sábado, 5 de novembro de 2022

Insólito: DUAS MONSTRUOSAS 'BOLAS DE NATAL' VARREM ARTÉRIA DE LONDRES

VEJAM O VÍDEO E A NOTÍCIA: 

 https://www.zerohedge.com/personal-finance/meanwhile-london


As duas bolas gigantescas que se destacaram, faziam parte duma instalação pelo artista plástico  Tom Shannon. Esta instalação deveria estar em exibição na Praça de St Giles, em Londres (abaixo).
             



Comentário: Lamento a destruição da instalação, talvez isso se traduza num grande prejuízo. Mas, fiquei deliciado pelo simbolismo de 2 'bolas de natal' gigantescas, a rolarem por uma artéria do centro de Londres. Simbolizam - a meu ver - a fúria da Natureza, farta da estupidez humana e de suas comemorações consumistas!

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

QUERO SER ANIMAL [OBRAS DE MANUEL BANET]


 Sim, amanhã, a esperança

Sim, amanhã, a paz

Mas, hoje, tudo recoberto 

Dum véu de tristeza

Todos olvidados do dever


A humanidade perdeu a bússola

Os humanos não têm cura

Esqueceram seu Deus, 

Ou pior; por Ele se tomam!


Não quero mais ser humano:

Quero ser animal, só animal

Estar bem dentro do meu ser

Instinto seguro de animal

Me guie a cada passo


Quero perder toda a ilusão

De ser racional, alucinação

Mortífera do orgulho

Que enche o peito dos imbecis


Ser menino, não! Pois ele, afinal

É homem em potência,

Tem caprichos, tem birras

Homem-menino julga-se tudo

Permitido, não tem juízo


Ser animal é obedecer 

À Natureza e esta, o que é

Senão o Seu Criador?

É obedecendo à Natureza

Que se cumpre o trilho


Tudo o mais são bazófias!

É filosofia de trazer por casa

É ser covarde e cruel

É ser humano no pior sentido


Ser animal  é estar em harmonia

Consigo próprio, aceitar

A verdade eterna 

De nossa incompletude


O animal vive no instante

O seu ser é eterno 

Não se projeta no futuro

Felicidade, só assim possível!




                 





quinta-feira, 3 de novembro de 2022

CRISE SISTÉMICA


Os grandes banqueiros estão muito à frente da maioria de nós nas jogadas dos mercados, porque estão a jogar no «tabuleiro principal», enquanto nós apenas temos uma ideia - a posteriori - do que se passa no jogo. Sim, em tempos «normais», eles, banqueiros têm o tempo do seu lado. Têm na mão as rédeas de empréstimo do dinheiro, sempre com base em garantias ou colateral, que está bem seguro. Assim, as desgraças de uns são as oportunidades de outros. 

Só que a subida rápida das taxas de juro de referência dos principais bancos centrais traz consigo a subida correlativa de todo o tipo de obrigações no mercado, as quais constituem grande parte do colateral de vários negócios. A subida do juro duma obrigação, equivale a esta valer menos em absoluto; o valor duma obrigação desloca-se no sentido inverso do juro associado a ela. 

Igualmente, os maiores bancos têm elevada exposição à enorme quantidade de derivados chamados OTC («over the counter»). São os bancos que detém, normalmente, uma das partes do contrato, ou são os seus garantes. Ora, a maioria dos derivados está correlacionada com taxas de juros. Se as taxas se tornam repentinamente diferentes do que está previsto nos contratos, os seus detentores podem acionar cláusulas de salvaguarda. Aí, a outra parte, ou os que se ofereceram como garantes, estão na obrigação de «resolver» estes contratos. A crise recente, que obrigou à intervenção de urgência do Banco Central no Reino Unido, distribuindo biliões de libras aos fundos de pensões britânicos, para estes não se afundarem,  foi devida a estes se terem lançado nos negócios perigosos com derivados, para assegurar os pagamentos das pensões aos seus pensionistas. O risco deste mercado global de derivados é incalculável. Estima-se que estão investidos mais de 2 quadriliões de dólares, ao nível global, em derivados. 

Para a banca, um negócio que foi durante muitos anos seguro, o dos empréstimos sobre hipotecas para compra de residência, foi agora afetado pelas subidas das taxas LIBOR que, por sua vez, determinam o montante dos juros das hipotecas. Isto, além da quebra do mercado do imobiliário, traduz-se em situações de não-pagamento e em renovadas ondas de despejos. Pense-se nos numerosos dramas de famílias despejadas por alturas de 2008. 

A destruição massiva de riqueza, seja ela devida à inflação, bem acima dos 10% dos números «oficiais», seja por haver uma onda de falências e desemprego, vai fazer com que a crise de 2008 se assemelhe a «um passeio no parque». 

Muitas pessoas, com mais credenciais do que eu, avisaram sobre o desfecho que as coisas iriam tomar, pouco tempo após a crise de 2008. O rumo observado desde então, foi o resultado da determinação dos governos e bancos centrais em pouparem os privilegiados com as sucessivas ondas de «QE», ou seja, de impressão monetária. O resultado, previsível, é a espiral de inflação que já está fora de controlo das autoridades financeiras e monetárias. As consequências serão muito mais graves do que na crise de 2008, porque nenhum banco central ocidental, nem sequer todos eles juntos, têm «a varinha de condão» que lhes permita afastar o mal que eles próprios causaram.

Desde 2017 que, sem sensacionalismos, pude fazer o diagnóstico das disfunções deste sistema e do seu provável desfecho. Fui buscar a informação aos mais sérios analistas dos mercados, a economistas que não são do «mainstream», na sua maioria, e analisei criticamente todas as informações que me chegavam. Globalmente, não errei nos meus diagnósticos. As decisões que  tomei, em boa altura (o timing é sempre muito importante!), foram as mais apropriadas e permitem-me que enfrente com serenidade o «Grande Tsunami». 

Verifico porém que, nos últimos tempos, muito do que se pode ler ou ouvir, tem o objetivo de precipitar as pessoas na ilusão de que «agora há grandes oportunidades de investimento», quando - afinal - tudo está a desmoronar-se. De facto, os que fazem estas sugestões são irresponsáveis, pois, neste momento, qualquer investimento, seja em que área for, deve ser visto com imenso cuidado. 

Penso que a atitude correta é a de preservar o que já se tem, sem ter a veleidade de fazer apostas, sejam elas «prudentes» ou «arriscadas»: Imagine-se uma situação, em que tem de se defender com um número restrito de balas da sua arma: - Vai desperdiçar balas, disparando contra qualquer sombra que julgue ser a do inimigo? - Ou vai poupar as balas, para quando houver maior probabilidade de acertar no alvo?  

O bom senso fundamental deveria ditar-nos o seguinte comportamento: Do momento, manter uma certa capacidade de investimento, quando se está no início de uma gravíssima crise, de que não sabemos ao certo a duração, para que, depois no final desta, possamos investir com segurança e garantirmos um retorno positivo do investimento.

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PS1: Leia o brilhante e profundo artigo de Mike Whitney, AQUI: Ele fornece o contexto geopolítico, que eu não abordei no meu artigo acima. Noutros artigos, tenho analisado os problemas enunciados por Mike Whitney.

PS2: Lynette Zang explica tudo! Dos derivados, ao "Shadow Banking", da crise de 2008 à crise atual...



PS3: Como referi, a Arábia Saudita está a virar completamente de aliança, hoje encontro entre Xi Jin Pin e MbS.


PS4: A grande bolha de tudo, está rebentando. Porém, os gestores dos fundos especulativos, para fazer durar a «festa» da especulação um pouco mais, decidiram lançar a narrativa de que a FED iria mudar brevemente de orientação, só que isto não tem qualquer base real. Verifica-se mais uma vez que, para os que estão por fora, a bolha irá rebentar-lhes na cara, enquanto os que estão por dentro, irão retirar discretamente as «castanhas do lume»!

Dmitry Orlov & Jeffrey Sachs: DUAS VOZES DE PAZ

A política é dominada pelas paixões. Isso não nos irá surpreender muito. Mas, aquilo que surpreende, é que no «Ocidente», em especial nos EUA, os responsáveis políticos fazem um papel de irresponsáveis
Não encontro explicação simples e unívoca para o fenómeno: será húbris, será autointoxicação com narrativas de propaganda bélica, será a pressão constante do complexo militar industrial, será que esperam assim ganhar eleições e obter maior poderio?  
A ala Democrata do partido único (Chomsky dixit) do establishment americano, não apenas colhe imenso descrédito face aos seus concidadãos, como é vista como causa de imenso sofrimento nos povos. 
A administração Biden é claramente responsável pela guerra na Ucrânia, pelo seu desencadear e prolongamento, pelo afundar as economias da Europa ocidental, dos seus «aliados», pela perda de qualquer «capital de sedução» junto das nações do Terceiro Mundo. Estas nações estão a virar-se (incluindo a Arábia Saudita) em direção aos BRICS, à China, à Rússia! 
Digam-me se esta liderança democrata fez algo de positivo: Semear o caos, não me parece senão causar desgraça, a destruição, o mal!

Duas pessoas, cidadãs dos EUA, que tenho acompanhado, pelas quais tenho imenso respeito, embora não me identifique com os seus percursos e com muitas das suas afirmações. No entanto, nesta época de pequenez, têm a coragem de dizer a verdade e de proporem um caminho para a paz.



                                                   Entrevista com Jeffrey D. Sachs




DMITRI ORLOV: 


The New Cuban Missile Crisis That Isn’t

("A nova e inexistente crise dos mísseis cubanos")

 

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

HOMO NALEDI: DESCOBERTA QUE REVOLUCIONA NOSSO SABER SOBRE EVOLUÇÃO HUMANA

 Quem disse que a Evolução Humana é algo SÓ para especialistas? Que sua investigação é um trabalho rotineiro de análise de ossos fossilizados e pedras talhadas? 

Não é pequena ironia haver uma revolução da maior importância e esta ser IGNORADA - LARGAMENTE - NA MEDIA.  Porém, não restam dúvidas de que, desde os finais do século passado até ao presente, deu-se uma profunda transformação nas Ciências do Homem e na Biologia Evolutiva. Esta transformação tem implicações* em muitos domínios, do Estudo do Comportamento, à Genética, à Bioquímica e à Ecologia...Uma autêntica revolução, da qual não se fala!!!

Porém, eu acho que, não apenas é um domínio do conhecimento muito dinâmico, como tem repercussões em todos os outros domínios: Antes de mais pela modificação profunda que temos da compreensão da nossa própria espécie, da maneira como esta veio a surgir e evoluir. É a Revolução Antropognósica, assim como a Revolução Coperniciana foi em relação à Astronomia e Cosmologia!

Mas, além disso, esta busca das origens da humanidade mostra o absurdo de todos os racismos, sua estupidez e ausência total de cientificidade. Se as escolas do mundo inteiro ensinassem, às crianças e adolescentes, a saga da Evolução Humana, haveria muito menos bases para racismos e, pelo contrário, maior respeito e aceitação da diversidade anatómica, cultural, comportamental e das sociedades. 

O conferencista - John Hawks - é um excelente professor e divulgador. Ele continua ativo no terreno e no laboratório. Participou na aventura da descoberta e extração de Homo naledi na gruta de «Rising Star», na África do Sul. A conferência vale a pena, porque ele tem o talento de comunicar de modo a cativar, tanto uma audiência de estudantes em antropologia, que já sabem alguns dos factos apresentados, como um público geral, que apenas tem uma vaga ideia sobre o assunto, mas que pode - graças a ele - ficar com a curiosidade aguçada. 

Bom visionamento!

 




*) Sempre estive convicto que a estupidez e ignorância são uma componente maior do Mal. Embora, haja pessoas inteligentes e cultas, que são maldosas, estas são poucas. O que há mais é pessoas que se deixam arrastar por pessoas sem escrúpulos, manipuladores de toda a espécie.
Ora numa época em que a civilização está a mergulhar no caos, a involuir a olhos vistos, onde a destruição (de pessoas e bens) predomina e, através da crise energética induzida, nos atira a todos para a incerteza dos amanhãs... que importância têm estudos de paleoantropologia? Pois eu penso que é fundamental aprofundá-los e também divulgá-los da melhor maneira possível: O conhecimento da nossa própria espécie ajuda-nos a ter um comportamento mais responsável em relação à guerra, à preservação do ambiente, da cultura, da própria humanidade. Porque temos de reconhecer como esta evolução é algo muito frágil, precioso e improvável, portanto temos de fazer tudo para manter a nossa espécie e o ambiente, que é o planeta todo. 


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Outros escritos e factos sobre Evolução:

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/06/evolucao-humana-arborescente.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/09/dialogos-sobre-o-fenomeno-humano.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2018/09/somos-todos-hibridos-falsidade-do.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2018/11/nos-os-pequenos-deuses-n4.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/10/o-adn-lixo-que-afinal-nao-era.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2020/01/h-erectus-durou-mais-que-todas-as.html

terça-feira, 1 de novembro de 2022

OTIS REDDING - "THE SOUL"


Apresento nova playlist, com algumas composições e interpretações do «Rei da Música Soul»:

OTIS REDDING - THE SOUL

 Otis Redding (9 de Setembro 1941 – 10 de Dezembro 1967) foi um autor, compositor e cantor americano, considerado dos maiores ídolos da música popular e artista de primeiro plano da música soul e rhythm and blues

Ele influenciou muitos artistas que, não só interpretaram suas composições, como também se inspiraram do seu estilo vocal, gutural, rude e apaixonado. 

Esta playlist inclui atuações em palco de Otis Redding, que mostram como ele criava uma atmosfera de exaltação, de conivência com o público e de entrega total. 

A sua morte trágica, num acidente de avião, que envolveu também a morte de quase todos os passageiros e músicos da sua banda, ocorreu no auge da sua carreira.
Muitos discos surgiram após a sua morte; ele tinha gravado um grande número de inéditos.

Os seus álbuns são de qualidade muito acima da média, mesmo em relação aos anos 60, época de elevada criatividade, na música popular anglo-saxónica.

domingo, 30 de outubro de 2022

Açores - Descoberta de Civilização Atlântica (Idade do Bronze / 2000 A.C.)



                                 Documentário da BBC

NB: Depois de eu ter publicado este vídeo, recebi uma curta nota de um amigo meu, arqueólogo português de reputação internacional, que dizia em substância que estas «provas» não tinham qualquer consistência e credibilidade.
Fiz um pequena pesquisa e encontrei relatos na imprensa regional açoriana, de 2012 salvo erro, em que uma comissão de peritos arqueólogos, nomeada pelo governo regional, chegava à conclusão que as estruturas referidas por certos arqueólogos amadores, não tinham a idade que lhes era atribuída e que os «artefactos da suposta civilização perdida» não o eram, mas somente estruturas naturais. 

Parece-me improvável que um grupo numeroso de colonizadores, no passado distante, tenha chegado ao arquipélago dos Açores, dada a enorme distância deste, em relação aos dois continentes (Europa e América) e mesmo em relação a ilhas que foram povoadas, caso do arquipélago das Canárias. Mas, se devemos exercer o nosso espírito crítico, também devemos ficar abertos a todas as hipóteses, nomeadamente porque no Pacífico, as culturas das ilhas da Polinésia, da Ilha de Páscoa, do Havai, resultam de colonizações a partir de vários pontos de dois continentes (América do Sul; Indonésia, Filipinas e a Ilha Formosa na China). Dada a tecnologia de construção das embarcações e do saber náutico desses povos, nessas épocas, é qualquer coisa que nos espanta hoje, saber que empreenderam tais viagens. Mas, neste caso, temos a prova disso pelas sequências dos ADN dos respetivos povos da Polinésia, da Ilha de Páscoa e do Havai: Possuem traços comuns com os ADN de populações atuais, do Sul-Este da Ásia, ou da América do Sul.
Em termos práticos, é necessário um número de famílias mínimo, para que uma colonização deste género tenha sucesso, da ordem da centena de famílias, para não haver endogamia excessiva. Isso significa várias e sucessivas expedições.  Teria de haver um incentivo para que houvesse tal povoamento, a partir de conhecimento prévio por exploradores, que tivessem abordado essas ilhas. Veja-se o caso da Groenlândia e de zonas da América do Norte, povoadas por Inuítes. A sua colonização por povos escandinavos, em várias épocas, foi proporcionada pelo clima mais ameno, em determinadas épocas da Idade Média, permitindo pastorícia e agricultura e fundação de aldeias e  vilas, assim como o comércio de vários produtos marinhos altamente cotados, tais como os «chifres de unicórnio», na realidade, defesas da baleia do ártico, o narval.

Admito que o arqueólogo amador que dá as explicações ao repórter da BBC seja um entusiasta, mais preocupado em fazer valer a sua tese, do que em aceitar os pareceres críticos dos arqueólogos profissionais. Mas, na minha ótica, a capacidade, o potencial de alcançar os Açores, por exploradores pertencentes a civilizações hoje desaparecidas não é de todo  fantasista. Os vikings, os povos das ilhas do Pacífico, e outros, possuíam tecnologias de construção de embarcações e, sobretudo, técnicas de navegação que nos espantam, hoje, mas temos as provas inegáveis disso. 
Porém, no caso dos Açores, não existem factos incontroversos. E uma hipótese não é um facto. Espero que pessoas com a competência que eu não possuo, venham nos esclarecer.