Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

[Cynthia Chung] NACIONALISMO UCRANIANO, ARMA DA GUERRA FRIA [+ COMENTÁRIO, POR M.B.]


Podes encontrar o artigo de Cynthia Chung «Nacionalismo Ucraniano, Arma da Guerra Fria» no link seguinte:

Nota Prévia: O texto, abaixo, pode considerar-se um comentário meu, após leitura do texto referido acima, de Cynthia Chung. Neste comentário, tento estabelecer as fronteiras demarcando um nacionalismo «étnico», normalmente agressivo, chauvinista e autoritário, de um nacionalismo «político», compatível com valores humanistas.

«Nacionalismo étnico» e o que o distingue do «nacionalismo político»

Desde logo, deve ser visto como radicalmente distinto dum nacionalismo POLÍTICO, onde a nação é reconhecida como uma construção política à qual pode pertencer qualquer indivíduo de qualquer origem étnica, na condição de aceitar a constituição e leis pela qual se rege. Esta visão da nação como uma construção política, vem da Revolução Francesa, do conceito de nação dos republicanos franceses, que inclusive aceitaram como nacionais e portanto elegíveis para a Assembleia Nacional, cidadãos da Polónia e da Irlanda, e outros, pois estavam com o regime republicano instaurado.

Quanto ao caso triste e trágico do nacionalismo da OUN, trata-se de algo completamente distinto: A organização terrorista ucraniana OUN nascida nos anos 1920, começa por ser um movimento anti-polaco na região de Lvov, a província da Galícia do Império Austro-Húngaro, para derivar para um movimento de apoio ao nazismo, responsável por dezenas de milhares de mortes de civis polacos, judeus e ucranianos soviéticos. São criminosos de guerra, sem qualquer dúvida, e realmente torna-se muito preocupante que os poderes ocidentais, em particular, os da U.E. estejam a branquear a origem assumida dos partidos no poder em Kiev e a darem uma ideia falsa, intencionalmente (pois sabem a verdade), ocultando o seu racismo e colaboração com o nazismo, como se eles fossem «democratas» e «patriotas»...

Alguns links:






6 comentários:

Manuel Baptista disse...

http://johnhelmer.net/blinken-concedes-war-is-lost-offers-kremlin-ukrainian-demilitarization-crimea-donbass-zaporozhe-and-restriction-of-new-tanks-to-western-ukraine-if-there-is-no-russian-offensive/
O Secretário Blinken parece estar dentro do realismo político. Vamos ver qual a reação do governo russo. Eles estão tão fartos dos americanos se comprometerem com uma coisa e depois fazerem outra, que até os designaram pelo termo «incapazes de acordo». Espero que haja entendimento. É completamente estúpido fazer correr mais sangue. Se houver sinceridade, é relativamente fácil estabelecer um cessar-fogo e iniciar conversações de paz.

Manuel Baptista disse...

Como na Idade-Média e Renascimento, têm-se multiplicado os grupos mercenários, sob «contrato», nas guerras contemporâneas, quer na Ucrânia, quer no Médio-Oriente, quer em África e noutros sítios. Os contratados mercenários estão a fazer a guerra por dinheiro, a eles não se aplicam plenamente as leis que se aplicam aos prisioneiros militares «regulares». Mas, de qualquer maneira essas leis da guerra têm sido de tal maneira desrespeitadas por uns e por outros, em todos os cenários, que a distinção, na prática é difícil de fazer-se. O grupo Wagner, atuando na Ucrânia, não é exceção, veja o artigo do wikipédia seguinte e meu artigo de 2021:
https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_private_military_contractors
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/07/mercenarios-e-contratantes.html

Manuel Baptista disse...

«Instead of just sending more weapons to fuel a war that cannot be won on the battlefield, Western leaders have a grave responsibility to help restart negotiations and ensure that they succeed this time.» (Em vez de se limitar a enviar mais armas para intensificar uma guerra que não pode ser ganha no terreno, os líderes ocidentais têm a grave responsabilidade de ajudar a reiniciar conversações e garantirem que estas tenham sucesso, desta vez.)
Leia na íntegra:
https://consortiumnews.com/2023/01/26/us-can-turn-back-doomsday-clock/

Manuel Baptista disse...

Veja como a mordaça da censura se abateu sobre a media mainstream do ocidente, comparando com aquilo que publicaram há uns 8 anos:
https://caitlinjohnstone.com/2023/01/27/the-mass-media-used-to-publish-perspectives-on-ukraine-that-they-would-never-publish-today/

Manuel Baptista disse...

Uma brilhante análise dos perigos que o mundo enfrenta. Por Pepe Escobar:
https://www.unz.com/pescobar/doomsday-clock-90-seconds-to-midnight/

Manuel Baptista disse...

Uma história das ligações entre o nacionalismo identitário ucraniano e o nazismo:
https://www.abrilabril.pt/internacional/o-nazismo-ucraniano-ontem-e-hoje-uma-trilogia-i