sexta-feira, 11 de julho de 2025

FRANCESCA ALBANESE (ONU) : ECONOMIA DO GENOCÍDIO



                                             https://youtu.be/UXITQ-Zjnps?si=gX7N-i3YhbX0QRr-


Francesca Albanese é realmente uma voz de coragem, de denúncia da criminalidade e um acordar das consciências. 

O sistema  controlado pelas grandes potências já se «suicidou», já se deixou cooptar há muito tempo. Por isso, admiro a coragem dela e de outros, dentro ou fora das ageências da ONU, que não temem mostrar ao grande público onde está a criminalidade e onde está o Direito Internacional.


Veja também o artigo seguinte, que descreve como os EUA sancionam Francesca Albanese, de maneira obscena e vergonhosa 

quarta-feira, 9 de julho de 2025

WALL STREET EM PÂNICO!

 


De repente, um trilião de dólares sai de uma série de investimentos. Estes capitais pertencem à RPC (República Popular da China), quer sejam  capitais públicos, privados ou mistos. Eles receberam (desde Março!) a directiva de se absterem de investir e de saírem tão depressa quanto possível, dos mercados americanos. Agora, estes capitais não apenas saem de uma série de investimentos estratégicos, como vieram aterrar em vários «reinos» vassalos, como a França e a Alemanha, onde poderão associar-se, para realizar joint-ventures, com os capitalistas locais.

Como é que as pessoas mais responsáveis no governo da maior potência financeira mundial estão tão obnubiladas? Ainda não perceberam que os «comunistas» chineses são muito mais eficientes que os capitalistas ocidentais, no jogo de investir e de usar os capitais como forma de obterem aquilo  que querem? 

- Os estúpidos, racistas, incapazes de verem além do lucro imediato...têm o que merecem.


RELACIONADO:

https://www.youtube.com/watch?v=0iLpTihWo0s

terça-feira, 8 de julho de 2025

ESCOLHAS POÉTICAS: «O Barco Encalhado» [OBRAS DE MANUEL BANET](*)


Navegando ao longo de costa rochosa, avistei um dia os escombros dum barco encalhado.

Perguntei ao piloto do meu navio se tivera notícia dalgum naufrágio, nos tempos mais recentes.

Ao que ele me respondeu: "Não, Senhor. Este deve ter encalhado há bastante tempo."

O casco de madeira apodrecida, negra, era colonizado por lapas e mexilhões; carangejos pequenos corriam à superfície.

A carcaça em decomposição ainda exibia, no centro, um fragmento de mastro; como um braço erguido para o céu .

A vida borbulhava nos seus destroços, como num cadáver de cetáceo morto que dera à costa.

Este, lentamente, é descarnado pelas brigadas de criaturas oceânicas até nada mais restar senão o esqueleto.

A visão daquele esquife imóvel no meio de rochedos bravios, lentamente devorado pelo exército voraz dos mares...

Fez-me pensar...

A cena apareceu-me como perfeita analogia das construções intelectuais que navegam na sociedade, como navios nos oceanos.

As construções defeituosas não vogam até muito longe. As correntes arrastam-nas, metem água e acabam por naufragar!

Depois, seus destroços presos nos rochedos, sob as furiosas vagas, ficam desconjuntados, irreconhecíveis.

Por fim, o que resta do navio, desfaz-se; só alguns pedaços a boiar, ou nem isso. O que sobra, vai para as profundezas.

Ninguém advinha que ali se ergueu um orgulhoso navio. Da praia ao horizonte, o mar permanece tão vazio como no começo do Mundo.

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(*) Ao meu amigo, Maximiano Gonçalves e, geralmente, a todos os outros amigos.  Com eles, consigo melhor enfrentar as realidades mutáveis do presente.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Concerto de Vivaldi transcrito por J. S. Bach

J. S. Bach compôs esta adaptação do concerto para violino de Vivaldi (Rv 813) entre 1713 - 1714.




Nesta gravação, a transcrição de Bach é executada no piano-forte. Embora já existissem estes instrumentos no tempo de Bach, é mais provável que esta e outras transcrições tivessem sido executadas no cravo, por Bach e seus discípulos.

I. Allegro (0:00)
II. Adagio (1:24)
III. Allegro (2:12)
IV. Andante (5:09)
V. Adagio (6:17)
VI. Allegro (7:05)

Transcribed c.1713-14? Manuscript by Johann Bernhard Bach dated 1739 Source: D-B Mus.ms. Bach P 280 ‘Transcriptions of concertos after Vivaldi and others’ Ivo Janssen, pianoforte VOID Classics VOID9813

AS GRANDES INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PREPARAM-SE PARA O «RESET» MONETÁRIO


 Numa linguagem acessível, Clayton Morris explica qual o papel do ouro, que agora é comprado às centenas de toneladas pelas grandes empresas financeiras, os bancos sistémicos, os fundos de investimento e empresas globais, como a Blackrock. 
Trata-se - para eles - de tomar posição, para serem «emprestadores de último recurso», em relação a todos os outros (bancos, sociedades financeiras, etc.), aquando do colapso que se aproxima.

 

sábado, 5 de julho de 2025

AS SANÇÕES COMO INSTRUMENTO DE MUDANÇA DE REGIME [por The Dissident]

 


Trump Levantou as Sanções Contra a Síria Porque Estas Realizaram o Objectivo da Mudança de Regime


Donald Trump, recentemente, levantou as sanções económicas dos EUA sobre a Síria - um gesto positivo dado que estas sanções tinham um claro objetivo, o de fazer a vida miserável para a população síria, embora não tivessem real impacto nos poderosos.

No entanto, o levantamento destas sanções não se deve a qualquer preocupação com o bem-estar dos sírios, mas porque os EUA conseguiram levar a cabo com sucesso o seu objetivo de mudança de regime.

As sanções mais brutais dos EUA contra a Síria, foram assinadas por decreto de Trump em 2020implementadas sob a justificação de «promover a responsabilização pelas atrocidades do regime de Assad».

O seu nome vem dum conjunto de fotos obtidas, designadas por «Fotos César», as quais documentariam, segundo o governo dos EUA, «torturas nas prisões de Assad».

Embora autênticas, metade das fotos referidas mostravam isso, enquanto a outra metade mostrava os massacres cometidos por «grupos rebeldes» na Síria, que tinham sido armados e treinados pela CIA, a partir de 2012-2017.

Segundo a organização Human Rights Watch, “investigadores analisaram a colecção «César» de 28 707 fotos mostrando detidos que morreram em detenção pelo governo sírio, assim como algumas das 24 568 fotos mostrando soldados governamentais mortos e cenas de crimes violentos (incluindo incidentes de terrorismo, fogos, explosões e bombas em carros).”

Bashar Al-Assad foi certamente brutal com os seus dissidentes políticos, durante o seu governo, mas seria difícil de argumentar que a situação dos direitos humanos tivesse, de algum modo, melhorado sob o novo ditador da Síria, ligado à Al Quaida, Ahmed al-Sharaa.

Uma investigação recente pela Reuters encontrou que, “cerca de 1 500 alauitas sírios [a minoria étnica à qual pertencia a família de Assad] foram mortos”, tendo a agência noticiosa retraçado a “cadeia de comando levando desde os atacantes, diretamente, aos homens que estão ao serviço dos novos líderes em Damasco”.

A agência revelou que "Pelo menos uma dúzia de facções, agora sob comando do governo, incluindo estrangeiros, participou nas Marchas da Morte»".

[Artigo completo no Substack no LINK AQUI]


Concerto in due Cori con Violino scordato | RV 583 in B♭ major de Vivaldi



Esta obra excepcional - estimada como de época tardia na obra de Vivaldi - combina vários traços originais:
Os dois «coros» (conjuntos) orquestrais, o violino solista sendo afinado em tom diverso do habitual, e finalmente a longa cadenza, inteiramente escrita; na época, o próprio Vivaldi e seus contempoâneos, deixavam ao critério do solista a improvisação da cadenza.
Este concerto é um exemplo de obra que sai fora do molde vivaldiano habitual, das convenções de escrita na maioria dos concertos presentes nas recolhas publicadas em vida do compositor.
A estrutura geral do concerto e seu belíssimo Andante, de beleza rara, excepcional, não apenas na obra de Vivaldi, como na literatura barroca para o violino, permitem-nos afirmar ser esta uma obra-prima do célebre Padre Ruivo veneziano.


 I. Largo e spiccato — Presto — Allegro non molto (0:00)

II. Andante (5:29) III. Allegro (10:33)

sexta-feira, 4 de julho de 2025

COMO AS GRANDES EMPRESAS DE TECNOLOGIA SE APROVEITAM DO GENOCÍDIO EM GAZA

 



Os crimes e atrocidades que o exército de Israel está cometendo quotidianamente sobre as populações palestinianas indefesas de Gaza e da Margem Ocidental, são de todos conhecidos. Não serve de nada fingir que se ignora. 

Mas, o genocídio não é apenas perpetrado pelo exército e pelo governo de Israel. Existem conivências e apoios objetivos, que vão desde uma maioria da população civil israelita, equivocada, iludida pela propaganda sionista, até à massa de público internacional indiferente ou que aceita sem pestanejar notícias sobre esta parte do mundo, desde que isso não os afete diretamente, pessoalmente. 

A estes, deve-se acrescentar o papel dos governos ocidentais, dos EUA e seus aliados/vassalos, que, com muito poucas exceções, fingem que os pseudo-argumentos vozeados pelos sionistas têm algo de verosímil. Estão coniventes e são culpados de genocídio, por ativamente o tornarem possível, por ajudarem a sua continuação, com somas enormes de dinheiro, com armamentos e munições e com apoio diplomático a Israel, como se este país fosse uma «democracia», garantindo que os "bárbaros" não destruam a civilização ocidental. A tal que é a «civilização» do Ocidente; a auto-designada defensora dos direitos humanos (... quando e em relação a quem lhes convém.)

No entanto, poucas pessoas estão conscientes do imenso papel desempenhado por multinacionais de tecnologia -Palantir, Amazon, Microsoft, Google e muitas outras  - que formam a infraestrutura da sociedade digital contemporânea, que nós todos usamos quotidianamente. 

É o que os dois documentos (um vídeo e um extenso artigo) abaixo vêm nos informar.


                                           


Clicar no título para ter acesso ao artigo por «The Dissident» na página Substack :


Economy Of Genocide: A New Report Exposes The Corporations Profiting Off The Genocide In Gaza.

A New UN Report Shows How The Genocide In Gaza Has Been Profitable By A Long List Of War Profiteers.

P. ROBINSON: Organizações internacionais que serviram como instrumentos de guerra:IAEA, OPCW, etc


 

quinta-feira, 3 de julho de 2025

AS ROTAS DA SEDA E O PAPEL DE XI'AN, ANTIGA CAPITAL

AS SEDAS NO COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE PORTUGAL 

A nossa incultura, mesmo nos que se dizem «cultos», sobressai agora devido ao extremo «encolhimento» das distâncias, não apenas geográficas, como também nos modos de vida, uniformizados e semelhantes em boa parte das nações que - no seu conjunto - compõem a ONU. Mas, sempre houve nações mais importantes que outras e a China é um exemplo flagrante disso. Sabia que a China teve uma economia florecescente e uma sociedade muito avançada para os padrões comuns da época, até ao séc. XVIII inclusivé? A prosperidade da China veio sobretudo do trabalho árduo e engenhoso do seu povo, pensemos nas sedas e no delicado trabalho que necessariamente tinha de ser ofício especializado de operários/as, desde o desfazer do casulo de bicho da seda, para libertar os filamentos, até aos tecidos, ao seu tratamento, às cores e motivos estampados. Hoje em dia as operações podem ser parcial ou totalmente mecanizadas, nas várias etapas, mas no século XVIII tratava-se de um trabalho de longa aplicação. O nosso Marquês de Pombal, numa tentativa sem precedentes, decidiu implantar em Portugal uma indústria da seda: ainda existem edifícios da antiga fábrica da seda, no bairro das Amoreiras (as folhas desta  árvore nutriam o «bicho» ou larva) e também uma série de casas (todas com traçado idêntico e muito simples) destinadas a alojar a população operária desta indústria. Era plano do governo de então, retirar o monopólio das sedas importadas à Inglaterra, dando oportunidade a uma população fabril ter trabalho, assim como a burguesia e nobreza, principais consumidores destes tecidos de luxo, terem tecidos de comparável qualidade, mas a um preço sensivelmente menor, não tendo que pagar direitos  aduaneiros. Além das sedas, também as cerâmicas, com a Fábrica do Rato, a indústria do vidro, dos vinhos, etc. mereceram o impulso régio para sua criação e/ou desenvolvimento.  A substituição de importações por produções nacionais, foi um dos objetivos estratégicos do Marquês. Estes e outros aspectos da política económica destinavam-se a industrializar o país, tornando-o auto-suficiente em relação  a uma série de bens e mesmo exportador. 


Não irei AQUI fazer a história das Rotas da Seda. As pessoas têm abaixo alguns links que poderão consultar: Serão BONS pontos de partida para investigações mais aprofundadas. 

https://fr.unesco.org/silkroad/content/xian


https://instaviagem.com/guia/atracoes-turisticas/china/xi-an/bairro-muculmano


O Reino de Xi'an ponto de partida das Rotas da Seda

Apenas acrescento uma nota sobre Xi'an, uma rica cidade comerciante, que também foi  capital do reino respectivo e acolheu uma comunidade de mercadores muçulmanos. Xi'an era um dos pontos de partida e de chegada, ou  encruzilhada das caravanas da Rota da Seda, que percorriam milhares de quilómetros, de leste a oeste e vice-versa, por terra e por mar, num fluxo de comércio contínuo e lucrativo. 

Não só Xi'an acolheu os mercadores de outras etnias e outras religiões (também cristãos nestorianos, sírios e persas)  como lhes proporcionou condições dignas de habitação, como o bairro muçulmano, tendo - no seu centro - uma mesquita. Este conjunto monumental foi preservado, sendo visitável hoje. 

As fotos mostram vários aspectos dessa mesquita e dos jardins que a envolvem. À primeira vista, parecerão típicos pagodes chineses. Mas, na realidade, são locais de culto da religião de Maomé.

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Mesquita do bairro muçulmano de Xi'an (fotos de Manuela Moita)

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- De cima para baixo: (1) pavilhão com inscrições de versos do Corão, escritas em chinês; (2) o minarete de onde se apelava à oração às sextas-feiras; (3) o grande pórtico na entrada do complexo de edifícios e jardins. 

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Os momentos de apojeu das civilizações, são geralmente os de maior tolerância cultural e religiosa, aceitando pacificamente as influências e trocas com outros povos. 

Quando as nações entram em decadência, pelo contrário, tornam-se intolerantes em relação a ideias, costumes e pessoas, especialmente se vindos do estrangeiro... Acaba por se tornar num processo de auto-destruição, até à decrepitude e morte.


   

terça-feira, 1 de julho de 2025

SOBRE RELIGIÃO



 Tenho verificado que a humanidade «precisa» de religião. Mesmo os regimes oficialmente ateus, são portadores de uma forma de religião, de culto. 

Mas, aqui irei falar no sentido tradicional de religião: O culto, a adoração de Deus, ou Deuses. 

As religiões são, por regra, crenças codificadas em livros, códices, corpus de doutrina, que se perpetuam como cânon, ao qual se somam ou se agregam textos explicativos e toda uma iconografia, mais ou menos simbólica, mais ou menos descritiva, da forma como os fiéis se identificam aos valores morais, éticos, filosóficos implícitos das supra-citadas doutrinas. 

Para mim, como habitante do Oeste europeu, a religião cristã teve sempre uma influência decisiva, quer na forma como construí os valores morais, quer como apreciava as expressões da arte. As formas sacras efetivamente predominavam, apesar da laicização da arte, ocorrida sobretudo desde o século XIX. 

Isto não significa que tenha vivido numa atmosfera imbuída de religião. A minha religião, se assim se pode chamar, foi sempre a veneração das obras, humanas, mormente as suas expressões cimeiras, na música, na pintura, escultura e arquitetura,  que, no meu universo cultural, eram muitas vezes inspiradas pelo cristianismo. 

A minha curiosidade levou-me a aprofundar, tanto os aspectos formais da arte sacra, como seus conteúdos implícitos ou explícitos. Assim, embora nascido em «berço ateu», fui sempre um «cristão cultural», durante boa parte da minha vida, sem o saber.

O fenómeno religioso é de importância decisiva em relação à compreensão da História, da Sociologia e mesmo, da Psicologia. As construções em torno das suas doutrinas são uma parte importante da própria vida intelectual dos séculos passados. Lembro que há uns três ou mais séculos, as pessoas davam a vida, sacrificavam-se pela sua fé, sem questionar essa mesma fé. 

Os humanos de há pouco tempo atrás, tinham ainda guardado esse sentido do sagrado, que não era questionável, fazia parte de seu ser assim como de toda a sua vivência pessoal, da sua família, da sua nação. O questionamento da religião surge a partir de meados do século XVII, nalguns países europeus, mormente sacudidos recentemente pelas guerras de religião e onde balbuciavam os primeiros avanços do método científico.

A oposição entre religião e ciência tornou-se, justamente nestas sociedades da Europa ocidental, uma questão que apaixonou os espíritos, em particular os mais filosóficos, que vieram a constituir o chamado Iluminismo. Mas, este não trazia verdadeira resposta aos dilemas que ele próprio levantara: o seu paradigma mecânico do Universo era demasiado fruste, podia facilmente ser visto como simplista e demasiado afastado do real. 

As crispações dos dogmas, por um lado e das visões menos convencionais da religião, por outro eram conducentes a posturas  de intolerância. Nessa altura, abundavam os "açaimes" e as "viseiras" do espírito. No século XIX seguinte, rico em polémicas políticas e filosóficas, além de ser palco de muitas transformações políticas e sociais, houve realmente lugar para diversas correntes, como sejam as liberais, anarquistas, comunistas, cooperativistas, nacionalistas, etc, etc, que agregavam à  sua doutrina política uma explicação totalizante da sociedade e do Universo. Em suma: eram sistemas que pretendiam abarcar, não apenas a totalidade das sociedades humanas, como da Natureza. 

As Leis universais que regiam o Cosmos pareciam estar firmemente fundamentadas na observação e na experimentação. Surgiu então um novo tipo de religião, o «cientismo», o qual pretendia reduzir tudo a movimentos mecânicos, desde os indivíduos e o funcionamento dos seus órgãos, até à alma, descrita como sendo uma função eletroquímica complexa do cérebro. Neste paradigma de cientismo ou de dogmatização pseudo-científica, evoluiam muitos dos espíritos mais inclinados para a ciência, nos séculos XIX, XX e mesmo XXI. 

Este cientismo esteve muito presente no  que, nesse tempo, chamavam de «materialismo», cobrindo «do véu da ciência» suas congeminações e teorias mecanicistas. Desgraçadamente, milhões de humanos sofreram uma lavagem ao cérebro, com as ideologias do «materialismo dialético» e «materialismo histórico». Poucos foram as pessoas que se emanciparam dessa doutrinação, ainda menos as que ousaram publicamente pôr em causa este sistema ideológico.

A grande tragédia, quando observamos as coisas do lado dos oprimidos, é que os opressores têm, praticamente, todos os meios de exercer o poder: Assim, os que têm uma visão alternativa, ou a mantêm em segredo ou terão  de sofrer, em consequência de terem desafiado os poderosos.

Na transição para o século XXI, face a uma série de crises e de mudanças em grande escala, algumas ainda em curso no presente, houve oportunidade para afirmar o que antes seriam consideradas heresias, em relação ao establishment. A crise dos sistemas políticos, económicos e civilizacionais, vai sempre de par com crises em termos espirituais, das visões do mundo e dos valores... Neste aspecto, a crise presente não difere, de maneira significativa, de múltiplas outras crises conhecidas na História da Humanidade. 

Com um renovo da espiritualidade, abre-se um leque muito mais vasto, que o das religiões instituídas: Permite a avaliação não-etnocêntrica, de complexos religioso-espirituais diferentes do nosso. Não se deve confundir esta constatação com  relativismo moral ou sincretismo. Tem a ver com a constatação da existência de constantes antropológicas, numa abortagem respeitadora das outras civilizações, ao contrário da etnologia do passado, imbuída de preconceitos coloniais e racistas.

Tudo isto permite que coloquemos a questão central do papel da religião, da noção do sagrado, do reconhecimento da nossa inserção no Universo, que percebemos e que nos ultrapassa. No plano sociológico, nota-se que todas as sociedades têm uma ou outra forma de religião, sendo falsas as narrativas que apresentam tal ou tal povo remoto, como «sem religião»: A visão eurocêntrica e colonial dos antropólogos projetou-se nos povos que vivem (viviam) em simbiose com o ambiente natural. As suas lendas e crenças particulares adotavam uma religião, que não se definia através de objectos sagrados, causando a confusão de etnólogos apressados, ao anunciar uma «sociedade sem religião».

O empobrecimento da espiritualidade, que se traduz na valoração dos aspectos materiais sobre os espirituais, na adoração da riqueza e do poder como metas, para as quais tendem quase todas as pessoas, já para não falar da ausência da ética e de sentido do dever, em favor do princípio do prazer... São sintomas de decadência, de empobrecimento intelectual e espiritual. Dificilmente, veremos uma mutação  civilizacional  que restaure o equilíbrio entre aspectos espirituais e materiais, nas sociedades globalizadas do século XXI.

Se a minha visão do presente estiver correta, tenho de colocar como futuro mais provável, a decadência continuada, a involução, que poderá arrastar-se durante muitos decénios. Muito menos provável é que sobressaltos políticos nos venham trazer alguma modificação substancial neste aspecto. Digo isto, porque somente uma revolução do tipo anti-autoritária e libertária poderia abrir novos caminhos à aventura humana, e não consigo imaginar como uma tal revolução conseguisse brotar e perdurar, no contexto atual. Nenhuma revolução autoritária do passado, nos trouxe, de facto, uma subida do nível espiritual nas massas.


segunda-feira, 30 de junho de 2025

IMAGENS DO CENTRO FINANCEIRO E ECONÓMICO DE XANGAI

 

Panorama da nova Xangai, com troço do rio Yang Tsé

Poço vertiginoso no interior do 3º maior arranha-céus

O maior arranha-céus de Xangai (desenho de arquitetos dos EUA )


Paisagem noturna de Xangai vista do rio Yang Tsé



A CHINA DE HOJE, O MUNDO DE AMANHÃ

 Apesar do blackout informativo, novas alianças e movimentos audaciosos, nos BRICS, com a China e seus parceiros, vão moldando um Mundo multipolar novo, onde os EUA, não têm mais um papel hegemónico.

É isso mesmo que se infere dos dois documentários abaixo reproduzidos.






domingo, 29 de junho de 2025

sábado, 28 de junho de 2025

IMPERADOR CHIN, O DÉSPOTA ESCLARECIDO QUE REINOU HÁ 2200 ANOS




 O documentário abaixo tem uma grande qualidade. Pelo que observei diretamente e por relatos de guias e por literatura que entretanto consultei, parece-me um somatório rigoroso do que se possa saber sobre este monumento (o exército subterrâneo de terracota do imperador Chin) e sobre o reinado do Imperador Chin. 


                        
 
Para mim, o que mais impressiona é o grau de investimento de esforço, de energia, de trabalho humano, numa época em que o número de artesãos disponíveis não deveria ser assim tão grande. Mas, apesar de tudo, terá sido um contingente capaz de moldar e de pintar mais de oito milhares de estátuas de soldados, em tamanho natural, com individualização da representação dos rostos: Vê-se que  os rostos seguem modelos reais e não seria supreendente que reproduzissem os traços dos soldados de elite do imperador Chin. 
Sem dúvida, que o imperador e todos os seus súbditos estavam convictos da existência real de um mundo subterrâneo, em que as pessoas mais poderosas poderiam continuar a sua vida, tal como a levaram a cabo, quando estavam vivas. Não são escassos os esforços para reproduzir todos os items de conforto e luxo. Num registo mais sombrio, as concubinas e servidores do imperador foram sacrificados para o acompanhar na viagem pelo reino subterrâneo. 
O imperador Chin mostrou grande sabedoria e determinação para conseguir que o seu reinado pudesse derrotar e incorporar outros reinos rivais. Este feito, deveu-se a uma paciente construção dum exército de elite, treinando e mantendo os soldados em tempo de paz e não apenas recrutando mercenários em tempo de guerra. Por outro lado, Chin soube cativar com alianças e casamentos os monarcas dos reinos rivais. Usou todos os estratagemas, incluindo a guerra económica, como meio de enfraquecer um adversário antes de iniciar um confronto armado. Os seus espiões estavam por todo o lado e informavam-no desde o estado de preparação dos exércitos rivais, às intrigas palacianas. 
Mas, o imperador Chin também foi um terrível déspota, que queimou vivos mais de seissentos sábios confucionistas, por suspeita de não serem inteiramente fiéis ao monarca. Muitos tratados preciosos (exemplares únicos, ou poucos exemplares) foram reunidos em pilhas gigantes e queimados, por suspeita paranoíca de que pudessem inspirar sentimentos contrários à sua ação ditatorial. 
Como é que apesar das guerras e daqueles atos terrivelmente destruidores, o seu reinado atingiu uma tal prosperidade? 
- Pensa-se que o abate de fronteiras alfandegárias promoveu o comércio entre os reinos; a instauração da promoção por mérito dos funcionários civis e da hierarquia do exército, e outras medidas administrativas, foram decisivas. Foi muito importante a unificação do chinês escrito, havendo - a partir deste imperador - modelos de escrita que todos os escribas e escolásticos tinham de respeitar. Igualmente, a unificação dos pesos e medidas, assim como a cunhagem de moeda única, foram também importantes,  unificando os mercados nos vários reinos e trazendo maior fluidez ao comércio. No plano da técnica, houve também um salto qualitativo, quer no sistema de irrigações, quer nas indústrias de cerâmica e metalurgia. A agricultura certamente beneficiou da estabilidade resultante do fim das guerras entre reinos. Houve introdução de novas técnicas agrícolas. Na China havia práticas correntes em agricultura, que apenas se difundiram na Europa milhares de anos depois. Citemos a rotação das culturas para evitar o esgotamento dos solos e sua revitalização nos períodos de pousio e adubagem das terras usando estrume. 

O imperador Chin era um terrível déspota: Porém, soube dotar-se de sábios, especialistas nos mais diversos ramos, que o aconselhavam. Graças  aos conselhos destes peritos, as decisões imperiais produziram um real desenvolvimento económico, uma força militar que ninguém se atrevia a provocar e um controlo da classe artistocrática, através duma densa rede de informadores.




sexta-feira, 27 de junho de 2025

SÍRIA HOJE: DA QUEDA DO GOVERNO CENTRALIZADO, AO GOVERNO DA ALQUAIDA (por Vanessa Beeley)

 



A Síria soberana foi talhada em zonas dominadas por fações sob a influência da gestão terrorista da Turquia, de Israel, dos EUA, do Reino Unido e dos Estados Árabes do Golfo. Aqui, tentamos identificar os atores externos e seus respectivos gangs de fundamentalistas Takfiri, as suas agendas conflituais e os seus objetivos últimos:

Enquanto as narrativas ocidentais querem convencer-nos de que rebeldes sírios derrubaram por eles próprios um brutal ditador e o substituíram por um regime justo e democrático, a realidade está longe da ilusão fabricada pela CIA/MI6.

A Síria foi convertida de nação pluralista, que tinha gozado de segurança e estabilidade dos civis, apesar da guerra pela mudança de regime que se iniciou em 2011, num Estado fragmentado e traumatizado. Foi este Estado, com sua incapacidade de se defender e de proteger as suas fronteiras, que Israel destruíu imediatamente depois do golpe. O país foi dividido em zonas de influência controladas por gangs concorrentes, apoiados por um número crescente de potências internacionais. Os gangs de Takfiri estão quotidianamente a brutalizar e a assassinar minorias étnicas na Síria.

[Ler o restante conteúdo no link abaixo]


Syria Today: From the Fall of a Centralised Government to the Al Qaeda Junta

ESCOLHAS POÉTICAS: Guerras Sem Fim [OBRAS DE MANUEL BANET]



 Gostava de voar para um país distante, 

Muito mais distante, que a tecnologia atual

Nos pode transportar. Aí, pisaria o solo

e abraçaria as gentes; mas não teria ilusões:

Este país seria como os outros, apenas

Poupado aos horrores deste século moderno.


Não será algo assim que muitos de nós procuramos

Atingir? - O paraíso terreal ou refúgio

Contra a fealdade, a cobardia e crueldade

Dos nossos contemporâneos?


Estamos à procura do que não existe,

De uma utopia no sentido estricto

Não estamos porém errados, na essência:

É o nosso coração humano que nos diz


Outros procuram aconchego dentro da tribo

Dentro da família, do grupo a que pertencem

Não os critico pelo desejo de auto-preservação

Embora seja irrisório, neste Mundo em guerra


A guerra não poupa as simples gentes

Fustiga todos, todos nós somos sem-abrigo

Só os sanguinários poderosos têm meios;

Eles sabem-no e usam-se disso! 

 

TRUMP DESCREVE FALSO SUCESSO CONTRA INSTALAÇÕES NUCLEARES NO IRÃO



 ATUALIZAÇÕES SOBRE MÉDIO ORIENTE:


quinta-feira, 26 de junho de 2025

GÖBEKLI TEPE TEM AINDA MUITOS SEGREDOS POR REVELAR

 


GUERRA DOS EUA -ATRAVÉS DE ISRAEL- CONTRA O IRÃO NÃO ACABOU

 


Brian Berletic, um dos mais brilhantes analistas de geoestratégia é entrevistado por Danny Haiphon.

Temos várias revelações, resultantes destes 12 dias de guerra de mísseis. Berletic clarifica a situação dos arsenais e das capacidades bélicas do Irão, de Israel e dos EUA, assim como dos aliados do Irão, Rússia e China. Também demonstra que as guerras são claramente dos EUA, por procuração (proxi wars) contra os seus inimigos através da Ucrânia, por um lado e dos israelitas, por outro. 

Perante o mundo, ficou claro quem está a provocar a guerra. Este facto explica a atitude prudente do Irão: O seu comportamento mostra a realidade de uma guerra imposta ao Irão, em que os agressores são os iniciadores das ações bélicas. Cai por terra o argumento de Israel e dos EUA, de estarem a realizar ações «preemptivas» sobre um Irão ameaçador. 

A agressão recente põe a descoberto a postura imperialista dos EUA e tem como efeito de pôr muitas nações em postura defensiva. Todo o mundo vê que a postura dos EUA tem sido contida e prudente, em relação à Rep. Popular Democrática da Coreia (possuindo armas nucleares), ao contrário doutros «inimigos», o Iraque, a Líbia, a Síria, atacados selvaticamente, sem possibilidade de se defenderem. Esta guerra de agressão mostra que o objetivo dos EUA (e de Israel) não é prevenir a aquisição de armamento nuclear pelo Irão. Pelo contrário, seu comportamento vai encorajar o Irão a adquirir realmente armas nucleares. Para já, prepara-se para sair da estrutura de controlo da energia nuclear pacífica,  a IAEA. A transparência dos laboratórios e instalações de enriquecimento de urânio  no Irão, perante esta instituição resultou em filtrar informações aos EUA que ajudaram estes a definir e realizar os ataques.

Por outro lado, muitos países vistos como não submissos à Pax Americana, estão agora a ponderar adquirir armas nucleares, pois viram a diferença clara do comportamento dos EUA, perante a Coreia do Norte e o Irão.

A PESTE, HÁ 5 000 ANOS, MARCOU A ESTRUTURA DAS POPULAÇÕES EUROPEIAS

 


terça-feira, 24 de junho de 2025

MAGNÍFICO CONCERTO DE VIVALDI, QUASE DESCONHECIDO...


 O barroco italiano é inesgotável. Mas, desse manancial, o mais prolífico e variado compositor, é António Vivaldi. 
Vivaldi conseguiu elevar a arte do violino a um nível que nunca tinha alcançado, antes dele. 
Proporcionou a base para um pleno desenvolvimento da forma orquestral do concerto. 
As suas fórmulas podem parecer repetitivas a alguns. Porém e para além das convenções da época (início do séc. XVIII), Vivadi abriu o leque de possibilidades, com seus concertos para variados instrumentos, em combinações - elas próprias - variadas. 
Pode-se também apreciar a riqueza e vigor da sua obra vocal, menos conhecida do grande público, porque as edições discográficas, durante muito tempo, favoreceram apenas a música instrumental do grande compositor veneziano. Mas há mais, muito mais, a apreciar em Vivaldi, que as celebérrimas 'Quatro Estações'.