 

Para os meus amigos /amigas (quer estejam envolvidos/as em projectos políticos ou não), apenas digo o seguinte: vejam o que as pessoas fazem, não apenas o que dizem ou proclamam. 

Enfim, vejam se alguém é sério e coerente com o que afirma, não pela análise discursiva, mas pela análise da coerência entre a prática, no mundo real, e as ideias que proclama.

Está claro, para mim, que além dos fatores económicos, existem fatores de cultura, civilizacionais, que justificam o estado em que se encontra qualquer país, qualquer agregado humano.

Por exemplo, no caso da China, o confucianismo domina nas mentes e permanece como pano de fundo cultural. 
No confucianismo, existe uma opção clara pela ordem, pela estabilidade, pelo respeito para com os ancestrais e para com os progenitores.  Este respeito e consideração são igualmente dados à família alargada, ao grupo étnico, à nação. 

Pelo contrário, em Portugal, reina um individualismo exacerbado, não existe solidariedade familiar verdadeira, muito menos existe verdadeira solidariedade de classe, ou de cultura, ou de nação. 

Quando digo que não existe, não nego que tudo isso, de facto, possa existir numa fração, numa parte da cidadania deste país; mas eu faço a «soma vetorial» das vontades e das ações, para compreender para onde vai a barca... 

A barca de Portugal é uma jangada, prestes a desconjuntar-se, sem leme nem liderança, onde se encontram formigas, ignorantes de que estão no meio do alto mar e que têm de se juntar e fazer causa comum, para salvamento da jangada. 

Mas as pessoas não são «formigas». 
Elas podem perceber o que é real e superar o que eu chamo de «complexo neocolonial». 
 Sobretudo, podem exercer ações eficazes para que não sejam escravizadas (mentalmente, como primeira etapa para a escravidão completa), para proveito dos senhores de terras longínquas, sejam da China ou do Ocidente, do Norte ou do Sul. 

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*Nota: tenho escrito sobre este assunto desde os «Cadernos Luta Social», no tempo em que Sócrates era primeiro-ministro: a minha análise mantém-se válida, na atualidade.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

DOCUMENTÁRIO - O MUNDO DOS MICRÓBIOS



                                         https://www.youtube.com/watch?v=Jk0-uJbVgsY

Documentário da DW, o canal de rádio e televisão estatal da Alemanha
(falado em Inglês; legendas do texto falado)

Quem estudou microbiologia sabe que este mundo é absolutamente fundamental para a construção do mundo vivo visível; sabe que o modo de vida simbiótico é muito mais habitual, em todos os Reinos, do que jamais foi suspeitado.

Mas, para quem não estudou microbiologia, este maravilhoso universo do invisível a olho nu, surge como uma revelação e como um choque, pois contrasta com a ideia-feita de que micróbios são transmissores de doenças. Claro que alguns o são, mas é tão absurda tal generalização!  É como pensar-se que a sociedade humana é essencialmente composta por assassinos, porque alguns humanos o são.

Delicio-me com este documentário, pois foi feito a pensar no público em geral, mas é totalmente sério e rigoroso, do ponto de vista da ciência biológica. 

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

NOTAS SOBRE «QUANTITATIVE EASING» DO BCE

                                            

Acima, uma nota de cem biliões de dólares do Zimbabué. 
Na realidade, embora esteja lá escrito «one hundred trillion», nas línguas latinas, os nomes que se dá aos números são diferentes das anglossaxónicas. 
A partir dos nove zeros, os anglo falantes usam o «billion» (por influência norte-americana, os brasileiros adotaram também esta convenção), enquanto os europeus continentais dizem «um milhar de milhões». 
Quanto ao poder aquisitivo desta nota: parece que, nos mercados deste país, ainda se pode comprar um par de ovos com ela!
                                           
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Principais riscos e consequências do «Quantitative Easing» 
do Banco Central Europeu são:

. A distorção dos mercados de dívida
Não é somente a dívida soberana (obrigações do tesouro, etc.) dos diversos países que está cotada de maneira artificial, é todo o mercado. Há uma distorção de toda a estrutura dos juros, do preço do dinheiro. No capitalismo, esta distorção tem efeitos gravosos, porque leva a investimentos mal direccionados, a estimativas de rentabilidade de negócios fora da realidade, etc…

. A impossibilidade dos PIIGS se livrarem da dívida.
Se a taxa de juro para pedir novos empréstimos for muito baixa, não haverá governo que resista a continuar a gastar mais do que o seu respectivo país produz, pela simples razão de que, se fizesse o contrário (ou seja, uma verdadeira contenção orçamental), perderia o poder, nas próximas eleições (ou mais cedo!). Continuará a haver endividamento destes países, com reestruturações das respectivas dívidas, mais cedo ou mais tarde.

. A hiperinflação

                       

A moeda única significa que o sistema é tão forte, quanto o seu elo mais fraco. Se um país do Euro entrar em espiral inflacionária, os restantes sofrerão logo o contágio; não haverá possibilidade de evitar que a desconfiança se repercuta sobre todo o espaço do Euro, em conjunto. 
O BCE aponta uma meta de 2% de inflação, na zona Euro. Esta meta é irrealizável, a não ser através de manipulações das estatísticas. Há uma inflação escondida, muito mais elevada, que se exprime nos aumentos do imobiliário, da bolsa e noutros mercados (arte, metais preciosos, etc.). 
Nenhum governo jamais conseguiu manter a inflação a um nível determinado. Simplesmente, é um fenómeno que escapa aos mecanismos de moderação que governos e bancos centrais possuam. A inflação vai acelerando, até se tornar hiper-inflação. Os políticos optam, mesmo assim, por inflacionar, porque o público não compreende o fenómeno e não os identificará como sendo os seus causadores. 

. O marasmo económico
O BCE está na origem das bolhas especulativas no imobiliário e nas bolsas. Criou um clima de euforia artificial, em que os investidores são atraídos a fazer investimentos com risco, porque «têm as costas quentes», com as compras sistemáticas do BCE. Com efeito, estas compras, baixando artificialmente o custo do crédito, são responsáveis pela subida das bolsas e de todos os ativos financeiros. Por contraste, nos diversos países, a economia real (de bens e serviços) não recuperou sequer os níveis anteriores à crise de 2007/2008. 
Ao tornar tão apetitoso - para os especuladores - jogar nos mercados de ações, de obrigações e de produtos derivados, o BCE está a provocar uma enorme drenagem de capitais financeiros, desviados do investimento na economia real, para a economia de casino. O marasmo económico actual, com o seu cortejo de sofrimento social, elevado desemprego, emigração, etc. deriva, em grande parte, dessa drenagem de capitais.

. O Banco Central Europeu fica afogado em papel
Ao comprar ativos financeiros num mercado totalmente artificial, o BCE (ECB) sabe que não tem hipótese de se ver livre, algum dia, destes mesmos ativos. No mercado, logo que acabe o programa de compra de 60 biliões mensais de activos pelo BCE,  estes mesmos ativos passarão a valer quase nada, ou uma pequena fracção do valor de sua compra aos bancos. 
Afogado em papel invendável e sem valor, o ECB não poderá esperar que o Euro seja fortalecido, internacionalmente.

. A desvalorização face a metais preciosos, dólar e criptomoedas
Tal como em 2010/2011 - quando estalou a crise das dívidas soberanas da Irlanda, Grécia, Portugal e Itália -  na próxima crise, os capitais irão refugiar-se nos metais preciosos, no dólar (nas obrigações do tesouro americano) e agora também nas cripto-moedas. Mas a dívida actual acumulada na Eurolândia é ainda maior do que em 2011. Os juros das obrigações soberanas denominadas em Euros irão subir e o valor do Euro, face às outras divisas, irá descer acentuadamente.

.A ampliação dos efeitos de uma crise económica 
Ao nível internacional, a sobrevalorização das cotações bolsistas, das obrigações e de toda a espécie de activos financeiros, atingiu uma dimensão assustadora. 
Muitos especialistas consideram que uma crise de grandes dimensões virá, certamente. Nem o BCE, nem os estados-membros, estão preparados para tal crise: erradamente, estimam que poderão «diluir» seus efeitos. 
Mas esta diluição chama-se, na realidade, «criação monetária»: 
- A criação monetária tem um limite, o da perda de confiança total numa divisa, e que se traduz pelo disparar incontrolável da inflação! 

domingo, 3 de dezembro de 2017

CÂMBIO TECTÓNICO NA GEOPOLÍTICA MUNDIAL

...Este câmbio, da maior importância, é passado sob silêncio.

As pessoas, no Ocidente, são condicionadas pela pseudo-informação da media corporativa, que faz tudo para ignorar, minimizar, ou dar uma visão distorcida, das iniciativas dos BRICS e de muitos outros países (mais de 60), que se têm unido a estes, quer no Banco de Investimento Asiático, quer na Belt and Road Iniciative. 

Os BRICS, em Novembro, estabeleceram entre eles que suas trocas comerciais não estariam mais dependentes do dólar, criando uma nota de crédito remível em ouro. Estas mudanças são descritas como tectónicas, analogamente à tectónica de placas da Geologia, porque mudam bruscamente o equilíbrio entre agrupamentos de Nações, propiciando que novos «continentes» se formem e que antigos se dissociem.

Creio que ainda tenho boas hipóteses de ver uma transformação geopolítica no mundo, talvez o início duma nova civilização, como resultado da transição dum mundo unipolar, para um mundo multi-polar. 

O vídeo abaixo, em que Alfred McCoy é entrevistado por Chris Hedges, dá-nos uma rápida panorâmica do declínio do império americano e aponta alguns dos fenómenos na sua origem:

https://www.truthdig.com/videos/chris-hedges-historian-alfred-mccoy-irrevocable-decline-american-empire-video/


O artigo do Asian Times, de Pepe Escobar, analisa qual a razão estratégica pela qual a China lançou a iniciativa «Belt and Road», a Nova Rota da Seda, e os seus rápidos e surpreendentes progressos. 
A filosofia por detrás deste empreendimento é simplesmente a da obtenção de vantagens mútuas para os parceiros envolvidos. Assim, a Geórgia, apesar de influenciada pelos EUA e candidata a entrar na NATO, por um lado, está participando, por outro lado, no projecto da Nova Rota da Seda, o qual lhe permitirá aproveitar o seu potencial como encruzilhada entre a Ásia e a Europa. Mas o artigo tem muitos outros aspectos interessantes.

http://www.atimes.com/article/caucasus-balkans-chinas-silk-roads-rising//




Finalmente, o artigo abaixo, de uma revista do MIT, expõe os avanços dos supercomputadores chineses em relação aos dos EUA. Esta vantagem é significativa, quer em termos de potência, rapidez, ou de capacidade total de armazenamento de dados. 
Este facto não é apenas relevante enquanto constatação da excelência da ciência e tecnologia chinesas; também mostra que, no plano científico e tecnológico, os EUA foram ultrapassados. 

https://www.technologyreview.com/the-download/609468/america-just-cant-match-chinas-exploding-supercomputing-power/


Em termos militares, segundo tenho lido, significa uma superioridade dos chineses em sistemas de detecção precoce da rota de mísseis inimigos e do cálculo automático das rotas que deverão tomar os mísseis, para furar os dispositivos anti-míssil dos adversários. 
Pela primeira vez, peritos militares dos EUA reconhecem que o «Ocidente» (EUA e aliados) não pode ter a certeza de que ganhará - calculam com grande probabilidade cenários de derrota ocidental - em confronto militar directo com as outras super-potências, Rússia e China. 

SOUTH SEA COMPANY E ISAAC NEWTON

                   Embora toda a gente saiba quem foi Newton e tenha reminiscências (pelo menos) das suas leis, aprendidas durante a escolaridade, poucas pessoas saberão que ele se deixou seduzir pelo investimento em ações da «South Sea Company». 
Ele era um grande génio, na matemática e na física; mas foi uma catástrofe no plano dos investimentos. 
Porquê? Porque há muito de irracional, de subjectivo no mercado, nos fenómenos de massas, na atração irracional ou na repulsa não menos irracional. Isto pode verificar-se em qualquer activo financeiro. A mente racional não é a melhor para lidar com essa irracionalidade! 
Vejamos abaixo um gráfico que demonstra os erros fatais em que Sir Isaac caíu.

       How Newton's Fortune Fell To Earth chart

Uma lição do gráfico anterior, é que nunca se consegue perceber quando uma bolha especulativa está prestes a rebentar:
 Newton retirou-se satisfeito com o lucro inicial obtido. Porém, ao ver amigos ganharem uma fortuna, decidiu apostar «forte e feio». Mas, não conseguiu senão maximizar as perdas. 
Ele não reconheceu que aquela quebra de 900 para 800 £, perto do cume, era um sinal de fraqueza, de esgotamento da bolha, o prenúncio de uma enorme quebra. 
Perdeu efectivamente uma grande soma e só não ficou pobre porque já ocupava um lugar cimeiro da Ciência da época, como membro da Royal Society

Newton é muito mais complicado do que as biografias habituais costumam descrever; vejam o documentário da BBC, sobre o real Isaac Newton.

                       


sábado, 2 de dezembro de 2017

A CENSURA NA INTERNET & A «MINA DE OURO» DO CIBERESPAÇO

Comecemos por ver este Video censurado NO YOUTUBE, porque diz verdades incómodas. Estamos em plena era de censura soft, ao critério e arbítrio das grandes corporações. Não estás a ser informado/a; estás a ser condicionado/a. 
O des-condicionamento é uma viagem difícil, que implica tomares plena consciência,  sobretudo responsabilidade, sobre a tua vida, os teus gestos, a tua intervenção em todas as esferas, desde a mais íntima à global.
Podes, ainda assim, gostar de ser homem/mulher desta época. Não vejo isso como sendo mau ou estúpido. Mas todas as épocas têm o seus lados menos brilhantes, para não dizer negros.

A era da Internet global e da comunicação instantânea começa com uma batalha oculta e perversa pelas mentes. Pela tua e pela minha mente; pela mente do cidadão comum. Como é que esse combate é levado a cabo?
- Pelo controlo da narrativa.
Quem controla o passado, controla o presente e quem controla o presente, tem poder para controlar o futuro.
Histórias incómodas e aberrantes - para o universo estreito de ideias-feitas dos globalistas - são logo descartadas, censuradas, ridicularizadas, apontadas a dedo. Tudo o que saia fora da norma, da norma que ELES (os globalistas) instituíram, será deliberada e «cientificamente» suprimido. 

O exemplo do vídeo censurado acima, de autoria do jornalista independente James Corbett, é uma pequeníssima amostra de como as coisas se estão a processar neste momento. 
Claro que não possuímos uma estatística de quantos vídeos e sites são censurados deste modo, no Google, do Youtube, no Facebook, etc... mas tenho indícios seguros de que este tipo de censura é muito frequente. 

Usam sempre o pretexto de «falsas notícias, notícias fabricadas», as chamadas «fake news». Sem dúvida que existem: mas também é certo que é muito fácil uns «trolls» (assediadores anónimos) criarem sites de «fake news», discretamente financiados por ONGs ligadas às diversas agências globalistas. 

Mas não, não me importa tanto a questão da origem destes sites de «fake news»; o que me importa mais é a arrogância de indivíduos, inseridos em determinadas organizações e o facto de serem detentores de tanto poder. 
Se alguém anónimo, nem sequer um juiz num tribunal, tem o poder de queimar livros, de proibir a edição de um livro ou mesmo fechar uma casa editora... então, estamos perante um totalitarismo, sem dúvida. Mas qual a diferença disto em relação ao que se passa dentro da «internet globalista»? 
- Quando anónimos possuem um poder que lhes permite decidir que um canal independente é um canal de «fake news», não é isto sintoma dum poder totalitário? A diferença do suporte é tão irrelevante! Ser num suporte electrónico ou em papel é indiferente, para a questão da existência de censura, de ataque à liberdade de informação! 
E como é possível que certas pessoas, sempre tão prontas a indignarem-se contra os ataques à liberdade de pensamento e de expressão, deixem que seja exercida a mais insidiosa e perversa censura, que distorce completamente o espectro mediático, na medida em que as mensagens, os factos, os dados incómodos são sistematicamente ocultados? 
Ou são muito mais ignorantes que eu, sobre estes assuntos... ou são coniventes, porque o seu silêncio -comprado - lhes traz mais vantagens; sobretudo, não lhes traz o incómodo de arriscarem a sua carreira, o seu renome mediático, etc.

Sim; a ciberguerra já começou (há muito) e nós não tomámos dela plena consciência: É a guerra dos globalistas contra nós todos, independentemente do que somos, de onde vivemos, de  nossas preferências religiosas, ideológicas, etc... 

   - OS DADOS SÃO A «MINA DE OURO» GLOBAL

Vejam o vídeo abaixo do Corbett Report. «Data is the new Oil»

https://www.youtube.com/watch?time_continue=472&v=b7E9ZsrYnU0


sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

«REFORMA»... E OUTROS TERMOS MANIPULADOS ...

REFORMA, REFORMISMO

A direita (e a esquerda também, a seu modo) apropria-se das palavras, torce-lhe o sentido e põe-nas a dizer o contrário do que o «comum dos mortais» entende por essas mesmas expressões. 
Literalmente, reformar pode querer dizer «mudar algo»; o sentido em que se muda não está implícito na palavra «reforma». 
Mas, historicamente, os sociais-democratas, também designados reformistas pelas tendências revolucionárias no movimento operário, tinham essencialmente um programa de reformas do Estado, da economia e da sociedade... daí que «reforma» tenha (ainda) a conotação desse tempo distante em que o socialismo «reformista» era uma componente da classe trabalhadora, dos oprimidos... ou - pelo menos - arvorava sê-lo!

OLIGARQUIA, OLIGARCA

Agora, um «opinador» de direita, muito conhecido, decidiu aplicar o termo «oligarquia» contra os seus inimigos políticos, não para designar o pequeno grupo dos muito ricos, que controlam grandes negócios, etc.! 
Assim, as pessoas têm de «descodificar» o discurso do Sr. A ou da Srª. B, para perceberem o que ele ou ela querem dizer! 

É fácil de desmontar esta demagogia, se tivermos olhares críticos sobre os discursos de uns e de outros (sobretudo, sobre a sua prática).
 É de sublinhar o ridículo de querer fazer passar por inovador algo, só e apenas mudando os significados das palavras que se usa... eu continuarei a chamar um boi, um boi!

 A ESQUERDA


Eu hesito em relação à classificação de «esquerda». No vocabulário político de quando eu tinha vinte anos (em 74!) isso queria dizer ser pela emancipação dos trabalhadores, pelo socialismo, podia-se discordar em relação ao que era o socialismo e qual o caminho para ele, mas era clara opção de alguém que era de «esquerda» pelos destituídos. 

Hoje, não vejo nada disso; vejo uma esquerda enquistada em mordomias, em rendas de privilégio. 
Mesmo a que se auto-designa de anti-capitalista (normalmente, pessoas do -ou próximas do- PC ou BE) não o será: são pessoas que estão como membros da «classe coordenadora» (no melhor dos casos), não estão dentro da classe trabalhadora; estão «acima e à direita», enquanto a esquerda sem aspas deve estar abaixo e à esquerda...
Por isso, nestes últimos tempos, costumo dizer que num regime capitalista (mesmo no capitalismo de estado) a «esquerda» é somente a «esquerda do capital». 
Não me importam as proclamações, os discursos, mas sim a prática, só isso conta para eu saber se sou aliado ou inimigo. 
A prática de classe é fundamental, ela deve ser transversal às nações e deve permitir que as lutas parciais tomem o seu sentido revolucionário, pela consciência de que a abolição do patriarcado, do sexismo, racismo, homofobia... apenas será plena, ou mesmo possível, numa sociedade igualitária, numa sociedade socialista.