sábado, 5 de julho de 2025

AS SANÇÕES COMO INSTRUMENTO DE MUDANÇA DE REGIME [por The Dissident]

 


Trump Levantou as Sanções Contra a Síria Porque Estas Realizaram o Objectivo da Mudança de Regime


Donald Trump, recentemente, levantou as sanções económicas dos EUA sobre a Síria - um gesto positivo dado que estas sanções tinham um claro objetivo, o de fazer a vida miserável para a população síria, embora não tivessem real impacto nos poderosos.

No entanto, o levantamento destas sanções não se deve a qualquer preocupação com o bem-estar dos sírios, mas porque os EUA conseguiram levar a cabo com sucesso o seu objetivo de mudança de regime.

As sanções mais brutais dos EUA contra a Síria, foram assinadas por decreto de Trump em 2020implementadas sob a justificação de «promover a responsabilização pelas atrocidades do regime de Assad».

O seu nome vem dum conjunto de fotos obtidas, designadas por «Fotos César», as quais documentariam, segundo o governo dos EUA, «torturas nas prisões de Assad».

Embora autênticas, metade das fotos referidas mostravam isso, enquanto a outra metade mostrava os massacres cometidos por «grupos rebeldes» na Síria, que tinham sido armados e treinados pela CIA, a partir de 2012-2017.

Segundo a organização Human Rights Watch, “investigadores analisaram a colecção «César» de 28 707 fotos mostrando detidos que morreram em detenção pelo governo sírio, assim como algumas das 24 568 fotos mostrando soldados governamentais mortos e cenas de crimes violentos (incluindo incidentes de terrorismo, fogos, explosões e bombas em carros).”

Bashar Al-Assad foi certamente brutal com os seus dissidentes políticos, durante o seu governo, mas seria difícil de argumentar que a situação dos direitos humanos tivesse, de algum modo, melhorado sob o novo ditador da Síria, ligado à Al Quaida, Ahmed al-Sharaa.

Uma investigação recente pela Reuters encontrou que, “cerca de 1 500 alauitas sírios [a minoria étnica à qual pertencia a família de Assad] foram mortos”, tendo a agência noticiosa retraçado a “cadeia de comando levando desde os atacantes, diretamente, aos homens que estão ao serviço dos novos líderes em Damasco”.

A agência revelou que "Pelo menos uma dúzia de facções, agora sob comando do governo, incluindo estrangeiros, participou nas Marchas da Morte»".

[Artigo completo no Substack no LINK AQUI]


Concerto in due Cori con Violino scordato | RV 583 in B♭ major de Vivaldi



Esta obra excepcional - estimada como de época tardia na obra de Vivaldi - combina vários traços originais:
Os dois «coros» (conjuntos) orquestrais, o violino solista sendo afinado em tom diverso do habitual, e finalmente a longa cadenza, inteiramente escrita; na época, o próprio Vivaldi e seus contempoâneos, deixavam ao critério do solista a improvisação da cadenza.
Este concerto é um exemplo de obra que sai fora do molde vivaldiano habitual, das convenções de escrita na maioria dos concertos presentes nas recolhas publicadas em vida do compositor.
A estrutura geral do concerto e seu belíssimo Andante, de beleza rara, excepcional, não apenas na obra de Vivaldi, como na literatura barroca para o violino, permitem-nos afirmar ser esta uma obra-prima do célebre Padre Ruivo veneziano.


 I. Largo e spiccato — Presto — Allegro non molto (0:00)

II. Andante (5:29) III. Allegro (10:33)

sexta-feira, 4 de julho de 2025

COMO AS GRANDES EMPRESAS DE TECNOLOGIA SE APROVEITAM DO GENOCÍDIO EM GAZA

 



Os crimes e atrocidades que o exército de Israel está cometendo quotidianamente sobre as populações palestinianas indefesas de Gaza e da Margem Ocidental, são de todos conhecidos. Não serve de nada fingir que se ignora. 

Mas, o genocídio não é apenas perpetrado pelo exército e pelo governo de Israel. Existem conivências e apoios objetivos, que vão desde uma maioria da população civil israelita, equivocada, iludida pela propaganda sionista, até à massa de público internacional indiferente ou que aceita sem pestanejar notícias sobre esta parte do mundo, desde que isso não os afete diretamente, pessoalmente. 

A estes, deve-se acrescentar o papel dos governos ocidentais, dos EUA e seus aliados/vassalos, que, com muito poucas exceções, fingem que os pseudo-argumentos vozeados pelos sionistas têm algo de verosímil. Estão coniventes e são culpados de genocídio, por ativamente o tornarem possível, por ajudarem a sua continuação, com somas enormes de dinheiro, com armamentos e munições e com apoio diplomático a Israel, como se este país fosse uma «democracia», garantindo que os "bárbaros" não destruam a civilização ocidental. A tal que é a «civilização» do Ocidente; a auto-designada defensora dos direitos humanos (... quando e em relação a quem lhes convém.)

No entanto, poucas pessoas estão conscientes do imenso papel desempenhado por multinacionais de tecnologia -Palantir, Amazon, Microsoft, Google e muitas outras  - que formam a infraestrutura da sociedade digital contemporânea, que nós todos usamos quotidianamente. 

É o que os dois documentos (um vídeo e um extenso artigo) abaixo vêm nos informar.


                                           


Clicar no título para ter acesso ao artigo por «The Dissident» na página Substack :


Economy Of Genocide: A New Report Exposes The Corporations Profiting Off The Genocide In Gaza.

A New UN Report Shows How The Genocide In Gaza Has Been Profitable By A Long List Of War Profiteers.

P. ROBINSON: Organizações internacionais que serviram como instrumentos de guerra:IAEA, OPCW, etc


 

quinta-feira, 3 de julho de 2025

AS ROTAS DA SEDA E O PAPEL DE XI'AN, ANTIGA CAPITAL

AS SEDAS NO COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE PORTUGAL 

A nossa incultura, mesmo nos que se dizem «cultos», sobressai agora devido ao extremo «encolhimento» das distâncias, não apenas geográficas, como também nos modos de vida, uniformizados e semelhantes em boa parte das nações que - no seu conjunto - compõem a ONU. Mas, sempre houve nações mais importantes que outras e a China é um exemplo flagrante disso. Sabia que a China teve uma economia florecescente e uma sociedade muito avançada para os padrões comuns da época, até ao séc. XVIII inclusivé? A prosperidade da China veio sobretudo do trabalho árduo e engenhoso do seu povo, pensemos nas sedas e no delicado trabalho que necessariamente tinha de ser ofício especializado de operários/as, desde o desfazer do casulo de bicho da seda, para libertar os filamentos, até aos tecidos, ao seu tratamento, às cores e motivos estampados. Hoje em dia as operações podem ser parcial ou totalmente mecanizadas, nas várias etapas, mas no século XVIII tratava-se de um trabalho de longa aplicação. O nosso Marquês de Pombal, numa tentativa sem precedentes, decidiu implantar em Portugal uma indústria da seda: ainda existem edifícios da antiga fábrica da seda, no bairro das Amoreiras (as folhas desta  árvore nutriam o «bicho» ou larva) e também uma série de casas (todas com traçado idêntico e muito simples) destinadas a alojar a população operária desta indústria. Era plano do governo de então, retirar o monopólio das sedas importadas à Inglaterra, dando oportunidade a uma população fabril ter trabalho, assim como a burguesia e nobreza, principais consumidores destes tecidos de luxo, terem tecidos de comparável qualidade, mas a um preço sensivelmente menor, não tendo que pagar direitos  aduaneiros. Além das sedas, também as cerâmicas, com a Fábrica do Rato, a indústria do vidro, dos vinhos, etc. mereceram o impulso régio para sua criação e/ou desenvolvimento.  A substituição de importações por produções nacionais, foi um dos objetivos estratégicos do Marquês. Estes e outros aspectos da política económica destinavam-se a industrializar o país, tornando-o auto-suficiente em relação  a uma série de bens e mesmo exportador. 


Não irei AQUI fazer a história das Rotas da Seda. As pessoas têm abaixo alguns links que poderão consultar: Serão BONS pontos de partida para investigações mais aprofundadas. 

https://fr.unesco.org/silkroad/content/xian


https://instaviagem.com/guia/atracoes-turisticas/china/xi-an/bairro-muculmano


O Reino de Xi'an ponto de partida das Rotas da Seda

Apenas acrescento uma nota sobre Xi'an, uma rica cidade comerciante, que também foi  capital do reino respectivo e acolheu uma comunidade de mercadores muçulmanos. Xi'an era um dos pontos de partida e de chegada, ou  encruzilhada das caravanas da Rota da Seda, que percorriam milhares de quilómetros, de leste a oeste e vice-versa, por terra e por mar, num fluxo de comércio contínuo e lucrativo. 

Não só Xi'an acolheu os mercadores de outras etnias e outras religiões (também cristãos nestorianos, sírios e persas)  como lhes proporcionou condições dignas de habitação, como o bairro muçulmano, tendo - no seu centro - uma mesquita. Este conjunto monumental foi preservado, sendo visitável hoje. 

As fotos mostram vários aspectos dessa mesquita e dos jardins que a envolvem. À primeira vista, parecerão típicos pagodes chineses. Mas, na realidade, são locais de culto da religião de Maomé.

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Mesquita do bairro muçulmano de Xi'an (fotos de Manuela Moita)

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- De cima para baixo: (1) pavilhão com inscrições de versos do Corão, escritas em chinês; (2) o minarete de onde se apelava à oração às sextas-feiras; (3) o grande pórtico na entrada do complexo de edifícios e jardins. 

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Os momentos de apojeu das civilizações, são geralmente os de maior tolerância cultural e religiosa, aceitando pacificamente as influências e trocas com outros povos. 

Quando as nações entram em decadência, pelo contrário, tornam-se intolerantes em relação a ideias, costumes e pessoas, especialmente se vindos do estrangeiro... Acaba por se tornar num processo de auto-destruição, até à decrepitude e morte.