There are many many crazy things
That will keep me loving you
And with your permission
May I list a few
The way you wear your hat
The way you sip your tea
The memory of all that
No, no they can't take that away from me
The way your smile just beams
The way you sing off key
The way you haunt my dreams
No, no they can't take that away from me
We may never never meet again, on that bumpy road to love
Still I'll always, always keep the memory of
The way you hold your knife
The way we danced until three
The way you changed my life
No, no they can't take that away from me
No, they can't take that away from me
Written by Ira Gershwin, George Gershwin
Esta célebre canção dos anos 30, composta por Ira e George Gershwin, foi interpretada por quase todas as celebridades do jazz, como Billie Holiday, Frank Sinatra ou Ella Fitzgerald.
Também estrelas do jazz instrumental - como Art Tatum e outros - nela se inspiraram para executarem originais improvisos.
Mas, ao fim e ao cabo, a versão que gosto de ouvir repetidas vezes é esta, a de Erroll Garner.
Potemkin era primeiro-ministro
da Tsarina Catarina da Rússia, que reinou na segunda metade do século XVIII.
As aldeias Potemkin eram estruturas de
madeira, pintadas com cores vistosas, reproduzindo as fachadas de casas, ao
longo das estradas que atravessavam aldeias, pelas quais a Tsarina e sua
comitiva passavam, de coche ou de trenó. Eram apenas cenários postiços, não
deixando ver a miséria das choupanas por detrás, escondendo a realidade da vida
nos campos.
A partir desse momento,
começou a utilizar-se a expressão «aldeia Potemkin» para designar, num sentido
mais ou menos metafórico, quaisquer esquemas mediáticos que pintem de cores risonhas
as realidades da sociedade e sobretudo da economia, num determinado país.
Isto vem a propósito da
constante degradação em termos económicos reais da situação de vários países ditos
do «Ocidente» (nos quais se inclui também o Japão) acompanhada de uma barragem
de propaganda pelos diversos media convencionais, a propalar o mito de que
existe um «crescimento» económico, de que há significativa diminuição do
desemprego, tanto nos EUA como na Europa, que os problemas com a dívida, não
são inultrapassáveis, etc. etc.
A realidade, porém, é outra:
- O «Quantitive Easing»(QE), ou seja, a impressão monetária, que os diversos bancos centrais do «campo
ocidental» têm realizado, tem estado a distorcer toda a estrutura do crédito: os
países mais endividados e com problemas económicos estruturais, graças à compra
sistemática da sua dívida pelos bancos centrais (nomeadamente, os países do sul
da Europa, cujas emissões de dívida são compradas em larga escala pelo ECB) beneficiam de um juro baixo, irrealmente baixo.
- Os países mais fortes
emitem obrigações com taxa de juro NEGATIVAS (cerca de 30% DO MERCADO EUROPEU),
coisa nunca vista: emprestar dinheiro e pagar à entidade devedora…e não ao
contrário!
- A compra discreta de acções, é efectuada pelos bancos centrais (os maiores compradores são o Japão e a Suíça). Esta importante e constante compra pelos bancos centrais de acções, que antes apenas eram transaccionadas entre privados, mantém e aumenta a enorme bolha especulativa nas principais bolsas mundiais.
O maior accionista da «Facebook» … é o Banco Nacional
Suíço!
- As companhias de
seguros, os fundos de pensões, os bancos, são - muito justamente -obrigados
pelas legislações e por regras internas a possuírem uma dada percentagem dos seus activos em produtos financeiros com baixo risco. Sendo assim e dada a supressão quase total
de rendimento nestes activos, têm de arriscar mais e mais nas bolsas e nos
mercados de derivados, para manterem a sua rentabilidade global, o que aumenta exponencialmente o seu risco de falência. Ela já se perfila em vários fundos de pensões, do outro lado do Atlântico.
- Os países ocidentais
acordaram em 2014, em Brisbane (Austrália), numa série de procedimentos prevendo a «resolução» de bancos endividados, em que as entidades públicas apenas em
última instância têm de entrar com o dinheiro dos contribuintes, sendo estabelecido
uma hierarquia de credores. Nesta, os depositantes ficam nos últimos lugares, pois
são considerados «credores não garantidos». A existir uma crise, ela será mundial e sistémica, vários
bancos entrarão em falência, em simultâneo. Os ditos fundos de «garantia» do Estado para nada servirão: não chegam a cobrir 5% do montante total de contas
bancárias.
- As estatísticas estão falseadas, como se pode ver muito claramente no caso dos números do desemprego:
se subtrair a população com emprego à população total em idade de trabalhar,
dos respectivos países, verá que cerca de metade dessa população (50%!) não trabalha. Isto não se deve a uma opção deliberada destas pessoas, na sua imensa
maioria: muitas são pessoas que foram despedidas do seu trabalho, não
conseguem novo emprego e acabam por desistir de o procurar. O desemprego
jovem atinge níveis de rotura social, pondo mesmo em causa a continuidade das
gerações (os casais jovens, não tendo estabilidade financeira mínima, não
querem ter filhos, o que é lógico).
- Vários índices que
poderiam ser úteis para os atores económicos (caso do VIX) não dão o alerta
como deveriam, pois há um excesso de confiança nos mercados, nas bolsas. Pelo contrário, as cotações do
ouro e da prata, que são valores-refúgio tradicionais e cuja cotação aumenta quando
a situação financeira é menos boa, são suprimidos por agentes dos bancos
centrais através da venda em vazio (naked-short-selling) de contratos futuros
(biliões de dólares de contratos vertidos instantaneamente, nas horas mortas
dos mercados), anulando assim a sua potencialidade de «canário na mina» destes
metais.
- O nível de
endividamento dos Estados (ver quadro acima), das corporações e das famílias é absolutamente ingerível.
A única maneira que banqueiros e governos têm de «resolver» esta situação – além de declarar falência, claro! – é atirar os problemas, que se vão avolumando,
para as futuras gerações, ao mesmo tempo que vão desvalorizando a sua própria
divisa, emitindo tanta quanto for necessário para fazer «rolar» a dívida, para
pagar os juros, etc. Julgam que, com o tempo, a desvaloziração da moeda reduz a quase nada o valor do capital em dívida… Têm conseguido manter a ilusão de normalidade, mas é impossível fazê-lo sempre pois os juros e o próprio capital em dívida se têm vindo a acumular; basta um «cisne negro» para deitar tudo a perder.
- Entretanto, os que vivem dum salário ou pensão de reforma (a
imensa maioria) serão castigados pela inflação: salários e pensões têm (nominalmente) ficado constantes nas últimas duas décadas, no melhor dos casos; porém, a inflação verdadeira, não os valores fictícios dos governos, ronda os 10% nos EUA e na Europa.
- Os contrastes entre
ricos e pobres não param de crescer, em especial nos países mais afluentes, o
que prova a total falência do modelo económico e social do liberalismo, para o
qual não haveria nenhuma alternativa (dizem) dum qualquer tipo de socialismo ou social-democracia.
- Mesmo as propostas
menos arrojadas são imediatamente sabotadas, difamadas, o que torna ainda mais prováveis
as insurrecções: os governos sabem-no bem, pois têm equipado as polícias de choque, como se se tratasse de verdadeiros exércitos e paulatinamente decretam legislação liberticida, eliminando todas as garantias de defesa dos cidadãos
contra o arbítrio do poder.
- Tudo o que a casta
política - ajudada pela media prostituta - tem feito perante o agravar da crise terminal do capitalismo é erguer novas «aldeias Potemkin» ou, nas já
existentes, reforçar os cenários de tela e repintá-los com cores mais
vistosas, para que a plebe não-consciente, alienada e conformada… permaneça na escravidão.
O problema com as «aldeias Potemkin» é que, ao menor choque, se abrem
buracos nas telas de cartão prensado, deixando ver a paisagem verdadeira. Aliás, de pouco serve remendar tais buracos: uma rabanada de vento mais forte acaba sempre por derrubar o cenário todo!
O Dr. Scruton representa uma corrente de filosofia sobre estética, que tem sido completamente posta de lado pelas correntes do pós-modernismo, que revela a ligação (óbvia) a meu ver, da estética com a moral (quer individual, quer colectiva).
Este monumento da região de Cambridge é absolutamente ímpar, tanto pela sua monumentalidade - durou três séculos a ser edificado - como pelo enorme significado que encerra para a história de Inglaterra.
Tive imenso prazer em deambular nesta floresta de pedra, onde se sucedem o estilo românico tardio, o gótico primitivo e o gótico flamejante.
Muitas das esculturas de santos que estavam inicialmente em nichos, foram removidas pelos iconoclastas, fundamentalistas protestantes da época, que consideravam a representação dos santos como uma adoração de imagens e portanto blasfémia e contrária à sã doutrina cristã, segundo eles.
Só se salvaram umas esculturas lá muito no cimo, praticamente inalcançáveis, no exterior da igreja.
A capela de Sta Maria era revestida de frisos de altos relevos nas quatro paredes, com cenas do antigo e novo testamento.
As esculturas foram vandalizadas também nessa ocasião; cortaram as cabeças dos personagens representados, mas as partes dos corpos que restam e as pregas dos tecidos, mostram que foram obra de grandes mestres do final da idade média.
Uma bomba destruiu - na II Guerra Mundial - a parte lateral da fachada, a qual assim permanece até hoje.
Apesar de todos os danos do tempo, da incúria, estupidez e selvajaria dos homens, este monumento respira paz.
Foi concebido pelos monges beneditinos como prece erguida em louvor a Deus.
Hoje em dia, à distância de um milénio desde o ínicio da sua construção, visitar esta catedral é ocasião de autêntico êxtase perante a harmonia do conjunto.
Na sequência da presença do
Cacique Ládio Veron e do Jantar Benefit/Debate realizados na Fábrica de
Alternativas vamos apresentar o filme "Martírio" sobre a luta dos
Indios Guarani Kaiowas pelo seu direito à vida, à sua cultura e às terras onde
sempre viveram e o massacre a que foram sujeitos.
Título: «Martírio» (Original)
Dirigido por: Vincent
Carelli
Brasil 2016 / 160 minutos
Documentário Nacional
Martírio” é um documentário imperdível. Imperdível porque é essencial para
compreender um dos mais longos e violentos conflitos de terra do Brasil: o
genocídio contra os Guarani-Kaiowá e Ñandeva no Mato Grosso do Sul.
Realizado pelo documentarista e antropólogo, Vincent Carelli (que também
dirigiu o excelente Corumbiara), o filme exibe cenas de quase 30 anos de
experiência do director com os povos indígenas do Mato Grosso do Sul.
Classificar a situação dessas populações indígenas como genocídio está longe de
ser um exagero. Afinal, como classificar uma situação na qual fazendeiros
organizam milícias armadas que invadem aldeias (tanto faz se é de noite ou
durante o dia) atirando a esmo contra crianças, idosos e mulheres? Ou ainda as
emboscadas de pistoleiros ou atropelamentos propositais contra lideranças
indígenas? E ainda os aviões dos fazendeiros que lançam veneno sobre as casas e
roçados das aldeias, acampamentos e retomadas; os estupros de mulheres e
crianças e uma das maiores taxas de suicídios do mundo. Suicídios que expressam
a calamidade vivida por esse povo. Sem sua terra original, sem poder plantar
seu roçado e manter seu modo de vida, tirar a própria vida tornou-se uma via de
fuga desesperada entre os Kaiowás.
Nos últimos 12 anos foram assassinados mais 400 Kaiowás e Ñandevas no Mato
Grosso do Sul, segundo dados do Conselho Missionário Indigenista (CIMI). É mais
de 30 assassinatos por ano, uma verdadeira Palestina dentro do Brasil. Mas quem
já foi numa aldeia e ouviu os relatos sobre as barbaridades cometidas pelos
fazendeiros e pistoleiros sabe que o número é bem maior. Há um número
incontável de desaparecidos, atropelados e gente morta por envenenamento que
não figuram nas estatísticas.
Quando se está na região meridional do Mato Grosso do Sul, porção do território
originário dos Kaiowás, é preciso ter cuidado com o que fala e com quem fala. O
racismo é brutal. Simpatizantes da causa indígena não são bem-vindos e podem sofrer
retaliações. Também é preciso tomar cuidado quando se percorre as estradas
cruzando imensas plantações de soja em direcção às aldeias e retomadas. Uma
emboscada pode lhe esperar logo ali à frente. Por isso, não é nada estranho
saber que o documentário não está em cartaz em nenhuma sala de cinema do Mato
Grosso do Sul.
Esse medo e tensão estão presentes em “Martírio” que, em suas três horas de
duração, resgata a longa marcha de resistência dos indígenas. Nos séculos XVI e
XVII foram vítimas das temíveis bandeiras paulistas. Depois, no final do século
XIX, suas terras foram tomadas e arrendadas aos grandes produtores de erva
mate. Nessa época, os Kaiowás se tornaram escravos nas grandes plantações,
atados pelo sistema de peonagem ou escravidão por dívida em lojas comerciais.
Na década de 1940 foram definitivamente expulsos de suas terras por meio de
projetos de colonização. Foram, assim, confinados como bichos em oito pequenas
reservas indígenas que juntas não somavam 1% de seu antigo território original.
Veio a “revolução verde” e o “moderno” agronegócio nos anos 1970 que varreu
quaisquer vestígios das imensas florestas que cobriam a região. Hoje, um mar de
soja e cana cobrem aquela terra vermelha. Enquanto isso, o antigo SPI (e depois
Funai), a partir de uma perspectiva eurocêntrica ainda incrustada na sociedade
brasileira, tentam aniquilar a população indígena e incorporá-los à suposta
“civilização”.
Entretanto, nas décadas de 1970 e 1980 veio a resposta indígena com as
retomadas dos seus antigos territórios. Foi nessa época que surge aos olhos do
mundo e do país a luta Kaiowá. Marçal de Souza Tupã-Y foi o seu porta-voz. Em
1980 discursou para o papa João Paulo II e três anos depois foi assassinado com
tiros na boca. Mas os indígenas não se calaram e as retomadas seguiram. Novas
lideranças e mártires surgiram como o cacique Marcos Veron, Genivaldo Vera,
Rolindo Vera, Nísio Gomes, Semião Fernandes Vilhalva e muitos outros que
poderiam encher essa página.
“O que tá pegando a gente é o capitalismo”, explica em guarani uma jovem
liderança indígena em uma das cenas de “Martírio”. A imagem foi captada numa
Aty Guasu (assembleia dos caciques Kaiowás e Ñandeva) em 1988 e demonstra a
total clareza dos indígenas sobre quem são seus inimigos e contra quem se deve lutar.
O documentário também mostra vários minutos dos discursos de políticos
ruralistas no Congresso Nacional. A bancada do agronegócio não se constrange em
destilar ódio, racismo e inventar absurdas mentiras sobre as populações
indígenas, classificados de vagabundos, inimigos do progresso e privilegiados
por viverem de… cestas básicas…
O filme também exibe os famosos leilões de bois realizados por fazendeiros para
arrecadar dinheiro e organizar milícias contra os indígenas. É preciso ter
estômago para ver essas cenas. Talvez seja por isso que o espectador tenha
vontade de pular de alegria quando o documentário exibe a cena em que centenas
de indígenas invadem o plenário da Câmara dos Deputados e literalmente botam os
parlamentares para correr. A cena é de abril de 2016 quando foi realizada uma
marcha nacional indígenas contra a PEC 215 que transfere a demarcação das
terras indígenas para o Congresso.
A covardia e a conivência dos governos petistas também são escancaradas. E não
é só porque Kátia Abreu (ministra da Agricultura do governo Dilma), ao lado de
Ronaldo Caiado, está presente no leilão da morte. Mas porque mostra um governo
de joelhos aos latifundiários quando a ex-ministra da Casa Civil de Dilma, a
senadora Gleisi Hoffmann (PT) promete, em audiência na Comissão de Agricultura
da Câmara, que as demarcações seriam suspensas. Uma cena repulsiva e
humilhante.
Em 2007, a Funai se comprometeu a identificar e demarcar 39 territórios
indígenas. Mas nessa mesma época o agronegócio dá um salto, financiado,
sobretudo, pelo dinheiro público. A emblemática declaração do então presidente
Lula chamando os usineiros de “heróis” foi uma expressão da aliança dos
governos do PT com o agronegócio. O resultado é que nenhum terra Kaiowá foi
regularizada em todo o período dos governos do PT. Certa vez, em conversa com
uma liderança Kaiowá, descobri que Lula sequer se prontificou em receber as
lideranças indígenas. “Lula nos traiu, nos trata como se a gente fosse bicho”,
disse a liderança. “Até o Fernando Henrique nos recebia”, confessou sem
disfarçar sua revolta.
“Escovar a história a contrapelo” é a instrução dada por Walter Benjamin em
suas famosas teses sobre História. O documentário de Vincent Carelli consegue
fazer isso com competência. Dá a voz àqueles que sempre tentaram calar na bala.
Traz à luz o drama dos invisíveis e vulneráveis que continuam a lutar pela sua
Tekoha – palavra guarani que significa lugar da vida. Um documento
imprescindível para entender o Brasil e para se indignar e lutar. Terra,
justiça e demarcação!
A canção, aqui interpretada por Lotte Lenya, é uma das mais célebres do duo Brecht/Weill. As «songs» estavam inseridas em peças teatrais, pontuavam a acção em certos momentos ou eram parte de peça predominantemente musical, como a «Ópera dos Três Vinténs». Pese embora a circunstância da sua criação, a de peças teatrais «políticas», assim como a forte influência da música popular da época (a canção de rua, o jazz, o blues, os musicais da Broadway...) estas canções têm algo de duradouro. São recriadas - geração após geração - por inúmeros interpretes, são traduzidas, imitadas e adaptadas das mais diversas maneiras.
Uma das características destas canções é a sua letra fortemente ligada à fala popular. Outra, é a utilização de frases ditas, não cantadas (recitativo), interpoladas. A melodia é fácil de decorar e de cantar e o seu ritmo é vincado. Frequentemente, o acompanhamento revela ousadias harmónicas, mas discretas: ao analisarmos a partitura, percebemos que são composições da vanguarda dos anos 20.
Ich war jung, Gott, erst sechzehn Jahre
Du kamest von Birma herauf
Und sagtest, ich solle mit dir gehen
Du kämest für alles auf.
Ich fragte nach deiner Stellung
Du sagtest, so wahr ich hier steh
Du hättest zu tun mit der Eisenbahn
Und nichts zu tun mit der See.
Du sagtest viel, Johnny
Kein Wort war wahr, Johnny
Du hast mich betrogen, Johnny, in der ersten Stund
Ich hasse dich so, Johnny
Wie du dastehst und grinst, Johnny
Nimm die Pfeife aus dem Maul, du Hund.
Surabaya-Johnny, warum bist du so roh?
Surabaya-Johnny, mein Gott, ich liebe dich so.
Surabaya-Johnny, warum bin ich nicht froh ?
Du hast kein Herz, Johnny, und ich liebe dich so.
Zuerst war es immer Sonntag
So lang, bis ich mitging mit dir
Aber schon nach zwei Wochen
War dir nicht nichts mehr recht an mir.
Hinauf und hinab durch den Pandschab
Den Fluß entlang bis zur See:
Ich sehe schon aus im Spiegel
Wie eine Vierzigjährige.
Du wolltest nicht Liebe, Johnny
Du wolltest Geld, Johnny
Ich aber sah, Johnny, nur auf deinen Mund.
Du verlangtest alles, Johnny
Ich gab dir mehr, Johnny
Nimm die Pfeife aus dem Maul, du Hund.
Surabaya-Johnny, warum bist du so roh ?
Surabaya-Johnny, mein Gott, ich liebe dich so. Surabaya-Johnny, warum bin ich nicht froh ?
Du hast kein Herz, Johnny, und ich liebe dich so. Ich hatte es nicht beachtet
Warum du den Namen hast
Aber an der ganzen langen Küste
Warst du ein bekannter Gast.
Eines morgens in einem Sixpencebett
Werd ich donnern hören die See
Und du gehst, ohne etwas zu sagen
Und dein Schiff liegt unten am Kai.
Du hast kein Herz, Johnny
Du bist ein Schuft, Johnny
Du gehst jetzt weg, Johnny, sag mir den Grund.
Ich liebe dich doch, Johnny
Wie am ersten Tag, Johnny
Nimm die Pfeife aus dem Maul, du Hund.
Surabaya-Johnny, warum bist du so roh ?
Surabaya-Johnny, mein Gott, ich liebe dich so. Surabaya-Johnny, warum bin ich nicht froh ?
Du hast kein Herz, Johnny, und ich liebe dich so.
I was young, I was just sixteen then
When you came up from Burma one day
And you told me to pack up my suitcase
And I did, and you took me away
I said, "Do you work nice and steady
Or do you go sailing and roving out to sea?"
And you said, "I have a job on the railroad
And baby, how swell it's all gonna be"
You said a lot, Johnny. It was all lies
You sure had me fooled, right from the start
I hate you when you laugh at me like that
Take that pipe out of your mouth, Johnny
Surabaya Johnny. Is it really the end?
Surabaya Johnny. Will the hurt ever mend?
Surabaya Johnny. Ooh, I burn at your touch
You got no heart, Johnny, but oh, I love you so much
Oh, at first you were kind and gentle
'Til I packed up and went off with you
And it lasted two weeks until one day
You laughed at me and hit me too
You dragged me all over the city
Up the river and down to the sea
Now I look at myself in the mirror
And some old woman looks back at me
You didn't want love, Johnny, you wanted money
I gave you all I had. You wanted more
Oh, don't look at me that way
I'm only trying to talk to you
Wipe that grin off your face, Johnny
Surabaya Johnny. Is it really the end?
Surabaya Johnny. Will the pain never mend?
Surabaya Johnny. How I burn at your touch
You got no heart, Johnny, but oh, I love you so much
When we met I forgot to ask you
Why they called you that funny name
But in every hotel on the seacoast
I found out, and I loved you all the same
I'm tired. I'm worn out
The sea's pounding in my ears
And I reach out my arms to hold you
You're not here and who even cares?
You got no heart, Johnny. You're just no good
You going now? Oh, tell me why
I love you after all, Johnny, like that very first day