quarta-feira, 8 de julho de 2020

MOSSAD ASSOCIADA A JEFFREY EPSTEIN / GHISLAINE MAXWELL

                     
Apenas um serviço secreto (neste caso, a agência de espionagem Mossad, de Israel) poderia fornecer as quantias enormes, que Jeffrey Epstein exibia, com as quais comprou vários apartamentos de luxo e estâncias, assim como uma ilha privada. Os seus  ganhos, como homem de negócios, nunca chegaram perto das somas despendidas nessas propriedades e no seu estilo de vida. 
Ghislaine Maxwell, amante e cúmplice de Epstein, agora presa, poderá dar esclarecimentos sobre a utilização de actividades sexuais com menores e filmagem secreta, para fazer chantagem com pessoas poderosas, desde presidentes dos EUA, da França, primeiros-ministros, príncipes, etc. 
Kim Iversen, esclarece, sem papas na língua. A ouvir com toda a atenção!

PS: https://www.zerohedge.com/political/ghislaine-maxwell-found-guilty-helping-epstein-sexually-abuse-teen-girls Ghislaine Maxwell foi declarada culpada pelo juri da maior parte das acusações. No entanto este julgamento foi construído na base de «esquecer o elefante na sala», que é a óbvia colaboração do par Epstein - Maxwell com a MOSSAD e a sua «indústria» de chantagem sexual utilizando moças menores para atrair, filmar e chantagear homens políticos e industriais. 
Muitos dos que caíram nas malhas desta armadilha envolvendo sexo, mudaram visivelmente de atitude em relação a Israel, nomeadamente políticos (sobretudo, do partido Democrata dos EUA) que antes tinham levantado  voz pelas violações dos direitos humanos por parte de Israel no que respeita em particular aos palestinianos. 
O julgamento foi cautelosamente delineado pela instrução de modo a não tocar nos pontos sensíveis e reveladores de utilização de filmagem secretas das menores com homens «importantes» para fins de chantagem. As testemunhas de acusação não podiam aflorar este tema, tinham que se cingir à questão do abuso de menores.

                                 

terça-feira, 7 de julho de 2020

O QUE SIGNIFICA CONCRETAMENTE O PREÇO DO OURO?

                            

O preço da onça de ouro em dólares US aproxima-se do seu recorde de sempre, a 25 de Julho de 2011. 
- Que importância tem isto? Tem a importância de uma marca simbólica, visto que o valor do dólar - assim como de todas as divisas «fiat», de todos os países, garantidas apenas pela «palavra» do respectivo governo - é um poderoso factor psicológico. 
Se as pessoas soubessem o que significa - verdadeiramente - a quantidade de dívidas (impagáveis!) de Estados, bancos, bancos centrais, empresas e particulares, uma quantia na casa dos quadriliões de dólares, número propriamente astronómico, é evidente que deixariam instantaneamente de ter qualquer confiança no dinheiro-papel e iriam querer trocá-lo, o mais depressa possível, por bens tangíveis. 
Assim se passou noutras crises monetárias, como a famosa crise hiper-inflacionária da República Alemã de Weimar de 1922-23, ou as crises que assolam a Venezuela, o Zimbabwe, a Argentina e outros países, cujas oligarquias locais se têm servido - sem vergonha - das riquezas dos países que governam. 
... E por falar nisso, cabe aqui uma referência especial à política da União Europeia e do BCE, que têm multiplicado a dívida, quer do referido banco central, quer dos Estados membros da Eurozona, sem qualquer preocupação em destruir a confiança na divisa «Euro». 
O esquema de Ponzi, já posto em prática aquando da crise do Euro de 2012, continua e é reforçado, tornando cada vez maior a folha de activos do BCE. 
Por outro lado, as dívidas dos Estados atingem valores que são considerados claramente impagáveis. Tecnicamente, todos estes Estados estão falidos. O único modo que têm para ir «pagando» as suas obrigações, desde juros das dívidas contraídas, até às obrigações com ordenados dos funcionários públicos e as pensões, é inflacionando a moeda. 
Ou seja, pagam 1000, mas essa soma uns poucos anos antes, no início da introdução do Euro em 2001 (por exemplo), equivaleria - em capacidade aquisitiva - a muito mais, o dobro, o triplo, ou mais... 
Ninguém pode dizer ao certo, porque as estatísticas estão falseadas, intencionalmente, como era prática corrente nos países de Leste do ex-COMECON. Assim, é praticamente impossível avaliar o valor real do dinheiro, portanto, quanto valem salários e todas as transacções em geral. A avaliação contabilística (feita pelo governo) é uma completa mentira. 

             

Como demonstrei noutro artigo, a única maneira de medir o valor do dinheiro-papel, é comparar os preços numa divisa, da onça de ouro, em vários momentos:
No início da introdução do Euro, era cerca de 300 € /onça troy. O preço do mesmo metal, hoje, é de 1576 € / onça troy. Portanto, o valor do Euro desceu de 5.25 vezes ou seja, vale 525% menos, em relação a 2001

Por este simples cálculo, se vê como a inflação e a sua ocultação se conjugam, para transformar a Eurozona numa experiência falida. Nem seria necessário passarmos pela experiência do Covid, para isso ser patente. 
Os únicos beneficiários da Eurozona são os grandes capitalistas, os grandes grupos, sejam eles financeiros, de comércio, ou industriais, que têm beneficiado da constante erosão dos salários de milhões de trabalhadores, mantidos num colete de forças, em que se lhes pede cada vez mais produtividade para menor paga. No regime de monopólios que vigora, o capitalismo genuíno não passa de figura de retórica. 
O que temos é um mercado protegido, com privilégios que vão desde ajudas estatais (isenção de impostos, abaixamento dos encargos sociais, etc), supostamente para «garantir» o emprego ou a «competitividade» ou outras mentiras, até aos «bail-outs» (resgates) sucessivos dos bancos ou de grandes empresas, supostamente para «salvar» a economia dum País da bancarrota. 
É justamente para a bancarrota que estamos a ser encaminhados, em toda a Eurozona, em especial nos «PIGS» (Portugal, Itália, Grécia, Espanha). 
A minha previsão é que estes governos do flanco sul europeu vão acentuar o despesismo, prometendo e dando a torto e a direito, garantindo assim os votos necessários para se manterem no poder.  

Os actuais ocupantes de lugares de poder têm a ilusão de terem as costas quentes. Pensam que estão apoiados nas forças repressivas/militares ... PSP, GNR, Forças Armadas, NATO. Mas, estas forças não estarão dispostas a defendê-los, se - elas próprias - compreenderem que nada ganham e arriscam-se a perder tudo se defenderem os pusilânimes governantes...

O povo deixará de ter ilusões, no momento em que perceber que não há recuperação do estado «pré-covid». As coisas foram feitas, justamente, de modo a que -de novo- fosse o povo a pagar a factura.  Isso tomará o seu tempo, mas não tardará muito, pois a realidade no terreno económico vai ditar a mudança de perspectiva.

Não encontro motivos para ser optimista em relação ao futuro próximo. Não fico feliz com a infelicidade dos outros. 
Porém, os meus concidadãos têm de acordar da hipnose em que ficaram mergulhados, para perceber o que se passou, o porquê daquilo que se está a passar e o que devem fazer, para tomarem em mãos a situação. 

[Manlio Dinucci] Torpedo bipartidário contra o Acordo para o Afganistão

                           


Centenas de milhares de vítimas civis, mais de 2.400 soldados americanos mortos (e mais um número desconhecido de feridos), cerca de 1 trilião de dólares gastos: este é, em síntese, o orçamento dos 19 anos da guerra USA no Afeganistão, ao qual se acrescenta o custo para os aliados NATO (incluindo a Itália) e outros que se juntaram aos EUA na guerra.
O orçamento de falências para os EUA também do ponto de vista político-militar: a maior parte do território está agora controlada pelos talibã ou disputada entre eles e as forças do governo apoiadas pela NATO.
Neste contexto, após longas negociações, a Administração Trump concluiu um acordo com os talibã, em Fevereiro passado, que prevê em troca de garantias, a redução do número de tropas USA no Afeganistão de 8.600 para 4.500. O mesmo não significa o fim da intervenção militar dos EUA no Afeganistão, que continua com forças especiais, drones e bombardeiros. No entanto, o acordo abriria o caminho para uma diminuição do conflito armado.
No entanto, foi revogado alguns meses após a assinatura - não pelos talibãs afegãos, mas pelos democratas dos EUA. Aprovaram no Congresso uma emenda à Lei de Permissão, que destina 740,5 biliões de dólares para o orçamento do Pentágono no ano fiscal de 2021. A emenda, aprovada em 2 de Julho pela Comissão de Serviços Armados pela grande maioria com o voto dos Democratas, estabelece “limitar o uso de fundos para reduzir o número de forças armadas estacionadas no Afeganistão”.
Proíbe o Pentágono de gastar os fundos na sua posse para qualquer actividade que reduza o número de soldados dos EUA no Afeganistão, abaixo de 8.000: o acordo, que envolve a redução de tropas dos EUA no Afeganistão, está efectivamente bloqueado. É significativo que a emenda tenha sido apresentada não só pelo democrata Jason Crow, mas também pela republicana Liz Cheney, que fornece o seu aval em perfeito estilo bipartidário. Liz é filha de Dick Cheney, Vice Presidente dos Estados Unidos de 2001 a 2009, durante a Administração de George W. Bush, que decidiu a favor da invasão e da ocupação do Afeganistão (oficialmente para dar caça a Osama bin Laden).
A emenda condena explicitamente o acordo, argumentando que prejudica “os interesses de segurança nacional dos Estados Unidos”, “não representa uma solução diplomática realista” e “não fornece protecção às populações vulneráveis”. Para ser autorizado a reduzir as tropas no Afeganistão, o Pentágono deverá certificar que essa medida “não comprometerá a missão antiterrorista dos Estados Unidos”.
Não é por acaso que o ‘New York Times’ publicou um artigo, em 26 de Junho que, de acordo com as informações fornecidas (sem apresentar nenhuma prova) dos agentes de inteligência USA, acusa “uma unidade de inteligência militar russa de oferecer aos militantes talibã um engenho militar para matar soldados da Coligação no Afeganistão, visando principalmente os americanos”. As notícias foram divulgadas pela grande media americana, sem que nenhum caçador de fake news questionasse a sua veracidade.
Após uma semana, foi aprovada a emenda que impede a redução de tropas USA no Afeganistão. O que confirma o verdadeiro objectivo da intervenção militar USA/NATO no Afeganistão - o controlo dessa área de importância estratégica da maior importância. O Afeganistão está na encruzilhada do Médio Oriente, do centro, sul e leste da Ásia.
Nesta área (no Golfo e no Cáspio) existem grandes reservas de petróleo. Existem a Rússia e a China, cuja força está a crescer e afectar as estruturas globais. Como o Pentágono alertou num relatório de 30 de Setembro de 2001, uma semana antes da invasão americana do Afeganistão, “existe a possibilidade de surgir na Ásia, um rival com uma formidável base de recursos”. Possibilidade que agora se está a materializar. 
Os “interesses da segurança nacional dos Estados Unidos” impõem que fiquemos no Afeganistão, custe o que custar.


Manlio Dinucci
il manifesto, 07 de Julho de 2020

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos 
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
Webpage: NO WAR NO NATO

sábado, 4 de julho de 2020

MAQUIAVEL OU O DISCURSO DO REALISMO POLÍTICO


Encontra-se, neste vídeo (falado em francês), uma descrição sóbria e lúcida da teoria política de Maquiavel, o filósofo político moderno por excelência. 
O facto dos termos «maquiavélico» ou «maquiavelismo» terem conotação claramente negativa, pelo menos no discurso corrente, mostra como a «elite» pretende ocultar a sua própria forma de agir em política. 
Se bem compreendi, a tese do autor deste vídeo seria a seguinte: 
- Se olharmos para a classe política à luz de «O Príncipe» (a obra-prima de Maquiavel), este manual será o revelador da forma como a elite pensa a «arte de governar». Então, poderemos mais facilmente descodificar as suas acções. 
Basicamente, os discursos de circunstância, ou ideológicos dos políticos, são vertidos na matriz da «República» de Platão: A tarefa do poder político consistiria em tornar a sociedade e os indivíduos mais perfeitos, mais próximos do modelo ideal de «república filosófica». 
Porém, o verdadeiro esteio teórico dos políticos - de direita ou de esquerda, liberais ou autoritários - é o realismo político de Maquiavel: Os homens são assim como são; de nada serve tentar mudá-los, deve-se antes aproveitar o conhecimento que temos deles, para os governar. A arte de governar é aquilo que dá a ilusão de que o líder vai ao encontro dos desejos do povo, quando - na realidade - apenas está a manter as condições de exercer o poder.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

POÇAS DE CUATRO CIÉNEGAS (MÉXICO) REVELADORAS DA EVOLUÇÃO

                        
Um magnífico artigo de divulgação científica de Rodrigo Pérez Ortega revela-nos a riqueza estonteante de vida de poças a uns 1000 km a Norte da Cidade de México (ver também vídeo, aqui). 
Cuatro Ciénegas situa-se numa bacia com poças coloridas no meio do deserto mexicano de Chihuahua.
A microbióloga mexicana Souza Saldívar e seu marido, têm estudado as mais de 300 poças (pozas) espalhadas por cerca de 800 km quadrados entre pântanos e montanhas majestosas. 
As águas destas pozas, cuja química é muito particular, encerram uma população bacteriana extremamente especializada, vivendo há muitos milhões de anos no mesmo local, como se pode confirmar pelos estromatólitos bacterianos que atapetam as partes profundas das mesmas. 


Cada «poza» é um autêntico ecossistema em miniatura, contendo variadíssimas espécies de bactérias, muitas das quais são arquebactérias (um super-reino das bactérias, que poderia estar na origem dos eucariotas, seres com núcleo). Além disso, as várias espécies possuem seus próprios vírus (bactériofagos). Além das espécies bacterianas, existem muitas outras formas de vida, incluindo uma tartaruga que somente se pode encontrar nesta zona. 

                    


O artigo descreve em pormenor a diversidade extraordinária da vida microbiana e seria demasiado longo fazer a sua tradução integral. Mas, vale a pena lê-lo, na revista Science.  

O artigo utiliza a expressão de «Arcas Perdidas» (evocativo de profusão de vida) para descrever estas formações:

Encontram-se em piscinas (ou «pozas») pouco profundas, ricas em minerais e lagoas, com condições análogas aos oceanos antigos, os pontos quentes para a diversidade microbiana. 
As «almofadas flutuantes» («floating matts») de Cuatro Ciénegas estão associadas com as bactérias do Super-Reino Archea; os investigadores chamam-nas «catedrais de arquebactérias».

             
                            [todas as fotos foram retiradas do artigo citado]

FALÊNCIA DO IMPÉRIO E CEGUEIRA SELECTIVA

                             

As pessoas estão de tal maneira condicionadas pela narrativa da media de massas, que não se apercebem como as suas percepções do mundo estão dependentes e influenciadas por 24/24 e 7/7 de «notícias», cujo conteúdo obsessivo nos faz adoptar uma visão, não apenas sobre aquilo que se passa a milhares de km de distância, como sobre sociedades com problemáticas que não são as nossas.  
Por outro lado, as mais escandalosas falhas de um sistema que se auto-proclama como democrático, não nos incomodam. Prossegue a saga kafkiana de Julian Assange, não só dele, afinal, pois é a morte do jornalismo independente em todo o mundo, que está em jogo. Mas, a media está nas mãos de interesses tais, que este assunto é quase eliminado,  para proveito dos poderes globalistas e sua ditadura mundial fascista em progressão deslizante. 


As pessoas de esquerda na Europa ocidental adoptam frequentemente uma postura de vassalagem ao imperialismo dos EUA, sem sequer perceber como estão mentalmente colonizadas, através da ideologia dos direitos humanos, a esse poder. 

                          Now ‘anti-racist protesters’ are desecrating statues of elk and mermaids, can we please just call them vandals?
                                       Fotos de estátuas de veado e da sereia de Andersen vandalizadas.

Esta ideologia é apenas uma arma de arremesso daquele poder, destituído que quaisquer considerações humanitárias verdadeiras. Na verdade, o Estado Profundo dos EUA (Deep State), é quem detém a capacidade para desencadear «revoluções coloridas», em qualquer parte do mundo, para avançar a agenda desse mesmo Estado Profundo. 
Agora, é a vez dos próprios EUA, com a onda de pseudo revolucionários e actos de vandalismo com ausência real de perigosidade para o referido Estado, visto que tudo o que concentra a fúria destrutiva dos activistas são símbolos... Acaso verdadeiros revolucionários iriam desencadear uma ofensiva... para derrubar estátuas dos personagens históricos? 
- Ou iriam antes organizar a ofensiva contra os verdadeiros responsáveis das injustiças e da opressão? Ao desviarem, assim, a ira popular do poderio dos bancos, das multinacionais, das agências de controlo das massas, como a CIA, o FBI, a NSA, etc. não estarão eles (BLM, Antifa, etc) a fazer o jogo, ou mesmo a ser os agentes desse mesmo poder?

quarta-feira, 1 de julho de 2020

COMO É QUE SOMOS FEITOS ESCRAVOS DA BANCA E MEGA-CORPORAÇÕES?


O endividamento excessivo é o factor que vai condicionar negativamente - daqui para a frente- a saúde económica, e a saúde senso stricto, das populações de quase todos os países.


Os Estados, dirigidos por governos, sujeitos às pressões de toda a espécie de lobbis, são sistematicamente levados a gastar mais do que aquilo que podem pagar. 
São levados a isso por uma classe política anti-patriótica, mesmo que ela afirme o contrário, que se coloca como dona e senhora dos bens do Estado. Ela dispõe desses bens (dos Estados) como garantia de empréstimos contraídos. 
Por sua vez, estes empréstimos quase nunca correspondem a razoáveis apostas em investimentos produtivos, directa ou indirectamente, como seja, a construção e melhoramento de infraestruturas de que o país necessite. 
Estes empréstimos vão «tapar buracos», causados por despesas excessivas ou para comprar armamento inútil (corrompidos pelo lobby armamentista), ou para gerar uma falsa sensação de bem-estar económico e de abundância, com vista a ganharem as próximas eleições. 

Claro que o Covid «tem as costas largas» e o aumento acentuado do endividamento dos Estados vai ser atribuído à pandemia. 
Mas, na realidade, por mais real que seja o problema sanitário, ele tem servido como cobertura para a operação de apropriação dos bens públicos pelos grandes interesses privados, nomeadamente a grande banca, os «hedge funds» e as mega-empresas multinacionais. 
O mecanismo é simples: os empréstimos são garantidos com base em bens apetecíveis para esses interesses privados. Se o Estado em causa não honrar os pagamentos dos juros e das restituições do capital em dívida, segundo as quantias e prazos acordados, os consórcios privados têm o direito de tomar os bens dados em garantia. 
Assim aconteceu em grande escala em 2012,durante a crise dita do «euro», para proveito da grande banca e grupos financeiros, em relação aos «PIIGS», em especial à Grécia. 

                

Assim está a acontecer agora na Europa e em todo o Mundo (incluindo em países até agora «ricos»). As nefastas consequências futuras são perfeitamente antecipáveis: muitos Estados, inevitavelmente terão problemas de insolvabilidade, face aos montantes de dívida, que são impossíveis de gerir. 
Mas, os Estados não declaram «falência», ao contrário das empresas. Os Estados, porém, são espoliados do seu património mais valioso que foi dado em garantia dos empréstimos ruinosos, quer sejam reservas de ouro, ou edifícios públicos, ou extensões de território, ou empresas públicas, etc. 
O empobrecimento destes Estados e Nações é permanente, a sua capacidade de gerar um desenvolvimento sustentável fica reduzida a zero, assim como sua autonomia política, em relação às entidades perante as quais se empenhou. 
Como não temos participação e nem sequer damos qualquer tipo de aval específico para tais desmandos financeiros, nós, contribuintes, cidadãos (até mesmo os futuros cidadãos não nascidos, mas já sujeitos a ter de pagar as dívidas contraídas!) temos todo o direito de nos rebelar contra os que usaram e abusaram da sua situação de poder para delapidar património  comum, colectivo da Nação.
Os políticos que omitem, ou não põem em relevo como primeiríssima questão, o saque «legalizado» do património comum, são objectivamente cúmplices, activos ou passivos, dos que a partir dos lugares de poder, são actores directos deste mesmo saque.

O prof. Michel Chossudovsky esclarece-nos e mostra de forma pedagógica como temos vivido um agravamento da expropriação, da espoliação do património público, pertença de todos nós,  a partir do confinamento, da quarentena ou da prisão domiciliária, de biliões de seres humanos, com a paralisia das economias respectivas.