O endividamento excessivo é o factor que vai condicionar negativamente - daqui para a frente- a saúde económica, e a saúde senso stricto, das populações de quase todos os países.
São levados a isso por uma classe política anti-patriótica, mesmo que ela afirme o contrário, que se coloca como dona e senhora dos bens do Estado. Ela dispõe desses bens (dos Estados) como garantia de empréstimos contraídos.
Por sua vez, estes empréstimos quase nunca correspondem a razoáveis apostas em investimentos produtivos, directa ou indirectamente, como seja, a construção e melhoramento de infraestruturas de que o país necessite.
Estes empréstimos vão «tapar buracos», causados por despesas excessivas ou para comprar armamento inútil (corrompidos pelo lobby armamentista), ou para gerar uma falsa sensação de bem-estar económico e de abundância, com vista a ganharem as próximas eleições.
Claro que o Covid «tem as costas largas» e o aumento acentuado do endividamento dos Estados vai ser atribuído à pandemia.
Mas, na realidade, por mais real que seja o problema sanitário, ele tem servido como cobertura para a operação de apropriação dos bens públicos pelos grandes interesses privados, nomeadamente a grande banca, os «hedge funds» e as mega-empresas multinacionais.
O mecanismo é simples: os empréstimos são garantidos com base em bens apetecíveis para esses interesses privados. Se o Estado em causa não honrar os pagamentos dos juros e das restituições do capital em dívida, segundo as quantias e prazos acordados, os consórcios privados têm o direito de tomar os bens dados em garantia.
Assim aconteceu em grande escala em 2012,durante a crise dita do «euro», para proveito da grande banca e grupos financeiros, em relação aos «PIIGS», em especial à Grécia.
Assim está a acontecer agora na Europa e em todo o Mundo (incluindo em países até agora «ricos»). As nefastas consequências futuras são perfeitamente antecipáveis: muitos Estados, inevitavelmente terão problemas de insolvabilidade, face aos montantes de dívida, que são impossíveis de gerir.
Assim está a acontecer agora na Europa e em todo o Mundo (incluindo em países até agora «ricos»). As nefastas consequências futuras são perfeitamente antecipáveis: muitos Estados, inevitavelmente terão problemas de insolvabilidade, face aos montantes de dívida, que são impossíveis de gerir.
Mas, os Estados não declaram «falência», ao contrário das empresas. Os Estados, porém, são espoliados do seu património mais valioso que foi dado em garantia dos empréstimos ruinosos, quer sejam reservas de ouro, ou edifícios públicos, ou extensões de território, ou empresas públicas, etc.
O empobrecimento destes Estados e Nações é permanente, a sua capacidade de gerar um desenvolvimento sustentável fica reduzida a zero, assim como sua autonomia política, em relação às entidades perante as quais se empenhou.
Como não temos participação e nem sequer damos qualquer tipo de aval específico para tais desmandos financeiros, nós, contribuintes, cidadãos (até mesmo os futuros cidadãos não nascidos, mas já sujeitos a ter de pagar as dívidas contraídas!) temos todo o direito de nos rebelar contra os que usaram e abusaram da sua situação de poder para delapidar património comum, colectivo da Nação.
Os políticos que omitem, ou não põem em relevo como primeiríssima questão, o saque «legalizado» do património comum, são objectivamente cúmplices, activos ou passivos, dos que a partir dos lugares de poder, são actores directos deste mesmo saque.
O prof. Michel Chossudovsky esclarece-nos e mostra de forma pedagógica como temos vivido um agravamento da expropriação, da espoliação do património público, pertença de todos nós, a partir do confinamento, da quarentena ou da prisão domiciliária, de biliões de seres humanos, com a paralisia das economias respectivas.