https://www.youtube.com/watch?v=o9NfXIXzgnA
(City Lights/ Boxing Match. A cena de boxe é de um cómico absolutamente irresistível )
4/
https://www.youtube.com/watch?v=6n9ESFJTnHs
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(Condessa de Hong Kong: This Is My Song)
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Este discurso tem imensas passagens notáveis. Só posso aconselhar que se oiça na íntegra, com toda a atenção. Existe legendagem em inglês que pode melhorar a compreensão deste excecional cientista.
E quanto ao ouro? na figura nº2, abaixo, verifica-se que o ouro (preço expresso em euros) sobe no mesmo período de forma mais regular que o NASDAQ. Os recentes movimentos foram de descida, porém muito mais suaves que do NASDAQ e do BITCOIN.
É evidente que perante um crash tão grande, como o que ocorreu a partir do início de Agosto deste ano, o ouro teria de baixar um pouco, pois também terá servido para cobrir perdas nos mercados bolsistas. Porém, perdeu numa proporção muito modesta.
Na tabela seguinte, verifica-se que houve uma pequena descida, correspondente ao crash da semana passada, mas seguiu-se uma rápida recuperação, nesta semana (dados colhidos a 08/08/2024):
De novo, pela enésima vez, o ouro consegue conservar o seu valor perante as mais diversas divisas, apesar das bolsas mundiais terem sofrido um recuo acentuado no valor de muitas ações, perdendo algumas delas todos os ganhos obtidos desde o início do ano de 2024.
Eis porque o bitcoin nunca poderá ser equiparado ao ouro (dizem que é «como ouro», que é «o ouro do século XXI», etc):
O bitcoin comporta-se como uma ação tecnológica cotada no NASDAQ. O bitcoin ACOMPANHA as descidas das bolsas. O ouro, por contraste, não está correlacionado com ações (a não ser com ações de minas de ouro, claro!); tem muita estabilidade; tem procura em todo o Mundo; no médio e longo prazo é o ativo monetário mais estável, batendo divisas, obrigações, índices bolsistas e outras aplicações financeiras. Alguém que conheça um pouco do mercado do ouro, sabe que ele constitui o melhor refúgio, permitindo a conservação do valor, especialmente em tempos tão conturbados como os de hoje.
Todos ouvimos falar da biblioteca de Alexandria e do seu incêndio, que teria sido provocado (acidentalmente) pelos soldados de Júlio César em guerra com o Rei Ptolomeu do Egipto. Este incêndio teria transformado em fumo e cinza uma boa parte do saber da antiguidade, encerrado nos seus livros. Não sei se isto é rigorosamente assim; mas o que sei é que - mesmo na antiguidade - havia cópias de tratados de História ou Geometria, de livros de poesia, de peças teatrais, etc. Não eram muitas, essas cópias, eram raras, pois tinham de ser feitas à mão, em pergaminho ou em papiro...
Já no caso da sabedoria e conhecimentos acumulados pelos anciãos, não é muito fácil manter a continuidade. Nas sociedades que não conheciam a escrita, os saberes eram baseados no ato de decorar. Podem assim os poemas épicos ter sido reproduzidos de geração em geração, caso da Ilíada e Odisseia, mas também as lendas de muitos povos, desde as sagas nórdicas, aos ciclos de narrativas em povos subsaarianos.
Mas, este processo é bastante difícil de se manter e a degeneração do conteúdo ocorre ao fim de um certo número de gerações. Se a transmissão oral ocorreu, em muitas gerações e em diferentes partes do mundo, é porque os povos - ainda sem escrita, ou com incipiente alfabetização - tinham a consciência da importância das narrativas da origem da família, do clã, da tribo, da nação e da humanidade. Estas narrativas, por mais mitificadas que fossem, eram tomadas como base para as pessoas se identificarem com uma dada etnia, uma dada nação.
O simbólico reinava, no discurso, como no quotidiano, pois os homens nessa época viam em tudo um símbolo, viam entidades divinas nas mais variadas manifestações da Natureza.
Ora, a cultura predominante, hoje em dia, apenas valoriza o que é novo, o que é jovem. Certamente que as jovens gerações são «o futuro». Mas, nota-se cada vez mais a ignorância e falta de bases morais sólidas, em boa parte da gente jovem. A impreparação dos jovens tem a ver com duas coisas: A excessiva autoindulgência em tudo o que toca aos saberes, não diretamente ou imediatamente «rentáveis»; a capacidade de fazerem sacrifícios, somente na perspetiva de obtenção de lugar bem remunerado, pela procura dum diploma de prestígio (mestrados ou doutoramentos). De facto, estão a preparar-se para serem "servos" ou "escravos" um pouco melhor pagos. Não estão a preparar-se - na enorme maioria - para serem autónomos, serem capazes de se estabelecerem por conta própria, exercendo o seus talentos em benefício da comunidade, e não de um empresário ganancioso.
As pessoas de mais idade adquiriram - através da sua experiência de vida e porque tiveram ocasião de aperfeiçoar os seus saberes, académicos ou outros - uma visão mais ampla dos problemas, um maior recuo em relação ao momento e também estão muito menos envolvidas em quezílias políticas, em lutas para alcançar o poder. Não têm, em geral, um comportamento de concorrência em relação a pessoas jovens; muitos, apenas gostariam de os ter como amigos ou aliados.
A falsa civilização impulsionada pelo neoliberalismo (que não é novo, nem é um liberalismo, diga-se) produziu uma sociedade egoísta, individualista, onde as pessoas estão centradas apenas em aspetos materiais. Também produz pessoas ignorantes de muito daquilo que moldou a sociedade. A História, as Artes, a Filosofia são geralmente consideradas matérias secundárias, apenas decorativas, servindo para pôr alguns «pozinhos» de cultura, no edifício da ignorância orgulhosa dos doutorados.
Neste contexto, paradoxalmente, embora as nossas sociedades sejam «letradas», cresce a ignorância. O analfabetismo que se observa é um «analfabetismo funcional», quase nunca se observam pessoas jovens analfabetas, «sensu stricto».
Esta ignorância serve os poderosos; pois ignorar a História é ficar condenado a repeti-la; ignorar a Filosofia é não distinguir os sofismas e não ser capaz de discorrer de modo lógico, racional sobre um assunto; quanto à Artes, a sua ignorância significa que os seus sentidos e intelecto estão ao nível do animal; não podem ter prazeres elevados, pois não conhecendo as subtilezas dessas Artes, a sua capacidade de apreciação estética é diminuta.
Os senhores deste mundo gostam disso; têm sob seu controlo massas de pessoas não muito instruídas; só o suficiente para fazerem as tarefas que a empresa lhes ordenou. Não têm qualquer visão ampla; isso foi desencorajado na educação e no entorno social.
Os idosos são vilificados, não se pensa neles senão como um «estorvo», uma «despesa». Para uma boa parte dos jovens, o que os velhos têm para dizer não lhes interessa, mesmo os velhos da sua família.
O segundo paradoxo, é que em geral os velhos são desprezados, já não se lhes reconhece a sabedoria que lhes era atribuída tradicionalmente. Não que os velhos fossem/sejam sempre pessoas de grande sabedoria ou lucidez. Porém, acontece que - em lugares de topo nas empresas ou nos Estados - encontram-se velhos, muitos têm mais de 60 anos de idade, mas estes são reverenciados, pelo poder que alcançaram.
De facto, o «agismo», o avaliar as pessoas pela sua idade e não pelo que valem - quer sejam jovens, de meia idade, ou idosos - vai ter que acabar devido à enorme contração, em muitos países, dos nascimentos A pirâmide etária resultante é completamente anormal: As camadas etárias jovens são demasiado estreitas e as mais velhas, dilatadas.
Não se pode facilmente mudar um padrão cultural de consumismo desenfreado, de egoísmo, de hedonismo, que leva muitos casais a não querer ter filhos. Também é impossível (ou seria monstruoso) eutanasiar os idosos. Sendo assim, é preciso a sociedade valorizar - na sua justa medida - os velhos. Sendo eles os mais frágeis, precisam de maior proteção social. Mas, por outro lado, podem contribuir - com sua experiência e sabedoria - para a resolução de muitos problemas.
A sociedade e os indivíduos devem aprender ou reaprender a estimar as gerações mais antigas.