segunda-feira, 29 de agosto de 2016

BACH, QUANDO TE OIÇO, MEU ESPÍRITO É TRANSPORTADO PARA JUNTO DE DEUS




- Eis o grande mistério da música: nada mais físico, nada mais espiritual que a música composta e interpretada por pessoas excecionais. A música de grande qualidade convida a uma audição atenta, mobiliza o nosso ser na totalidade e não apenas o sentido auditivo.
Se nós nos sentimos transportados e encantados, no sentido forte destas expressões, isso é por razões totalmente compreensíveis: é que se trata de um veículo para o que há de sagrado no coração de cada um de nós. 




sábado, 27 de agosto de 2016

[NO PAÍS DOS SONHOS] «LA RÊVEUSE»

                                PIÈCE DE VIOLE COMPOSÉE PAR MARIN MARAIS (XVII SIÈCLE)

Dentro do quarto apenas luzia uma candeia tremeluzente. Eu sabia que estava um frio intenso, mas não sentia frio nenhum, pois ardia de febre. 
Estava no quarto de uma residência nobre, algures no centro da França, no início de Março de 1674. 
Tivera o azar de me ferir ao cair do cavalo numa caçada nos domínios de Monsieur le Compte de M. 
A minha fronte estava molhada de suor. Sentia vagamente o peso dos membros sobre a cama. Escutava o vento uivar lá fora mas, estranhamente, isso não me assustava nada.

A porta abriu-se  e uma luz intensa encheu o quarto. Um homem muito alto e magro entrou, segurando uma bandeja. Primeiro julguei tratar-se de algum barbeiro-cirurgião que vinha para me aplicar um daqueles tratamentos, perfeitamente inúteis. 

Mas, não... a bandeja, uma vez destapada, mostrou uma terrina, um prato e uma colher em prata, uma molheira de porcelana e um copo de vidro cinzelado. O criado, silencioso, pousou a bandeja a meu lado, na mesa de cabeceira. 
Com palavras sussuradas, foi enchendo o prato de caldo fumegante da terrina. Encorajava-me a comer para me recompor depressa. Mas eu não tinha fome nenhuma, até tinha receio de engolir o líquido, de tal maneira a garganta me magoava.

 Esforcei-me, porém, a deglutir um pouco do caldo, mais por deferência para com os meus hóspedeiros, do que por sentir qualquer necessidade. Há três dias que não comia nada de sólido, mas tinha conseguido aguentar esta febre, graças  aos cuidados do Senhor Conde e de sua Esposa.

Depois de comer três ou quatro colheradas, devo ter perdido os sentidos. Mergulhei num sono profundo. 
Quando acordei estava de novo sozinho. Mas o quarto já não estava escuro, pelas pesadas cortinas entreabertas filtrava uma ténue luz da manhã brumosa.

Estive vários dias assim. Não sei quanto tempo, ao certo, estive neste estado. Mas acabei por vencer a febre, conseguindo primeiro levantar-me e caminhar alguns passos no quarto, depois já dando  tímidos passos no longo corredor, até ao salão, onde  crepitava o fogo de lenha, uma lareira nobre, de mármore negro esculpido.(*)

[*Acaba aqui o relato do caderno manuscrito, descoberto num sótão...]


quarta-feira, 24 de agosto de 2016

HOMENAGEM E ESPERANÇA, EM DIA DE LUTO [CONCERTO VIVALDI]


Poderia escrever muitas coisas em relação ao génio de Vivaldi, à excelente interpretação de Jaroussky e Jean-Christophe Spinosi, mas hoje, dia em que acordámos com a terrível notícia do terramoto no centro de Itália, com dezenas de mortos confirmados e centenas de desaparecidos, apenas farei uma prece:

- Que exista solidariedade verdadeira de entre todos os povos, em especial os europeus, para acudir e ajudar quem precisa de mais tratamento e conforto, ajudando depois a reconstruir as vidas das vilas e aldeias fustigadas pelo trágico terramoto.
Só assim temos o direito de falar de uma Europa à Itália que nos deu Vivaldi e tantos outros mestres. 
Desejo transmitir aqui, modestamente, o meu pensamento de profundo sentir e de solidariedade com o povo italiano.


domingo, 21 de agosto de 2016

PONTO DE VISTA DE UM BIÓLOGO SOBRE O VÍRUS ZIKA

                     Na página da OMS sobre o vírus Zika, é afirmado que existe consenso científico sobre ser este vírus causa de microcefalia e síndrome de Guillain-Barré.

Vamos analisar este suposto «consenso científico». Vários factos têm sido omitidos e ocultados do grande público, não apenas relativamente às causas conhecidas das microcefalias, como também ao facto de epidemias de vírus Zika serem descritas, desde a descoberta deste vírus em 1946, como causando apenas doença muito ligeira e transitória.
Não se pode transformar uma correlação em relação causal sem fazer um arriscado salto lógico: com efeito, no caso do Zika, as causas de aumento de microcefalia são múltiplas.

- Com efeito, as zonas onde isso se verifica, também são zonas rurais infestadas por múltiplos agentes patogénicos, como os da febre dengue, também veiculada por inseto, e outras doenças tropicais.
O facto de que sejam as zonas rurais as de maior incidência da doença, aquelas onde são usados por rotina pesticidas de elevada toxicidade, deveria ser visto com cuidado. As pessoas mais pobres da população estão, por norma, ligadas a atividades agrícolas. As águas não são tratadas convenientemente e podem transportar concentrações tóxicas de herbicidas e pesticidas, especialmente durante alguns períodos do ano.
É notório o facto de que muitos destes produtos são disruptores hormonais.  Estes produtos têm um comportamento análogo de hormonas naturais do ser humano, sendo o corpo enganado e respondendo a estes análogos - disruptores hormonais - como se fossem hormonas verdadeiras.
Assim, toda uma classe de moléculas tem sido descrita como funcionando como análoga de hormonas sexuais, masculinas (androgénios) ou femininas (estrogénios). Ora, tais análogos na alimentação de mulheres grávidas podem ultrapassar a barreira placentária se a sua concentração for muito elevada, afetando o desenvolvimento do embrião e do feto.
Estes factos não são devidamente avaliados pela literatura científica, que não correlaciona os tais surtos de microcefalia com grandes concentrações de pesticidas, ou moléculas resultantes de transformação química ou bioquímica destes mesmos pesticidas, nestas áreas infestadas pelo vírus Zika.
É estranho, por outro lado, que não coloquem a questão de que o vírus deve ter existido, talvez desde que existe espécie humana (embora tenha sido descrito apenas em 1946), não tendo causado senão infeções benignas, na maior parte dos casos, o que faz com que este vírus esteja presente e assintomático, em largas percentagens da população mundial.
Estas populações deveriam ter logicamente um acréscimo de microcefalias dos recém-nascidos, da mesma ordem de grandeza que as populações afetadas nas zonas rurais do Brasil. Mas isto não se verifica!
Então teríamos de postular uma mutação que aumentasse muitíssimo o efeito patogénico do vírus sobre os fetos e isso seria com certeza fácil de constatar. Hoje em dia, uma sequenciação de um pequeno genoma, como seja o de um vírus, não é nenhuma proeza técnica, mas antes uma rotina. Poderia muito simplesmente ser comparado o genoma dos vírus encontrados em populações onde existe o tal aumento exponencial de microcefalia com o genoma do vírus em zonas endémicas, mas onde não exista diferença da taxa de microcefalia em relação à população geral. Só assim teríamos um teste que convenceria definitivamente as mentes mais críticas de que há evidências de relação entre vírus Zika e microcefalia.
A não existência deste estudo comparativo - que seria muito fácil de levar a cabo, dados os meios ao dispor da OMS – revela algo inquietante relativamente à OMS: uma agenda oculta, uma espécie de necessidade de monitorizar o pânico, para que as populações aceitem como «natural» uma série de restrições dos seus movimentos e do seu comportamento. Não se vai nunca buscar às raízes profundas do mal. Omite-se sempre a miséria como fator de insalubridade, quando é sabido que pessoas da mesma região geográfica têm índices indicativos de saúde completamente diferentes, consoante os seus níveis económicos e culturais.
As pessoas mais suscetíveis de ter contaminações são as que têm apenas a opção de beber águas contaminadas, porque vivem em zonas de grande insalubridade, zonas onde se acumula a população mais pobre.
As doenças, especialmente as epidémicas, causam muito pânico e comportamentos irracionais, pois há um misto de crenças de que elas sejam um «castigo divino» ou uma «experiência de cientistas loucos».
A OMS pode mudar a ênfase dos seus estudos e campanhas para atacar as  doenças nas suas causas, as quais estão praticamente sempre correlacionadas com a pobreza. Porém, isso implicaria pôr em cheque os próprios poderes que sustentam o sistema.
- Os governos preferem gastar rios de dinheiro em obras de fachada em vez de melhorar aspetos básicos, como os sanitários.
- Os grandes empórios da química e do agronegócio espalham substâncias tóxicas em vastas zonas, promovem a monocultura com espécies modificadas geneticamente, as quais possuem a capacidade acrescida de resistir a esses herbicidas, etc.
- Os próprios sistemas de saúde dentro de cada país e das organizações internacionais estão apontados para o lucro, não para a prevenção das doenças.
Foi calculado que muitas doenças graves poderiam ser evitadas com inspeções e tratamentos de rotina desde a infância. Verificou-se a eficácia desta abordagem, nomeadamente, num programa desenvolvido nos anos 50-60, no Canadá, que abrangia uma monitorização periódica gratuita da saúde dentária das crianças e jovens em todas as escolas. Este programa foi responsável pela diminuição na população, em geral, de vários tipos de doença: Por exemplo, a endocardite, doença grave causada por bactérias que se instalam na cavidade bucal, em consequência de má higiene oral e de cáries dentárias.
Além de causar muito sofrimento e morte, deixar que a doença atinja o grau de gravidade de uma endocardite, quando poderia ser evitada com o tratamento precoce duma simples cárie dentária, é típico do sistema de saúde do nosso tempo. Com efeito, a medicina está autenticamente refém dos interesses instalados e estes ganham mais, muito mais com o tratamento do que com a prevenção.
Se um Estado tiver em atenção verdadeiramente a saúde da população, deve apostar dez vezes mais na prevenção do que na cura das doenças. Como exemplos de prevenção, cito o investimento em infraestruturas com efeito na saúde pública, como sejam redes de tratamento de águas residuais, de processamento eficaz dos detritos urbanos, a monitorização generalizada da saúde materno-infantil, uma rede sólida de medicina escolar, para que todas as crianças em idades escolar, assim como os adultos em contacto diário com estas crianças, sejam professores, sejam auxiliares de educação, tenham uma cuidada e séria inspeção de saúde. 
Igualmente nos locais de trabalho, as comissões de higiene e segurança deveriam estar instaladas e funcionais; nestes locais, a Inspeção do Trabalho deveria agir preventivamente, para verificar se as normas estavam a ser cumpridas pelos patrões e empregados.  
Penso que muitas doenças e mortes precoces e evitáveis da população poderiam ser reduzidas em 80%, se houvesse uma mentalidade virada para a saúde preventiva.
Eu sempre pensei que a prevenção é a mais inteligente e adequada forma de preservar a saúde, quer a nível individual quer a nível de sociedade.


sábado, 20 de agosto de 2016

MANIFESTO ANTI-DANTAS, POR JOSÉ DE ALMADA NEGREIROS, DITO POR JOSÉ VIEGAS


(Fazes tanta falta, Almada Negreiros, fazes tanta falta Mário Viegas!) 

Poesia de Manuel Banet «Em Louvor dos Corpos Sábios» [& Cat Stevens: «Morning Has Broken»]

EM LOUVOR DOS CORPOS SÁBIOS*


            que a tua água
                     seja o meu vinho

            que o nosso amor seja
                    o nosso pão

                  ....

      Era uma história
de vinhas preguiçosas:
- quando raiava o dia
        escondiam sua glória...

[* Do livro inédito «Transfigurações» de Manuel Banet]





                          CAT STEVENS AO VIVO





Morning has broken, 

like the first morning

Blackbird has spoken, 

like the first bird

Praise for the singing, 

praise for the morning

Praise for the springing 

fresh from the word

Sweet the rain's new fall, 


sunlit from heaven

Like the first dewfall, 

on the first grass

Praise for the sweetness 

of the wet garden

Sprung in completeness 

where his feet pass


Mine is the sunlight, 


mine is the morning

Born of the one light, 

Eden saw play

Praise with elation, 

praise every morning

God's recreation 

of the new day


Morning has broken,


like the first morning

Blackbird has spoken, 

like the first bird

Praise for the singing,

praise for the morning

Praise for the springing 

fresh from the word

domingo, 14 de agosto de 2016

A VERDADE OU O CONTRÁRIO DA SABEDORIA


Estamos fortemente condicionados para ver a realidade de um modo unidimensional, ou composto por «sins» e «nãos» apenas. Essa «realidade» que nós inteiramente construímos ou que nos construíram quando éramos pequeninos, está tão entrincheirada no nosso subconsciente, que se torna um exercício muito penoso e problemático vermo-nos livres dessa maneira de encarar as coisas.
Mas é de facto necessário nos colocarmos fora dessa forma de pensar confortável mas inteiramente equivocada, das «verdades» simples, dos «sins» e «nãos» que forram o nosso cérebro e que nos iludem. A nossa fantasia faz-nos vogar num mar desconhecido, com a ilusão de ter uma bússola. A bússola é a «verdade», a certeza, todas as certezas, as que são evidentes, as que não precisam de comprovação.
Nem tudo, porém, pode ser do domínio da verdade ou certeza. Muitas coisas estão aquém de tal estatuto de «certezas»: Tais são os factos, as situações, que nós procuramos deslindar, de uma forma ou de outra. Como fazemos isto?
 Normalmente através de uma série de «testes», que nós acreditamos permitir decidir aquilo que é «verdadeiro», daquilo que não é. Porém, os «testes de verdade» são meros reforços de nossos preconceitos, não são realmente testes cientificamente validados: 
- Quando obtemos um resultado contrário aos nossos preconceitos/convicções, simplesmente ignoramos ou damos como não pertinente ou como defeituoso o tal «teste de verdade». 
- Pelo contrário, se ele vier confirmar as nossas convicções/preconceitos, o teste e o resultado que dele emana é tido como válido.

Tragicamente, este tipo de pensamento, completamente equivocado, não é utilizado nos domínios exteriores a nós próprios, como a astronomia, a física, a biologia, etc. 
Este modo de pensar, absolutamente tendencioso, perverso mesmo, aplica-se sobretudo a todas as relações com os nossos próximos, familiares, amigos e colegas. É no domínio das relações pessoais que este género de autoconvencimento e de autocondicionamento opera. 
É assim que certa imagem interior desta ou daquela pessoa próxima se infiltra na nossa mente, fazendo com que tenhamos a ilusão de conhecê-la «por dentro». 
O nosso universo relacional está formado por uma teia de preconceitos, que nós tecemos constantemente em relação aos outros, mas também dos outros em relação a nós próprios. 
Por isso, muitas vezes ficamos admirados e angustiados, quando alguém mostra que afinal não nos compreende. Somos muito sensíveis às falhas de compreensão dos entes que nos são próximos. Estimamos que eles têm a chave da nossa personalidade, que nós não temos segredos para eles. 
Porém, as pessoas são completamente opacas umas para as outas. O que julgamos ser o outro, nada mais é do que o nosso reflexo subjetivo da imagem do outro, na nossa mente. Esta constatação é válida, não importa qual o grau de intimidade e de interação efetiva que exista entre nós e o outro.
Como confusamente ou instintivamente sabemos que nada é tão simples assim, que as nossas «verdades» são somente categorias que nos ajudam a dar um sentido à espessura impenetrável do real, muitos de nós vamos procurar uma forma ou outra de religião. 
Quando falo de religião, não estou a mencionar apenas as convencionais, as religiões organizadas, com igrejas ou comunidades estruturadas, com os seus ritos, suas tradições etc. Também me estou a referir a sistemas de crenças desde a astrologia, ocultismo, esoterismo até às diversas ideologias políticas, etc…
Precisamos desesperadamente de «certezas» infundidas por uma qualquer religião, precisamos desse conforto de estar dentro de determinada ortodoxia, nem que esta «ortodoxia» seja heterodoxa em relação à imensa maioria das pessoas que nos rodeia.
A necessidade é real, não é portanto para se desprezar, para se rejeitar com um movimento de ombros, como coisa absolutamente fútil e desprezível. Todas as civilizações têm a sua religião, ou religiões. A humanidade não construiu nenhuma estrutura social, até hoje, onde não esteja no centro, explícita, uma ou outra forma de crença religiosa. 
Alguns poderão objetar que as sociedades em que nós vivemos, as chamadas democracias de modelo ocidental, são isso mesmo, sociedades onde não reina nenhum modelo religioso, onde uma pessoa é livre de pensar o que quiser e de comunicar esse pensamento, sem haver qualquer impedimento, desde que isso não ponha em causa a liberdade dos outros. 
Pois aí está um credo religioso, o neoliberalismo, que se tenta naturalizar, fazendo com que as pessoas adotem como única visão possível e desejável uma sociedade regida pelo «ter» sobrepondo-se ao «ser», pela posse ou propriedade investida de valor absoluto, ao ponto de definir o valor dos indivíduos (o teu valor é o da tua conta bancária), uma sociedade que deífica o dinheiro, convencida de que «ele» existe, de que é a «coisa mais real» que existe. Chega-se ao cúmulo de atribuir vida, vontade própria, a esse símbolo…
Se desconstruirmos as teias de ilusões que nós próprios tecemos e que nos mantêem dentro de uma «matrix», poderemos experimentar inicialmente a sensação de estranhamento, de perda de referências, de desorientação. Mas se persistirmos, vamos nos libertar e teremos toda a vantagem nisso. 
O caminho a trilhar consiste em procurar, não a «verdade» das outras pessoas ou seres, mas sim a relação, as relações entre as coisas/seres umas com as outras e a interação dessas coisas/seres connosco próprios. 
Se adotarmos este ponto de vista filosófico, muito simples e fácil de aceitar, teremos ainda que pô-lo em prática, no quotidiano e isso afigura-se mais difícil. Mas as dificuldades serão compensadas pela capacidade de lidar melhor com a realidade, de não nos auto iludirmos com as «realidades» que fabricamos dentro das nossas mentes, mas que não são reais.
A nossa vida torna-se então mais harmoniosa, as nossas decisões mais sábias e mais apropriadas às circunstâncias particulares das nossas existências.
Queríamos que «a realidade se conformasse com as nossas convicções», não podia ser maior o engano. Ao nos livrarmos dessa ilusão, livramo-nos dos medos, das angústias, das ansiedades, pois descobrimos a causa desses sentimentos.