Na página da OMS sobre o vírus Zika, é
afirmado que existe consenso científico sobre ser este vírus causa de
microcefalia e síndrome de Guillain-Barré.
Vamos analisar este
suposto «consenso científico». Vários factos têm sido omitidos e ocultados do
grande público, não apenas relativamente às causas conhecidas das
microcefalias, como também ao facto de epidemias de vírus Zika serem descritas,
desde a descoberta deste vírus em 1946, como causando apenas doença muito
ligeira e transitória.
Não se pode
transformar uma correlação em relação causal sem fazer um arriscado salto
lógico: com efeito, no caso do Zika, as causas de aumento de microcefalia são
múltiplas.
- Com efeito, as
zonas onde isso se verifica, também são zonas rurais infestadas por múltiplos
agentes patogénicos, como os da febre dengue, também veiculada por inseto, e
outras doenças tropicais.
O facto de que
sejam as zonas rurais as de maior incidência da doença, aquelas onde são usados
por rotina pesticidas de elevada toxicidade, deveria ser visto com cuidado. As
pessoas mais pobres da população estão, por norma, ligadas a atividades
agrícolas. As águas não são tratadas convenientemente e podem transportar
concentrações tóxicas de herbicidas e pesticidas, especialmente durante alguns
períodos do ano.
É notório o facto
de que
muitos destes produtos são disruptores hormonais. Estes produtos têm um comportamento análogo de
hormonas naturais do ser humano, sendo o corpo enganado e respondendo a estes
análogos - disruptores hormonais - como se fossem hormonas verdadeiras.
Assim, toda uma
classe de moléculas tem sido descrita como funcionando como análoga de hormonas
sexuais, masculinas (androgénios) ou femininas (estrogénios). Ora, tais
análogos na alimentação de mulheres grávidas podem ultrapassar a barreira
placentária se a sua concentração for muito elevada, afetando o desenvolvimento
do embrião e do feto.
Estes factos não
são devidamente avaliados pela literatura científica, que não correlaciona os tais
surtos de microcefalia com grandes concentrações de pesticidas, ou moléculas
resultantes de transformação química ou bioquímica destes mesmos pesticidas,
nestas áreas infestadas pelo vírus Zika.
É estranho, por
outro lado, que não coloquem a questão de que o vírus deve ter existido, talvez
desde que existe espécie humana (embora tenha sido descrito apenas em 1946),
não tendo causado senão infeções benignas, na maior parte
dos casos, o que faz com que este vírus esteja presente e assintomático, em largas
percentagens da população mundial.
Estas populações
deveriam ter logicamente um acréscimo de microcefalias dos
recém-nascidos, da mesma ordem de grandeza que as populações afetadas nas zonas
rurais do Brasil. Mas isto não se verifica!
Então teríamos de
postular uma mutação que aumentasse muitíssimo o efeito patogénico do
vírus sobre os fetos e isso seria com certeza fácil de constatar. Hoje em dia,
uma sequenciação de um pequeno genoma, como seja o de um vírus, não é nenhuma
proeza técnica, mas antes uma rotina. Poderia muito simplesmente ser comparado
o genoma dos vírus encontrados em populações onde existe o tal aumento
exponencial de microcefalia com o genoma do vírus em zonas endémicas, mas
onde não exista diferença da taxa de microcefalia em relação à população geral.
Só assim teríamos um teste que convenceria definitivamente as mentes mais
críticas de que há evidências de relação entre vírus Zika e microcefalia.
A não existência
deste estudo comparativo - que seria muito fácil de levar a cabo, dados os
meios ao dispor da OMS – revela algo inquietante relativamente à OMS: uma
agenda oculta, uma espécie de necessidade de monitorizar o pânico,
para que as populações aceitem como «natural» uma série de restrições dos seus
movimentos e do seu comportamento. Não se vai nunca buscar às raízes
profundas do mal. Omite-se sempre a miséria como fator de
insalubridade, quando é sabido que pessoas da mesma região geográfica têm
índices indicativos de saúde completamente diferentes, consoante os seus níveis
económicos e culturais.
As pessoas mais
suscetíveis de ter contaminações são as que têm apenas a opção de beber águas
contaminadas, porque vivem em zonas de grande insalubridade, zonas onde se
acumula a população mais pobre.
As doenças,
especialmente as epidémicas, causam muito pânico e comportamentos
irracionais, pois há um misto de crenças de que elas sejam um «castigo divino» ou uma «experiência de cientistas loucos».
A OMS pode mudar a
ênfase dos seus estudos e campanhas para atacar as doenças nas suas causas, as quais estão
praticamente sempre correlacionadas com a pobreza. Porém, isso implicaria pôr
em cheque os próprios poderes que sustentam o sistema.
- Os governos
preferem gastar rios de dinheiro em obras de fachada em vez de melhorar aspetos
básicos, como os sanitários.
- Os grandes
empórios da química e do agronegócio espalham substâncias tóxicas em vastas
zonas, promovem a monocultura com espécies modificadas geneticamente, as quais
possuem a capacidade acrescida de resistir a esses herbicidas, etc.
- Os próprios
sistemas de saúde dentro de cada país e das organizações internacionais estão
apontados para o lucro, não para a prevenção das doenças.
Foi calculado que
muitas doenças graves poderiam ser evitadas com inspeções e tratamentos de rotina
desde a infância. Verificou-se a eficácia desta abordagem, nomeadamente, num
programa desenvolvido nos anos 50-60, no Canadá, que abrangia uma
monitorização periódica gratuita da saúde dentária das crianças e jovens em
todas as escolas. Este programa foi
responsável pela diminuição na população, em geral, de vários tipos de doença: Por exemplo, a
endocardite, doença grave causada por bactérias que se instalam na cavidade
bucal, em consequência de má higiene oral e de cáries dentárias.
Além de causar
muito sofrimento e morte, deixar que a doença atinja o grau de gravidade de uma
endocardite, quando poderia ser evitada com o tratamento precoce duma simples
cárie dentária, é típico do sistema de saúde do nosso tempo. Com efeito, a
medicina está autenticamente refém dos interesses instalados e estes ganham
mais, muito mais com o tratamento do que com a prevenção.
Se um Estado tiver
em atenção verdadeiramente a saúde da população, deve apostar dez vezes
mais na prevenção do que na cura das doenças. Como exemplos de prevenção, cito o investimento em infraestruturas com efeito na saúde pública, como sejam redes
de tratamento de águas residuais, de processamento eficaz dos detritos urbanos, a monitorização generalizada da saúde materno-infantil, uma rede sólida de
medicina escolar, para que todas as crianças em idades escolar, assim como os
adultos em contacto diário com estas crianças, sejam professores, sejam auxiliares
de educação, tenham uma cuidada e séria inspeção de saúde.
Igualmente nos locais de trabalho, as comissões de higiene e segurança deveriam estar instaladas e funcionais; nestes locais, a Inspeção do Trabalho deveria agir preventivamente, para verificar se as normas estavam a ser cumpridas pelos patrões e empregados.
Igualmente nos locais de trabalho, as comissões de higiene e segurança deveriam estar instaladas e funcionais; nestes locais, a Inspeção do Trabalho deveria agir preventivamente, para verificar se as normas estavam a ser cumpridas pelos patrões e empregados.
Penso que muitas doenças e mortes precoces e evitáveis da população poderiam ser reduzidas em 80%, se
houvesse uma mentalidade virada para a saúde preventiva.
Eu sempre pensei
que a prevenção é a mais inteligente e adequada forma de preservar a saúde,
quer a nível individual quer a nível de sociedade.
Sem comentários:
Enviar um comentário