segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

FITZWILLIAM VIRGINAL BOOK (Segundas-f. Musicais n.25)

 








O Fitzwilliam Virginal Book é de certeza, a mais célebre coletânea de música para tecla dos finais do Renascimento*, contendo quase 300 peças de grande qualidade, incluindo os compositores ingleses mais importantes nessa época. A história do manuscrito é - em si mesma - fabulosa.


O prefaciador da edição de 1899 do manuscrito, W. Barclay Squire, avançou a tese de que o manuscrito original teria sido copiado pelo jovem Francis Tregian (1574?–1618) durante a sua prolongada reclusão por causa das suas crenças religiosas, num Navio Prisão, que estava aportado em Londres. Esta especulação foi, desde então, contestada: A sua prisão parece ter sido antes devida a dívidas e não a motivos religiosos. 
O que é certo, é que esta coleção foi copiada com grande cuidado e amor pela música, consistindo sobretudo em reportório para o  virginal. William Byrd, Peter Philips e John Bull estão amplamente representados nesta antologia. A quase totalidade das peças são  de natureza profana: variações sobre canções profanas, danças estilizadas, etc. O reportório incluído cobre praticamente os estilos de composição para tecla então em voga. 

O nome do manuscrito deve-se ao facto dele ter sido adquirido por Richard, 7º Visconde de Fitzwilliam. O precioso manuscrito, juntamente com a colecção do Visconde, consistindo em livros de música, livros de arte e manuscritos medievais, encontra-se hoje no Fitzwilliam Museum, em Cambridge



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* «O Libro de Cifra Nueva» de Luís Venegas de Henestrosa (1557), contém muitas obras de António de Cabezón e de outros autores, muitos deles anónimos, da escola ibérica para tecla, da primeira metade do séc. XVI.


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