sexta-feira, 22 de junho de 2018

ILAN PAPPE: O SIONISMO E A LIMPEZA ÉTNICA DOS PALESTINIANOS


Ilan Pappe é um respeitado professor universitário judeu e de nacionalidade israelita.
Foi obrigado a refugiar-se na Grã-Bretanha em consequência de ameaças dirigidas à sua pessoa e à sua família. 

Parte I do programa «the Hart of the matter»: https://vimeo.com/5975423

Parte II do programa «the Hart of the matter»: https://vimeo.com/5976685

quinta-feira, 21 de junho de 2018

DESCOBRINDO A MÁ CONSCIÊNCIA DO PASSADO


                        


A forma como o regime de Salazar transformou a expansão marítima e a colonização em epopeia dos «descobrimentos», é realmente um panegírico político para justificar o imperialismo português, que existiu entre finais do século XV e Alcácer Quibir (1578), pois assim podia «unir» em torno da ditadura os colonialistas de «esquerda» (republicanos) e de «direita» (monárquicos) da época. 

Mas será isso um bom pretexto para se rejeitar o conhecimento deste período da história de Portugal? Será razão para não se ver, objectivamente, que os princípios e valores que norteavam as pessoas de há cinco ou seis séculos atrás, nada têm a ver com a mentalidade actual e com o modo como concebemos a democracia, os direitos humanos, a igualdade, o anti-racismo? 

As viagens portuguesas tinham como objectivo claro e explícito, não apenas o comércio, mas a conquista, o ganhar terras para o rei de Portugal. 
Os homens que capitaneavam as expedições possuíam motivos tudo menos nobres, na verdade: ambição política, ganância, redourar o seu brasão ... Porém, nada disto é justificativo da forma absurda como se coloca a questão, ao nível verbal, ao nível de terminologia... É absurdo termos má consciência colectiva por aquilo que fizeram os homens que iam nas caravelas ou, aliás, por todos os que pertencem à nossa História. 

É triste que pessoas supostamente bem informadas sobre as viagens dos portugueses e sobre a sua importância para o Renascimento e para o advento da era moderna, se ponham a fazer - simetricamente aos salazaristas e aos arautos políticos do passado - um «debate» que é apenas centrado nos horrores, violências, a escravatura, etc. que acompanharam ou seguiram de perto os «descobrimentos». 

Também é irrelevante que se fale de viagens, em vez de descobrimentos: toda a gente sabe que quase todas essas terras eram povoadas, que muitas tinham civilizações, em muitos aspectos superiores às dos «descobridores». É que o termo foi usado na perspectiva do homem europeu... terras por descobrir pela civilização cristã, europeia, ocidental. Igualmente, quando se falava de «dar a conhecer ao mundo», era dar a conhecer ao SEU mundo.  

Podia-se fazer, sem nacionalismo, sem paternalismos pós-coloniais e sem estúpidas culpabilizações colectivas, uma abordagem do fenómeno da expansão ultramarina de Portugal. 
É realmente uma porta adequada para se perceber o ascenso do primeiro globalismo,  do capitalismo mercantil, das primeiras empresas monopolistas, do envolvimento ou proteccionismo do Estado nesses empreendimentos. 
Mas, igualmente, constitui uma mudança radical na filosofia, pela mudança na forma de abordar o outro. 
Ou enquanto primeiro e óbvio triunfo da ciência e da tecnologia ocidentais: os exemplares de plantas, animais e minerais trazidos eram analisados e descritos em termos racionais; as próprias ciências da navegação e ciências associadas (geografia, astronomia, etc.) foram decisivas para as viagens.

Creio que a redução das questões relacionadas com a expansão portuguesa a meras guerras de capelinhas políticas e confrontos verbais estéreis mostra como a «elite» que escreve colunas de opinião nos jornais e fala nas tvs está completamente caduca. Dêem oportunidade a pessoas com cultura verdadeira, para que elas tenham acesso à palavra.
Não existe democracia, qualquer que seja o significado dado a esta expressão, num país onde um pequeno grupo (sempre o mesmo) tem acesso ilimitado aos meios de difusão contemporâneos do pensamento (os media), podendo constantemente despejar sobre o público todas as inanidades, todas as cretinices; no mesmo momento, quem tenha realmente conhecimento sobre os assuntos e com algo de interessante a dizer, fica irremediavelmente afastado.  

terça-feira, 19 de junho de 2018

JORNADA DE APOIO AO POVO DA PALESTINA/ FLOTILHA DE GAZA 19-22JUNHO



        
             Flotilha por Gaza
Entre 19 e 22 de Junho vão estar na Marina de Cascais as embarcações «Freedom» (Liberdade) e «Al-Awda» (O Retorno) que integram a Flotilha da Liberdade 2018 que partiu da Suécia e da Noruega e tem como destino Gaza.
Quinta-feira dia 21 virão até à Fábrica de Alternativas às 18:30 para uma conversa entre os membros da Flotilha e todos os que desejarem saber mais sobre a situação na Palestina e sobre a própria viagem. Uma ampla participação de todo(a)s permitirá que os membros da Flotilha levem ao povo palestino um forte testemunho da solidariedade do povo português.
18H30 - Conversa com membros da flotilha
20H00 - Jantar Palestiniano
21H30 - Filme sobre a situação na Palestina
Quem não puder estar presente na Fábrica pode consultar o programa completo no final deste texto
SOBRE A FLOTILHA DA LIBERDADE
A Coligação da Flotilha da Liberdade (Freedom Flotilla Coalition - FFC) é um movimento humanitário, composto por pessoas do mundo inteiro que trabalham juntas para acabar com o bloqueio ilegal e desumano imposto à população da Faixa de Gaza e para exigir a liberdade de movimento para todo o povo palestiniano. Esta coligação formou-se em 2009 para coordenar acções e campanhas locais contra o bloqueio imposto sobre um território povoado por dois milhões de pessoas. Cada ano, desde 2009, a Coligação da Flotilha da Liberdade procura romper o cerco a Gaza levando bens e esperança à população e lembrando ao Mundo como este cerco é desumano. Este ano navega com o lema: UM FUTURO JUSTO PARA A PALESTINA
FAIXA DE GAZA - A MAIOR PRISÃO A CÉU ABERTO
A Faixa de Gaza situa-se à beira do Mar Mediterrâneo. É um território de 365 km2, onde vivem cerca de 2 milhões de pessoas submetidas a um bloqueio desumano desde 2007, em que o governo sionista de Israel exerce controlo a todos os níveis: entradas de bens alimentares e médicos, circulação de pessoas, controlo do mar, do ar e da terra, controlo do fornecimento da electricidade, controlo da entrada de materiais de construção e de todo o tipo de equipamento.
Hoje na Faixa de Gaza, a população tem 4 horas de ectlericidade por dia. Não tem água potável nas torneiras. Os pescadores estão limitados a 6 ou 3 milhas náuticas. O mar está poluído devido à falta de electricidade e de materiais de construção para concluir as estações de tratamento das águas dos esgotos. A população da Faixa de Gaza está sujeita a repetidos e aleatórios bombardeamentos nos limites arbitrários das suas fronteiras e nos limites flutuantes das milhas náuticas impostas, impedindo camponeses e pescadores de colher os frutos para a sua subsistência.
São 11 anos de prisão e repetidos massacres com consequências devastadoras em termos humanos e ambientais.
Os massacres de 2008-2009 (Operação Chumbo Fundido) deixaram 1400 mortos, 60.000 casas destruídas e 20.000 pessoas sem lar;
O ataque de 2012 (Operação Pilar Defensivo) fez 174 mortos e 10.000 casas destruídas;
A carnificina de 2014 (Operação Margem Protectora) resultou em 2251 mortos, 171.000 casas destruídas, 17.800 casas totalmente inabitáveis e 100.000 pessoas sem lar;
A repressão mortífera exercida pelo exército israelita desde 30 de Março de 2018, dia da Marcha do Regresso (Dia da Terra) deixou, até agora, 135 pessoas assassinadas e mais de 14.605 feridas (Fonte OCHA).
PROGRAMA
Terça-feira 19 de Junho
Chegada dos barcos «Freedom» e «Al Awda»
Concentração junto à Marina de Cascais a partir das 17:00
Sambacção/ROR (presença a confirmar)
Quarta-feira 20 de Junho
18:30 Sessão pública na Associação José Afonso, Rua de São Bento nº 170, Lisboa, com a presença e participação de membros da Plataforma de Apoio à Flotilha 2018, MPPM, Representante do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Palestina, Membros da Flotilha da Liberdade
Coro da Achada (presença a confirmar)
Quinta-feira 21 de Junho
Conferência de Imprensa 11:00 junto da Marina de Cascais a bordo do veleiro "Freedom".
Entrevistas a partir das 14:15 (marcação prévia)
18:30 Conversa com membros da Flotilha na Fábrica das Alternativas,Rua Margarida Palla nº 19A, Algés
19:00 Conversa com membros da Flotilha na RA Arroios 100 - Rua de Arroios nº 100, Lisboa
Sexta-feira 22 de Junho
Partida dos barcos da Marina de Cascais com destino a Cádis.
Concentração junto à Marina a partir das 8:00
Sambacção/ROR (presença a confirmar)
19:00 Benefit Flotilha na Disgraça, Rua da Penha de França nº 217A/B, Lisboa.
Programa provisório: jantar, curtas metragens, concerto, apresentação da Flotilha, lançamento das Folhas Soltas do GAP nº 9, apelo a participação Folhas Soltas nº 10 (...)
PARA MAIS INFORMAÇÕES
Freedom Flotilla Coalition: https://freedomflotilla.org

segunda-feira, 18 de junho de 2018

ECB E OUTROS BANCOS CENTRAIS REUNIDOS EM SINTRA

                       
A reunião em Sintra deverá apresentar poucas novidades e não terá outro fim senão propaganda.
 Espera-se que Draghi avance com alguns detalhes sobre a política do ECB para o próximo ano, em particular dê pistas sobre o modo como as compras de activos pelo ECB vão reduzir-se ao longo do tempo. O crescimento anunciado das taxas de juro, esse vai ter que esperar mais tempo. Assim, o ECB mantém as taxas perto de zero, durante pelo menos mais um ano. 
As medidas drásticas pós crise de 2008, a política de zero por cento de juros, a compra de activos -muitos deles tóxicos - aumentando a carteira dos bancos centrais até níveis nunca vistos antes, supostamente terão levado a uma recuperação da crise. Porém, tal não é nada líquido. Primeiro porque esta «recuperação» é a mais incipiente e prolongada no tempo, com uma série de indicações da economia real que os podem legitimamente fazer duvidar do efeito benéfico das medidas. Estas tiveram como resultado mais palpável a subida das bolsas de acções nos vários países ocidentais, mas em grande parte esta subida não corresponde a um efeito de maior desempenho das empresas ou de maior disponibilidade de meios das famílias ou mesmo de investidores institucionais, como os fundos de pensões. Estes aumentos das bolsas explicam-se sobretudo por um lado, pelas auto-compras realizadas pelas grandes empresas, pois obtinham crédito praticamente gratuito, tendo usado largamente esse crédito para aumentar artificialmente a sua cotação bolsista (satisfazendo assim os accionistas  e enchendo com bónus as algibeiras dos gestores) e, por outro pelas avultadas e sistemáticas compras pelos bancos centrais, nomeadamente temos conhecimento do facto no caso do banco do Japão e do banco nacional suíço, mas penso que haverá outros. Além disso, a compra sistemática das obrigações soberanas - pelo ECB - criou uma distorção muito grande no mercado do crédito. A anulação deste «quantitative easing» pelo ECB irá com certeza originar muitas perturbações nos mercados, sobretudo nos do imobiliário e no crédito às empresas, ambos com efeitos «bola de neve» potencialmente catastróficos.
Mas os banqueiros centrais e os políticos dos governos respectivos todos eles dançam a mesma dança: uma vez é o BCE, outra vez a FED, outra vez o Banco Central do Japão. Os bancos centrais da China e da Rússia, às vezes, também participam na valsa, embora não o façam ao compasso dos ocidentais... tentam desligar-se da hegemonia do dólar: o banco central russo desfez-se de metade das obrigações do tesouro dos EUA em Abril. O banco central da China também vem reduzindo a sua exposição ao dólar. 
Num contexto de guerra económica, os prejuízos das altas tarifas no comércio (impostas por Trump) terão como resposta, vendas maciças das obrigações do tesouro dos EUA, originando descidas no valor de mercado das mesmas. Apenas a FED e o Tesouro dos EUA irão adquirir esses activos, mas estão limitados, pois a dívida gerada acumula-se sem controlo. 

Em geral, existe uma orientação globalista dos bancos centrais ocidentais, que permite que a oligarquia se tenha mantido e enriquecido, enquanto a imensa maioria tem vindo a perder capacidade económica. Os dirigentes que andam há quase dez anos a espevitar a inflação, com o objectivo de espevitar a economia,  podem ser responsabilizados pela ruína das «classes médias» na Europa ou na América. Com efeito, aqueles cujos salários ou pensões - no melhor dos casos - estagnaram em termos nominais, desde há uma década, tiveram um decréscimo de nível económico da ordem de 50% ou mais. Mas os economistas com vendas nos olhos ou comprados pela grande finança, continuam a pregar a teoria «neokeynesiana», que cada vez se torna mais grotesca por, sistematicamente, o remédio preconizado levar ao contrário do que tinham desejado. Isto chama-se (para retomar a célebre definição de Einstein)  insanidade, ou seja, repetir vezes sem conta o mesmo acto, apesar de resultados contrários  ao objectivo pretendido: O «quantitive easing» conduz à destruição de capital, pois massa monetária não é igual a riqueza, o que toda a gente sabe!

sábado, 16 de junho de 2018

PAUL STREET: «O DESAFIO DE CHOMSKY AOS AMERICANOS»


O artigo vale por si, vale a pena lê-lo na íntegra. Dele retirei alguns parágrafos, que transcrevi abaixo... Gosto do estilo factual de Paul Street e de Noam Chomsky, os dados nus incontestáveis, que são porém sistematicamente ocultados às pessoas. 
Se o governo dos EUA, as grandes corporações de media e todos os servos da ordem imperial fazem tanto para ocultar e dar uma versão completamente falsa e heróica das acções militares  (e outras) das guerras da Coreia, do Vietname, do Iraque, até hoje, é porque sabem que a sua imagem e autoridade repousam largamente numa narrativa totalmente fictícia, para consumo das massas.  Sem tal imagem fabricada, a natureza desse poder fica completamente desnudada e portanto, enfraquecida.           

                      

[excertos do artigo citado:]

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U.S. Air Force Gen. Curtis LeMay boasted that “we burned down every town in North Korea” and proudly guessed that Uncle Sam’s gruesome air campaign, replete with napalm and chemical weapons, murdered 20 percent of North Korea’s population.

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 Just one U.S. torture program alone—the CIA’s Operation Phoenix—killed more than two-thirds as many Vietnamese as the total U.S. body count. Unbeknownst to most Americans, the widely publicized My Lai atrocity was just one of countless mass racist killings of Vietnamese villagers carried out by U.S. troops during the crucifixion. Vietnam struggles with an epidemic of birth defects created by U.S. chemical warfare to this day.

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Journalist Joyce Chediac testified that:

U.S. planes trapped the long convoys by disabling vehicles in the front, and at the rear, and then pounded the resulting traffic jams for hours. … On the sixty miles of coastal highway, Iraqi military units sit in gruesome repose, scorched skeletons of vehicles and men alike, black and awful under the sun … for 60 miles every vehicle was strafed or bombed, every windshield is shattered, every tank is burned, every truck is riddled with shell fragments. No survivors are known or likely. … U.S. forces continued to drop bombs on the convoys until all humans were killed. 
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Why, oh why, do they hate us?” So runs the plaintive American cry, as if Washington hasn’t directly and indirectly (through blood-soaked proxies like the Indonesia dictator Suharto and the death-squad regimes of Central America during the 1970s and 1980s) killed untold millions and overthrown dozens of governments the world over since 1945. As if the U.S. doesn’t account for nearly 40 percent of the world’s military spending to maintain at least 800 military bases spread across more than 80 “sovereign” nations. 

quinta-feira, 14 de junho de 2018

A INDIFERENÇA MATA

      
Veio-me esta reflexão a propósito do artigo de Jonathan Cook, aqui, cuja leitura recomendo.
Com efeito, Jonathan tem razão ao denunciar a armadilha que muitos de nós colocamos a nós próprios, quando queremos «discutir política» em termos de «qualidades e defeitos», da personalidade, duma valoração moral dos actos dos líderes, chefes de estado e governo.

De facto, este ângulo é o que não traz nenhum beneficio para a discussão séria sobre política, pois tem como pressuposto (implícito) que as pessoas que «avaliam» o desempenho destes dirigentes são uma espécie de «consciência do mundo»... Na realidade, a media está sempre a proceder desta maneira nas suas pseudo-análises, o que apenas reforça um determinado estereótipo, uma determinada visão das coisas, que se encaixa por sua vez no «perfil típico» do leitor/espectador deste ou daquele veículo mediático.
De facto, a única análise política madura é a que vai procurar entender o porquê deste ou daquele comportamento, acção, iniciativa, dentro de uma lógica de PODER. Porque política é sinónimo de poder e querer fazer política, é - de uma forma ou de outra - querer impor seu poder, as suas vistas, ao resto da sociedade. A lógica do poder serve-se do discurso moral, dos direitos humanos, etc., mas apenas como outra arma na panóplia das que dispõe para chegar a seus fins. Maquiavel continua - sem dúvida - um marco inultrapassável do pensamento político e da filosofia pragmática da Modernidade. Isto não significa que moralmente sejamos «maquiavélicos» no sentido pejorativo, ou seja, que não nos importemos com a «moralidade» dos meios utilizados, desde que eles sejam bons para servir os fins que nós próprios queremos alcançar! 
A política, sendo o que é, obriga ao REALISMO, ou seja, a vermos o jogo político como jogo onde determinadas forças exercem o poder, de forma ostensiva ou encapotada: são aqueles que «seguram os cordelinhos» do jogo que são os verdadeiros protagonistas; os outros são apenas figurantes, ou «idiotas úteis» manipulados para fazerem os jogos de quem verdadeiramente MANDA. 
O conjunto da media desempenha globalmente um papel de ocultador do jogo dos poderosos, mesmo quando aparenta «revelar» as suas manobras. Apenas algumas organizações totalmente à margem, como Wikileaks, ou alguns «soadores de alarme» como Edward Snowden, têm sido corajosos e têm mostrado as coisas e as evidências das responsabilidades dos líderes.
No geral, os cidadãos do século XXI estão sujeitos a um ecrã de fumo da propaganda e uma «lavagem ao cérebro», que os leva à passividade em relação aos crimes e abusos cometidos em seu nome, lá longe, num «teatro de guerra». Mas, de facto, nem podem argumentar com ignorância, pois a media, não dizendo tudo e deformando muitas coisas, dá-lhes algumas pistas. Hoje ainda é possível (durante quanto tempo?) procurar saber algo mais, para além da propaganda. 
É a indiferença que mais mata, a meu ver: ela permite que os do poder (sejam eles quais forem) possam continuar suas actividades criminosas, abertas ou encapotadas, sem qualquer  receio de serem responsabilizados criminalmente ou até, somente, de perderem as eleições, devido a terem ordenado e cometido os piores crimes.