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domingo, 31 de março de 2024

POTÊNCIA DOS EUA É BLUFF

É um "bluff" e está a revelar-se de forma cada vez mais óbvia. 

Vamos por partes:

1- O dólar: a hegemonia do dólar está posta em causa a vários níveis. O sistema de Bretton Woods, ou aquilo que dele restava, está completamente posto em causa. Continuam a sentir-se os efeitos inflacionários da retirada (default) de Nixon em 71, quando desacoplou o dólar US da onça de ouro (1 onça de ouro = 35 dólares US*). 

2- De seguida, com a constante e catastrófica situação de défices orçamentais e comerciais, os quais atingiram um nível estratosférico, fazem com que a dívida denominada em dólares, seja vista com crescente receio. Esta é a causa da subida rápida das taxas de juro das obrigações soberanas dos EUA, o que - por sua vez - implica  a subida correlativa do mercado da dívida, em geral. 

3- Estão perante a impossibilidade de sustentar - como durante decénios passados - o sistema do tipo «pirâmide de Ponzi», devido à não aceitação de dólares como pagamento (em especial dos combustíveis); igualmente, pelo constante despejar de treasuries (obrigações do Tesouro dos EUA) nos mercados internacionais. Note-se que a FED (o banco central dos EUA) se tornou o maior comprador destas treasuries. É uma situação análoga da que se verifica com os bonds emitidos pelo Japão, desde há trinta anos: O seu comprador exclusivo é o Banco Central do Japão. 

4- Multiplicaram sanções económicas e financeiras e mesmo roubos, contra os países que desagradam aos EUA, que não se submetem à «rules based order» (americana). Assim, muitos países do Sul Global viram que já não podiam confiar nos EUA, enquanto entidade emissora da moeda de reserva e de troca internacional. É impressionante a imbecilidade dos que desenham as políticas de Washington: Têm aquela arrogância dos muito ricos; pensam que o mundo se submeterá sempre à sua vontade.

5- A consequência dessa utilização do dólar como arma, foi a de-dolarização, promovida pela aliança múltipla dos BRICS, que se acompanha pela criação de novo sistema de troca internacional, prescindindo do dólar como intermediário. Além disso, desenvolvem instituições próprias. O «Banco dos BRICS» está envolvido em múltiplos investimentos e assistência a países do Sul Global, deixando «desempregado» o FMI. Não esqueçamos que o FMI, controlado pelos EUA, tem como norma pressionar as suas infelizes presas a fazerem reestruturações do sistema produtivo, que põem as riquezas desses países à mercê dos grandes tubarões que emprestam o dinheiro. Com efeito, o FMI, não é ele próprio o emprestador, mas supervisiona o cumprimento de acordos entre os países que pedem ajuda e consórcios de bancos.

6 - Agora, entrou-se na fase terminal e perigosa. Os EUA já não conseguem impor sua dominação sobre os países ou, mesmo, movimentos de guerrilha, através da força bruta das armas. Durante decénios, quando um país se rebelava, estava sujeito a ser esmagado por vários meios: Bloqueio e embargo do comércio, subversão do regime, ou invasão pelas tropas do Império, sozinhas ou em coligação.  Insistiram neste comportamento, ao longo do século XXI, mesmo depois das forças que se opunham ao imperialismo terem aprendido a combater numa guerra assimétrica, ou híbrida. A Somália, o Afeganistão, o Iraque, o Irão, a Síria, o Iémen, são exemplos de recentes fiascos americanos, e não são os únicos. 

7 - A prazo, virá o fim do super imperialismo e do mundo unipolar, que tentaram impor, mas que nunca conseguiram totalmente. O chamado Ocidente não é mais que os EUA e os países que lhe prestam vassalagem. São uma minoria, quer em número de países, quer da população e, agora, estão em vias de ser ultrapassados, se não o foram já, na produção de riqueza global. Usam a fundo o controlo que possuem sobre os media ocidentais, para que a cidadania de cada um desses países e dos próprios EUA, não possa tomar consciência da realidade. Mas, existem demasiadas contradições, que acabam por destruir a imagem fabricada de «guerra dos maus contra os bons». Nessa altura os próprios povos dos  países outrora dominantes na cena internacional, irão rebelar-se e expulsar os que, enquanto governantes, espoliaram esses países em proveito duma oligarquia global.

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* Até que Nixon retirou a convertibilidade; hoje (01/04/2024) a onça de ouro = 2250 dólares US.


sexta-feira, 17 de novembro de 2023

4 FRAGILIDADES DO IMPÉRIO [parte I]

O poderio imperial americano, que se afirmou a partir da implosão da URSS e do sistema socialista mundial, como poder unipolar dispensador de benesses aos seus aliados/vassalos e guerreando os que considera inimigos, reais ou potenciais, assentou sobre quatro pilares, que são:
1/ sistema monetário
2/ recursos energéticos
3/ poderio militar
4/ média corporativa ou de massas


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PARTE I.



SISTEMA MONETÁRIO

O sistema monetário internacional ainda está baseado no dólar enquanto moeda de reserva e enquanto divisa mais frequente nas transações internacionais (financeiras e comerciais).
Porém, com a ascensão dos BRICS, aumenta a capacidade deste grupo (em breve, com 11 membros) com seus aliados, de comerciar entre si e fazerem acordos de longo prazo (nomeadamente energéticos) usando suas respetivas moedas nacionais, não recorrendo ao dólar.
Afirmei, há algum tempo, que o fim do petrodólar assinalaria o fim do Império americano. Verifico que a minha previsão se está a cumprir.
Quando Nixon (em 15 de Agosto de 19171) decretou unilateralmente o fim da convertibilidade dos dólares em ouro, de facto, traiu o acordo de Bretton Woods. Neste, a conversão dólar/ouro era central. Como resultado dessa medida, a instabilidade apoderou-se dos mercados financeiros, arriscando a quebra do sistema capitalista mundial.
Em 1973, o Rei da Arábia Saudita e Henry Kissinger acordaram um pacto, segundo o qual todo o petróleo comprado a este país seria pago em dólares, exclusivamente. Em contrapartida, os EUA garantiam a segurança do Reino Saudita com fornecimento de armamento, espionagem-informações, diplomacia e intervenção direta, se necessário. Nessa altura, a Arábia Saudita era o principal produtor mundial de petróleo e a OPEP, o cartel petrolífero que os sauditas dominavam. Rapidamente todos os países exportadores de petróleo, grande parte, monarquias do Golfo Pérsico, alinharam-se com a Arábia Saudita, apenas aceitando dólares em pagamento do seu petróleo.
Como ficaram com um excedente enorme de petrodólares em resultado das exportações para todo o mundo, acumularam «Treasuries», ou seja, obrigações do Tesouro americano, financiando assim a dívida dos Estados Unidos. Todos os países que comprassem petróleo tinham de possuir dólares em reserva, ou comprá-los no mercado internacional de divisas.
A partir deste ponto, os EUA passaram a ter défices crónicos, quer no orçamento de Estado, quer nas transações internacionais. Os «défices gémeos», tiveram como consequência que o governo dos EUA podia, sem arriscar um colapso, atribuir somas colossais às despesas militares e às guerras em que estava envolvido, assim como aos programas sociais nos EUA, como meio de neutralizar a agitação social.
Qualquer outro país que levasse a cabo tal política económica e financeira, entraria depressa em insolvência, ou seja, na bancarrota. Mas, os EUA possuíam a moeda de reserva mundial e podiam imprimir todos os dólares que precisavam, sem qualquer correspondência em aumento de produtividade. Depois, esses dólares serviam para pagar as matérias-primas e os produtos industriais importados;  eram absorvidos no mercado mundial. Todos os países, amigos ou hostis, tinham que ter reservas em dólares e comerciar em dólares. De uma forma direta ou indireta, estavam a nutrir o sistema do petrodólar.
O declínio do valor do dólar não é muito visível, superficialmente. Isto, deve-se ao facto de que os mercados de divisas e financeiros preferem adquirir dólares, como «moeda-refúgio», quando o sistema está em crise. Assim, as outras divisas vão descer e os dólares vão subir, na corrida para adquirir dólares e ativos denominados em dólares.
Porém, nos últimos tempos, as quantidades de dólares produzidas têm excedido tudo o que anteriormente tinha sido feito. O resultado, é que a capacidade aquisitiva do dólar (e das outras divisas) diminui  aceleradamente. Isto traduz-se por níveis muito mais elevados de inflação, em relação aos cerca de 2% de inflação, nas duas primeiras décadas do século XXI.
A partir de 2020, houve uma aceleração do «quantitative easing», ou seja, da produção de dólares sem contrapartida na economia real. Por outro lado, intensificou-se a utilização de moedas nacionais em detrimento do dólar, sobretudo, nas trocas e nos acordos de longo prazo entre países dos BRICS.
Nos EUA, a inflação vai ser cada vez maior e isto vai afetar a economia. Está já a acontecer, apesar da FED ter revertido o programa de impressão monetária e faça «quantitative tightening», ou seja,  sobe as taxas de juros, o que aumenta o custo do crédito.
Como os EUA já não possuem produção industrial própria, que lhes permita satisfazer as necessidades internas e atingir o equilíbrio nas contas externas, o único instrumento de que a FED dispõe é irrisório e, mesmo, contraproducente: Aumentar ou reduzir o dinheiro em circulação não vai realmente aumentar ou reduzir o consumo e, muito menos, a produção interna de bens.
Os bens materiais - matérias primas, produtos industriais, alimentos - vão continuar a ser importados do resto do Mundo para os EUA, mas com preços mais elevados, agravando a inflação e arrastando a subida acentuada dos juros, como já se está verificando. As «elites», no Departamento do Tesouro ou na FED, que manipulam as taxas de juro, são incapazes de mudar esta realidade.



RECURSOS ENERGÉTICOS


Nas últimas duas décadas, os EUA começaram a produzir, em grande quantidade, petróleo e gás de xisto, através de fracking. Assim, o seu aprovisionamento em petróleo «convencional», sobretudo, o do Texas que estava já em declínio, foi complementado pelo aumento notável do petróleo produzido «de forma não-convencional». O nível de produção total de petróleo nos EUA acabou por ser semelhante, ou até um pouco maior, ao da Arábia Saudita. Mas isto tem custos muito pesados no ambiente e compromete o futuro. O tempo de vida produtiva dum furo, em zona de xisto, ronda os dois anos. Assim, têm de constantemente fazer novos furos, para manterem o nível de produção. Muitas áreas ficarão totalmente estéreis depois de esgotadas as reservas de petróleo e gás de xisto. A obtenção de petróleo a partir de areias betuminosas, em Alberta (Canadá) e o seu transporte por pipeline para os EUA, também não será solução duradoura e respeitadora do ambiente.
Quanto ao sector das energias renováveis, nota-se que existe muito atraso técnico nos EUA em relação a estas tecnologias. Talvez a única exceção seja a indústria dos automóveis movidos a eletricidade, «EV». Mesmo neste caso, parece que a China está a tomar a dianteira; há indicações disso, tais como as  fábricas e a importância dos investimentos da Tesla na China. Por outro lado, há marcas de automóveis «EV» chinesas nos mercados asiáticos, e que podem conquistar fatias de mercados da Europa e dos EUA.
A rede elétrica nos EUA está decadente e os investimentos em infraestruturas tardam. As empresas privadas de energia elétrica ficam á espera que o Estado ponha a rede em condições, para elas depois operarem com menos custos. Muitas vezes são noticiados «apagões» (falhas gerais de energia elétrica), em cidades e regiões dos EUA. São devidos ao estado vetusto dos sistemas transportadores de energia elétrica e à sobrecarga destes. Não vejo que haja vontade política para solucionar o problema. Nos EUA, há um défice enorme de intervenção estatal, para satisfazer as necessidades coletivas.
Uma fragilidade de que se fala muito pouco, é do enriquecimento de urânio para as centrais nucleares americanas; este enriquecimento faz-se ... na Rússia! Não se compreende como é que eles irão operar as suas centrais nucleares se a Rússia, em retorsão dos roubos (de ouro, de contas bancárias...) e sanções brutais a que tem sido sujeita, decidir parar o fornecimento do urânio enriquecido.
Um outro sintoma claro da fragilidade dos EUA no setor energético é o facto de quererem retomar o «business as usual» com a Venezuela de Maduro. Isto, depois de terem feito tudo para o derrubar. Apesar da elevada produção global e de serem exportadores, os EUA têm défice  de petróleos «pesados» (do tipo dos petróleos venezuelanos), enquanto têm excedentes de petróleos «leves», resultantes da exploração do xisto.
O aprovisionamento da frota dos EUA no Mediterrâneo em apoio a Israel, neste momento experimenta dificuldades logísticas, de que se fala pouco. Os porta-aviões e os vários navios da marinha de guerra têm de ser abastecidos em  combustível nos portos de Itália do mar Adriático, tendo de fazer um constante vai-e-vem entre as costas de Israel e as do Adriático.
Também o roubo do petróleo sírio desde há vários anos, é outro caso sintomático. Os americanos instalaram-se em território sírio, com o pretexto de apoiar guerrilhas curdas que eles enquadram, subsidiam e treinam. O roubo do petróleo sírio foi inicialmente beneficiar pessoalmente o filho de Erdogan, presidente da Turquia. Agora, fala-se menos disso, mas continua a ser contrabandeado e vendido a baixo preço. Além de ir para a guerrilha curda e para Al-Quaeda, o dinheiro obtido com esse contrabando serve para a manutenção de cerca de dois mil soldados americanos estacionados em bases ilegais, na Síria. Há vários antecedentes, em relação ao comportamento predatório do poder imperial dos EUA: Quando ataca uma nação e a ocupa, costuma pôr os recursos petrolíferos a render, para custear as operações de ocupação militar. Veja-se o caso do Iraque, assim como o da Líbia.

domingo, 13 de agosto de 2023

CUIDADO COM O GRANDE AFROUXAMENTO - Alasdair Macleod

Alasdair Macleod - como analista económico e dos mercados dos metais preciosos - limita-se a discorrer dentro dos parâmetros de evidências relacionadas com  todos os elementos quantitativos e as tendências que se afirmam no domínio financeiro, das moedas e das cotações de metais preciosos. Ele tem razão em assim proceder, pois é a única maneira de fundamentar - de forma impecável - os fenómenos complexos e caóticos, como são os assuntos humanos, mormente na política e economia.

Mas, para dar «substância» concreta ou «carne», a estes gráficos e tabelas de números,  basta pensarmos na Grande Depressão e as suas consequências: um empobrecimento geral, a dissolução das «garantias» dadas (supostamente) pelos Estados aos seus cidadãos, a ascensão de políticos autoritários e belicosos à chefia de Estados, a IIª Guerra Mundial, antecedida por um cortejo de guerras preparatórias (guerra de Abissínia, Guerra Civil Espanhola, a guerra civil e invasão japonesa da China...).  Tudo isto foi consequência do colapso económico-financeiro de 1929 e dos anos seguintes. O Mundo só deixou de estar em depressão (após uma década), com a transformação dos países industrializados em economias de guerra, nomeadamente nos EUA. 

Pense-se em todo o sofrimento humano, no passado e agora... Basta olhar à volta, com olhos de ver.


https://www.goldmoney.com/research/beware-the-great-unwind



This chart strongly suggests that US Treasury bond yields, widely regarded as the risk-free yardstick against which all other credit is measured are going significantly higher, not stabilising close to current levels before going lower as commonly believed. I conclude that US Treasury bond yields could easily double, and the political class will be powerless to stop them going even higher. The implications for interest rates globally are that they will be forced considerably higher as well.

This article concludes that reasoned analysis takes us to this inevitable conclusion. It is consistent with the end of the post Bretton Woods fiat currency era, and the return to credit backed by real values.

The collapse of unbacked credit’s value was only a matter of time, which is now rapidly approaching. The Great Unwind is under way. It is the consequence of monetary and currency distortions which have accumulated since the end of Bretton Woods fifty-two years ago. It will not be a trivial matter.

The trigger will be capital flows leaving the dollar, creating a funding crisis for the US Government. Foreigners, who have accumulated $32 trillion in deposits and other dollar-denominated financial assets will no longer need to maintain dollar balances to the same extent, perhaps even paring them back to a minimum. Furthermore, economic factors are turning sharply negative with energy prices rising ahead of the Northern Hemisphere winter, springing debt traps on western alliance governments. So how could bond yields possibly decline materially in the coming months?

 - Continuação do artigo de Macleod, em inglês AQUI

segunda-feira, 17 de abril de 2023

O BANCO DOS BRICS FAZ EMPRÉSTIMOS EM DIVISAS DOS PRÓPRIOS PAÍSES


Nunca será demais sublinhar, como o faz Ben Norton ,  que a dominação neocolonial dos países do Sul tem sido mantida pelos dispensadores de «ajudas» em dólares, World Bank/IMF. Estas instituições são responsáveis pelos planos de austeridade, as reestruturações e privatizações em múltiplos países, que se veem obrigados a pedir empréstimos. Têm sede em Washington e estão sob controlo dos EUA, desde a sua criação em 1944, em Bretton Woods.

O facto de ser possível - agora - países do chamado «Terceiro Mundo» obterem empréstimos que não sejam em dólares, vai permitir que eles se desenvolvam. Oiça as explicações de Ben Norton. São muito claras e dão uma perspetiva de como a desdolarização vai ocorrer na prática, graças ao NDB (New Development Bank) presidido pela ex-presidente do Brasil, Dilma Russeff.

 

segunda-feira, 20 de março de 2023

FIM DO SISTEMA CAPITALISTA TAL COMO O CONHECÍAMOS?



 https://goldswitzerland.com/this-is-it-the-financial-system-is-terminally-broken/ (*)

(*) Egon Von Greyerz é o gestor da empresa Matterhorn Asset Management.

O que escrevo a seguir, não se trata de uma profecia, embora pareça. É antes uma CONJETURA, COMO NAS MATEMÁTICAS: «O teorema está demonstrado ou não está» ... A realidade é esta, ou não é. 

Von Greyerz não é um «revolucionário», mas antes alguém prudente, sensato, que inspira confiança aos investidores. Se lerem o artigo acima, depressa compreenderão que aponta para algo gravíssimo, tanto mais que ele está nos antípodas do sensacionalismo e do catastrofismo, que são atitudes infelizmente corriqueiras nos dias presentes.

A construção dum sistema monstruoso, ou seja, o edifício financeiro assente sobre crédito, e crédito sem ter nada de sólido como garantia, tinha - num dia ou noutro - de estoirar. Isso já se tornara inevitável, aquando do «default» de Nixon em relação ao Acordo de Bretton Woods em 1971. Mas, como todas as coisas complexas, a realidade pode ser iludida durante algum tempo, mas acaba por vir à superfície.

Agora, as pessoas que não se importaram com os sérios avisos da minoria de pessoas com nomeada e respeitadas (caso de Von Greyerz, e de alguns outros) e que continuaram a jogar no casino corrupto e viciado das bolsas mundiais, vão ter que sofrer perdas enormes ou mesmo, entrar em falência. 

     Gráfico retirado do artigo:

Note-se que a falência do Crédit Suisse, é qualitativamente diferente das precedentes das últimas semanas nos EUA. Agora trata-se dum banco sistémico, ao contrário dos bancos de depósito que faliram nas semanas passadas. Estes, eram de pequena ou média dimensão, no mercado dos EUA. 

O acordo que levou à absorção do Crédit Suisse pela UBS, outro banco sistémico suíço, teve a garantia de empréstimo do Banco central suíço (BNS) até ao montante de 100 mil milhões de dólares. Repare-se que a UBS fechou o negócio de compra do Crédit Suisse, com uns «míseros» 3 mil milhões de dólares. Esta quantia, mesmo assim, seria demais para uma instituição falida, mas é provavelmente destinada a satisfazer aqueles clientes que ainda tinham ações do Crédit Suisse. Quanto ao resto, será impossível fazermos a avaliação dos riscos que a UBS vai ter de assumir (ao longo de anos) para dar conta dos muitos milhões empenhados em contratos de derivados  do Crédit Suisse e que a UBS tem de honrar.

Sabe-se que a banca na Europa está toda ela muito alavancada, sendo a paisagem realmente mais sombria do que a media financeira costuma pintar. Os grandes bancos nos EUA têm ainda alguma margem de manobra. Porém, isso não é um dado adquirido, pois existem demasiadas fragilidades no sistema: 

A extrema concentração do imobiliário para aluguer, nas mãos de duas mega empresas Blackrock e Vanguard (esta última, tem uma participação na Blackrock), faz com que a severa crise do imobiliário, sobretudo nos setores dos escritórios e comércio, tenha um impacto multiplicado. Mas, existem outros setores em crise, como o crédito automóvel, importante nos EUA, ou ainda as ruturas nas cadeias de abastecimento, efeitos das sanções contra a Rússia, a China e o Irão, conjugados com a realidade económica dum país desindustrializado, pelos seus próprios magnates. Quanto às indústrias tecnológicas, de que os EUA tanto se orgulhavam, estão em apuros, não só pela retração das vendas, como também pelos jogos financeiros. Estes incluíam, entre outros, a compra das próprias ações, para fazer brilhar estas empresas nas bolsas e assim atrair investidores.

Perante um Ocidente desindustrializado, sem aquele vigor do capitalismo industrial de outras eras, tem-se erguido e fortalecido um conjunto de países onde a indústria está no centro do investimento e tem demonstrado sua eficiência, inclusive nos domínios de ponta. O público ocidental tem uma ideia estereotipada, resultante da propaganda anti-chinesa e anti-russa, segundo a qual estes países não estariam à altura de competir, nestes domínios, com o «Ocidente». De facto, passa-se exatamente o inverso. Podemos ver isso, através do armamento mais sofisticado fabricado na Rússia e do programa aeroespacial Chinês, por exemplo. Esta propaganda ocidental - além de belicista, racista e reacionária - engana apenas quem quer ser enganado.

Se o mundo conseguir evitar um confronto global, com os seus riscos de guerra nuclear,  vai-se assistir  a uma nova era de capitalismo industrial, na China e nos países integrando a OCX (Organização de Cooperação de Xangai) e os BRICS, sobretudo. 

Não creio que ocorra uma mudança de paradigma no sentido dum socialismo, dum sistema socialista dominante. Mas creio que a situação das populações irá melhorar, sobretudo dos muitos milhões de excluídos nos países mais pobres. 

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PS1: Uma fuga dos documentos internos da UBS permite perceber a estratégia de «piratas» financeiros dos seus dirigentes, com a conivência das autoridades «fiscalizadoras» suíças: 

EXCLUSIVA: El documento interno de UBS



PS2: Com o aumento de 25 pontos-base nos juros, hoje (22/03/2023) anunciado pela FED, as contas públicas ficam ainda mais deficitárias. Os juros vão pesar mais 29%, em comparação com o ano fiscal anterior, com a agravante de haver diminuição na receita dos impostos.

quarta-feira, 8 de março de 2023

ANÁLISE HISTÓRICA: «A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL NUNCA TERMINOU»





[O original deste artigo foi publicado a 10 de Maio de 2022]

Há 77 anos, a Alemanha rendeu-se às forças aliadas, finalmente encerrando a devastação da Segunda Guerra Mundial.

Hoje, enquanto o mundo celebra o 77º aniversário desta vitória, por que não pensar seriamente em finalmente vencer aquela guerra, de uma vez por todas?

Se você está confuso com esta afirmação, talvez seja melhor sentar-se e respirar fundo antes de continuar lendo. Nos próximos 12 minutos, você provavelmente descobrirá um fato perturbador que pode assustá-lo um pouco: Os aliados nunca venceram a Segunda Guerra Mundial…
Agora, por favor, não me interpretem mal. Estou eternamente grato pelas almas imortais que deram suas vidas para derrubar a máquina fascista durante aqueles anos sombrios... Mas, de facto, alguma coisa não foi resolvida a 9 de Maio de 1945, e isso tem a ver com o lento ressurgimento de uma nova forma de fascismo durante a segunda metade do século XX e o perigo renovado de uma ditadura global, que o mundo enfrenta novamente hoje.
É minha opinião que somente quando encontrarmos coragem em realmente olhar para este problema com olhos sóbrios, seremos capazes de honrar verdadeiramente nossos corajosos antepassados ​​que dedicaram suas vidas a conquistar a paz para seus filhos, netos e a humanidade. amplamente.


A verdade feia da Segunda Guerra Mundial

Vou parar os rodeios agora e apenas dizer: Adolph Hitler ou Benito Mussolini nunca foram  "donos de si próprios”.

[tradução automática no próprio site: AQUI]

The machines they led were never fully under their sovereign control and the financing they used as fuel in their effort to dominate the world did not come from the Banks of Italy or Germany. The technologies they used in petrochemicals, rubber, and computing didn’t come from Germany or Italy, and the governing scientific ideology of eugenics that drove so many of the horrors of Germany’s racial purification practices never originated in the minds of German thinkers or from German institutions.


Were it not for a powerful network of financiers and industrialists of the 1920s-1940s with names such as Rockefeller, Warburg, Montague Norman, Osborn, Morgan, Harriman or Dulles, then it can safely be said that fascism would never have been possible as a “solution” to the economic woes of the post-WWI order. To prove this point, let us take the strange case of Prescott Bush as a useful entry point.


The patriarch of the same Bush dynasty that gave the world two disastrous American presidents made a name for himself funding Nazism alongside his business partners Averell Harrimen and Averell’s younger brother E. Roland Harriman (the latter who was to recruit Prescott to Skull and Bones while both were studying at Yale).


Not only did Prescott, acting as director of Brown Brothers Harriman, provide valuable loans to keep the bankrupt Nazi party afloat during Hitler’s loss of support in 1932 when the German population voted into office the anti-Fascist General Kurt von Schleicher as Chancellor, but was even found guilty for “trading with the enemy” as director of Union Banking Corporation in 1942!


That’s right! Eleven months after America entered WWII, the Federal Government naturally conducted an investigation of all Nazi banking operations in the USA and wondered why Prescott continued to direct a bank which was so deeply enmeshed with Fritz Thyssen’s Bank voor Handel en Scheepvart of the Netherlands. Thyssen for those who are unaware is the German industrial magnate famous for writing the book “I Paid Hitler”. The bank itself was tied to a German combine called Steel Works of the German Steel Trust which controlled 50.8% of Nazi Germany’s pig iron, 41.4% of its universal plate, 38.5% of its galvanized steel, 45.5% of its pipes and 35% of its explosives. Under Vesting Order 248, the U.S. federal government seized all of Prescott’s properties on October 22, 1942.


The U.S.-German Steel combine was only one small part of a broader operation as Rockefeller’s Standard Oil had created a new international cartel alongside IG Farben (the fourth largest company in the world) in 1929 under the Young Plan.


Owen Young was a JP Morgan asset who headed General Electric and instituted a German debt repayment plan in 1928 that gave rise to the Bank of International Settlements (BIS) and consolidated an international cartel of industrialists and financiers on behalf of the City of London and Wall Street.


The largest of these cartels saw Henry Ford’s German operations merging with IG Farben, Dupont industries, Britain’s Shell and Rockefeller’s Standard Oil. The 1928 cartel agreement also made it possible for Standard Oil to pass off all patents and technologies for the creation of synthetic gasoline from coal to IG Farben thus allowing Germany to rise from producing merely 300 000 tons of natural petroleum in 1934 to an incredible 6.5 million tons (85% of its total) during WWII! Had this patent/technology transfer not taken place, it is a fact that the modern mechanized warfare that characterized WWII could never have occurred.


Two years before the Young Plan began, JP Morgan had already given a $100 million loan to Mussolini’s newly established fascist regime in Italy- with Democratic Party kingmaker Thomas Lamont playing the role of Prescott Bush in Wall Street’s Italian operation. It wasn’t only JP Morgan who loved Mussolini’s brand of corporate fascism, but Time Magazine’s Henry Luce unapologetically gushed over Il Duce putting Mussolini on the cover of Time eight times between 1923 and 1943 while relentlessly promoting fascism as the “economic miracle solution for America” (which he also did in his other two magazines Fortune and Life).




Many desperate Americans, still traumatized from the long and painful depression begun in 1929, had increasingly embraced the poisonous idea that an American fascism would put food on the table and finally help them find work.

A few words should be said of Brown Brothers Harriman.
Bush’s Nazi bank itself was the product of an earlier 1931 merger which took place between Montagu Norman’s family bank (Brown Brothers) and Harriman, Bush and Co. Montague Norman was the Governor of the Bank of England from 1920 to 1944, leader of the Anglo-German Fellowship Trust and controller of Germany’s Hjalmar Schacht (Reichsbank president from 1923-1930 and Minister of Economy from 1934-1937). Norman was also the primary controller of the Bank of International Settlements (BIS) from its creation in 1930 throughout the entirety of WWII.

The Central Bank of Central Banks


Although the BIS was established under the Young Plan and nominally steered by Schacht as a mechanism for debt repayments from WWI, the Swiss-based “Central Bank of Central Banks” was the key mechanism for international financiers to fund the Nazi machine.
The fact that the BIS was under the total control of Montagu Norman was revealed by Dutch Central Banker Johan Beyen who said 


“Norman’s prestige was overwhelming. As the apostle of central bank cooperation, he made the central banker into a kind of arch-priest of monetary religion. The BIS was, in fact, his creation.”
The founding members of the Board included the private central banks of Britain, France, Germany, Italy and Belgium as well as a coterie of 3 private American banks (JP Morgan, First National of Chicago, and First National of New York). The three American banks merged after the war and are today known as Citigroup and JP Morgan Chase.
In its founding constitution, the BIS, its directors and staff were given immunity from all sovereign national laws and not even authorities in Switzerland were permitted to enter its premises.
This story was conveyed powerfully in the 2013 book Tower of Basel: The Shadowy History of the Secret Bank that Runs the World.


A Word on Eugenics


Nazi support in the build up to, and during WWII didn’t end with finance and industrial might, but extended to the governing scientific ideology of the Third Reich: Eugenics (aka: the science of Social Darwinism as developed by Thomas Huxley’s X Club associate Herbert Spencer and Darwin’s cousin sir Francis Galton decades earlier). In 1932, New York hosted the Third Eugenics Conference co-sponsored by William Draper Jr (JP Morgan banker, head of General Motors and leading figure of Dillon Read and co) and the Harriman family. This conference brought together leading eugenicists from around the world who came to study America’s successful application of eugenics laws which had begun in 1907 under the enthusiastic patronage of Theodore Roosevelt. Hiding behind the respectable veneer of “science” these high priests of science discussed the new age of “directed evolution of man” which would soon be made possible under a global scientific dictatorship.
Speaking at the conference, leading British Fascist Fairfield Osborn said that eugenics:
“aids and encourages the survival and multiplication of the fittest; indirectly, it would check and discourage the multiplication of the unfitted. As to the latter, in the United States alone, it is widely recognized that there are millions of people who are acting as dragnets or sheet anchors on the progress of the ship of state…While some highly competent people are unemployed, the mass of unemployment is among the less competent, who are first selected for suspension, while the few highly competent people are retained because they are still indispensable. In nature, these less-fitted individuals would gradually disappear, but in civilization, we are keeping them in the community in the hopes that in brighter days, they may all find employment. This is only another instance of humane civilization going directly against the order of nature and encouraging the survival of the un-fittest”.

The dark days of the great depression were good years for bigotry and ignorance as eugenics laws were applied to two Canadian provinces, and widely spread across Europe and America with 30 U.S. states applying eugenics laws to sterilize the unfit. The Rockefeller Foundation went on to fund German eugenics and most specifically the rising star of human improvement Joseph Mengele.


The Nazi Frankenstein Monster is Aborted

Describing his January 29, 1935 meeting with Hitler, Round Table controller Lord Lothian quoted the Fuhrer’s vision for Aryan co-direction of the New World Order saying:

“Germany, England, France, Italy, America and Scandinavia … should arrive at some agreement whereby they would prevent their nationals from assisting in the industrializing of countries such as China, and India. It is suicidal to promote the establishment in the agricultural countries of Asia of manufacturing industries”

While it is obvious that much more can be said on the topic, the Fascist machine didn’t fully behave the way the Dr. Frankensteins in London wished, as Hitler began to realize that his powerful military machine gave Germany the power to lead the New World Order rather than play second fiddle as mere enforcers on behalf of their Anglo masters in Britain. While many London and Wall Street oligarchs were willing to adapt to this new reality, a decision was made to abort the plan, and try to fight another day.

To accomplish this, a scandal was concocted to justify the abdication of pro-Nazi King Edward VIII in 1936 and an appeasing Prime Minister Neville Chamberlain was replaced with Winston Churchill in 1940. While Sir Winston was a life long racist, eugenicist and even Mussolini-admirer, he was first and foremost a devout British Imperialist and as such would fight tooth and nail to save the prestige of the Empire if it were threatened. Which he did.


The Fascists vs Franklin Roosevelt

Within America itself, the pro-fascist Wall Street establishment had been loosing a war that began the day anti-fascist President Franklin Roosevelt was elected in 1932. Not only had their attempted February 1933 assassination failed, their 1934 coup d’etat plans were also thwarted by a patriotic General named Smedley Butler.
To make matters worse, their efforts to keep America out of the war in the hopes of co-leading the New World Order alongside Germany, France and Italy was also falling apart. As I outlined in my recent article How to Crush a Bankers’ Dictatorship, between 1933-1939, FDR had imposed sweeping reforms on the banking sector, thwarted a major attempt to create a global Bankers’ dictatorship under the Bank of International Settlements, and mobilized a broad recovery under the New Deal.

By 1941, Japan’s attack on Pearl Harbor polarized the American psyche so deeply that resisting America’s entry into WWII as Wall Street’s American Liberty League had been doing up until then, became political suicide. Wall Street’s corporatist organizations were called out by FDR during a powerful 1938 speech as the president reminded the Congress of the true nature of fascism:

“The first truth is that the liberty of a democracy is not safe if the people tolerate the growth of private power to a point where it becomes stronger than their democratic state itself. That, in its essence, is fascism – ownership of government by an individual, by a group, or by any other controlling private power… Among us today a concentration of private power without equal in history is growing. This concentration is seriously impairing the economic effectiveness of private enterprise as a way of providing employment for labor and capital and as a way of assuring a more equitable distribution of income and earnings among the people of the nation as a whole.”

While America’s entry into WWII proved a decisive factor in the destruction of the fascist machine, the dream shared by Franklin Roosevelt, Henry Wallace and many of FDR’s closest allies across America, Canada, Europe, China and Russia for a world governed by large-scale development, and win-win cooperation did not come to pass.

Even though FDR’s ally Harry Dexter White led in the fight to shut down the Bank of International Settlements during the July 1944 Bretton Woods conference, the passage of White’s resolutions to dissolve BIS and audit its books were never put into action.

While White, who was to become the first head of the IMF, defended FDR’s program to create a new anti-imperial system of finance, Fabian Society leader, and devout eugenicist John Maynard Keynes defended the Bank and pushed instead to redefine the post-war system around a one world currency called the Bancor, controlled by the Bank of England and BIS.


The Fascist Resurgence in the Post-War World


By the end of 1945, the Truman Doctrine and Anglo-American “special relationship” replaced FDR’s anti-colonial vision, while an anti-communist witch hunt turned America into a fascist police state under FBI surveillance. Everyone friendly to Russia was targeted for destruction and the first to feel that targeting were FDR’s close allies Henry Wallace and Harry Dexter White, whose untimely 1948 death while campaigning for Wallace’s presidential bid put an end to anti-colonialists running the IMF.

In the decades after WWII, those same financiers who brought the world fascism went straight back to work infiltrating FDR’s Bretton Woods Institutions such as the IMF and World Bank, turning them from tools of development, into tools of enslavement. This process was fully exposed in the 2004 book Confessions of an Economic Hit man by John Perkins.

The European banking houses representing the old nobility of the empire continued through this reconquering of the west without punishment. By 1971, the man whom Perkins exposed as the chief economic hit man George Schultz, orchestrated the removal of the U.S. dollar from the Gold-reserve, fixed exchange rate system director of the Office of Management of Budget and in the same year, the Rothschild Inter-Alpha Group of banks was created to usher in a new age of globalization. This 1971 floating of the dollar ushered in a new paradigm of consumerism, post-industrialism, and de-regulation which transformed the once productive western nations into speculative “post-truth” basket cases convinced that casino principles, bubbles and windmills were substitutes for agro-industrial economic practices.

So here we are in 2022 celebrating victory over fascism.

The children and grandchildren of those heroes of 1945 now find themselves attached to the biggest financial collapse in history with $1.5 quadrillion of fictitious capital ripe to explode under a new global hyperinflation akin to that which destroyed Weimar in 1923, but this time global. The Bank of International Settlements that should have been dissolved in 1945 today controls the Financial Stability Board and thus regulates the world derivatives trade which has become the weapon of mass destruction that has been triggered to unleash more chaos upon the world than Hitler could have ever dreamed.

Is the anti-fascist spirit of Franklin Roosevelt alive in the form of modern anti-imperialism including Russia and China and a growing array of nations united under the umbrella of the New Deal of the 21st Century which has come to be called the “Belt and Road Initiative”.

And thus a chance still exists today to take the types of emergency actions needed at this moment of existential crisis and finally accomplish what FDR had always intended: to win World War II.


*
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This article was originally published on the author’s blog site, The Canadian Patriot.

Matthew Ehret is the Editor-in-Chief of the Canadian Patriot Review, and Senior Fellow at the American University in Moscow. He is author of the ‘Untold History of Canada’ book series and Clash of the Two Americas trilogy. In 2019 he co-founded the Montreal-based Rising Tide Foundation.



The Clash of the Two Americas
Vol. 1 & 2
by Matthew Ehret


In his new two volume series The Clash of the Two Americas, Matthew Ehret introduces a new analysis of American history from the vantage point that the globally-extended supranational shadow government that managed the British Empire was never fully defeated and has acted within the USA itself since 1776 as a continuous multi-generational fifth column managing every significant event and assassination of American presidents for the next 250 years.
The original source of this article is Global Research
Copyright © Matthew Ehret-Kump, Global Research, 2023

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

[ALASDAIR MCLEOD] AS INTENÇÕES DA RÚSSIA ESTÃO A CLARIFICAR-SE

Russia's Prime Minister Vladimir Putin holds an ingot of gold as he visits the precious metals safe vault of the Central Bank in Moscow January 24, 2011. 
REUTERS/Alexsey Druginyn

Reproduzo abaixo o sumário do artigo de Alasdair Mcleod «Russia’s intentions are clarifying ». É um artigo de fundo, cheio de informação, pelo que aconselho os leitores deste blog a lê-lo na íntegra (1). 
Eu traduzi para português algumas partes e coloquei neste espaço abaixo: 

Temos a confirmação das mais altas fontes de que a Rússia e a Organização de Cooperação de Xangai (SCO) estão a considerar usar o ouro para pagamentos no comércio pan-Asiático, substituindo plenamente o dólar e o euro.

[...]

Agora que a aliança ocidental está a juntar tanques e outro material para os ucranianos, promovendo ativamente novas batalhas, com a OTAN ficando quase diretamente implicada. É esta situação que irá conduzir a uma subida dos preços das matérias-primas, enfraquecer os mercados financeiros do Ocidente, fragilizar as finanças destes governos e, por fim causar, o colapso das suas divisas.

[...]

No Reino Unido, pelo menos, a media russa tem sido censurada, portanto o artigo de Glazyev no jornal russo Vedomosti não deverá estar acessível a leitores no Ocidente. Portanto, para facilitar a referência dos pontos principais, cito a tradução inglesa do artigo detalhado, que pode ser resumida como segue: 

Nos nove meses antecedendo Setembro, o excedente da Rússia com os membros da EAEU, mais China, Irão, Turquia, UAE, etc. era de um equivalente a $198.4biliões, para $123.1biliões para o mesmo período do ano passado. Por outras palavras, as sanções ocidentais não conseguiram suprimir os rendimentos do petróleo da Rússia, meramente redirecionando os rendimentos vindos dos países recetores.
O excedente comercial com os membros da SCO permitiu às companhias russas liquidar as dívidas externas, substituindo-as com empréstimos em rublos. [Glazyev não menciona este ponto, mas um retorno do padrão ouro iria reduzir os custos de empréstimo substancialmente (Nota de A. Mcleod)]
A Rússia tornou-se o terceiro maior país a usar renminbi (yuan, a divisa da China) para pagamentos internacionais, que dão conta de 26% das transações em divisas estrangeiras da Federação Russa. A parte de pagamentos e divisas dos próprios membros, parceiros de diálogo e associados do SCO, está crescendo, substituindo o dólar e espera-se que continue a crescer.
Visto que tais divisas estão sujeitas a taxas de câmbio e a possível risco de sanções, a melhor maneira de evitar esses riscos é comprar ouro não-sancionado da China, da UAE, da Turquia e possivelmente do Irão, e de outros países, em troca pelas divisas locais.
O ouro adquirido pelo Banco Central Russo pode ser armazenado em bancos centrais de países amigos para maior liquidez e o resto ser repatriado para a Rússia.
O ouro pode ser um instrumento único para combater as sanções ocidentais se for usado para atribuir os preços das principais mercadorias internacionais (petróleo, gás, alimentos, fertilizantes, metais e minerais sólidos). Isto seria a resposta adequada aos tetos de preços do Ocidente. E a Índia e a China podem tomar o lugar de plataformas de comércio global em vez de Glencore or Trafigura”.
O ouro (juntamente com a prata) esteve durante milénios no centro do sistema financeiro global, conferindo uma medida honesta do valor de moeda-papel e de ativos financeiros....Ele foi cancelado há meio século, ligando o petróleo ao dólar, mas a era do petrodólar está a acabar. A Rússia, junto com os seus parceiros do sul e do leste, tem a oportunidade única de sair do barco da economia centrada no dólar e na dívida.
A URSS, ao assinar mas não ratificar o Acordo de Bretton Woods, o «Rublo de Ouro 2.0» desempenhou um importante papel na industrialização soviética no pós- IIª Guerra. Agora, as condições para um «Rublo de Ouro 3.0» desenvolveram-se, objetivamente.
As sanções contra a Rússia voltaram-se como boomerang para o Ocidente. Agora, tem de fazer face á instabilidade geopolítica, ao aumento de preços para a energia e outros bens [isto significa mais inflação nos preços].
Em 2023, [vai haver uma mudança de] investimentos arriscados, de instrumentos financeiros complexos, para ativos tradicionais, primariamente o ouro. O banco Saxo prevê um aumento do ouro para $3,000 por onça, o que conduzirá a um aumento substancial dos valores e quantidades das reservas de ouro. Importantes reservas de ouro irão permitir que a Rússia “conduza uma política financeira soberana e minimize a dependência em relação a credores externos”. [Note-se que além das reservas oficiais, sabe-se que a Rússia possuí pelo menos mais umas 10 mil toneladas - mais do que é declarado oficialmente pelo Tesouro dos EUA]
Os bancos centrais estão a aumentar as suas reservas de ouro. A China tem uma proibição de exportação para todo o seu ouro minerado. Segundo o Shanghai Gold Exchange, os clientes retiraram 23 mil toneladas de ouro. A Índia é considerada a campeã na acumulação de ouro…. O ouro tem estado a fluir de Oeste para Leste...Estará o ouro do Oeste garantido, ou está empenhado através de «swaps» e de «leasing»? O Oeste nunca o diz e Fort Knox nunca consente em ser auditado.
Nos últimos 20 anos, a mineração de ouro na Rússia quase duplicou. A produção de ouro pode representar um aumento no PIB, de 1% para 2 ou 3% do PIB... No presente, a produção de ouro está prevista (ano de 2022) subir de 300 toneladas, para 500 toneladas… dando à Rússia um rublo forte, um orçamento sólido e uma saudável economia. [Note-se que nesta declaração, Glazyev revela que a maior parte do aumento do rendimento da mineração, será quando tal rendimento seja medido em dólares.]

[Sumário do Artigo de Alasdair McLeod pelo próprio:]

«Confiamos aos bancos centrais a garantia da integridade da rede de bancos comerciais. No mínimo, quando há produção acelerada de divisas e ocorre inflação do crédito, esperamos que venham apoiar o sistema financeiro titubeante, sobre o qual assenta a aliança ocidental, o que apenas pode ser feito de uma maneira - a expensas das respetivas divisas.

Que a aliança ocidental esteja a mergulhar numa crise de dívida, por ela própria fabricada, é inegável. A sua geoestratégia, a cargo do poder hegemónico de ontem, já resultou em tiro pela culatra, em benefício dos seus inimigos. Agora chegou o tempo para a Rússia dar o golpe de misericórdia financeiro. Isto porque a Rússia vai usar a cobertura da agressão ocidental e as consequências para os seus mercados, para realizar o disparo. A Rússia está a pensar para diante, enquanto a aliança ocidental, está em modo de  rancor belicoso.

Tal como não foram medidas de antemão as consequências do banimento da Rússia do sistema SWIFT, as consequências de uma nova fase da guerra na Ucrânia são descartadas. No início, pelo menos no ocidente, um movimento da Rússia em direção ao ouro poderia ser visto como a resposta defensiva para proteger o rublo e as exportações russas na Ásia. Um ataque deliberado às divisas-fiat do Ocidente não será suspeitado. A evidência será vista no preço do ouro a aumentar para além das expetativas.

A Rússia não fará anúncios formais sobre padrões ouro, porque não há necessidade disso. Nem a China: Em vez disso, irão anunciar qual o aumento das suas reservas de ouro. Tendo deixado cair a hipótese duma divisa da EAEU formada por um cabaz de divisas nacionais, como forma de substituir o dólar enquanto meio de pagamento,  a SCO (Organização de Cooperação de Xangai) irá adotar de facto o ouro, em seu lugar.

Inicialmente, o aumento do preço do ouro em dólares não irá criar alarme nos meios ocidentais: Afinal de contas, o ouro foi desmonetizado. Ele será seguido por desmentidos da sua importância. Mas, tal como Sergey Glazyev escreve no seu artigo, em Vedomosti, o ouro irá ser usado para cotar todas as principais matérias-primas (petróleo, gás, alimentos, fertilizantes, metais e minerais sólidos). Assim sendo, estes preços serão estáveis e haverá baixos juros, enquanto os preços e juros irão subir, em termos de dólares. Nessa altura, o público mais vasto  ficará consciente de que não são os preços que sobem, mas o dólar que está a colapsar. 

Então, à medida que as moedas-fiat, dólar, yen, libra, euro, perderem o seu poder aquisitivo, não apenas em relação ao ouro, mas perante todas as matérias-primas, é inevitável que se façam comparações com o sucesso relativo do eixo Rússia-China, concretizado em organizações como o SCO, a EAEU, e os BRICS. Impulsionada pelos chineses aforradores, pelo investimento de capitais, pelo desconto nas energias e por dinheiro real( o ouro),  a Ásia irá prosperar.
Pouco ou nada, a América e os seus aliados da OTAN poderão fazer, para evitar isto»

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(1) O meu artigo de 23-01-2023, embora mais genérico, também aponta para as mesmas conclusões que o notável artigo de A. Mcleod.