segunda-feira, 31 de agosto de 2020
domingo, 30 de agosto de 2020
[DRA. ROXANA BRUNO] Critérios para Tratamento e Prevenção de SARS-CoV-2
«A curva de contágios não se correlaciona com a curva da letalidade.»
«O teste PCR é inespecífico, dá positivo cruzado com outros coronavírus»
sábado, 29 de agosto de 2020
APELO AOS DIRIGENTES DOS NOVE ESTADOS DETENTORES DE ARMAS NUCLEARES
sexta-feira, 28 de agosto de 2020
quarta-feira, 26 de agosto de 2020
CLIMA DE GUERRA CIVIL NOS EUA: o «Estado Profundo» não recua perante nada.
Com efeito, parece-me impossível que os distúrbios de Kenosha, Wisconsin não tenham sido provocados, deliberadamente.
O polícia que alvejou com sete balas disparadas à queima roupa e pelas costas o jovem negro, Jacob Blacke, sabia o que estava a fazer. Ele sabia que existe impunidade na prática, para a polícia (como detalhado num importante artigo de Eric Zuesse), perante actos como este, sendo certo que, uns 2 meses antes, a morte por estrangulamento de George Floyd às mãos de um outro polícia, tinha desencadeado uma onda de protestos e violências, em vários Estados.
Se, os que controlam as polícias, quisessem impedir que estas tivessem tais actuações, tinham poder para o fazer. Mesmo que algum polícia descontrolado tivesse um comportamento destes, ele seria prontamente reprimido, não havendo hipótese de outros lhe tomarem o exemplo e agirem do mesmo modo.
O pano de fundo é a Convenção Democrata, seguida pela Convenção Republicana. Os assassínios de George Floyd e de Jacob Blacke, são temporalmente coincidentes com estes dois acontecimentos. O que está em jogo é, portanto, «demonstrar», ao eleitor médio americano, completamente ignorante da manipulação, que Trump não domina as polícias, que não é capaz de impor um mínimo de «lei e ordem» e que as eleições, se resultarem numa vitória de Trump, serão seguidas por uma onda de violência ainda maior. É esta a mensagem que a media e os políticos democratas têm feito passar, pois o medo do eleitorado é o seu grande trunfo.
As pessoas que se revoltam não o sabem, porém estão a ser instrumentalizadas por poderes obscuros que irão reprimi-las, com a maior dureza, assim que tiverem atingido o seu objectivo: O de retirarem Trump da presidência. Fala-se mesmo de Nancy Pelosi - democrata, «speaker» da Câmara dos Representantes - substituir o senil Biden, garantindo assim o funcionamento das estruturas do Estado.
A escolha de Biden/Kamala Harris, forçada na Convenção Democrata pelos detentores do controlo da mesma, ou seja, o clã Clinton/Obama, tinha como objectivo primeiro afastar qualquer hipótese de nomeação de um candidato com um laivo de «socialismo», ou seja, na linguagem política americana, uma social-democracia muito moderada... Bernie Sanders, ou mesmo Elizabeth Warren foram considerados perigosos, por serem demasiado «socialistas», segundo o establishment do Partido Democrata.
A batalha pelo controlo da Casa Branca arrisca tornar-se uma guerra civil, porque os apoiantes de Trump e outros, independentes, não-simpatizantes do Partido Republicano, estão plenamente conscientes das manobras do Estado Profundo (das instâncias que controlam o poder de Estado, quaisquer que sejam os presidentes e os seus partidos).
É muito provável que o nível de violência atinja um paroxismo, à medida que se aproxima a data das eleições presidenciais de Novembro. Uma hipótese que não está fora de questão, é o estado de emergência ser decretado, em consequência de distúrbios antes da realização das referidas eleições, adiando-as por tempo indefinido.
Ninguém pode ficar tranquilo com os acontecimentos, porque os EUA são a potência maior do planeta, com um enorme arsenal nuclear, uma força militar que se projecta em mais de 800 bases, espalhadas pelo Globo, tendo também controlo sobre os mercados financeiros e de divisas, graças ao privilégio do dólar ser, simultaneamente, a divisa mais usada nas trocas comerciais internacionais e a principal divisa de reserva dos bancos centrais dos diversos países.
segunda-feira, 24 de agosto de 2020
A EXUBERÂNCIA & MISÉRIA NAS NOSSAS SOCIEDADES
Para grande satisfação de certos papagaios da media «mainstream», que apenas estão positivamente interessados nos lucros que uma ínfima minoria possa fazer apostando e especulando nas bolsas, hoje de manhã (24/08/2020) as cotações bolsistas de Apple ou Tesla, atingiram novos cumes. Outros títulos tiveram semelhantes subidas espectaculares.
Tudo isso enjoa-me. Ver que há pessoas tão estúpidas que acreditam estarem mais «ricas», por alguns números nuns painéis electrónicos terem crescido. Os valores bolsistas são manipulados pelos bancos centrais, pelos grandes grupos financeiros e pelos governos, de tal maneira que é inteiramente previsível o que se está a passar... É feito tudo o que é necessário para dar a ilusão de enriquecimento aos ingénuos, que se entusiasmam com uma ilusão. O mais extraordinário é que - mesmo eles - sabem, no fundo, que essa riqueza é fictícia, que não corresponde a aumento de produtividade ou a inovação significativa. Eles pensam: «... sim - é fictícia - mas, eu irei ser esperto o suficiente para me retirar do jogo, capitalizando os lucros...»
Esta exuberância é sinal dos tempos: sinal de uma inequívoca incapacidade do sistema em gerar algo positivo, algo que produza riqueza verdadeira, material, algo que possa alimentar (literal e metaforicamente) as pessoas, que dê esperança aos que estão em baixo na escala social, de verem a sua condição subir.
Isso aconteceu durante três ou quatro décadas, nos países do Ocidente, após a IIª Guerra Mundial. Foi um período de reconstrução e de desenvolvimento da indústria e das infraestruturas. Esse crescimento impulsionou a criação da almofada de segurança para os trabalhadores e para os mais frágeis, o chamado «Estado Social».
Assim, as contradições entre classes e grupos sociais, embora tivessem momentos agudos, ficaram a níveis toleráveis e permitiram a chamada coesão social, ou seja, as pessoas aceitarem que eram cidadãs e que isso lhes conferia um estatuto, direitos e deveres, obrigações e regalias, sendo portanto, pouco apelativa - para a maioria - arriscar seu pequeno bem-estar, em teorias e práticas revolucionárias/radicais.
Este fim da era do capitalismo, com o capital dominando todas as dimensões da vida, a hegemonia da mercadoria sobre a sociedade e os indivíduos está - manifestamente - a chegar ao fim. Não é preciso ser-se profeta, ou grande sábio iluminado, para se perceber isso. A realidade encarrega-se de mostrar, a todos os que quiserem abrir os olhos, que assim é.
O que me preocupa, enquanto cidadão e indivíduo, é a confusão mental de muitos, a sua incapacidade em compreender como têm sido manipulados, vítimas de preconceitos, inoculados pela sociedade e pela constante propaganda, disfarçada de «informação».
Porque se me depara a possibilidade um novo feudalismo. Um feudalismo sob o nome pomposo e enganador de «Nova Ordem Mundial». É que o caos, que todos nós podemos observar, foi - sem sombra de dúvida - desejado e orquestrado pela elite no poder, para melhor deitar abaixo estruturas que a incomodavam, as quais travavam os seus ímpetos de domínio totalitário sobre a sociedade e a natureza.
É absolutamente indispensável que as pessoas tenham em atenção o que são e o que fazem, realmente, George Soros, Bill Gates, etc... Assim como os que gravitam à volta do Clube de Bilderberg, do Fórum Económico Mundial de Davos... só para citar algumas referências.
Os dados nos quais me apoio têm correspondência com o real, são confirmados pela prática, não por meros discursos.
Estamos perante uma ofensiva dos muito ricos e poderosos, dos que possuem os governos. Eles «têm na mão» os políticos, cuja eleição para cargos de poder e carreira está inteiramente dependente da sua aceitação do papel que essa elite lhes destinou. Não poderia ser em vão, ou por capricho, que os muito ricos se esmeram em controlar órgãos de comunicação social; porém, os capitais investidos nos media resultam - quase sempre - em prejuízo. Mas o prejuízo é só aparente, pois são exímios em aproveitar todas as oportunidades de lucro nas diversas indústrias em que estão envolvidos. Então, ao seu aparente desperdício de capital, tem de corresponder uma vantagem muito grande.
E assim é; quando se chega à situação de monopólio ou oligopólio nos media, não existe mais verdadeira liberdade de informação. Todas as notícias que causem dano à imagem dos referidos magnates, ou sejam negativas para os seus negócios, são impiedosamente cortadas, censuradas. Mas, ainda por cima, o público tem a sua opinião permanentemente fabricada por vassalos fiéis. Isto permite aos magnates influenciar todos os aspectos de uma sociedade, desde a economia à política. Quanto às pessoas que lançam um alerta (whistleblowers), elas são perseguidas, expulsas dos seus empregos, enxovalhadas e, frequentemente, são presas.
A media é, portanto, o instrumento dos muito ricos, para levar «o rebanho» (nós) para onde eles desejam. Não admira, portanto, que tudo façam no sentido de levar a cabo o famoso «great reset» da forma e conteúdo que mais convenham a esta mesma oligarquia.
No plano geral, a oligarquia mundial está apenas preocupada em garantir um maior controlo dos recursos, que são finitos. Ela pensa - seguindo o neo-malthusianismo - que, se os pobres continuarem a multiplicar-se, são capazes de esgotar os recursos (matérias-primas, alimentos, terras agrícolas e ambiente).
Assim, segundo esta doutrina, os ricos só poderão escapar, se houver uma redução substancial dos quase 8 mil milhões que povoam a Terra, hoje em dia.
O neo-malthusianismo está errado e não tem sustentação científica, embora alguns cientistas e economistas (como os do «Clube de Roma»), contribuam para o difundir e dar-lhe um verniz de ciência. É apenas uma teoria auto-justificativa dos muito ricos, da sua situação de acumuladores de imensas riquezas e foi por mim analisada num artigo deste blog. Peço aos leitores que desejem saber os detalhes, para se referirem a ele.
Se compreendermos o contexto, conseguimos compreender a lógica de tudo o que se tem estado a passar.
- Compreende-se o porquê dos esforços para impor uma vacina contra o Covid, para instaurar uma espécie de passaporte sanitário (com registo digital), graças ao qual as autoridades poderão decidir se alguém pode ou não viajar, ter ou não determinado emprego, etc.
- Compreende-se que estejam a deixar o caos instalar-se em várias cidades dos EUA, para afastar um candidato - Trump - que não lhes é fiel, pois o actual Presidente dos EUA desejava acabar com a globalização financeira neoliberal, que tem sido a agenda da oligarquia ao nível mundial.
- Compreende-se que estejam a implementar um desaparecimento das divisas em papel, para apenas haver transacções digitais, controláveis e traçáveis ao pormenor.
- O mesmo em relação aos «app», que são desenvolvidos para detectar e rastrear ,supostamente, as pessoas portadoras do «vírus». Os media corporativos, tão preocupados com os direitos humanos, não se lhes ocorre que o mesmo «app» é aplicável tal-qual, para dissidentes políticos ou sociais... basta que eles, os que controlam o sistema, o queiram.
- Não existe já - na prática e apesar do que está estabelecido nas constituições - protecção, resguardo da privacidade e das liberdades individuais mais elementares.
- Não existe mais o direito ao próprio corpo, visto que a «vacina» será compulsória, mesmo que digam o contrário.
Se isto não é um deslize para o totalitarismo, não sei o que seja.
Os totalitarismos do século XX estavam baseados na supressão brutal e absoluta (eliminação física das pessoas) da dissidência.
Os totalitarismos deste século serão caracterizados pela supressão dos dissidentes enquanto entidades sociais, enquanto pessoas portadoras de um modo de ver a realidade, de interpretá-la, diferente das narrativas oficiais. A nulificação do discurso de alguém, seja sob que pretexto for, é uma forma totalitária de lidar com a dissidência. Se, aquilo que o dissidente produz (texto, som ou imagem), é impedido de chegar aos outros, por vários processos de censura, é como negar-lhe o direito a existir. O efeito será muito pior que matar ou prender, num certo sentido, pois as vítimas não terão a solidariedade dos seus concidadãos.
Aliás, o medo tem sido um instrumento fundamental das manipulações. O condicionamento das massas (lavagem ao cérebro) usa técnicas derivadas de estudos rigorosos que, embora científicos, não são nada éticos. Há imensos dados sobre tais experiências nos Estados Unidos, que vêm do programa «MK-ULTRA» nos anos 50 do século passado e tiveram muitas ramificações. Mas, infelizmente, países aliados dos EUA, como o Reino Unido (Instituto TAVISTOCK), têm também feito as suas próprias pesquisas.
A narrativa que nos andam constantemente a impor, é uma forma de condicionamento mental.
O facto do condicionamento ser constante e maciço, torna extremamente difícil alguém se subtrair ao mesmo. Este condicionamento permite que a multidão seja encaminhada (como ovelhas), se não para os «fornos crematórios», pelo menos, a adoptar uma atitude de submissão, pela interiorização de pensamentos, estados interiores, ou atitudes, compatíveis com a dominação absoluta dos «Senhores».
Os servos da gleba na Idade Média, revoltavam-se - de vez em quando - contra o Senhor feudal, incendiavam o castelo, etc. Mas, os actuais e futuros «servos da gleba» sabem que de nada serve essa revolta. Eles próprios auto-censuram-se por terem sequer pensamentos de revolta, sabem que sua subsistência está inteiramente nas mãos de quem os domina... O «rendimento básico universal» é uma forma de colocar as pessoas sem emprego numa situação de dependência. Calcula-se em 80%, num futuro próximo, os postos de trabalho suprimidos e substituídos os humanos por robots. A pessoas vão perder completamente a sua autonomia. No caso de alguém se tornar incómodo, basta que o poder decida que lhe seja cortado o «rendimento básico»... Não receber o mísero rendimento básico, equivale a sentença de morte por inanição.
PS1: Os pobres e membros de comunidade negra, ou doutras minorias étnicas, nos EUA, podem ser mortos impunemente pela polícia. Outro crime a sangue frio por um polícia, baleando pelas costas um jovem negro (Jacob Blake), que ficou paralítico, está a desencadear um ambiente explosivo nos EUA. É um clima pré-insurreição, ou pré-guerra civil. Estas perturbações são secretamente incentivadas pela oligarquia: ela quer usar isso para impor a lei marcial e o controlo total da população.
PS2: está bem claro quem são, na verdade, as pessoas de BLM e de Antifa... é esclarecedor o que escreve Daniele Pozzati.
sábado, 22 de agosto de 2020
ESTRATÉGIA NAVAL AMERICANA NOS MARES DO SUL DA CHINA E RESPOSTA DE PEQUIM
Tem-se utilizado muito frequentemente o conceito de «armadilha de Tucídides» (Thucydides Trap) para descrever o deslizar do conflito entre os EUA e a República Popular da China do campo meramente comercial (embora as sanções unilaterais impostas pelos EUA sejam já uma forma de guerra, reconhecida como tal pela ONU) para o campo estritamente militar. O confronto armado ainda não ocorreu, mas as provocações - neste caso, é preciso reconhecê-lo, exclusivamente do lado dos americanos - têm-se multiplicado, usando a administração de Washington a «liberdade de circulação nos mares» como pretexto falacioso para fazer constantes provocações no Mar do Sul da China. Como eu referia num artigo anterior, nem sequer o pretexto de auxiliar os vizinhos da China, que teriam razões de queixa na disputa das águas territoriais entre eles e o gigante asiático, pode ser dado como razão válida. Com efeito, a constante ameaça no mar que é chinês, ou que está na directa esfera de influência de Pequim, jamais poderá desencadear da parte chinesa outra coisa, senão o reforço das defesas e o aumento da militarização na zona, não apenas por uma questão de patriotismo, ou de posição de princípio mas, sobretudo, pela muito real ameaça militar directa que a armada dos EUA coloca, em exibições de força ao longo das costas chinesas.
Porém, o termo de armadilha de Tucídides aplicar-se-ia mais apropriadamente, se a atitude de constante provocação fosse daquele dos dois países que ainda seja o mais fraco, contra o mais forte: Se a China tivesse exactamente o comportamento que estamos a observar da parte dos EUA, desde há alguns anos.
A questão dos termos e sua adequação para descrever fenómenos com milhares de anos de intervalo (lembremos que Tucídides reflectiu sobre a ascensão de Esparta, perante a potência dominante que era Atenas, então) é sempre imprecisa, pois se trata do domínio da analogia.
Porém, para muitos observadores, o poderio dos EUA já não é realmente o nº 1 mundial. O poderio económico desapareceu; é um país extremamente carenciado, na sua estrutura produtiva. Isso deveu-se à estratégia dos muito poderosos oligopólios (que governam a política nos EUA), de exportação das manufacturas e capacidade produtiva americana para países do Terceiro Mundo. Maximizando assim os seus lucros, as corporações da super-potência mundial tornaram esta, de facto, «Terceiro Mundo». Os EUA ficou sem capacidade de auto-abastecimento em sectores estratégicos, desde a própria aeronáutica (a importação de metais e terras raras da China é essencial para fabrico dos seus aviões de combate), até à indústria farmacêutica, como se viu recentemente, incapaz de obter ao nível doméstico moléculas / matérias-primas para fabrico de medicamentos essenciais (ex: antibióticos).
Então, os Estados Unidos, no esquema de Tucídides, seriam a potência que já perdeu o estatuto de domínio sem contestação, estando a tentar desesperadamente limitar os danos, isto é, manter-se numa aparente posição de dominância face ao resto do mundo, para poder continuar a explorá-lo, a fazer chantagem, a usar a força ou ameaça da força, como exclusivo «instrumento diplomático». Sobretudo, a gastar rios de dinheiro do orçamento (com a dívida mais astronómica de toda a História) para uma desenfreada acumulação de armamento sofisticado, de todo o género.
Pelo contrário, temos de reconhecer a contenção que tem mostrado a China, perante um avivar da guerra híbrida. Esta, tem consistido em sanções económicas injustas, apoio muito evidente aos separatistas Uigures, aos estudantes ditos «democráticos» de Hong Kong, o cerco permanente de bases militares rodeando a China, a invasão periódica pela frota dos EUA dos mares do Sul da China.
A diplomacia chinesa tem muito a perder, se responder «taco-a-taco» às provocações americanas. Os sucessos maiores da China consistiram no quebrar do isolamento e conseguir que regimes, até mesmo muito favoráveis aos EUA, prossigam num caminho de boa vizinhança e de acordos em tudo o que for possível, sem terem de «virar a casaca», como é o caso da Coreia do Sul.
A China [sem esquecer sua elite governante e seu «nacional-comunismo», a brutalidade da repressão das dissidências, ou seu enorme desprezo pela real preservação do ambiente e dos ecossistemas...] tem uma visão estratégica global. É um facto, que demonstra estar-se perante uma potência madura. Uma visão que se concretiza nos BRICS, na Organização de Cooperação de Xangai, nas Novas Rotas da Seda e nos laços com muitos países próximos ou distantes, quer no sentido ideológico, quer geográfico.
Pelo contrário, os EU da Amerika retomam a odiada «diplomacia da canhoneira», erigem-se em defensores dos direitos humanos, quando eles próprios são os piores violadores dos mesmos, ao fazerem guerras criminosas e em apoio a regimes criminosos e claramente desprezando os mais elementares direitos humanos.
Ainda por cima, em relação aos pobres e oprimidos, no seu território, não existe verdadeira justiça ou direitos humanos: os EUA é um Estado onde a polícia tem uma protecção legal absoluta para matar ou ferir, sem que nada lhe aconteça.
Para mim, não se trata de uma «escolha»: não tenho (e creio que praticamente nenhum/a dos meus leitores/as terá) possibilidade de escolher o rumo, ou influenciar o mesmo, dos grandes acontecimentos internacionais... goste-se ou não, simpatize-se ou não, com esta ou aquela potência mundial.
Aquilo que se pode fazer, neste contexto, é pressionar em prol da paz, pela descida dos níveis de tensão, por um desarmamento recíproco e controlado. Deve-se tudo fazer para que a opinião pública desperte da sua letargia e se erga para exigir aos seus governantes respeito pela sua vontade de paz mundial.
Tudo decorre daí, da vontade da cidadania: a melhoria nos Direitos Humanos dentro de cada país é claramente beneficiada por um clima de distensão nas relações internacionais, de respeito pela soberania dos Estados.
Isso verificou-se, por exemplo, em relação a Cuba: Nas fases em que os EUA tiveram uma política mais «agressiva», foram também períodos em que a oposição interna teve vida mais difícil; pelo contrário, a melhoria das relações e abertura duma embaixada (dos poucos aspectos positivos da política externa de Obama), corresponderam a uma relativa melhoria da situação dos direitos humanos.
Mas, pode-se generalizar, pois aconteceram situações análogas na Europa de Leste, incluindo Polónia e outros países do Pacto de Varsóvia, aquando da política de Gorbatchov, de acabar com a guerra-fria e realizar reformas na URSS, com repercussões nos seus aliados.
A luta dos povos por maior liberdade e justiça é favorecida por um aprofundamento dos laços amistosos entre Nações, por uma descida dos níveis de armamento, por não erigir e, pelo contrário, abater as barreiras artificiais à circulação de pessoas, de ideias e ao comércio internacional.
É claro e auto-evidente, que estes factores estão interligados: Quem adopta sinceramente estes princípios e segue estes critérios, está no bom caminho da paz, da democracia, do progresso.
NOTA 1: depois de escrito este artigo, um artigo de Pepe Escobar publicado no Asia Times, mostra com pormenor que a liderança da China possui uma estratégia de longo prazo, tal como eu afirmava, enquanto os EUA (... quem governa o Pentágono, não me parece que seja este presidente) apenas têm atitudes de provocação contra a China.
NOTA 2: A gravidade da situação de confrontação naval não pode ser minimizada por ninguém com bom senso. Os EUA estão a fazer manobras agressivas e provocatórias, em águas territoriais chinesas. Estão a imiscuir-se na disputa entre a China Popular e Taiwan, não para resolver problemas, mas para terem um pretexto de intervenção.
sexta-feira, 21 de agosto de 2020
quinta-feira, 20 de agosto de 2020
JAZZ PARA DANÇAR / DANCING JAZZ
JAZZ PARA DANÇAR/ DANCING JAZZ
Decidi colocar na «Lista de Jazz para Dançar/ Dancing Jazz» alguns momentos particularmente alegres e divertidos de música para dançar, desde os anos 20 do século passado, até hoje.
Vou actualizando a lista, à medida de novas descobertas. Entretanto, os leitores são bem vindos em sugerir novos títulos, para enriquecer esta colectânea.
Boa audição e bom baile!
terça-feira, 18 de agosto de 2020
EXPANSÃO DA DÍVIDA* ATÉ AO INFINITO ?
A imagem da jovem a queimar marcos alemães no forno, para aquecimento, aconteceu em 1923. Todas as pessoas na Alemanha (mas poucas noutros pontos do globo) sabem o inferno que foi a crise de hiper-inflação, que destruiu a economia e as vidas dos alemães. O início da subida do partido Nazi data dessa época.
Hoje em dia, infelizmente, somos guiados - ou melhor, empurrados - por uma clique de doutores em economia, que apenas têm como horizonte a teoria neo-keyseniana e a Teoria Monetária Moderna (Modern Monetary Theory), ambas causadoras dos maiores equívocos sobre o fenómeno da inflação e da sua natureza monetária.
A ideia mesma de que a impressão monetária («quantitative easing») é instrumento eficaz de estímulo da economia em crise, tem origem nestas teorias, em voga no seio dos referidos economistas.
Aliás, a impressão monetária - conjuntamente com a descida das taxas de juro de referência para valores virtualmente de zero - foi a receita para a crise de 2008, dos bancos centrais do mundo ocidental... em simultâneo: a FED dos EUA, o ECB da União Europeia, o Bank of England, etc...
Infelizmente, é uma ideia peregrina sem qualquer sombra de justificação teórica e, muito menos, comprovação prática. Porém, as visões ridículas de tais académicos continuam a pontificar.
Se eles tivessem razão, não só a Alemanha da República de Weimar como, hoje, a Venezuela ou o Zimbabwe (com milhares por cento de hiper-inflação), teriam os maiores sucessos económicos mundiais !
Porém, os que estão em posição de poder nos governos, nos bancos centrais ou nas universidades, não vão deixar que sua reputação seja arrastada na lama. Preferem defender - com unhas e dentes - as suas teorias absurdas, a terem de dar «o braço a torcer»!
Tanto assim é, que estão a repetir alegremente a receita de 2008, reforçando-a, o que vai - inevitavelmente -conduzir ao abismo duma hiper-inflação, a nível mundial.
Neste caso, a crise hiper-inflacionária já não ficará localizada num só país, ou zona económica: será planetária. Isto, porque o dólar, ainda a divisa de reserva mundial, é emitido pela FED ou Reserva Federal dos EUA. Ora, a FED tem feito mais do que qualquer outra instituição, para destruir o valor da divisa que emite!
A hipótese de um verdadeiro reset monetário está posta de parte, no horizonte imediato pois, com esta gente ao leme é de esperar, não só «um naufragar do navio», como das próprias «balsas salva-vidas».
Um acordo mundial sobre os mercados monetários e as suas regras apropriadas, só poderá surgir após um episódio de hiper-inflação, algo bastante destruidor e doloroso.
Provavelmente vai ocorrer, antes disso, um «pseudo-reset» da responsabilidade dos que detêm o poder económico, financeiro e político, actualmente. Este irá fracassar.
Têm de ser criadas condições para que seja aceite um novo paradigma: este, terá de ser anti-inflacionário, retirando aos governos a possibilidade de se endividarem sem conta e medida e impedindo os bancos centrais de imprimir divisas, sem ter em atenção as realidades da economia.
Ao fim e ao cabo, só um sistema com base no ouro (ou, bi-metálico com ouro e prata), poderá garantir a estabilidade monetária. Este mesmo sistema foi eficaz durante boa parte da História da Humanidade. Em particular, na fase de ascensão do capitalismo industrial, um dos períodos mais dinâmicos, este beneficiou da estabilidade monetária e consequente ausência de inflação: desde a 2ª década do século XIX, até 1914, com o início da Iª Guerra Mundial. Foi justamente esta guerra, o pretexto dos governos para imprimirem dinheiro, sem contrapartida em bens tangíveis, e assim financiarem os desequilíbrios orçamentais, decorrentes do conflito prolongado.
Mas as baboseiras proferidas por académicos e políticos negam a própria evidência histórica. Eles segregam uma narrativa fictícia, como forma de auto-justificação e álibi.
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* Hoje, a criação monetária equivale a emissão de dívida; dinheiro é dívida, neste sistema.
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PS1: A confiança numa divisa fiat por parte do público, é o que sustenta essa mesma divisa. Pode-se observar «em directo» os efeitos de tal perda de confiança, durante o colapso económico e monetário que está acontecendo em dois países do Mediterrâneo: na Turquia, agora e no Líbano, desde o último trimestre de 2019.
PS2: Robert Kiyosaki explica como as pessoas têm caído nas falsidades de Wall Street (e City of London) e como os fundos de pensões estão falidos: https://youtu.be/BbtRSu_RXTg
segunda-feira, 17 de agosto de 2020
[OBRAS DE MANUEL BANET] É MELHOR FICAR SENTADO
[Quadro a óleo de Paul Cézanne]
É MELHOR FICAR SENTADO
e esperar que a loucura passe
àqueles que se agitam, ao luar de néon
Apenas reflectem os espectros
que habitam seu interior
Descurei viver demasiado tempo
agora contemplo pensativo
este mundo sem sentido
que não nos foi ofertado
Talvez um dia viaje de novo
apesar de saber que a Terra
é redonda e se move
igual a si própria, no vazio
Mas que me importa
se for para resgatar o sonho,
uma vez mais, das aves
agoirentas que pairam
no ar?
sexta-feira, 14 de agosto de 2020
[MITSUKO UCHIDA] 5º CONCERTO PARA PIANO DE BEETHOVEN («IMPERADOR»)
É por demais conhecida a história (ou lenda?) de que Beethoven terá inicialmente dedicado a obra ao imperador dos franceses, Napoleão Bonaparte. Quando Beethoven se apercebeu de quem era na verdade Napoleão, liquidador da liberdade dos povos, o compositor riscou o nome do imperador na página de dedicatória e inscreveu a frase: «em comemoração de um grande homem» deixando no vago quem era esse «grande homem» ...
É esta a história que contam, não sei se foi assim ou não.
O próprio nome «Imperador» foi dado por Cramer - o editor inglês das obras de Beethoven - não pelo próprio compositor. É, não obstante tudo o que se conta, uma das grandes obras do romantismo nascente, tal como a Eroica (3ª Sinfonia de Beethoven).
Eu consigo abstrair os elementos circunstanciais - tanto do Concerto o «Imperador», como da Sinfonia «Eroica» - porque não são simples obras de circunstância.
Ambas as obras são atravessadas pelo sopro de uma inspiração generosa e liberal do homem que, além de génio musical, era coerente: Ele nunca renunciou às suas convicções liberais, como o demonstra a 9ª Sinfonia, escrita perto do fim da sua vida, sobre poema de Schiller.
Curiosamente, Beethoven compôs uma obra de circunstância, essa bastante medíocre. Uma sinfonia foi encomendada a Beethoven para comemorar Wellington, o vencedor na batalha de Vitória (1813, Espanha) e, mais tarde, retomada para comemorar a batalha definitiva de Waterloo (em 1815). Provavelmente, ele não se empenhou muito na sua feitura. A obra está quase esquecida: nunca se ouve em salas de concerto. Quanto a gravações em disco, apenas se pode encontrar a «sinfonia esquecida» em colecções integrais da obra de Beethoven.
Beethoven está muito acima dos imperadores e ditadores de sua época e de todas as épocas... a sua música sublime resiste ao tempo e pode ser apreciada pelas sucessivas gerações.
Mitsuko Ushida e a orquestra de Saito Kinen sob a direcção de Seiji Ozawa, são perfeitas na interpretação do 5º Concerto.
quarta-feira, 12 de agosto de 2020
GUERRA AO CORONAVÍRUS OU GUERRA AOS POBRES?
Oiça John Pilger, denunciando a hipocrisia dos que fazem demagogia com elogios ao NHS, mas que contribuíram para desmantelar o prestigiado sistema público de saúde do Reino Unido e continuam a fazê-lo agora, sob cobertura de «luta contra o coronavírus»!!
Nada do que se fala neste vídeo aparece nas notícias da media mainstream. Porém, é muito importante!
Se isto não chega para convencê-lo que a comunicação social está sob controlo e ao serviço da oligarquia, então não há nada que o convença!
PS 1: Egon von Greyerz publica num artigo , uma tabela que mostra como o efeito da epidemia é tanto pior, em termos de redução do PIB, quanto mais autoritárias forem as medidas tomadas:
(MIS-)MANAGEMENT OF CV
terça-feira, 11 de agosto de 2020
[MANLIO DINUCCI] O QUE FAZ A ITÁLIA A FAVOR DO DESARMAMENTO NUCLEAR?
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Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
Wepage: NO WAR NO NATO