Manuel Banet, ele próprio

Reflexão pessoal, com ênfase na criação e crítica

sábado, 15 de junho de 2019

DYLAN 1975 : SIMPLE TWIST OF FATE / LOVE MINUS ZERO


Simple Twist of Fate (Live at Harvard Square Theatre, Cambridge, MA - November 1975)



They sat together in the park
As the evening sky grew dark
She looked at him and he felt a spark
Tingle to his bones
'Twas then he felt alone
And wished that he'd gone straight
And watched out for a simple twist of fate
They walked along by the old canal
A little confused, I remember well
And stopped into a strange hotel
With a neon burnin' bright
He felt the heat of the night
Hit him like a freight train
Moving with a simple twist of fate
A saxophone someplace far-off played
As she was walkin' on by the arcade
As the light bust through a beat-up shade
Where he was waking up
She dropped a coin into the cup
Of a blind man at the gate
And forgot about a simple twist of fate
He woke up, the room was bare
He didn't see her anywhere
He told himself he didn't care
Pushed the window open wide
Felt an emptiness inside
To which he just could not relate
Brought on by a simple twist of fate
He hears the ticking of the clocks
And walks along with a parrot that talks
Hunts her down by the waterfront docks
Where the sailors all come in
Maybe she'll pick him out again
How long must he wait?
One more time, for a simple twist of fate
People tell me it's a sin
To know and feel too much within
I still believe she was my twin
But I lost the ring
She was born in spring
But I was born too late
Blame it on a simple twist of fate
Songwriters: Bob Dylan
Simple Twist of Fate lyrics © Sony/ATV Music Publishing LLC, Audiam, Inc




Love Minus Zero / No Limit (Live at Montreal Forum, Montreal, Quebec - December 1975)




My love, she speaks like silence
Without ideals or violence
She doesn't have to say she's faithful
Yet she's true like ice, like fire
People carry roses
And make promises by the hour
My love she laughs like the flowers
Valentines can't buy her
In the dime stores and bus stations
People talk of situations
Read books, repeat quotations
Draw conclusions on the wall
Some speak of the future
My love, she speaks softly
She knows there's no success like failure
And that failure's no success at all
The cloak and dagger dangles
Madams light the candles
In ceremonies of the horsemen
Even the pawn must hold a grudge
Statues made of matchsticks
Crumble into one another
My love winks she does not bother
She knows too much to argue or to judge
The bridge at midnight trembles
The country doctor rambles
Bankers' nieces seek perfection
Expecting all the gifts that wise men bring
The wind howls like a hammer
The night wind blows cold n' rainy
My love, she's like some raven
At my window with a broken wing

Songwriters: Bob Dylan
Love Minus Zero/No Limit lyrics © Sony/ATV Music Publishing LLC, Audiam, Inc


As duas canções aqui registadas são, talvez, das melhores que Bob Dylan jamais compôs. 

As letras fazem parte do desiderato ideológico-emotivo dos anos sessenta... mas são imediatamente inteligíveis pelas gerações posteriores! 


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Labels: Bob Dylan, música pop

sexta-feira, 14 de junho de 2019

OS ATAQUES AOS PETROLEIROS NO GOLFO DE OMAN SÃO UM CASO DE «FALSA BANDEIRA»

Kim Iversen descreve a construção de falsas evidências, usando os dados de que se dispõe sobre este caso e evocando o caso do incidente do golfo de Tonkin em 1964 como escalada da guerra do Vietname e os pseudo-ataques químicos dos sírios no ano passado.


Veja também como é que Pompeo apresenta o caso, no sentido de encontrar uma «justificação» para o endurecimento das sanções contra o Irão e tentativa de aumentar o seu isolamento:

http://www.informationclearinghouse.info/51764.htm



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Labels: Arábia Saudita, ataques de falsa bandeira, Golfo de Oman, Huthis, Irão, Kim Iversen, Michael Pompeo, petroleiros

quinta-feira, 13 de junho de 2019

AURORA DA HUMANIDADE


Um vídeo-documentário excelente, da «National Geographic Studios» em associação com a cadeia «Arte», dá-nos conta dos avanços, espectaculares e recentes, do conhecimento sobre a origem da espécie humana, expostos de modo pedagógico e sedutor. 
As próprias descobertas de Homo naledi ou de Australopithecus sediba também foram aventuras. No filme, as narrativas fascinantes do trabalho de cientistas e exploradores, são contadas na primeira pessoa.
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Labels: Australopithecus sediba, Charles Darwin, Homo naledi, Humanidade, Origem, Raymond Dart

terça-feira, 11 de junho de 2019

ARRAIAL EM ALGÉS - 12/06/2019 - 20H.

                          Arraial 12JUN2019 banner.png

Integrado na campanha de recolha de fundos para ajudar nas obras necessárias à nossa nova sede, a Fábrica de Alternativas convida todos a participarem no Arraial de Santo António no próximo dia 12, a partir das 20 horas, na Escola Sofia de Carvalho em Algés (confluência da Av. da República e Rua Sofia de Carvalho).

Haverá sardinhas, bifanas, caldo-verde, chouriço, vinho, cerveja e música. 

Apareçam, que todos são bem-vindos

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Labels: Algés, Arraial, Escola Sofia de Carvalho, Fábrica de Alternativas

segunda-feira, 10 de junho de 2019

PRIMEIRO-MINISTRO DA MALÁSIA ABRE «CAIXA DE PANDORA» POLÍTICA DA UCRÂNIA



Primeiro-ministro da Malásia abre «Caixa de Pandora» política da Ucrânia

O primeiro-ministro da Malásia, Mahatir Mohamad, enviou ondas de choque num discurso público em que descartou o relatório «oficial» holandês que dava como responsáveis os russos pelo disparo contra o avião da companhia aérea Malaysia Air, voo 17 em Julho de 2014, semanas depois de um golpe orientado pela CIA que derrubou o presidente eleito da Ucrânia. 
Apesar da media ocidental ter silenciado os comentários do líder da Malásia, este está a criar um sério embaraço para o ex-vice presidente Joe Biden e seus colaboradores na Ucrânia, tais como Igor Kolomoisky, nos seus esforços patéticos para condenarem a Rússia pelos seus próprios crimes.

Durante um diálogo no Clube Japonês de Correspondentes Estrangeiros, no dia 30 de Maio, Mahatir desafiou o governo holandês a providenciar provas da sua afirmação de que o avião da Malaysian Airlines FH17 que se despenhou na Ucrânia tinha sido alvejado por um míssil BUK de fabrico russo, disparado de um regimento russo estacionado em território russo (Kursk). O primeiro-ministro malaio disse aos media japoneses: «Eles acusam a Rússia, mas onde estão as provas? Nós sabemos que o míssil que deitou abaixo o avião é de modelo russo, mas ele poderia também ter sido fabricado na Ucrânia.” Sem hesitações, Mahatir acrescentou, “É precisa uma prova sólida para mostrar que foi disparado pelos russos; poderia ter sido pelos rebeldes na Ucrânia, poderia ter sido pelas tropas governamentais da Ucrânia, porque eles também têm o mesmo míssil.”
Continuou, fazendo a exigência de que o governo da Malásia possa ser autorizado a inspeccionar a caixa negra do avião despenhado, afirmando o óbvio, sendo o avião malaio, com um piloto malaio e onde uma parte dos passageiros eram malaios: “Pode ser que não tenhamos a capacidade de peritagem mas podemos comprar os serviços de tal peritagem. Por algum motivo, a Malásia não foi autorizada a inspeccionar a caixa negra para ver o que se passou.”
Afirmou ainda, “não sabemos porque fomos excluídos do inquérito, mas desde o princípio, vemos demasiada política nisso e a ideia parece ter sido, não de descobrir como é que isso aconteceu, mas de tentar colar as culpas nos  russos.”
O voo da Malaysian Air MH17 estava no caminho de Amsterdam para Kuala Lumpur quando foi abatido acima de uma zona de conflito no leste da Ucrânia a 17 de Julho de 2014. Somente em Maio de 2018 o grupo de investigação, liderado pelos holandeses, produziu o seu relatório alegando que um míssil BUK foi usado para abater o avião da Malaysia Airlines, indicando que ele fora disparado a partir da 53ª brigada antiaérea da Federação Russa, estacionada em Kursk próximo da fronteira ucraniana. O Grupo de Investigação Holandês (Joint Investigation Team – JIT) declarou que “chegou à conclusão de que o BUK-TELAR que abateu o MH17 veio da 53ª brigada de mísseis antiaéreos estacionada em Kursk na Rússia,” segundo o investigador-chefe holandês, Wilbert Paulissen. Paulissen acrescentou, “Estamos convictos que o que encontrámos justifica as  conclusões…”
O grupo liderado por holandeses não apresentou uma prova forense concreta e Moscovo tem repetidas vezes desmentido envolvimento num tal ato, que não faria sentido em termos militares ou políticos para os russos. Em 2018 o ministro da defesa russo providenciou provas de que o míssil BUK que alvejou o avião de passageiros malaio foi manufacturado numa fábrica da Rússia em 1986 e depois despachado para a Ucrânia. A sua última localização registada era uma base militar ucraniana.
Ao levantar de novo dúvidas sobre as conclusões dos investigadores holandeses, Mahatir abriu potencialmente uma caixa de Pandora, que poderia afectar membros do governo ucraniano da época, nomeadamente Igor Kolomoisky , o bilionário apoiante de Volodymyr Zelensky, o recém-eleito presidente da Ucrânia. Potencialmente, também, poderia implicar o então vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e muitos outros.

Questões em Aberto

Os investigadores independentes da destruição do MH17 sublinham o facto de que a equipa de inquérito liderada por holandeses deliberadamente excluiu a Malásia, assim como a Rússia, do seu grupo, mas incluiu os representantes ucranianos do regime resultante do golpe de Estado apoiado pela CIA, que dificilmente se pode considerar uma parte desinteressada. Além disso todas as escutas apresentadas como prova da culpa dos russos vieram dos serviços secretos ucranianos, SBU. Desde o golpe apoiado pela CIA na Ucrânia em 2014, o SBU tem estado envolvido em repetidas acusações fabricadas contra a Rússia, até mesmo simulando o assassínio de um jornalista, que depois se revelou estar bem  vivo.
Um dos problemas que o grupo holandês JIT nunca abordou é porquê, quando se estava numa zona de guerra e os voos comerciais internacionais eram aconselhados a evitar o espaço aéreo da Ucrânia do Leste, o voo MH17 recebeu a ordem, comprovadamente, pelas autoridades de controlo aéreo em Dnepropetrovsk, a mudar o seu itinerário e voar directamente por cima da zona de guerra. Segundo um sítio Internet holandês, Post Online, o Eurocontrol, a organização europeia para a segurança da navegação aérea, informou o parlamento holandês sobre o estatuto dos radares da Ucrânia, em 2016, informando que a organização ucraniana de controlo de tráfego aéreo UkSATSE falhou informar o Eurocontrol, no Verão de 2014, sobre a situação não-operacional de três sistemas de radar no Leste da Ucrânia, uma violação grave da lei. Um dos três radares tinha sido tomado na sequência do golpe apoiado pela CIA, em Abril, por um bando usando capuz, que destruiu as instalações.

Além disso, noutra falha, o serviço ucraniano UkSATSE recusou autorização para que o seu controlador aéreo em Dnepropetrovsk, responsável pelo controlo do voo MH17, fosse questionado. Segundo reportagens russas, o indivíduo «foi de férias» e nunca mais reapareceu.

O Factor Kolomoisky

Na altura do abate do MH17, o governador ucraniano da província de Dnepropetrovsk, era Igor Kolomoisky. Kolomoisky, que é classificado como o terceiro mais rico da Ucrânia, com um império que se estende pelo petróleo, carvão, metais e banca, também está referenciado como directamente ligado, via entidades off-shore, à Burisma, uma companhia ucraniana de gás, que tem o filho do Vice-presidente Joe Biden no seu quadro de directores.
Kolomoisky, que é bem conhecido por contratar bandidos e neonazis para espancar os seus oponentes na Ucrânia, assegurou um posto lucrativo na Burisma para Hunter Biden, apesar da inexperiência deste em algo relacionado com a Ucrânia ou com petróleo e gás, como agradecimento a Joe Biden, por este ter anulado a proibição de visto de viagem aos EUA a Kolomoisky. Joe Biden era a pessoa mais responsável da administração Obama, encarregue do golpe da Praça Maidan em 2014, orquestrado pela CIA, para derrubar o presidente eleito, Viktor Yanukovych.
As observações de Mahatir chamaram a atenção de novo para as circunstâncias misteriosas envolvendo o avião da Malaysian Air MH17 em 2014 e o papel que – potencialmente – Kolomoisky e outros teriam nisto. O papel de altos funcionários da Ucrânia, corruptos e apoiados pela administração Obama, está agora a ser examinado.
O novo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, é largamente mencionado como protegido de Igor Kolomoisky. Zelensky tornou-se um nome conhecido como comediante numa estação de TV de Kolomoisky, o qual forneceu fundos e pessoal para a campanha vitoriosa do comediante, em Maio de 2019, em que o derrotado foi o presidente cessante, Petro Poroshenko, inimigo declarado de Kolomoisky. Após a vitória eleitoral de Zelensky, Kolomoisky regressou à Ucrânia, após um exílio na Suíça, no seguimento de um azedo conflito e ruptura com Poroshenko em 2015.
Estas peças todas formam um puzzle geopolítico muito obscuro, que mostram o papel sujo que a Ucrânia e a administração Obama jogaram ao demonizar a Rússia, assim como a Administração Trump. Recentemente, verifica-se que o Conselheiro Especial Mueller e seu pessoal, confiaram no testemunho do empresário ucraniano Konstantin Kilimnik, que trabalhava para o presidente da campanha de Trump, Paul Manafort, a figura chave supostamente ligada aos serviços secretos russos, como peça-chave para construir o caso de conivência com a Rússia ou das interferências nas eleições presidenciais de 2016.
Porém, longe de ser um agente de Putin, novas provas mostram que Kilimnik, pelo menos desde 2013, era um informador confidencial do Departamento de Estado dos EUA, de acordo com o jornalista dos EUA, John Solomon. Solomon cita documentos do Departamento de Estado, incluindo e-mails que ele viu, onde Kilimnik é descrito como «importante fonte» de informação para o Departamento de Estado dos EUA. O relatório de Mueller deixou de fora este detalhe embaraçoso, por algum motivo. Kilimnik trabalhou para Paul Manafort o qual, antes do golpe de 2014 na Ucrânia, tinha servido como «lobbyist» para o presidente eleito Viktor Yanukovych e seu Partido das Regiões.
Os actos sombrios de certas personagens na Ucrânia podem vir, em breve, recair sobre elas próprias, quer figuras da Ucrânia tais como Kolomoisky, ou pessoas como Joe Biden e família. Quanto à autoria verdadeira do disparo contra o avião MH17, existem investigadores holandeses e outros, que acreditam estar ligado a agentes ao serviço de Kolomoisky, aos negócios ucranianos de Hunter Biden e aos factos reais nas investigações ao «Russiagate» de Mueller. Todos esses aspectos poderiam ser mais reveladores para o inquérito do departamento de Justiça dos EUA, do que o inquérito de Mueller tem sido. Cada vez mais, se verifica que parece ter sido a Ucrânia e não a Rússia que foi a fonte de interferência na eleição de 2016 e não aquilo que nos têm dito a media do poder, como a CNN.


F. William Engdahl é um consultor de risco e um conferencista, possui uma licenciatura em política pela Universidade de Princeton e é um autor de «best-sellers» sobre petróleo e geopolítica. Escreve em exclusivo para o magazine on-line “New Eastern Outlook.”
 https://journal-neo.org/2019/06/09/mahatir-opens-a-ukraine-political-pandora-s-box/

[Traduzido por Manuel Banet Baptista para https://ogmfp.wordpress.com/ ]
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Labels: cia, EUA, Golpe de Estado, Joe Biden, Kolomoisky, Mahatir, Malásia, media, MH17, míssil, Russia, Ucrânia, William Engdahl

domingo, 9 de junho de 2019

O «SONHO AMERICANO» ESTÁ MORTO...

Quem o diz e demonstra claramente é Michael Snyder  num artigo impressionante, em que descreve a outrora vibrante e orgulhosa L.A. (Hollywood está na vizinhança).

                 
http://theeconomiccollapseblog.com/archives/the-skid-is-everywhere-and-we-just-received-more-confirmation-that-the-worst-is-yet-to-come
Há lixo por todo o lado. No meio dele, pragas de ratos banqueteiam-se. Crescem as «cidades de tendas», por todo o lado. Não se pode andar no centro de L.A. ou de outras cidades sem ver pedintes ou sem-abrigo, a cada esquina. A epidemia de opióides tem feito uma devastação que já nem a media mainstream tenta ocultar. 
Mas a sociedade, em geral, apesar dos sinais evidentes de decadência, está em denegação. 
Isto, apesar da descida nítida dos índices, tais como cotações de materiais industriais - o cobre, o zinco e a madeira para construção - que não podem ser facilmente manipulados. Tudo o resto, que pode ser manipulado, tem estado a sê-lo: desde os índices bolsistas, à taxa de inflação e de desemprego. Mas, nem será necessário procurar números indicadores da economia. Pois, tudo que o se vê - fora das zonas de condomínios de luxo - tem a aparência duma descida rápida para níveis do Terceiro ou Quarto Mundos. 
A degradação de todos os aspectos da vida urbana não é exclusiva de Los Angeles, como Michael Snyder indica: o mesmo se constata em San Francisco, Portland, Seattle, Denver, Minneapolis, Chicago, Detroit, St. Louis, Memphis, Cleveland, Baltimore, Philadelphia e noutras cidades, de menor dimensão. 
Estas situações ocorrem, note-se, quando a crise ainda não rebentou, embora esteja iminente e com todos os ingredientes para que seja duma gravidade e profundidade extremas.

               

Através deste artigo, podemos ver até que ponto nos querem impingir uma imagem falseada da América e da sua economia, quotidianamente, através da media mainstream, do lado de cá do Atlântico. Isto não é nada inocente: trata-se de manter a ilusão de que as coisas estão a compor-se, de que a «economia está a crescer», de que as sinetas de alarme que disparam por todo o lado são somente «alarmismos» orquestrados por «teóricos da conspiração», etc, etc...
Os EUA irão fazer tudo para transferir o grosso da crise vindoura para o dorso das economias europeias. Não esqueçamos que foi através dos hedge funds americanos que se gerou a crise das obrigações soberanas europeias em 2010-2011, da qual resultaram o agravamento dramático das economias dos «PIIGS» e as políticas de austeridade.
 Também se torna cada vez mais verosímil que inventem um pretexto para desencadear mais uma guerra. É provável que a próxima aventura militar dos EUA seja com o Irão ou, talvez, noutro ponto do globo. 
Nesta fase, o imperialismo dos EUA apenas consegue obter destruição e pilhagens nestas guerras assimétricas (Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria...). Mas, é isso mesmo que procura, de facto. As únicas indústrias florescentes nos EUA, são as de fabrico de armas e doutro equipamento bélico. 
No plano político internacional, os EUA contam com a força bruta militar para intimidar os países, cada vez em maior número, rebeldes à sua ordem mundial e para forçar as potências europeias, numa vassalagem, também ela, cada vez mais problemática.

Se Michael Snyder se preocupa legitimamente com o estado de denegação em que se encontra uma boa parte das pessoas, que as impede de tomar medidas de precaução, financeiras e outras, na aproximação de uma grande crise ... então que dizer do público da Europa? 
Este, está completamente anestesiado, incapaz de ver as questões para além do imediato e, mesmo estas, apenas sob o prisma criminosamente distorcido da media corporativa. 
Pessoalmente, estou convencido de que a grande crise em preparação irá trazer muito maior sofrimento ao continente europeu, pelo menos, nas suas etapas iniciais, do que à América. 
As precauções apontadas por Snyder ao público americano são totalmente apropriadas e mais urgentes ainda, para o público europeu.
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Labels: cidades dos EUA, crise, Europa, hedge funds, L.A., Michael Snyder, opióides, PIIGS

sábado, 8 de junho de 2019

ANTIGOS POVOS SIBERIANOS NA ORIGEM DOS POVOS AMERÍNDIOS



A descoberta de um sítio arqueológico datado de cerca de 31 mil anos, revelando um povo antigo, povoando a Sibéria oriental, durante a época do máximo glaciar era, por si só, uma notícia de grande relevância antropológica.
Com efeito, nessa época do paleolítico como era possível os caçadores-recolectores viverem numa estepe gelada, caçando o mamute e o rinoceronte lanígero, com as tecnologias rudimentares da época?
 Mas, como se não bastasse, dois dentes de leite de dois indivíduos distintos aí recolhidos forneceram o ADN para sequenciação total dos genomas. 

                              Image result for DNA from 31,000-year-old milk teeth leads to discovery of new group of ancient Siberians
                                     

A sequenciação revelou a existência de um povo desconhecido, aparentado aos Homo sapiens do paleolítico da Europa, mais do que aos Homo sapiens da Ásia. 
Noutro sítio arqueológico siberiano, entretanto, um esqueleto fóssil de cerca de dez mil anos, revelava o seu ADN ser de um homem com características muito semelhantes aos mais antigos exemplares americanos cuja sequência do ADN foi obtida. 
Ora, neste exemplar com 10 mil anos, cerca de metade dos genes aparentavam-se com os dos dentes de leite acima citados, sendo os restantes genes provenientes de populações asiáticas. 
As populações de origem da América seriam provenientes de populações siberianas antigas, geneticamente aparentadas com europeus, que se tinham cruzado com populações asiáticas.
A descoberta da existência deste povo siberiano arcaico vem portanto resolver o mistério da origem do povo que passou pelo Estreito de Behring, então uma faixa de terra chamada Beríngia, que estava emersa devido à descida do nível do mar em centenas de metros, causada pela glaciação. 
Note-se que os siberianos antigos, vivendo em plena época glaciar, eram povos nómadas, percorrendo longas distâncias em perseguição da caça. Não admira que, juntamente com a fauna que caçavam, tenham passado pela Beríngia e para lá desta, para o continente americano. 

                           Image result for DNA from 31,000-year-old milk teeth leads to discovery of new group of ancient Siberians

Entretanto, com o aquecimento do clima, a fusão dos glaciares e a subida do nível dos oceanos, as populações que se encontravam na América há cerca de 15 mil anos, ficaram isoladas das suas congéneres siberianas. 
Posted by Manuel Baptista at 8.6.19 Sem comentários:
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Labels: ADN antigo, América, Estreito de Behring, paleolítico, Sibéria
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