A IIIª Guerra Mundial tem sido, desde o início, guerra híbrida e assimétrica, com componentes económicas, de subversão, desestabilização e lavagens ao cérebro, além das operações propriamente militares. Este cenário era bem visível, desde a guerra na Síria para derrubar Assad, ou mesmo, antes disso.

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Entrevista de Sahra Wagenknecht a Glenn Greenwald



Clica na ligação abaixo para acederes ao site da entrevista (com legendas em inglês), no canal de Glenn Greenwald do Rumble*:  https://rumble.com/v27rlj8-system-update-31.html?utm_source=substack&utm_medium=email


A maneira como Greenwald coloca o posicionamento desta conhecida militante do partido Die Linke é incorreta, a meu ver: ela não pode ser designada como sendo "populista", isso é absurdo no caso dela. Ela tem princípios de esquerda verdadeira, de esquerda de classe. 
Que uma parte das forças de direita antissistema, se revejam em algumas afirmações dela, não significa uma convergência real, mas apenas ao nível do discurso. 
O título infeliz que Greenwald deu, é (talvez) porque ele está preocupado em captar uma audiência «woke», que predomina no lado esquerdo do espectro político, em especial nos EUA. [Ver PS3 sobre este assunto]

Mas, o conteúdo da entrevista, a maneira como Sahra Wagenknecht coloca as questões, faz com que valha a pena ouvi-la! Eu, pessoalmente, adotei logo de início a mesma postura (ver os meus artigos neste blog sobre a crise ucraniana em Janeiro, Fevereiro e Março de 2022).
Sahra mostra que possui, além de inteligência, grande coerência e que recusa compromissos vergonhosos.

PS1: Neste site de substack podes ler a transcrição da entrevista, em inglês.
PS2: Agora também no Youtube, com uma introdução de Glenn Greenwald. A entrevista propriamente dita começa aos 6 min:40 sec.

PS3: Provavelmente, Greenwald apercebeu-se que o título dado inicialmente à entrevista era enganador e contrário à ética jornalística. O facto é que acabou por corrigir e dar um título neutro: 
Sahra Wagenknecht on the Ukraine War & the State of German Politics | SYSTEM UPDATE #31

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

NOVENTA SEGUNDOS PARA A MEIA-NOITE

 https://www.reuters.com/lifestyle/science/what-is-doomsday-clock-how-does-it-work-2023-01-23/


NOVENTA SEGUNDOS  PARA A MEIA-NOITE no «relógio do dia FINAL», a guerra nuclear é o equivalente à extinção da  vida no Planeta. 

Fico realmente estarrecido com a estupidez e criminalidade dos que nos levam a estes estados de extrema tensão. Só é possível porque os que mais poder têm, sempre estão com a obsessão do poder, o poder por cima de tudo e de todos. É ilusão que eles terão uma sobrevivência que valha a pena, depois da catástrofe acontecer. Isso é completamente impossível. Os cientistas sabem muito bem que é impossível, no longo prazo, a sobrevivência de formas de vida superiores, vegetais ou animais. Pelo que a extinção de todas as formas de vida (das formas superiores, pelo menos) é o que está em causa. 
O jogo que eles estão a jogar é cruel, já causou muitos milhares de mortos, de estropiados para toda a vida, de destruição de sociedades, de comunidades, de famílias. Ainda é possível evitar mais destruição e ainda estamos a tempo de inverter as coisas. 
É preciso que os humanos, praticamente todos, se concentrem na questão da guerra nuclear, dos seus perigos e que equacionem o que está a acontecer neste momento na Ucrânia e na Europa, à luz dos perigos que representa, não só para o continente europeu, mas para a humanidade. 
Espanta que haja de um lado e do outro dos beligerantes, pessoas inteligentes, mas que põem a sua própria inteligência entre parêntesis, quando se trata de advogar o esmagamento total do opositor.  
Ou não são nada inteligentes, de facto, ou sua inteligência é posta de lado, perante a paixão destruidora, o ódio sem limites, a ausência de sentido humano. Temo que esses sejam os que conseguem arrastar - com falsidades - o entusiasmo das multidões, como aconteceu no passado, tantas vezes, com os péssimos resultados que a História regista. 
A inteligência consiste em ver as coisas sob vários ângulos, em ser capaz de pôr em causa as nossas próprias «certezas», sobretudo de nos colocarmos no exterior e distantes das paixões desencadeadas pela brutal sucessão de acontecimentos, que a todos choca. 
É preciso nos colocarmos bem acima e alcançarmos todos os aspetos da situação. Se o fizermos, cedo veremos que a guerra tem sempre um perigo enorme desde  que se iniciou a era nuclear, de extravasar o cenário relativamente confinado de um teatro de guerra (agora, o da Ucrânia) e de literalmente explodir numa guerra global, conduzindo à destruição do planeta. 
Um resultado que é tão horrível, que muitas pessoas se negam a acreditar que seja possível. No entanto, cientistas de diversas áreas, avaliaram os perigos da deriva para uma guerra nuclear e  avançaram o ponteiro do «relógio do dia FINAL» até aos nove minutos para a meia-noite. 
Não podemos aceitar que alguns loucos queiram prolongar a guerra, queiram esmagar o inimigo (de um, ou de outro lado), ao ponto de arriscarem que a conflagração nuclear global seja desencadeada. 
A possibilidade de uma guerra nuclear localizada é um mito. Vários analistas militares chegaram à conclusão de que é impossível confinar a guerra nuclear; não pode haver guerra nuclear «limitada». 
Haverá escalada, o que significa que utilizarão armas termonucleares de grande potência, longe do cenário imediato de confronto, atingindo centros nevrálgicos das potências inimigas. Qualquer um dos lados em confronto tem o potencial para aniquilar o outro, com mísseis nucleares que não estão localizáveis pelos radares inimigos, por exemplo, submarinos que se deslocam em águas profundas, portadores de mísseis nucleares. Portanto, qualquer que seja o modo de desencadear a guerra nuclear, a potência que sofreu o primeiro golpe, tem sempre a possibilidade de retaliar. Esta é a realidade. 

Os media e todos os intervenientes no espaço público (líderes de opinião, políticos, religiosos, artistas, cientistas, etc.) deveriam estar preocupados em mostrar pedagogicamente às pessoas, aos seus públicos, a realidade disso. Logicamente, ajudando as pessoas a compreender que não haverá salvação, qualquer que seja o país, se a guerra atingir este patamar. 

Noventa segundos para a meia-noite é tão pouco tempo: A indiferença ou a insistência em «soluções» implicando o esmagamento dos adversários, equivale a uma sentença de morte. 
A morte por irradiação ou inalação de partículas radioativas é horrível; não haverá qualquer assistência, as pessoas morrerão lentamente de cancro, de queimaduras internas e de fome. As que sobreviverem, no imediato, às explosões nucleares irão preferir o suicídio, a terem que morrer aos poucos, de morte atroz.




Pela Paz Agora [OBRAS DE MANUEL BANET] + ODETTA



Não te esqueças nunca que Ele e somente Ele, possui o destino. Tudo o que os poderosos deste mundo conseguem fazer, é espalhar o sofrimento. Mas não podem destituir o Poder verdadeiro que reina sobre todos.

Não duvides se és crente numa religião, numa fé, seja ela qual for. Tens Deus como teu Senhor. Não te esqueças nunca da razão pela qual tu vieste ao mundo.

Foi a mesma pela qual todos os viventes aqui estão. Só Ele tem o poder da vida no Universo. É Ele que molda a vida e o próprio Universo, que são Deus.

Por isso, reza pela Paz que só existe se for de todos, só haverá paz quando as pessoas como tu tiverem a coragem de dizer que não há inimigo...

Que somos todos irmãos e irmãs e que qualquer guerra é sempre injusta, pois quem mais sofre são os inocentes, de um e doutro lado.

Face à guerra só há uma forma de se ser humano: É rejeitá-la com todo o coração. Se queres a paz, promove-a, não promovas a guerra.

Esta é promovida por quem não tem escrúpulos, nem sentimentos, nem obediência a Deus. Até mesmo os que falam como se fossem devotos. Os que sabem a verdade, que percam o medo!

Sem pretender culpabilizar uns ou outros, denunciai a guerra como o maior dos pecados, pois todos os restantes estão contidos naquele:

O pecado de desobedecer a Deus, à clara lei de Deus, que todos os povos aprenderam a respeitar através das suas religiões e, mesmo os não religiosos, respeitam quando se maravilham com a Natureza

Pois ela é divina, como tudo no Universo. Serão os humanos tão estúpidos, que deitem a perder milhões de anos de evolução e milhares de anos de civilizações e culturas de múltiplos povos?

A guerra sempre foi intolerável, mas especialmente agora, a guerra usando tecnologias sofisticadas que o génio e criatividade humanas deveriam ter reservado às invenções benéficas e não destrutivas.

Esta época é mais estúpida, mais cruel, mais imoral que todas as anteriores.

Seremos salvos desta catástrofe, por vontade de Deus, que abra o coração de todos os humanos.

Que os que têm poder, o usem sabiamente para espalhar profundo sentimento de repúdio contra a guerra

Pois quando os povos quiserem, ela virá, a Paz, quaisquer que sejam os obstáculos. Mas, os líderes espirituais têm o dever de a promover, por todos os meios, a Paz.













COMO SERIAM AS GRANDES CIDADES NUMA GUERRA NUCLEAR + PAUL ROBESON


 


ILUSTRAÇÕES RETIRADAS DO BLOG DE MARTIN ARMSTRONG:

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

[ALASDAIR MCLEOD] AS INTENÇÕES DA RÚSSIA ESTÃO A CLARIFICAR-SE

Russia's Prime Minister Vladimir Putin holds an ingot of gold as he visits the precious metals safe vault of the Central Bank in Moscow January 24, 2011. 
REUTERS/Alexsey Druginyn

Reproduzo abaixo o sumário do artigo de Alasdair Mcleod «Russia’s intentions are clarifying ». É um artigo de fundo, cheio de informação, pelo que aconselho os leitores deste blog a lê-lo na íntegra (1). 
Eu traduzi para português algumas partes e coloquei neste espaço abaixo: 

Temos a confirmação das mais altas fontes de que a Rússia e a Organização de Cooperação de Xangai (SCO) estão a considerar usar o ouro para pagamentos no comércio pan-Asiático, substituindo plenamente o dólar e o euro.

[...]

Agora que a aliança ocidental está a juntar tanques e outro material para os ucranianos, promovendo ativamente novas batalhas, com a OTAN ficando quase diretamente implicada. É esta situação que irá conduzir a uma subida dos preços das matérias-primas, enfraquecer os mercados financeiros do Ocidente, fragilizar as finanças destes governos e, por fim causar, o colapso das suas divisas.

[...]

No Reino Unido, pelo menos, a media russa tem sido censurada, portanto o artigo de Glazyev no jornal russo Vedomosti não deverá estar acessível a leitores no Ocidente. Portanto, para facilitar a referência dos pontos principais, cito a tradução inglesa do artigo detalhado, que pode ser resumida como segue: 

Nos nove meses antecedendo Setembro, o excedente da Rússia com os membros da EAEU, mais China, Irão, Turquia, UAE, etc. era de um equivalente a $198.4biliões, para $123.1biliões para o mesmo período do ano passado. Por outras palavras, as sanções ocidentais não conseguiram suprimir os rendimentos do petróleo da Rússia, meramente redirecionando os rendimentos vindos dos países recetores.
O excedente comercial com os membros da SCO permitiu às companhias russas liquidar as dívidas externas, substituindo-as com empréstimos em rublos. [Glazyev não menciona este ponto, mas um retorno do padrão ouro iria reduzir os custos de empréstimo substancialmente (Nota de A. Mcleod)]
A Rússia tornou-se o terceiro maior país a usar renminbi (yuan, a divisa da China) para pagamentos internacionais, que dão conta de 26% das transações em divisas estrangeiras da Federação Russa. A parte de pagamentos e divisas dos próprios membros, parceiros de diálogo e associados do SCO, está crescendo, substituindo o dólar e espera-se que continue a crescer.
Visto que tais divisas estão sujeitas a taxas de câmbio e a possível risco de sanções, a melhor maneira de evitar esses riscos é comprar ouro não-sancionado da China, da UAE, da Turquia e possivelmente do Irão, e de outros países, em troca pelas divisas locais.
O ouro adquirido pelo Banco Central Russo pode ser armazenado em bancos centrais de países amigos para maior liquidez e o resto ser repatriado para a Rússia.
O ouro pode ser um instrumento único para combater as sanções ocidentais se for usado para atribuir os preços das principais mercadorias internacionais (petróleo, gás, alimentos, fertilizantes, metais e minerais sólidos). Isto seria a resposta adequada aos tetos de preços do Ocidente. E a Índia e a China podem tomar o lugar de plataformas de comércio global em vez de Glencore or Trafigura”.
O ouro (juntamente com a prata) esteve durante milénios no centro do sistema financeiro global, conferindo uma medida honesta do valor de moeda-papel e de ativos financeiros....Ele foi cancelado há meio século, ligando o petróleo ao dólar, mas a era do petrodólar está a acabar. A Rússia, junto com os seus parceiros do sul e do leste, tem a oportunidade única de sair do barco da economia centrada no dólar e na dívida.
A URSS, ao assinar mas não ratificar o Acordo de Bretton Woods, o «Rublo de Ouro 2.0» desempenhou um importante papel na industrialização soviética no pós- IIª Guerra. Agora, as condições para um «Rublo de Ouro 3.0» desenvolveram-se, objetivamente.
As sanções contra a Rússia voltaram-se como boomerang para o Ocidente. Agora, tem de fazer face á instabilidade geopolítica, ao aumento de preços para a energia e outros bens [isto significa mais inflação nos preços].
Em 2023, [vai haver uma mudança de] investimentos arriscados, de instrumentos financeiros complexos, para ativos tradicionais, primariamente o ouro. O banco Saxo prevê um aumento do ouro para $3,000 por onça, o que conduzirá a um aumento substancial dos valores e quantidades das reservas de ouro. Importantes reservas de ouro irão permitir que a Rússia “conduza uma política financeira soberana e minimize a dependência em relação a credores externos”. [Note-se que além das reservas oficiais, sabe-se que a Rússia possuí pelo menos mais umas 10 mil toneladas - mais do que é declarado oficialmente pelo Tesouro dos EUA]
Os bancos centrais estão a aumentar as suas reservas de ouro. A China tem uma proibição de exportação para todo o seu ouro minerado. Segundo o Shanghai Gold Exchange, os clientes retiraram 23 mil toneladas de ouro. A Índia é considerada a campeã na acumulação de ouro…. O ouro tem estado a fluir de Oeste para Leste...Estará o ouro do Oeste garantido, ou está empenhado através de «swaps» e de «leasing»? O Oeste nunca o diz e Fort Knox nunca consente em ser auditado.
Nos últimos 20 anos, a mineração de ouro na Rússia quase duplicou. A produção de ouro pode representar um aumento no PIB, de 1% para 2 ou 3% do PIB... No presente, a produção de ouro está prevista (ano de 2022) subir de 300 toneladas, para 500 toneladas… dando à Rússia um rublo forte, um orçamento sólido e uma saudável economia. [Note-se que nesta declaração, Glazyev revela que a maior parte do aumento do rendimento da mineração, será quando tal rendimento seja medido em dólares.]

[Sumário do Artigo de Alasdair McLeod pelo próprio:]

«Confiamos aos bancos centrais a garantia da integridade da rede de bancos comerciais. No mínimo, quando há produção acelerada de divisas e ocorre inflação do crédito, esperamos que venham apoiar o sistema financeiro titubeante, sobre o qual assenta a aliança ocidental, o que apenas pode ser feito de uma maneira - a expensas das respetivas divisas.

Que a aliança ocidental esteja a mergulhar numa crise de dívida, por ela própria fabricada, é inegável. A sua geoestratégia, a cargo do poder hegemónico de ontem, já resultou em tiro pela culatra, em benefício dos seus inimigos. Agora chegou o tempo para a Rússia dar o golpe de misericórdia financeiro. Isto porque a Rússia vai usar a cobertura da agressão ocidental e as consequências para os seus mercados, para realizar o disparo. A Rússia está a pensar para diante, enquanto a aliança ocidental, está em modo de  rancor belicoso.

Tal como não foram medidas de antemão as consequências do banimento da Rússia do sistema SWIFT, as consequências de uma nova fase da guerra na Ucrânia são descartadas. No início, pelo menos no ocidente, um movimento da Rússia em direção ao ouro poderia ser visto como a resposta defensiva para proteger o rublo e as exportações russas na Ásia. Um ataque deliberado às divisas-fiat do Ocidente não será suspeitado. A evidência será vista no preço do ouro a aumentar para além das expetativas.

A Rússia não fará anúncios formais sobre padrões ouro, porque não há necessidade disso. Nem a China: Em vez disso, irão anunciar qual o aumento das suas reservas de ouro. Tendo deixado cair a hipótese duma divisa da EAEU formada por um cabaz de divisas nacionais, como forma de substituir o dólar enquanto meio de pagamento,  a SCO (Organização de Cooperação de Xangai) irá adotar de facto o ouro, em seu lugar.

Inicialmente, o aumento do preço do ouro em dólares não irá criar alarme nos meios ocidentais: Afinal de contas, o ouro foi desmonetizado. Ele será seguido por desmentidos da sua importância. Mas, tal como Sergey Glazyev escreve no seu artigo, em Vedomosti, o ouro irá ser usado para cotar todas as principais matérias-primas (petróleo, gás, alimentos, fertilizantes, metais e minerais sólidos). Assim sendo, estes preços serão estáveis e haverá baixos juros, enquanto os preços e juros irão subir, em termos de dólares. Nessa altura, o público mais vasto  ficará consciente de que não são os preços que sobem, mas o dólar que está a colapsar. 

Então, à medida que as moedas-fiat, dólar, yen, libra, euro, perderem o seu poder aquisitivo, não apenas em relação ao ouro, mas perante todas as matérias-primas, é inevitável que se façam comparações com o sucesso relativo do eixo Rússia-China, concretizado em organizações como o SCO, a EAEU, e os BRICS. Impulsionada pelos chineses aforradores, pelo investimento de capitais, pelo desconto nas energias e por dinheiro real( o ouro),  a Ásia irá prosperar.
Pouco ou nada, a América e os seus aliados da OTAN poderão fazer, para evitar isto»

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(1) O meu artigo de 23-01-2023, embora mais genérico, também aponta para as mesmas conclusões que o notável artigo de A. Mcleod.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

[Cynthia Chung] NACIONALISMO UCRANIANO, ARMA DA GUERRA FRIA [+ COMENTÁRIO, POR M.B.]


Podes encontrar o artigo de Cynthia Chung «Nacionalismo Ucraniano, Arma da Guerra Fria» no link seguinte:

Nota Prévia: O texto, abaixo, pode considerar-se um comentário meu, após leitura do texto referido acima, de Cynthia Chung. Neste comentário, tento estabelecer as fronteiras demarcando um nacionalismo «étnico», normalmente agressivo, chauvinista e autoritário, de um nacionalismo «político», compatível com valores humanistas.

«Nacionalismo étnico» e o que o distingue do «nacionalismo político»

Desde logo, deve ser visto como radicalmente distinto dum nacionalismo POLÍTICO, onde a nação é reconhecida como uma construção política à qual pode pertencer qualquer indivíduo de qualquer origem étnica, na condição de aceitar a constituição e leis pela qual se rege. Esta visão da nação como uma construção política, vem da Revolução Francesa, do conceito de nação dos republicanos franceses, que inclusive aceitaram como nacionais e portanto elegíveis para a Assembleia Nacional, cidadãos da Polónia e da Irlanda, e outros, pois estavam com o regime republicano instaurado.

Quanto ao caso triste e trágico do nacionalismo da OUN, trata-se de algo completamente distinto: A organização terrorista ucraniana OUN nascida nos anos 1920, começa por ser um movimento anti-polaco na região de Lvov, a província da Galícia do Império Austro-Húngaro, para derivar para um movimento de apoio ao nazismo, responsável por dezenas de milhares de mortes de civis polacos, judeus e ucranianos soviéticos. São criminosos de guerra, sem qualquer dúvida, e realmente torna-se muito preocupante que os poderes ocidentais, em particular, os da U.E. estejam a branquear a origem assumida dos partidos no poder em Kiev e a darem uma ideia falsa, intencionalmente (pois sabem a verdade), ocultando o seu racismo e colaboração com o nazismo, como se eles fossem «democratas» e «patriotas»...

Alguns links: