domingo, 9 de fevereiro de 2020

JACQUES CHEMINADE - A FACE ESCONDIDA DO BREXIT


Como é que oligarquia britânica e globalista vai manter o controlo, sempre em comunhão com os «five eyes» (EUA, Austrália, Nova Zelândia, Canada, Reio Unido) ? 

BEE GEES / DIONNE WARWICK - HEARTBREAKER

                                         https://www.youtube.com/watch?v=f-H6N5xQQik                                 

Foi esta canção especialmente escrita para Dione Warwick, aqui interpretada pelos originais compositores. 

 

Tal como a célebre cantora americana, eles têm uma longa carreira, com imensos sucessos. Curiosamente, parecem muito menos apreciados, hoje em dia, que outros grupos, que emergiram também nos anos sessenta e ainda «mexem».
Considero esta canção das melhores, do abundante reportório do célebre grupo, que vendeu mais de 220 milhões de discos ao nível mundial. 
Por isso, considero que se pode ser original e ter um sucesso fulgurante!

sábado, 8 de fevereiro de 2020

DIONNE WARWICK / BURT BACHARACH - ANYONE WHO HAD A HEART

Este vídeo é uma homenagem aos inesquecíveis Dionne Warwick e Burt Bacharach:

Burt Bacharach escreveu esta canção para Dionne, uma das canções que marcam a longa e frutuosa colaboração artística entre a interprete e o compositor. 
Este sucesso de longas semanas no «top 10» de 1964, em muitos países, inteiramente merecido, projecta-nos para outra época, onde as qualidades musical e vocal se conjugam, para proporcionar obras primas originais e cheias de surpresas. 
Uma das surpresas musicais, é esta composição utilizar poliritmia, uma raridade na música pop, pelo menos dessa época. Outra qualidade rara, é a excelente adequação do estilo interpretativo de Dionne ao conteúdo da peça.

Alguns outros sucessos maiores de Dionne Warwick / Burt Bacharach (e quem tiver ouvidos, que oiça!!!):
«I say a little prayer»

«I'll never fall in love again» https://www.youtube.com/watch?v=FzQBOBoPg04

«What The World Needs Now Is Love»

https://www.youtube.com/watch?v=2cW8Alo_5uI

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

[Manlio Dinucci] COM GUERINI, AINDA MAIS LIGADOS AO PENTÁGONO


                         



“Relação historicamente privilegiada, que é necessário reforçar o mais possível": assim, na sua visita a Washington (29-31 de Janeiro), o Ministro da Defesa, Lorenzo Guerini (PD) definiu a ligação da Itália com os Estados Unidos.

O Secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, definiu a Itália como “um sólido aliado NATO” que, albergando mais de 34.000 militares e outros funcionários do Pentágono, “desempenha um papel vital na nossa projecção de força na Europa, no Mediterrâneo e no norte da África”.

O papel da Itália é mais importante de tudo quanto diga o mesmo Esper. O Pentágono pode lançar do nosso território, através dos comandos e das bases dos USA/NATO, operações militares numa área que, do Atlântico se estende à Rússia e, ao sul, a toda a África e ao Médio Oriente. Sempre com o consentimento e com a colaboração do Estado italiano.

“Ambos os países - sublinha o comunicado oficial do Pentágono - reconhecem a influência desestabilizadora do Irão no Médio Oriente e concordam em continuar a trabalhar juntos para conter as actividades iranianas, cada vez mais perturbadoras”. É assim cancelada a posição formal assumida pelo Governo italiano (e, portanto, pelo próprio Guerini) que, após o assassínio de Soleimani ordenado por Trump e a reacção iraniana, tinha sublinhado a necessidade de “evitar uma escalada posterior e favorecer uma redução da tensão através da diplomacia”. Confirmando que a decidir é Washington e não Roma, Guerini declarou, na conferência de imprensa no Pentágono, que “a Itália decidiu permanecer no Iraque após uma conversa telefónica com o Secretário Esper”.

Guerini - informa o Ministério da Defesa - também foi recebido pelo Conselheiro do Presidente Trump, Jared Kushner, “promotor do recente plano de paz para o Médio Oriente”, ou seja, do plano de criar um “Estado Palestiniano” segundo o modelo das “reservas índias” criadas pelos EUA, no século XIX.

O Ministro Guerini também teve, de Esper, alguns puxões de orelhas: a Itália deve empenhar-se mais para levar a sua despesa militar (cerca de 70 milhões de euros por dia) a, pelo menos, 2% do PIB (cerca de 100 milhões de euros por dia ); deve limitar também ou proibir o uso da tecnologia chinesa 5G, em particular a da Huawei, que “compromete a segurança da Aliança”.F-35
No entanto, imediatamente a seguir, o Ministro Guerini teve a sua maior satisfação: o Chefe do Pentágono agradeceu-lhe por “ter reforçado o papel da Itália como parceiro fundamental dos Estados Unidos na indústria da Defesa, e pelo seu forte apoio ao programa do caça F-35, no qual a Itália, um parceiro de segundo nível, fez investimentos importantes na pesquisa e no desenvolvimento”.

Em Washington - lê-se num comunicado publicado em Roma - o Ministro Guerini encontrou-se com “representantes da indústria italiana da Defesa e com os principais ‘think tanks’ do sector”.

Em primeiro lugar, certamente, com os dirigentes da Leonardo - a maior indústria militar italiana, da qual o Ministério da Economia e Finanças é o principal accionista - que nos EUA fornece produtos e serviços às forças armadas e às agências de inteligência/serviços secretos, e em Itália gere a fábrica de Cameri dos caças F-35 da Lockheed Martin.

Guerini também se reuniu, em Washington, com os gerentes da Fincantieri, controlada em mais de 70% pelo Ministério da Economia e Finanças. Nos EUA, o Fincantieri Marine Group constrói navios de combate costeiros para a US Navy. Quatro navios do mesmo tipo estão agora a ser construídos por esta empresa Fincantieri para a Arábia Saudita, sob um contrato de 2 biliões de dólares, estipulado pela Lockheed Martin.

Em 2019, enquanto Fincantieri, controlada pelo governo, assinava o contrato para a construção de navios de guerra para a Arábia Saudita, a Câmara aprovava uma moção, apresentada pela maioria do governo, que pedia um embargo à venda de armamentos à Arábia Saudita.

il manifesto, 4 de Fevereiro de 2020


               







DECLARAÇÃO DE FLORENÇA
Para uma frente internacional NATO EXIT,
em todos os países europeus da NATO


Manlio DinucciGeógrafo e geopolitólogo. Livros mais recentes: Laboratorio di geografia, Zanichelli 2014 ; Diario di viaggio, Zanichelli 2017 ; L’arte della guerra / Annali della strategia Usa/Nato 1990-2016, Zambon 2016, Guerra Nucleare. Il Giorno Prima 2017; Diario di guerra Asterios Editores 2018; Premio internazionale per l'analisi geostrategica assegnato il 7 giugno 2019 dal Club dei giornalisti del Messico, A.C.

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Webpage: NO WAR NO NATO

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

MUNDO PERDIDO REVELADO EM ARTEFACTOS E RESTOS HUMANOS NAS COSTAS DO MAR DO NORTE






A imagem mostra uma lâmina translúcida de sílex, fabricada por caçadores recolectores de há cerca de 8 000 anos, recolhida numa praia da Holanda. 

Esta zona «Zandmotor» da costa holandesa não é um sítio banal, na medida em que a investigadora  Willy Van Wingerden já aí recolheu mais de 500 artefactos e mesmo ossos humanos fossilizados de há muitos milhares de anos. 



Com cerca de meio quilómetro de largura, esta praia foi originada pela dragagem do fundo marinho e despejada sobre a costa em 2012. Esta obra tem como finalidade proteger a costa holandesa da subida do mar. 
Esta rica mina de artefactos paleolíticos surgiu a partir de um mundo perdido, que se estendia desde as costas de Inglaterra, Holanda, até às da Escandinávia. No auge da idade do gelo, em que os neandertais eram os únicos humanos presentes, eles foram capazes de atravessar por o que é hoje o canal da Mancha (que não existia) ou outros pontos e alcançar o território do que se tornou depois as Ilhas Britânicas.
Nesta época, o nível do mar estava, em média, 70 metros abaixo do actual. O que é agora o Mar do Norte, foi território de homens modernos ancestrais, neandertais e mesmo de homininos mais antigos. Todo esse território ficou submerso, quando os glaciares se fundiram e fizeram subir o nível do mar, há cerca de 8500 anos.

Hoje em dia é possível datar artefactos com novas técnicas, o que ajuda a classificar os achados que têm sido feitos, na orla desse vasto território submerso.
Os achados permitem reconstituir uma paisagem de floresta e rios, rica em caça. Não era uma área desértica, era talvez a melhor área para caçadas no continente europeu. 
As técnicas de recuperação e sequenciação de ADN antigo podem ser utilizadas, pois as águas frias preservam melhor o ADN que quando ele está exposto ao ar. Outros territórios submersos, como a Beríngia (que ligava o norte da Sibéria ao Alaska) poderão ser também sondados desta maneira, no futuro. Lembremos que a Beríngia foi o território originário das primeiras populações da América. 

As terras submersas, Doggerlands, foram baptizadas segundo a designação duma zona do mar do Norte rica em peixe (Dogger Banks). Há 50 mil anos atrás, a paisagem era bem diversa. 
Esta região estendia-se desde Amesterdão até à Escócia e ao sul da Noruega. Abrangia, pelo menos, 180 mil quilómetros quadrados de terra emersa, quatro vezes maior que a Holanda de hoje. 

                          Picture of Doggerland

Muitas informações estão disponíveis no site do magazine Science, no artigo «Lost world revealed by human, Neandethal relics washed up on North Sea  beaches» (O mundo perdido revelado pelos restos humanos e neandertais encontrados em praias do Mar do Norte) 


 
Arqueólogo Luc segura um artefacto neandertal em sílex, com parte envolvida em «cola» de bétula. 

O pedaço de sílex talhado, encontrado nas praias do Mar do Norte, tem pelo menos 50 mil anos, sendo portanto tecnologia neandertal. Segundo a análise química, esta ponta de sílex era mantida (na ponta de uma lança ou seta) através de uma «cola» feita da resina de bétula. Isto implica tecnologia sofisticada para extrair e processar esta «cola».
Pode-se esperar encontrar restos do Homo antecessor (800 mil anos), cujas pegadas no Reino Unido, datadas no seu contexto geológico, permitem afirmar que estes deambularam aí. 

Os neandertais, há cem mil anos, eram caçadores especializados, adaptados a viver numa região fria como o norte siberiano, de hoje em dia. 
Há 45 mil anos, os homens anatomicamente modernos entraram na Europa (vindos de África) e as áreas de ocupação dos neandertais começaram lentamente a diminuir. Pensa-se que as Doggerlands foram local de ocupação do homem moderno, há cerca de 40 mil anos, quando esta  zona se apresentava como uma estepe gelada. 
Por volta de 20 mil anos, uma vaga de frio trouxe um severo arrefecimento a toda a região, que a tornou demasiado fria para ser habitável. Mas, há 15 mil anos, o reaquecimento trouxe um breve período de abundância, como se pode comprovar por amostras de pólen, de ADN antigo, de madeira fossilizada,  que permitem reconstituir uma paisagem de florestas e de rios, cheia de vida selvagem e de humanos, cujos restos incluem artefactos finamente trabalhados em pedra, em osso e em marfim de rena. 


               
     Maxilar de um adolescente que habitava em zona agora submersa do Mar do Norte.

              
     Calote craniana com 13 mil anos de H. sapiens, «pescada» ao largo de Roterdão

Vale a pena analisar em detalhe o artigo supra-citado, do qual extraí as imagens anteriores.

Nestas costas do Mar do Norte há um manancial de restos arqueológicos por descobrir, que nos permitem traçar uma parte literalmente submersa da aventura humana.