Escolhi 50 canções, de grandes compositores / interpretes, de várias épocas da Canção Francesa (francófona). Espero que apreciem muitas delas. Valem a pena também pela qualidade das letras!
quinta-feira, 6 de março de 2025
PLAYLIST: LES CHANSONS FRANÇAISES ET SES LIBRES PAROLES
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025
quarta-feira, 14 de setembro de 2022
Chanson: Années d'Or
Uma nova playlist, com o melhor do melhor da canção francesa. Não posso agradar a todos os gostos, evidentemente, por isso usei o critério de agradar a mim próprio.
Há quem pense que «as pessoas são aquilo que comem»... Porém, eu sou aquilo que amo. As canções que eu amo, com os interpretes que eu considero os melhores*.
JULIETTE GRÉCO, ÉDITH PIAF, BORIS VIAN, LÉO FÉRRÉ, JACQUES BREL, ADAMO, FRANÇOISE HARDY, MIREILLE MATHIEU, CHARLES AZNAVOUR, YVES MONTAND, CHARLES TRENET, GEORGES MOUSTAKI.
terça-feira, 1 de março de 2022
«LE DÉSERTEUR» DE BORIS VIAN // QUANDO A MÚSICA DÓI
Le Déserteur
Je vous fais une lettre
Que vous lirez peut-être
Si vous avez le temps
Je viens de recevoir
Mes papiers militaires
Pour partir à la guerre
Avant mercredi soir
Je ne veux pas la faire
Je ne suis pas sur terre
Pour tuer des pauvres gens
C'est pas pour vous fâcher
Il faut que je vous dise
Ma décision est prise
Je m'en vais déserter
J'ai vu mourir mon père
J'ai vu partir mes frères
Et pleurer mes enfants
Ma mère a tant souffert
Qu'elle est dedans sa tombe
Et se moque des bombes
Et se moque des vers
On m'a volé ma femme
On m'a volé mon âme
Et tout mon cher passé
Demain de bon matin
Je fermerai ma porte
Au nez des années mortes
J'irai sur les chemins
Sur les routes de France
De Bretagne en Provence
Et je dirai aux gens
Refusez d'obéir
Refusez de la faire
N'allez pas à la guerre
Refusez de partir
Allez donner le vôtre
Vous êtes bon apôtre
Monsieur le Président
Si vous me poursuivez
Prévenez vos gendarmes
Que je n'aurai pas d'armes
Et qu'ils pourront tirer
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022
SE QUERES A PAZ, PREPARA A PAZ!
... EM VEZ DE GUERRA. PERGUNTA COMO SEREMOS MAIS «SAPIENS» E MENOS «BESTAS»
Sim, eu sei que a guerra acompanha as sociedades humanas desde o princípio, ou pelo menos, desde os mais antigos registos arqueológicos de Estados, civilizações...
Mas, a propensão para a guerra não é a mesma que uma situação pontual de agressividade entre dois seres humanos. Posso compreender que duas pessoas se «peguem à porrada» (luta corpo a corpo), embora não seja um processo de resolver contendas individuais, sejam elas quais forem. Mas, a guerra não é isso, nem é sequer a extensão ou potenciação do fenómeno individual da luta corpo a corpo. Não! A guerra é uma coisa totalmente diferente. Qualitativamente.
Note-se que é um ato NÃO- espontâneo, quer a agressão seja iniciada por uma das partes, quer haja uma subida da agressividade mútua e as duas partes entrem em conflito, em simultâneo. Há sempre uma preparação para a guerra.
O célebre ditado (julgo que vem dos romanos) «se queres a paz, prepara a guerra» é o mais falacioso que se pode imaginar: Se queres a paz, prepara a paz, pois é com instrumentos completamente diferentes (e com um estado de espírito também diferente) que se constrói a paz ou se prepara ou executa a guerra.
Além disso, na guerra, ocorrem sempre crimes. Além dos soldados, dos militares, que uma e outra parte consideram «legítimo» e até «honroso» matar, existem inúmeros casos de civis assassinados, feridos, violentados, expulsos e afamados.
Um general dos EUA disse e escreveu um grande manifesto pacifista: «A guerra é uma chantagem!» (War is a racket).
Sim e além disso, é um crime cometido a sangue frio contra pessoas (e incluo a maioria dos soldados, nesse número) totalmente inocentes, que são meras vítimas dos poderosos. Todos os que iniciam uma guerra, deveriam ser presos e julgados em tribunal penal internacional, mas também os seus acólitos, os que cobardemente insuflaram o ódio, de um e outro lado.
As indústrias de armamento, essas, ficam felizes quando se inicia, e enquanto dura, a carnificina: elas não são entidades «humanitárias», que eu saiba. Não se destinam a espalhar o «bem», mas sim dividendos (e chorudos!) aos seus acionistas.
A guerra não é um «mal inevitável». A guerra é a expressão de barbárie, seja qual for a sua génese. Porque, mesmo quando pensamos que uma parte «tem razão» e a outra não, estamos a fazer de conta que o mal está TODO e apenas de um lado. Mas, imagine-se não só o «nosso lado», o dos «nossos» ; do lado oposto, passa-se o processo exatamente simétrico.
Portanto, não pode haver solução, nesta como em qualquer outra guerra, senão com um forte repúdio da situação de guerra, em si mesma. Por razões éticas: porque não existe guerra «limpa», não existe guerra sem «danos colaterais» e porque uma guerra - ganha ou perdida - é sempre «semente» de outra guerra futura, porque sempre ficam rancores, feridas, injustiças.
Em geral, os nacionalismos alimentam-se destas situações, aproveitam-nas, tiram partido das mesmas. É assim que ascendem ao poder grande parte dos psicopatas e sociopatas: eles prometem aos seus eleitores «vingar» as afrontas sofridas.
Por todos estes motivos, a única atitude aconselhável e ética é depor as armas, fugir, desertar, no que respeita aos soldados. Humanamente, estou com os desertores de todos os bordos e convicções: Estes, merecem a minha compaixão, não os generais e os políticos, que fazem «profissão» de mandar outros matar e matarem-se, em nome deles!
Mais; eu sou cristão e como tal falo, mas o que eu digo pode ser compreendido e assumido por qualquer, desde que a sua humanidade não tenha sido anulada, desfigurada, por condicionamento.
O condicionamento (o chamado treino militar) para se matar, sem compaixão, implica a violação permanente do que existe de mais profundo num ser humano.
Para agravar ainda mais a desumanização e ter maior controlo preferem fazer a guerra à distância, com drones e robots: as máquinas não têm alma e podem fazer as coisas mais terríveis, sem problemas de consciência.
Vendo, concretamente, os abismos de brutalidade e de perversão deste nosso século, desde o seu começo, estou convencido que é preciso um choque moral para permitir o acordar de muitas pessoas.
Ninguém se pode pôr de lado e dizer que «isto não é comigo»: Porque todas as pessoas têm obrigação moral de impedir ou de minorar o mal, quando estão perante esse mal. Todos nós podemos fazer alguma coisa. A impotência é também uma ilusão.
Se estás de acordo com o essencial do que defendo, escreve-me (manuelbap2@gmail.com). Não tenho uma ideia definida do que fazer, mas uma coisa eu sei: as pessoas têm que se juntar em torno de objetivos muito concretos e válidos.
A Paz A-G-O-R-A !
PS.1: Este cartoon chama a atenção para o fanatismo induzido:
domingo, 9 de maio de 2021
LE PARIS DE JULIETTE GRÉCO, DE BORIS VIAN, ETC
Le genre de chanson célebrant Paris et ses icônes en valse musette et accordéons, avait déjà fait l'objet de dérision du grand poète et compositeur Boris Vian, dans sa chanson «Moi, mon Paris», ici interprétée par Renée Lebas.
Moi, mon Paris
(Boris Vian )
Moi, mon Paris, je me le promène dans ma tête
Le Bois de Boulogne avec les violettes
Les petites impasses où tous les soirs il m'emmène
Où il m'embrasse à perdre haleine
Et sur les bancs reservés aux amants on va s'asseoir quand il fait beau temps
Et quand il fait moins beau on descend dans le métro, les oiseaux n'y sont pas
Mais ça va, on a chaud, on attend que la pluie cèsse
Moi, mon Paris c'est celui-là que je chante
Au fil des rues dans mon vieux quartier
Ça n'est guère la peine de parler de la Seine, tout le monde la connait
Et la Tour Eiffel mais on le sait qu'elle est belle qu'est-ce que ça nous fait
Saint-Germain des Prés c'est du rechauffé c'est hors de saison
Et sur la Butte Montmartre les petites toques de martre ça pousse à foison
.....
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
BORIS VIAN... TOUJOURS!
On parlait d’amour
Pour mieux prouver son ardeur
On offrait son cœur
Maintenant c’est plus pareil
Ça change ça change
Pour séduire le cher ange
On lui glisse à l’oreille
Un frigidaire, un joli scooter, un atomixer
Et du Dunlopillo
Une cuisinière, avec un four en verre
Des tas de couverts et des pelles à gâteau !
Une tourniquette pour faire la vinaigrette
Un bel aérateur pour bouffer les odeurs
Des draps qui chauffent
Un pistolet à gaufres
Un avion pour deux
Et nous serons heureux !
Que l’on se querelle
L’air lugubre on s’en allait
En laissant la vaisselle
Maintenant que voulez-vous
La vie est si chère
On dit : « rentre chez ta mère »
Et on se garde tout
Mon frigidaire, mon armoire à cuillères
Mon évier en fer, et mon poêle à mazout
Mon cire-godasses, mon repasse-limaces
Mon tabouret-à-glace et mon chasse-filous !
La tourniquette à faire la vinaigrette
Le ratatine-ordures et le coupe friture
On la fiche dehors, pour confier son sort…
Au frigidaire, à l’efface-poussière
A la cuisinière, au lit qu’est toujours fait
Au chauffe-savates, au canon à patates
A l’éventre-tomate, à l’écorche-poulet !