terça-feira, 7 de janeiro de 2025

AUTOMÓVEIS EV: COMO É QUE OS OCIDENTAIS FICARAM PARA TRÁS NA COMPETIÇÃO COM A CHINA

 


O título que dei a este vídeo, prende-se com o último dos 7 pecados mortais da indústria automóvel ocidental :«Alimentando o dragão». 
Esta saga da indústria automóvel no ocidente não é mais do que um exemplo, por muito importante que seja. Toda a transformação que ocorreu a partir da liberalização reaganiana e theacheriana nos anos 80, teve como resultado de que o capitalismo dominante dos EUA (e dos países afluentes da Europa e alguns não-europeus: Japão, Coreia do Sul, Austrália) foi meter-se «nas goelas do dragão». Foi deslocalizar a produção industrial para a China (sobretudo), em busca de menores custos e ambiente favorável para a indústria dita «de ponta», com alta tecnologia incorporada (baixíssimos salários, ausência de estruturas sindicais independentes, poucas restrições ambientais, etc).

Agora, a China está em condições de domínio mundial em muitos sectores industriais, tomando cada vez mais partes de mercado, sobretudo, em países ditos «do Sul global», mas também em países bem do «centro» histórico do capitalismo. A China utilizou de forma criativa as lições que aprendeu sobre o funcionamento da economia capitalista, usando todos os instrumentos à sua disposição para se desenvolver. 
Como não existem «milagres» realmente para o desenvolvimento industrial, a estratégia chinesa pode (e será) aplicada (adaptada) por vários países com problemas crónicos de (subn)desenvolvimento. Para que esta via emancipatória pelo desenvolvimento se estenda o mais possível - neutralizando o papel dos países ex-coloniais e neocoloniais - a China lançou em 2013 as «Novas Rotas da Seda» e foram forjadas no seio dos BRICS as instituições alternativas das criadas pelo Ocidente após a IIª Guerra Mundial (FMI, Banco Mundial, OCDE, BERD, etc).
As sucessivas mutações que atravessou a indústria automóvel são realmente uma excelente ilustração da evolução do capitalismo industrial, da internacionalização do mesmo (a globalização capitalista) e daquilo a que se pode assistir hoje, a transformação de países antes sujeitos a opressão colonial e neocolonial, em Estados poderos, capazes de fazer valer a sua soberania. Isso já está a acontecer em larga escala na América Latina, Ásia e África:  desenvolvem-se segundo um modelo «misto» (Estatal/Privado) de capitalismo industrial, que poderá desembocar em sociedades mais ricas, com maiores oportunidades para as suas populações. 
Ao fim e ao cabo, a China e os BRICS, adotaram o que há de positivo nos conceitos liberais clássicos, a liberdade de comércio, a prioridade à iniciativa privada, um mercado com regras (livre, mas sujeito a regulação pelo Estado), etc. 
Os países do Ocidente, pelo contrário, estão a mergulhar no retrocesso a todos os níveis e mesmo na barbárie. As oligarquias e os governos ocidentais só pensam em dominar, por todos os meios: em particular, guerra, rapina dos recursos naturais e a intensificação das exploração das suas próprias classes trabalhadoras nacionais, têm sido métodos utilizados com maior frequência pelos países da órbita americana (países da OTAN e associados na Ásia). Para tal, precisam internamente dum «Estado forte», dum aparato repressivo reforçado, do esvaziamento completo da democracia «representativa» e do reforço da propaganda, através do controlo corporativo e estatal dos media.

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segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

FITZWILLIAM VIRGINAL BOOK (Segundas-f. Musicais n.25)

 








O Fitzwilliam Virginal Book é de certeza, a mais célebre coletânea de música para tecla dos finais do Renascimento*, contendo quase 300 peças de grande qualidade, incluindo os compositores ingleses mais importantes nessa época. A história do manuscrito é - em si mesma - fabulosa.


O prefaciador da edição de 1899 do manuscrito, W. Barclay Squire, avançou a tese de que o manuscrito original teria sido copiado pelo jovem Francis Tregian (1574?–1618) durante a sua prolongada reclusão por causa das suas crenças religiosas, num Navio Prisão, que estava aportado em Londres. Esta especulação foi, desde então, contestada: A sua prisão parece ter sido antes devida a dívidas e não a motivos religiosos. 
O que é certo, é que esta coleção foi copiada com grande cuidado e amor pela música, consistindo sobretudo em reportório para o  virginal. William Byrd, Peter Philips e John Bull estão amplamente representados nesta antologia. A quase totalidade das peças são  de natureza profana: variações sobre canções profanas, danças estilizadas, etc. O reportório incluído cobre praticamente os estilos de composição para tecla então em voga. 

O nome do manuscrito deve-se ao facto dele ter sido adquirido por Richard, 7º Visconde de Fitzwilliam. O precioso manuscrito, juntamente com a colecção do Visconde, consistindo em livros de música, livros de arte e manuscritos medievais, encontra-se hoje no Fitzwilliam Museum, em Cambridge



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* «O Libro de Cifra Nueva» de Luís Venegas de Henestrosa (1557), contém muitas obras de António de Cabezón e de outros autores, muitos deles anónimos, da escola ibérica para tecla, da primeira metade do séc. XVI.


domingo, 5 de janeiro de 2025

Profª Keyu Jin: «TRUMP SOBE AS TARIFAS E A CHINA REDU-LAS A ZERO»

 


A Profª Keyu Jin descreve o enorme tiro no pé da promessa de Trump em subir brutalmente as tarifas de importação de comércio em relação à China, mas também em relação à U. E. e aos países que não se conformem com a ditadura do dólar. 
Como já tinha afirmado neste blog, é evidente que quem vai sofrer mais nesta guerra económica, é o povo americano, embora seja também um fator de instabilidade para outros povos. 
É devido à situação de controlo imperial dos EUA que esta ameaça aparenta ser credível. Mas, se examinarmos detalhadamente as suas implicações, vemos que tal subida de tarifas não tem sustentação. É certo que ela iria gravemente afetar a economia dos próprios dos EUA e dos seus vassalos europeus. Portanto, é - na minha opinião - um bluff. Mas senão, seria a medida mais estúpida que um presidente dos EUA poderia jamais tomar.
A China sempre teve uma política de longo prazo: 
Agora, decidiu diminuir, unilateralmente, para zero as tarifas alfandegárias dos países em desenvolvimento. Estes tinham sido sujeitos ao endividamento excessivo, em consequência das políticas neocoloniais dos EUA e de outros países Ocidentais. 

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sábado, 4 de janeiro de 2025

MICHAEL HUDSON EXPLICA O DECLÍNIO DO SUPERPODER DOS EUA


Uma brilhante e aprofundada discussão por MICHAEL HUDSON, economista, prof. universitário americano, que tem leccionado ultimamente em univerisdades na Rep. Popular da China. 

Michael Hudson refere aspectos históricos e avalia os riscos e esperanças do presente: Aborda o liberalismo de Adam Smith, a luta contra os rentistas no Séc. XIX, o superimperialismo dos EUA, a emancipação das ex-colónias de África, o neocolonialismo, o desenvolvimento da China e outros temas.

Para ele, o «slogan» de «Socialismo com características chinesas», poderia também enunciar-se como «Sistema de capitalismo estatal/corporativo com características chinesas».
Também é o meu ponto de vista, enunciado NESTE BLOG

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sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

MCGOVERN: OS RISCOS DE GUERRA NUCLEAR NÃO ESTÃO DIMINUÍDOS


 Ray Mcgovern é um ex-analista da CIA que tem uma experiência vivida sobre as trocas diplomáticas entre os EUA, a União Soviética e também sobre a era pós colapso desta última. 

Os conflitos não datam nunca de ontém; muito menos quando se trata de «cartadas» decisivas, jogadas por superpotências.
As pessoas do Ocidente estão a ser desinformadas pelos seus políticos e pela media corporativa. 
A maneira mais astuciosa (e perversa) de mentir é omitir, esconder certos factos, cuja discussão poderia dar uma explicação dos acontecimentos geopolíticos mais subtil do que «Os Bons contra os Maus».

FIM DO IMPÉRIO: VIRAGEM PARA UMA TOMADA DE CONSCIÊNCIA DOS POVOS

Os povos do mundo (incluindo os americanos) estão a acordar. 

Estamos a assistir em direto ao primeiro capítulo da queda do Império USA:

- A derrota militar na Ucrânia, a retaliação da oligarquia europeia contra os «recalcitrantes» dirigentes da Eslováquia e Hungria, a ilusão da democracia desmascarada com o que se passa na Roménia com anulação das eleições com base em «suspeitas» de ingerência, a histeria na Alemanha, que apresenta um partido nacionalista como se fosse nazi, na Geórgia as ingerências dos países «fortes» da UE são descaradas, etc.

O mundo está a evoluir aceleradamente, mas a media ocidental tem mantido a ilusão, jogando também com o medo, a denegação, como serviçais que são do capital monopolista. 

Oiça com atenção as análises (em francês) sobre a atualidade:


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https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2024/10/uniao-europeia-manipulou-referendo-na.html


https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2025/01/apos-derrota-militar-zelensky-decide.html



quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

APÓS A DERROTA MILITAR, ZELENSKY DECIDE PROVOCAR A GUERRA DO GÁS...

...COM O PLENO AVAL DA COMISSÃO EUROPEIA


 CONCLUSÃO: OS EUROPEUS VÃO TER MAIS INFLAÇÃO, CAUSADA POR ABASTECIMENTO DE GÁS POR LNG, QUE É MUITO MAIS CARO QUE O GÁS DE GASODUTO. O PREÇO DA ELETRICIDADE TAMBÉM IRÁ SUBIR. ISTO NÃO VAI AFETAR, DE FORMA SIGNIFICATIVA, A RÚSSIA. MAS VAI SUJEITAR-NOS ÁS CHANTAGENS DOS EUA!
E O CÚMULO É QUE - TAL COMO O PETRÓLEO - UMA GRANDE PARTE DO GÁS LNG, QUE SUPOSTAMENTE VAMOS IMPORTAR DO QATAR, DA TURQUIA, ETC, TERÁ COMO ORIGEM... A RÚSSIA!!!




VEJA O VÍDEO A SEGUIR, GRAVADO A 5 DE JAN. 2025:




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