Escolhi 50 canções, de grandes compositores / interpretes, de várias épocas da Canção Francesa (francófona). Espero que apreciem muitas delas. Valem a pena também pela qualidade das letras!
quinta-feira, 6 de março de 2025
PLAYLIST: LES CHANSONS FRANÇAISES ET SES LIBRES PAROLES
terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
A VOZ DE JACQUES, LE GRAND JACQUES / VERSÃO ATUALIZADA
https://www.youtube.com/watch?v=tCTYNjF2MAI&list=PLUv1WgIwP9IPk6USCWVJbq7e4t8JFCOss
***** ps: [...] Sabemos muito sobre a vida deste grande vulto da canção francófona, mas isso não explica nada. Pois o fenómeno da criatividade - quer nas letras, quer nas melodias - continua a ser um caso ímpar. Dificilmente se encontra meia dúzia de interpretes/compositores que tenham atingido a perfeição e qualidade de Jacques Brel. [...]
quarta-feira, 24 de janeiro de 2024
LE DERNIER REPAS - JACQUES BREL
https://www.youtube.com/playlist?list=PLUv1WgIwP9IPk6USCWVJbq7e4t8JFCOss
Je veux voir mes frères
Et mes chiens et mes chats
Et le bord de la mer
Je veux voir mes voisins
Et puis quelques chinois
En guise de cousins
En plus du vin de messe
De ce vin si joli
Qu'on buvait en Arbois
Après quelques soutanes
Une poule faisane
Venue du Périgord
En haut de ma colline
Voir les arbres dormir
En refermant leurs bras
Lancer des pierres au ciel
En criant Dieu est mort
Une dernière fois
Je veux voir mon âne
Mes poules et mes oies
Mes vaches et mes femmes
Je veux voir ces drôlesses
Dont je fus maître et roi
Ou qui furent mes maîtresses
De quoi noyer la terre
Je briserai mon verre
Pour faire le silence
À la mort qui s'avance
Les paillardes romances
Qui font peur aux nonnettes
En haut de ma colline
Voir le soir qui chemine
Lentement vers la plaine
J'insulterai les bourgeois
Sans crainte et sans remords
Une dernière fois
Je veux que l'on s'en aille
Qu'on finisse ripaille
Ailleurs que sous mon toit
Je veux que l'on m'installe
Assis seul comme un roi
Accueillant ses vestales
Mes souvenirs d'enfance
Mes rêves inachevés
Mes restes d'espérance
Pour habiller mon âme
Que l'idée d'un rosier
Et qu'un prénom de femme
Le haut de ma colline
Qui danse, qui se devine
Qui finit par sombrer
Qui bientôt s'éteindra
Je sais que j'aurai peur
Une dernière fois
Esta soberba canção abre a minha playlist, dedicada ao mais notável autor-compositor de origem franco-flamenga. Ele nos encantou enquanto adolescentes, encarnando todo o fulgor de revolta e de amor que nos incendiava também.
Sabemos muito sobre a vida deste grande vulto da canção francófona, mas isso não explica nada, pois o fenómeno de criatividade, quer nas letras, quer nas melodias, continua a ser, para mim, um caso ímpar. Dificilmente, se encontra meia dúzia de interpretes/compositores, que tenham atingido a perfeição e qualidade de Jacques Brel.
Jacques Brel é também um formidável intérprete. Tem imensa qualidade vocal, nas gravações ao vivo ou em estúdio: Elas são de grande perfeição, não apenas pela sua musicalidade, como pela sua perfeita dicção: consegue-se perceber todas as palavras, mesmo nas canções com um ritmo muito vivo.
Algumas canções do «grand Jacques» foram interpretadas por outros cantores/cantoras. Mas, para mim, nenhuma dessas interpretações (embora algumas tenham real qualidade) vale a versão original.
Brel escreve sobre o amor, sobre os desencontros do amor, sobre os seus fracassos, sobre a condição humana, sobre os problemas sociais, sobre a guerra e a paz, sobre o militarismo, sobre a morte, etc. Dizer - porém - que é um «cantor/autor de intervenção» ou «engagé» é um bocado redutor, não se aplica ao personagem e à sua obra. Ele transcende as divisões esquerda/direita, ou ateísmo/religião. Por isso, pode ser amado ou odiado por muitos, em todos os quadrantes: as canções que eu escolhi na playlist dão, espero, uma amostra representativa das temáticas das canções de Brel.
Brel viveu apaixonadamente, nunca recusando os desafios que a vida lhe colocava. Pode dizer-se que é um exemplo de comportamento «heroico» ou voluntarista, mas não cai dentro da categoria típica das «stars», pois ele não gostava nada que os media da altura se imiscuíssem na sua vida privada. Tinha, além disso, um sentido profundo de solidariedade e de justiça social, que não era fictício, pois ele assumia estes valores que proclamava. Pode dizer-se que o seu substrato profundo fosse de um libertário social, que assumia o humanismo como herança da civilização em que estava inserido, mas rejeitava as hipocrisias dos burgueses, dos falsos devotos, etc.
Gostaria que houvesse outros artistas como ele, que estivessem vivos e atuantes, que soubessem fazer a denúncia das iniquidades e das brutalidades dos poderosos, com a mesma verve, pois a força da expressão artística tem a capacidade de abrir os corações. Uma das coisas que mais falta faz, neste século, parece-me ser a coragem de se ser coerente com os ideais proclamados.
quarta-feira, 14 de setembro de 2022
Chanson: Années d'Or
Uma nova playlist, com o melhor do melhor da canção francesa. Não posso agradar a todos os gostos, evidentemente, por isso usei o critério de agradar a mim próprio.
Há quem pense que «as pessoas são aquilo que comem»... Porém, eu sou aquilo que amo. As canções que eu amo, com os interpretes que eu considero os melhores*.
JULIETTE GRÉCO, ÉDITH PIAF, BORIS VIAN, LÉO FÉRRÉ, JACQUES BREL, ADAMO, FRANÇOISE HARDY, MIREILLE MATHIEU, CHARLES AZNAVOUR, YVES MONTAND, CHARLES TRENET, GEORGES MOUSTAKI.
quinta-feira, 12 de maio de 2022
«On n'oublie rien» Jacques Brel
On n'oublie rien
On n'oublie rien du tout
On n'oublie rien de rien
On s'habitue c'est tout
Ni ces voyages qui nous chavirent
De paysages en paysages
Et de visages en visages
Ni tous ces attrape-cafard
Où l'on attend le matin gris
Au cinéma de son whisky
Ne sait pas nous faire oublier
Ne peut pas nous faire oublier
Qu'aussi vrai que la terre est ronde
On n'oublie rien du tout
On n'oublie rien de rien
On s'habitue c'est tout
Ni ces je t'aime ni ces amours
Que l'on poursuit à travers cœurs
De gris en gris, de pleurs en pleurs
Collier de femme pour notre ennui
Que l'on dénoue au petit jour
Par des promesses de retour
Ne sait pas nous faire oublier
Ne peut pas nous faire oublier
Qu'aussi vrai que la terre est ronde
On n'oublie rien du tout
On n'oublie rien de rien
On s'habitue c'est tout
Mille chansons de mes regrets
Ni même ce temps où mes souvenirs
Prendront mes rides pour un sourire
Ont rendez-vous avec la mort
Ni ce grand lit que je souhaite
À certains jours comme une fête
Ne sait pas nous faire oublier
Ne peut pas nous faire oublier
Qu'aussi vrai que la terre est ronde
On n'oublie rien du tout
On n'oublie rien de rien
On s'habitue c'est tout