terça-feira, 4 de junho de 2019

DIANA KRALL - «DO IT AGAIN»

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                                        https://www.youtube.com/watch?v=sTY3WiDbgFg

A célebre voz do jazz, intérprete dos clássicos, dá-nos aqui uma versão sensual de «Do It Again», que lhe assenta como uma luva. 

A canção foi escrita por Gershwin e DeSylva. Penso que terá sido primeiro interpretada em 1958, por Judy Garland. A mesma canção, por Sarah Vaughan, tem um toque e sabor completamente diferentes. 

segunda-feira, 3 de junho de 2019

O ESTADO IMPLACÁVEL - UM ARTIGO DE CRAIG MURRAY SOBRE JULIAN ASSANGE

Junho 1, 2019
Estamos seriamente preocupados com a condição de saúde de Julian Assange. Ontem, estava demasiado doente para poder comparecer perante o tribunal e o seu advogado sueco, Per Samuelson, encontrou-o num estado em que Julian estava incapaz de estabelecer uma conversa e dar instruções. Há sintomas físicos muito marcados, particularmente uma perda rápida de peso, e tememos que não estejam a ser efectuados esforços, genuínos e suficientes, para a obtenção de um diagnóstico, a fim de determinar a verdadeira causa.
Durante o ano passado, Julian foi mantido na Embaixada do Equador em condições precárias, muito restritas e cada vez mais opressivas e a sua saúde já estava a deteriorar-se de forma alarmante, antes da sua expulsão e prisão. Uma série de condições, incluindo abcessos dentários, que pode ter consequências muito graves se não forem tratados durante muito tempo e a recusa contínua do governo britânico e, mais tarde, dos equatorianos, de permitir o acesso a cuidados de saúde adequados a um asilado político, foi uma negação cruel e deliberada de direitos humanos básicos.
Confesso que senti um certo alívio pessoal após a sua prisão, porque, pelo menos agora ele receberia tratamento médico adequado. No entanto, percebe-se agora, não haver qualquer intenção de fornecê-lo e, de facto, desde que ele esteve em Belmarsh, os problemas de saúde exacerbaram-se. Testemunhei a cumplicidade do Estado britânico em casos de tortura para saber que esta atitude pode significar mais do que somente uma consequência de negligência não intencional. É extremamente alarmante constatar que o homem mais lúcido que eu conheço, já não é capaz de manter, agora, uma conversa racional.
Não há nenhuma razão aceitável para que Assange precise ser mantido numa instalação de alta segurança destinada a terroristas e infractores violentos. Estamos a ver o motivo por trás da sua longa detenção sem precedentes, para esquivar-se à fiança da polícia quando pediu asilo político. Como prisioneiro condenado, Assange pode ser mantido num regime pior do que se estivesse apenas em prisão preventiva, devido aos procedimentos de extradição. Mesmo que ele estivesse saudável, o acesso aos seus advogados é extremamente restrito e, para um homem que enfrenta grandes processos legais no Reino Unido, nos EUA e na Suécia, é impossível que os seus advogados tenham tempo suficiente para preparar, juntamente com ele, os seus processos adequadamente. Assange está sob as mesmas restrições que são impostas a um condenado.Claro que sabemos, pelo facto de que, três horas após ter sido arrastado da Embaixada do Equador, ele ter sido condenado e sentenciado a uma longa pena de prisão, que o Estado não tem intenção de que os seus advogados se possam preparar.
Perguntei antes e faço-o, agora, novamente: Se fosse uma editora dissidente na Rússia, o que é que a classe política e a comunicação mediática do Reino Unido estariam a dizer sobre ele ter sido arrastado por polícias armados, condenado e sentenciado a prisão por um Juiz sem júri, três horas depois, após uma farsa de um "julgamento" durante o qual o Juiz o insultou e chamou de “narcisista” antes de Assange dizer qualquer coisa em sua defesa? A comunicação mediática ocidental estaria em pé de guerra, se esse caso acontecesse na Rússia. Aqui, eles congratulam-se com esses factos.
A seguir está uma foto de Julian na Embaixada em tempos mais felizes, durante a presidência de Correa, com um grupo de pessoas verdadeiramente surpreendente e forte, cada uma delas com histórias, as quais podemos seguir e com elas aprender:
Devo acrescentar que,  juntamente com outros dois amigos íntimos,  estou pessoalmente, a tentar ver Julian Assange, mas, como é óbvio, o acesso é extremamente difícil.
Os objectos pessoais de Julian foram apreendidos pelos equatorianos para serem entregues ao governo dos EUA. Incluem não só os computadores, mas os seus documentos legais e médicos. Este é mais um exemplo de uma acção estatal completamente ilegal contra ele. Além do mais, qualquer transferência deve envolver o material roubado que transita fisicamente em Londres, e o governo britânico não está a tomar medidas para impedi-lo, o que é mais um dos múltiplos sinais do grau de coordenação governamental internacional por trás da frágil pretensão de uma acção judicial independente.
Julian está preso há, pelo menos, mais de cinco meses, mesmo com liberdade condicional (que provavelmente vão encontrar uma desculpa para não conceder). Depois, será mantido em prisão preventiva. Portanto, não há necessidade de pressa. A recusa do tribunal sueco, de atrasar uma audiência sobre um possível mandado de extradição, para permitir que Julian se recupere para poder instruir o advogado e o breve adiamento da audiência de extradição dos EUA em Londres, com a intimação que pode ser mantido dentro da prisão de Belmarsh, se Julian estiver demasiado doente para se deslocar, são exemplos de uma pressa totalmente desacostumada e desnecessária, na maneira como o caso está a prosseguir. Os moinhos de Deus moem devagar; os do Diabo parecem girar a alta velocidade.
Finalmente, para os que ainda acreditam que as acções judiciais contra Julian,  não só na Suécia, são de alguma forma motivadas por uma preocupação em que a justiça seja feita, particularmente os casos de justiça referente a mulheres violadas, peço-lhes que leiam este excelente relato de Jonathan Cook. Quanto ao resumo da série verdadeiramente impressionante de abusos legais por parte dos Estados contra Assange, que a comunicação mediática empresarial e estatal distorceu e escondeu deliberadamente durante uma década, o mesmo não pode ser melhorado.
Reprinted with the author’s permission.
Copyright © 2019 Craig Murray
Publicado de novo, com permissão do autor.
Copyright © 2019 Craig Murray

Tradução: Luísa Vasconcellos

REINO UNIDO RESPONSÁVEL PELA MAIORIA DOS PARAÍSOS FISCAIS


                      

Segundo o gráfico abaixo do site Statista, os Territórios Ultramarinos Britânicos e as dependências da Coroa dominam a lista de locais onde as multinacionais podem fugir ao fisco e esconder os seus lucros.


                        Infographic: The UK dominates the most damaging tax havens | Statista

Somando tudo, o Reino Unido é responsável por um terço da fuga aos impostos mundial. A Holanda vem em segundo lugar, correspondente a cerca de um quarto do volume do Reino Unido.

domingo, 2 de junho de 2019

SNOWDEN FALA SOBRE TECNOLOGIAS DO CONTROLO SOCIAL

                           
https://www.commondreams.org/news/2019/05/31/edward-snowden-technology-institutions-have-made-most-effective-means-social-control

COM A TECNOLOGIA, AS INSTITUIÇÕES CONSTRUÍRAM «O MEIO MAIS EFICAZ DE CONTROLO SOCIAL NA HISTÓRIA DA NOSSA ESPÉCIE» . 


O lançador de alerta ex-contratante da NSA, disse - numa entrevista por videoconferência numa série intitulada «Diálogo Aberto» duma unidersidade canadiana da Nova Escócia - que as pessoas que controlam os sistemas de poder exploraram o desejo dos humanos de estarem conectados, em ordem a criar sistemas de vigilância em massa.  Disse que, agora mesmo, a Humanidade se encontra numa espécie de «momento atómico» no campo da ciência da computação 
"Estamos a assistir à maior redistribuição de poder desde a Revolução Industrial e isto acontece porque a tecnologia forneceu uma nova capacidade." 
"Isto está relacionado com a influência que alcança qualquer um, em qualquer lugar". "Não atende a fronteiras. O seu alcance é ilimitado se assim se desejar; porém as salvaguardas não o são".  Sem tais resguardos, as tecnologias conseguem afectar o comportamento humano.

As instituições podem "monitorizar e gravar as actividades privadas de pessoas numa escala tal, que está próxima da omnipotência" disse Snowden. Isto é feito através de «novas plataformas e algoritmos», através dos quais o comportamento pode ser modificado. Nalguns casos, conseguem prever o nosso comportamento ou decisões - e também influenciá-los - em várias circunstâncias. Também exploram a necessidade humana de pertença"
"Nós não subscrevemos uma coisa dessas," acrescentou, descartando a noção de que as pessoas sabem exactamente o que estão fazendo quando se envolvem em plataformas sociais como o Facebook.
"Quantos de vós tendes uma conta Facebook e leram realmente os termos de serviço?" perguntou Snowden. "Tudo tem centenas e centenas de páginas de linguagem jurídica que nem sequer estamos qualificados para ler e avaliar - e no entanto, é considerado que nós estamos obrigados a respeitar esses termos.
"É através de uma ilegítima conexão entra a tecnologia e uma forma incomum de interpretar a lei contratual que estas instituições têm sido capazes de transformar a maior virtude da humanidade - que é o seu desejo de interagir e conectar-se para cooperar e partilhar - transformar isso tudo numa fragilidade."
"Agora essas instituições são tanto comerciais como governamentais ... estruturaram-se de modo que se tornaram o mais potente meio de controlo na história da nossa espécie. Esta realidade é o que se chama de vigilância de massa."

Pode ouvir Snowden na íntegra (começa a falar em torno dos 25 minutos do vídeo.)

https://vimeo.com/337847675

https://www.youtube.com/watch?time_continue=2203&v=oizhVJstxC4



sábado, 1 de junho de 2019

O SISTEMA BANCÁRIO ESTÁ INSOLVENTE

O que escrevi em título parece alarmista, mas não é. 

Basta ver o que se passa com Deutche Bank, o maior banco comercial da Europa e um dos maiores a nível mundial. 

Vejam e oiçam este vídeo muito educativo de Lynette Zang.  

                                        https://www.youtube.com/watch?v=TzOyVp_nLEE

quinta-feira, 30 de maio de 2019

JULIAN ASSANGE É UM PRESO POLÍTICO


O caso Julian Assange é falsamente percebido pelo público como de alguém que infringiu leis, que cometeu crimes. Isto acontece porque uma certa media mainstream dá como aceitável que ele seja perseguido e preso pelo facto de ter publicado informações incómodas para o governo dos EUA. 
Pois, embora se trate essencialmente disso, esta é uma acusação que poderia ser aplicada aos editores dos órgãos de informação mainstream como o New York Times, o Washington Post, ou o Guardian. Todos eles fizeram, na essência, o mesmo que Wikileaks fez, ou seja, publicar documentos confidenciais do governo, que lhes chegaram às mãos. 
Aliás, a própria Administração dos EUA, sob Obama, recuou de processar Julian Assange, pois sabia que - se o fizesse - estaria a fragilizar as instituições de jornalismo do seu país e a liberdade de imprensa. 

Uma prova adicional do facto de Julian Assange ser um preso político nas mãos da justiça britânica, tem a ver com os seguintes factos: 
Isto ocorreu meses antes de Assange ser vergonhosamente entregue pelo corrupto governo do Equador e capturado dentro da embaixada pela polícia britânica. A certa altura, as acusações de violação foram retiradas pela procuradora sueca, visto que as supostas vítimas, elas próprias, declararam não ter havido violação. 
Nesta altura, os advogados de Assange, tentaram obter uma saída negociada junto do tribunal britânico, pelo facto dele ter escapado (pois ele tinha razões para temer o pior) quando em liberdade provisória [estava sob fiança]. 
Isto, segundo a defesa de Assange, era resolúvel dentro da lei britânica com o pagamento de uma multa. Mas a juíza encarregue do caso, recusou. 
Se fosse alguém menos célebre que Assange e, sobretudo, não tendo um pedido (cujo conteúdo era secreto, nessa altura) de extradição para os EUA, a justiça britânica teria - com certeza - aceite resolver, através de uma multa, a referida infracção. Uso a palavra «infracção», porque dificilmente se poderá chamar crime a isso, o de se refugiar numa embaixada, quando se tem a vida em perigo! 

Não tenho dúvidas de que o que se passa com Assange é um péssimo sinal para a liberdade de imprensa, em geral. 
As pessoas que acham legítimo acusar e prender o editor de Wikileaks pelo «espionage act», ignoram que esta lei de 1917 - na altura em que os EUA entraram na 1ªGuerra Mundial - foi feita para criminalizar os dissidentes, os que faziam propaganda contra a guerra, pacifistas, comunistas, socialistas (Eugene Debbs, dirigente do partido socialista dos EUA, por exemplo). Não foi feita para condenar espiões, traidores, etc. Vejam no Youtube o excelente video sobre o assunto, de Kim Iversen :


Um artigo do excelente jornalista independente Jonathan Cook analisa como é que o caso de Julian Assange, não é um autêntico caso jurídico mas de uma perseguição política, disfarçada de processo jurídico. Leiam, vale a pena:


Infelizmente, as pessoas que deveriam estar mais preocupadas com a situação, não se mexem, não levantam a voz, não fazem campanha... mas elas serão as próximas vítimas, se as coisas correrem de forma como quer a (in)justiça nos EUA!


https://www.youtube.com/watch?v=ErW1taJEPrs


DOCUMENTÁRIO: ORIGENS DA LINGUAGEM - DO GESTO À PALAVRA

Um documentário muito interessante sobre a abordagem da ciência contemporânea acerca da capacidade da fala.