terça-feira, 22 de agosto de 2017

[NO PAÍS DOS SONHOS] PERHAPS, PERHAPS, PERHAPS - DORIS DAY


O sonho era real ou a realidade era um sonho, mas isso que importa? Sentia aquele calor interior que nos torna imensamente felizes e poderosos. 
Enquanto eu guiava na noite por uma estrada odorífera, com arbustos mediterrânicos, ela estava simplesmente ao meu lado. Talvez nem falasse de todo, não sei. 
Mas a sua presença era como aquela voz; mais que real, como obsecada, sussurrava ao meu ouvido: «Quizás, quizás, quizás...».


Assim, a noite se foi desenrolando, sobre  o asfalto cinzento e vendo desfilar vagas sombras de árvores balançando na brisa. 
A viagem, suave e intensa, passava-se dentro do meu cérebro, sim, mas também num espaço hipergeométrico, onde tudo era verdadeiro e palpável. 
Como de costume, no final dos meus sonhos, a estrada não tinha um final, um destino: Esfumava-se, dissolvia-se, assim como todos os pormenores do percurso.
No entanto, entranhadas nos meus neurónios, nos meus músculos, nos meus vasos sanguíneos, permaneceram as sensações, ou o eco das mesmas. A memória, caprichosa, recordava certos pormenores e sobretudo as sensações tidas durante esta viagem. 
Mas meu desespero era o de não recordar o rosto da moça sentada ao meu lado na viagem. 
Alguém que encontrei noutra dimensão, da qual estou separado, de forma aparentemente irremediável. 


segunda-feira, 21 de agosto de 2017

21-08-2017 NASA TV: ECLIPSE - CUIDADOS A TER


A observação directa dum eclipse pode originar cegueira, porque os fotões que se vêem são muito energéticos, mas como são em pouca quantidade, as pessoas podem olhar para eles directamente. Não é suportável olhar directamente o Sol durante vários minutos, sem desviar o olhar. Mas isso é possível com os raios que se escapam e iluminam uma fina coroa da Lua, aquando de um eclipse. Daí a razão porque queimam a retina de quem estiver sem protecção adequada.

domingo, 20 de agosto de 2017

AS FALSAS ESPIRITUALIDADES


Tenho hesitado, durante muito tempo, a escrever sobre o assunto. 

A ideologia difusa que emana de muitas seitas e gurus «New Age» tem um efeito adormecedor das consciências, uma regressão para o obscurantismo, uma recusa de uma verdadeira alternativa social, quer ela passe por sucessivas reformas ou por ruptura revolucionária. 

Simplesmente vista, a ideologia New Age corresponde em tudo à função tradicional de ideologias «religiosas» para consumo das massas. O indivíduo é adormecido com uma explicação totalizante que lhe permite ser preguiçoso (intelectualmente) em relação à pesquisa da verdade, seja no âmbito social, económico, natural… 

Assim, experimenta um falso consolo numa falsa explicação «lógica» que lhe faz aceitar passivamente «o seu lugar» no Universo. Muitas vezes reveste-se de palavreado «revolucionário», alternativo, ecologista. 
Quando apelam a agir, os objectivos são apenas de se darem a conhecer nos media. As acções são sempre simbólicas e inócuas. Os adeptos e participantes não se questionam sobre a racionalidade, a pertinência e a adequação das acções: apenas se lhes «propõe» … «participar» = são usados como massa amorfa e manipulada.

As pessoas envolvidas não entendem que estão a ser desviadas de participação em lutas reais, onde poderiam surgir fenómenos colectivos de apoderamento. 

As manifestações simbólicas «New Age», no seu estilo, assemelham-se aos «happenings», cujas origens remontam aos anos 60-70, mas deixaram de ter sequer a pujança que estes tiveram nessas décadas. 
São coisas inócuas e o poder gosta muito que elas ocorram: são fáceis de controlar e «demonstram» que o poder é democrático por tolerar a sua (pseudo) contestação.

No plano teórico, são de uma pobreza confrangedora e no plano do saber do mundo natural propagam uma série de idiotices que podem apenas deixar as pessoas muito baralhadas e incapazes de compreender verdadeiramente os fenómenos: 
- por exemplo, falam, a torto e a direito, de «energias», um truque muito banal mas nada honesto, pois qualquer coisa tem sempre uma determinada energia, porém o que fazem é dar um nome de «energia» disto ou daquilo, sem outra explicação. 
Não explica nada, mas dá ao incauto a ilusão de que existe, que é enunciada uma explicação, quando na realidade é apenas uma constatação de ignorância, quando não de escroqueria.

Os gurus e sacerdotisas, curandeiros e videntes, médiuns e espíritas abundam; dizem-te sempre que não querem vender-te nada, mas vão-te cobrando... e nada pouco; vão sobretudo fazendo o mal, porque há pessoas desesperadas, que precisam de apoio. São predadores/as, esses arautos de curas: as únicas pessoas que se curam são as que vendem a tal cura!


Desmascarar esse folclore é uma necessidade, pois ele tem efeitos muito nefastos nos indivíduos. Retirar as pessoas à sua influência é um acto de verdadeira caridade e compaixão. 

Do ponto de vista colectivo, proliferam as seitas que desviam as pessoas boas (muitas estão muito sinceramente envolvidas nestas actividades) de um verdadeiro protagonismo social, dificultando o apoderamento e elevação de consciência social de muitos. São um auxiliar precioso do capitalismo agonizante, quer o façam com plena consciência ou não.  

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

SOBRE A UTILIZAÇÃO DO TERRORISMO PELO ESTADO

Aquilo que ireis ler talvez vos choque; isso não será surpreendente, pois as pessoas são mantidas na ignorância e nada há de mais chocante que descobrir-se que se esteve na ilusão. 

Já estou farto da atitude bem-pensante de fazer um discurso emotivo a cada ataque terrorista. Os bons sentimentos não são análise política ou social.

Las Ramblas terror: Barcelona hit with two attacks

Quando ocorreu este último ataque supostamente da responsabilidade do «ISIS» nas Ramblas de Barcelona, logo identifiquei uma série de assinaturas, mas não as que se costuma apregoar nos media com mais insistência. Aquilo que eu identifiquei logo foram pequenos detalhes como o aparecimento de um passaporte marroquino, no local do atentado... o facto de a polícia ter vigiado o indivíduo causador do morticínio, sendo de repente retirada essa vigilância.  
As pistas de ataque de «falsa bandeira» abundam. 
Um dia depois do atentado vem-se a saber que o principal suspeito foi mortalmente alvejado (executado) em Cambrils. Este comportamento é recorrente em todas as intervenções da polícia no rescaldo de ataques terroristas. Isto quer dizer que eles têm ordens de não deixar ninguém com vida: 
- porque assim não serão julgados e não haverá revelações em tribunal sobre o financiamento, a vigilância através de agentes encobertos ou informadores, etc., o que poderia desmascarar os poderes!

Uma falsa bandeira é uma ação que é atribuída a um lado, sendo na realidade da autoria do lado contrário. No presente, os ataques fabricados, que depois são atribuídos a grupos ou indivíduos terroristas são cerca de 95% segundo analista reformado da CIA. 

Os meios de infiltração de agentes que transmitem informações aos respetivos responsáveis dos serviços secretos não podem ser menores do que nos princípios do século XX. Ora, há uns anos descobriu-se um diário do chefe da polícia parisiense, da época áurea do terrorismo anarquista («propaganda pelos actos») onde este inscrevia as informações dos seus agentes infiltrados. Aquilo que se discutia numa célula terrorista era logo transmitido ao chefe da polícia de Paris! Temos de partir do princípio que - com os meios poderosos das polícias e agências de «segurança» atuais - a sua capacidade de monitorizar as células terroristas existe!

Então, pergunta-se por que motivo as polícias e outros corpos do Estado não reprimem, como seria o seu dever, estes grupos para que atentados como o de Barcelona não aconteçam?

As pessoas estão habituadas à teoria do «lobo solitário» como um elemento essencialmente incontrolável. Não acredito em tais teorias de «lobos solitários». Muitos ataques atribuídos no passado a lobos solitários tinham afinal por detrás organizações, células de apoio. 
Estou convencido de que os elementos das células terroristas são monitorizados pelos serviços de segurança. No momento em que os que controlam esses serviços acharem conveniente, um plano de atentado - que é do conhecimento prévio deles - é deixado correr, até se realizar. Com isso, os que controlam as polícias secretas podem jogar com o medo das pessoas. Podem obter dividendos políticos. O medo passa a fazer parte do quotidiano das pessoas. 
Lembremos que, em França, a resposta das pessoas à vaga de atentados conduziu a uma mudança de atitude, mas não no sentido de um maior poder e controlo das pessoas, nem a uma maior transparência do aparelho de Estado. Macron e toda a sua política são os garantes de uma perpetuação do poder - verdadeiro - do grande capital, da alta administração pública, das altas hierarquias policiais e militares. 
Em Espanha, o risco de desagregação do Estado espanhol, com as tentativas de independência da Catalunha seriam um golpe demasiado grande para a oligarquia. Este atentado vem no ponto exato para suscitar nas pessoas um reflexo identitário, xenófobo, retraimento de medo, permitindo que «votem bem» ou se abstenham (o efeito mais provável) aquando do próximo referendo pela separação da Catalunha do Estado Espanhol. 

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

DESPEDIMENTO DE ENGENHEIRO NA GOOGLE E O POLITICAMENTE CORRETO

A TIRANIA DO POLITICAMENTE CORRETO JÁ CHEGOU LONGE DEMAIS

Porque motivo o caso do despedimento de James Damore - engenheiro na Google-  é tão importante. 

A TIRANIA DO POLITICAMENTE CORRETO é um aspeto muito importante da falta de liberdade de expressão e de opinião, especialmente em certos meios. 
Temos agora o caso de um jovem engenheiro da Google que escreveu um artigo interno, destinado a corrigir aquilo que considerava incorreto: a política de «igualdade de género» da Google, postula - como um dogma - que não existem diferenças entre os sexos. 
Ora, tem muita razão, este jovem engenheiro (um doutorado em engenharia informática que estudou também biologia). 
Não há no seu artigo nada de polémico, ele é mesmo prudente nas suas formulações e apoia-se em dados científicos consensuais (ver acima o link para o artigo).
Então porquê esta perseguição, este «caso»? 
- Eu penso que é sintoma de uma doença de perversão total da democracia nos EUA. 
É sintoma da ausência de verdadeiro debate e de terrorismo totalitário que se instalou há bastante tempo em muitos locais, sobretudo em determinados círculos de poder: as universidades, as mega-corporações. 

Esta situação suscita-me as seguintes reflexões:

Além dos poderes tradicionais dos Estados e das corporações, existem poderes diversos nas sociedades, que podem - em última instância- estar ao serviço do Estado ou Corporações, ou de ambos, mas que dispõem de uma certa autonomia, em termos teóricos, dispõem duma aparente liberdade: estou a falar da media e da academia

São locais onde a discriminação por defender ideias, sejam elas quais forem, tem uma ressonância mais forte. Isto é devido a nos dizerem que a liberdade de pensamento e de expressão, seria a base da sociedade liberal democrática, a base mesmo da nossa civilização. 

Foi-nos inculcado o mito de que académicos e jornalistas seriam pessoas totalmente livres de exprimir a sua opinião, mesmo quando em contradição com as correntes predominantes. 

Na verdade, é exatamente o contrário que se passa! 
Os académicos e os jornalistas, só conseguem adquirir e reforçar a sua posição dentro das instituições e nos respetivos meios sociais se forem praticamente submissos ao status quo, sendo apenas tolerada uma «extravagância», mas nunca algo que possa ser um verdadeiro desvio ao sacro-santo «consenso»... 

Isto é, sem dúvida, um ambiente totalitário, bem semelhante aos períodos do totalitarismo Estalinista, nos países da órbita soviética, e também na época da «Revolução Cultural» na China de Mao.  

Tudo isto está relacionado com a política e a «cultura» identitária: segundo esta, as pessoas definem-se pelas «identidades»... de género, de orientação sexual, de «raça», de cultura, etc... Este modo de ver as pessoas é completamente estereotipado, dogmático, mas são justamente os portadores destes estereótipos e dogmas que detêm o poder em muitas instituições importantes. 
Como uma polícia religiosa, como uma Inquisição, lançam anátemas, ostracizam, perseguem e vão ao ponto de excluir do emprego alguém com uma visão de uma profundidade muito maior e mais científica que eles. 

Este jovem engenheiro só cometeu um erro: não tinha compreendido que eles não estavam interessados na verdade, mas apenas na obediência a um dogma (absurdo) da «igualdade de género». 
Ainda bem que ele veio cá para fora  e explicou o que se passou; assim sabemosqual o tipo de sociedade que a Google e os polícias do espírito (= politicamente correto!) promovem!