sexta-feira, 13 de setembro de 2024

COME DOWN JESUS - JOSÉ FELICIANO

 


A canção, do início dos anos 70, que fez um grande sucesso, está mais que adequada ao presente!



« Come Down Jesus» (letra)



versos

Come down jesus
And look at what you'll see
A lot of concrete
Where every news could be

versos

Come down jesus
Come down I pray
You won' t believe
All the things you'll see today

versos

Come down jesus
And look at common man
He is illness, disease unto this land

coro

Come down jesus
Come down I pray
You won't believe
All the things you'll see today

versos

Come down jesus
Oh come down lord
Won't you help clean the land
Of the fire and the sword
Come down jesus
Oh come and see the sights
Big buildings and electric lights
Little children who haven't had a bite
Come down jesus
And tell me do you think this is right
Come down lord

versos

Come down jesus
And look at modern man
Human cancer created by your hand

coro

Come down jesus
Come down I pray
You won't believe
All the things you'll see today
Autores: José Feliciano, Hilda Feliciano


PS: Hoje o Ocidente é terra de lixeira distópica onde desapareceu todo e qualquer senso moral. É isto que diz em substância a newsletter de Caitlin Johnstone e eu estou inteiramente de acordo: «The West Is A Dystopian Wasteland Of Moral Degeneracy»

AVISO URGENTE A TODAS AS FORÇAS PELA PAZ NO PLANETA

     Mísseis de cruzeiro podem transportar ogivas nucleares a milhares de quilómetros


Como escreve Caitlin Johnstone, no título do artigo da sua newsletter, estamos num momento crítico, não apenas para os povos mais afetados com atos bélicos, como para todos os povos do planeta. Incansavelmente, as forças do globalismo capitalista insistem em levar o mundo para a guerra. Espero que as pessoas acordem e vejam que uma guerra nuclear, uma vez desencadeada, não importa por que potência, irá conduzir fatalmente à extinção das condições mínimas de sobrevivência no Planeta. Os que sobreviverem - no imediato - aos ataques nucleares, vão arrastar uma vida miserável, enquanto não morrerem de doenças causadas pelas radiações, pela ingestão de poeiras radioativas, pelos alimentos contaminados e pela fome. 


Leia na newsletter de Caitlin,  AQUI

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

PROPAGANDA 21 Nº22 O PRÓPRIO GOVERNO DESRESPEITA AS DECISÕES POR ELE VOTADAS

 

           Representante dos EUA vota a proposta de cessar-fogo no Conselho de Segurança da ONU

Eles, não só não fazem nada para obrigar o cumprimento de uma resolução que faz lei, segundo a legalidade internacional; promovem uma falsa «conferência de paz» com vários intervenientes, mas sem a presença do Hamas!  Mike Whitney explica - de modo detalhado - em «Putting an end to Biden's Ceasefire Sabotage».

Os que nos (des)governam estão a viver num paradigma «orwelliano», em que «paz» significa guerra, «liberdade» significa opressão, «respeito pela lei» significa arbítrio do poder, etc.


As pessoas comuns estão sujeitas a «lavagem ao cérebro», de forma mais intensa desde a pandemia do COVID e, logo de seguida, desde o início da guerra russo-ucraniana. 
O mais grotesco e cruel é o genocídio dos civis palestinianos, em Gaza e agora nos Territórios da Cisjordânia estar a ser menosprezado ou negado, pelos mesmos governos que se arvoravam em «defensores dos direitos humanos». Vê-se que só lhes interessam os direitos humanos deles próprios.
 
Muitas pessoas boas estão completamente confusas, porque são constantemente doutrinadas pelo poder político das chamadas «democracias» ocidentais e pela propaganda «non stop» da média de massas. 
As pessoas já não têm mais liberdade, nem direitos:
 - Não podem informar-se livremente, há uma censura que elimina ou bloqueia todas as informações que são incómodas para os poderes. 
 - Não podem exprimir a sua opinião, pois instauraram um regime de criminalização da opinião, que visa calar toda a dissidência.
  -  Estão sujeitas a vigilância pelos corpos de polícia (política) e são arbitrariamente presas por exercerem os seus direitos constitucionais.

O Estado totalitário estende-se como um cancro, como infeção ou putrefação, nos diversos países «Ocidentais» e dentro de cada país. 

Vale a pena lerem (e seguirem) CJ Hopkins. O seu último artigo «The New Normal Right» dá uma ideia precisa do que se tem estado a passar, na Europa.



OPUS. VOL. III, 22 DIÁLOGO ENTRE O REFLEXO E O REFLETIDO


- Se tu sabes, não digas.

- Confesso que não sei

Ignoro tudo, nada sei

Se olho prá Lua

Vejo um queijo

Cada coisa é nova

Inédita, um mistério

Um inexplicado

Movimento 

Sem causa aparente

- Muito bem, rapaz:

Vejo que aprendeste 

Bem e depressa; 

Mas, ainda melhor 

É ficares calado.


quarta-feira, 11 de setembro de 2024

DRAGHI PROPÕE A «MUTUALIZAÇÃO DA DÍVIDA DA U.E.»


 Este discurso de Mário Draghi mostra que estamos submetidos a uma burocracia, um poder feudal, uma clique de corrompidos que nos vêm apresentar os males por eles provocados, para logo imporem às nações e respetivas cidadanias da UE a "receita" que os isenta a eles e nos carrega a nós com um fardo ainda mais pesado: Mais impostos e uma inflação galopante.

É como o bombeiro pirómano: Provoca o incêndio. Depois, vai participar no combate às chamas, com os outros bombeiros, como se ele fosse totalmente inocente!

Isto pode bem ser o princípio do fim da UE.!

O circo montado, com o solene discurso de Draghi, supostamente um «sábio» que «não teria» mais ambições políticas, destina-se a avalizar as medidas de estrangulamento do que resta de autonomia das nações que compõem a manta de retalhos da UE. A partilha das dívidas significa que os políticos de cada país ainda menos se mostrarão cuidadosos em relação às despesas excessivas. Será uma corrida para ver quem gasta mais, para agradar ao eleitor. Este, se no imediato poderá ter algumas «prendas» dos governantes, estas serão envenenadas, porque trarão um excesso de inflação, desencadeada justamente pelos próprios governantes. Pois a inflação é sinónimo de excesso de dinheiro em relação ao conjunto de mercadorias disponíveis para compra nos mercados. Esta «mutualização» da dívida pública dos países da U.E. vai ser o último prego no caixão, que irá liquidar de vez a capacidade produtiva da U.E.: «Viva a U.E., a nova neocolónia Americano-Chinesa!» (dirão eles, os eurocratas)

                              

terça-feira, 10 de setembro de 2024

MÚSICA EM PORTUGAL NA SEGUNDA METADE DO SÉC. XVIII

Na sequência do artigo sobre Carlos Seixas, decidi publicar este breve comentário, sabendo que seria necessário aprofundar muito mais sobre os compositores abaixo citados, sobre as suas características próprias e sobre a sua época. Quero apenas assinalar o interesse deste património que se salvou, tanto do Terramoto de 1755, como das incúrias do tempo e da devastação causada pelos homens. É preciso ter em conta as invasões francesas no início do século XIX e a guerra civil que envolveu liberais e miguelistas, no início da década de1830. 

Muitas obras se perderam, com certeza, pelo que nunca poderemos ter uma amostragem realmente representativa das obras dos compositores abaixo mencionados. 

Uma fração deste património encontra-se no Brasil, ou em bibliotecas de vários países europeus. 


 Francisco António de Almeida

Oratória «La Giuditta» - Aria "Sento Che Dice Al Cor":

https://www.youtube.com/watch?v=P4KWuIAh5TM


https://www.youtube.com/watch?v=aWHRJhVyHrU&list=PL5pgcJAzjI0uyiO1RCAv3KCurL_TG9PJi&index=5

Francisco António de Almeida foi um dos bolseiros enviados para estudar música em Roma, no reinado de João V. Apesar dele ter sido nomeado organista da Capela Real e da Sé Patriarcal, aquando do seu regresso a Portugal em 1726 e de ter sido professor de cravo da infanta Dona Bárbara (tal como Domenico Scarlatti), não lhe são conhecidas obras para órgão ou cravo. 

 Suas obras religiosas vocais e óperas são conhecidas, gravadas e executadas em concerto

.


Francisco Xavier Baptista

Francisco Xavier Baptista  compositor de sonatas para tecla, no final do século XVIII, muito ao gosto «rococó», que tanto podem ser executadas no cravo como no forte-piano. É interessante comparar as sonatas de Francisco Xavier Baptista com as de Carlos Seixas: No meio-século que medeia entre elas, há continuidade; Carlos Seixas foi bem conhecido dos músicos da segunda metade do século XVIII. 


João de Souza Carvalho

                        João Souza Carvalho: Abertura de «l'Amore Industrioso»

É este compositor considerado o mais importante da segunda metade do Séc. XVIII (1745-1798). As suas obras para cravo (ou pianoforte) assim como as suas óperas são frequentemente executadas em concertos e têm sido gravadas em discos.


                          João de Souza Carvalho: Sonata em Fá Maior - Allegro




segunda-feira, 9 de setembro de 2024

CARLOS SEIXAS - OBRAS PARA INSTRUMENTOS DE TECLADO (Segundas-f. musicais, nº16)





Carlos Seixas, músico do barroco, é de muitos conhecido em Portugal e também se tornou foco de interesse de musicólogos, instrumentistas e amadores de música internacionais.

A «redescoberta» da música de Carlos Seixas deve-se, quase exclusivamente, ao Prof. Macário Santiago Kastner. Ele transcreveu as Sonatas a partir de documentos manuscritos e fez estudos estilísticos e comparativos. Assinalou, desde os primeiros estudos, a originalidade de Seixas. Sublinhou que Seixas adaptara a sonata (ou toccata) bipartida, ao gosto e ao sentir lusitano. O Prof. Kastner iniciou seus trabalhos de musicólogo em Portugal nos anos 30 do século passado, tendo-se dedicado à musicologia, ao ensino e à divulgação da música antiga, até aos anos 1980.
Graças aos seus estudos, não apenas a música de Seixas começou a ser estudada e apreciada, como a de outros compositores portugueses dos séculos passados. Nomeadamente, tornaram-se conhecidos, pelos seus estudos: António Carreira (séc. XVI), Manuel Rodrigues Coelho (Séc. XVI-XVII) e Pedro de Araújo (Séc. XVII), importantes compositores de música para tecla dos séc. XVI e XVII.


Música de tecla nos séc. XVII-XVIII

Importância do clavicórdio

Portugal, embora fosse uma potência europeia e mundial importante na época, estava fortemente dependente da Igreja Católica para todos os aspetos da instrução, assim como das artes. A arte dos sons não era exceção, pelo que raras são as expressões de música profana anteriores ao século XVIII, que tenham chegado aos nossos dias. A música sacra, direta ou indiretamente relacionada com os ofícios religiosos predominava. Os arquivos das Sés (catedrais) e as bibliotecas dos mosteiros recolhiam a maior parte dos manuscritos musicais.
A música que se fazia nos mosteiros estava relacionada com o manicórdio (ou clavicórdio), um instrumento de corda e tecla, de som delicado, muito utilizado como instrumento de estudo. Nos conventos, era frequente os religiosos possuírem um clavicórdio nas suas celas. Este instrumento não tinha o som estridente da espineta; possuía um som muito suave, que não atravessava as espessas paredes das celas conventuais.
Assim, no final do século 17, princípio do século 18, um organista na tradição do pai de Seixas, devia praticar no clavicórdio, para treino ou para compor peças destinadas ao órgão.

                  https://www.youtube.com/watch?v=VRoldp 

O órgão ibérico

O órgão ibérico era geralmente possuidor dum único teclado e não tinha pedaleira. Alguns órgãos possuíam dois teclados, mas eram pouco frequentes. Suas características são completamente diferentes dos órgãos do Centro e Norte da Europa. Não apenas pela riqueza em registos de palhetas, incluindo trombetas horizontais, mas também pela divisão do teclado. Uma peça polifónica típica tem cruzamentos de vozes, acima ou abaixo da linha mediana do «teclado partido». Somente uma escolha de registos muito simples, utilizando só um ou dois registos idênticos, para cada metade, permitirá a homogeneidade sonora, indispensável para as peças polifónicas. Um compositor de obras para órgão tinha de ter em conta que as peças seriam tangidas em órgãos com as limitações atrás enunciadas.

Elementos biográficos sobre Seixas

Sendo Carlos Seixas filho de Francisco Vaz, organista titular da Sé de Coimbra (que morreu quando Seixas tinha somente 14 anos), o cargo de organista titular da Sé foi assumido pelo adolescente. Mas, depressa se despediu da sua Coimbra natal. Foi para Lisboa aos 16 anos, procurando aí obter um lugar como músico da corte.

Há uma certa lenda em torno do encontro de Seixas com Domenico Scarlatti, o qual exercia o cargo de Mestre de Capela Real e professor particular da Infanta Dona Bárbara (depois, Rainha de Espanha). O certo, é que o jovem Carlos Seixas agradou ao ilustre Mestre Scarlatti. Penso que Scarlatti terá recomendado ao monarca que o jovem talentoso assumisse o posto de organista da Capela Real e, por extensão, da Sé de Lisboa. 

 
Órgão ibérico, na Sé do Porto

Alguns elementos da biografia de Carlos Seixas são conhecidos. Porém,  subsistem muitas lacunas, apesar da sua vida ter sido curta. Seixas morreu com 38 anos, apenas.

NB: Não é diminuir o valor da obra de Carlos Seixas, inseri-la no contexto do Reinado de D. João V, o qual foi, sem dúvida, um grande patrono da música. O Rei português pagou os estudos musicais, através de bolsas, a músicos jovens portugueses, em Roma e Nápoles, que se tornaram depois célebres nos finais do reinado de D. João V e no reinado de D. José I.
D. João V promoveu a introdução da ópera italiana em Portugal, tendo contratado vários músicos italianos (e outros estrangeiros) para integrar a Capela Real. É certo que, se Seixas aproveitou o ambiente generoso do Rei e da Corte para a arte dos sons, o reconhecimento do seu talento foi genuíno. Ele tinha concorrência de vários músicos estrangeiros que acorreram ao Reino.



Composições para instrumentos de tecla 

Seu catálogo pode parecer reduzido, à primeira vista: Cerca de 120 obras para tecla (apenas uma dúzia explicitamente para órgão), um Concerto para cravo e orquestra de cordas, uma "Overture", uma Sinfonia, uma Missa e alguns Motetes. Porém, é preciso ter em conta a destruição de muitos livros e documentos únicos nos incêndios de bibliotecas, em consequência do Grande Terremoto de 1755*.
De facto, temos de avaliar sua produção a partir das peças que chegaram até nós. As suas composições para tecla são, em geral, de qualidade acima da média, se comparadas com outras, da mesma da altura.
Seixas escreve num estilo galante e não recorre a imbricada polifonia. Só numa peça recorre ao contraponto imitativo, uma fuga para órgão. As sonatas são, geralmente, a duas vozes, sendo a voz do baixo, o sustentáculo harmónico.
A sua escrita tem a ver, por um lado, com a assimilação do estilo italiano: Na Itália, a música não litúrgica abandonara há muito o contraponto rigoroso, em particular, as tocatas e fantasias para órgão ou cravo**. 
Por outro lado, tal escrita tem um lado prático, visto que muitas das Sonatas de Seixas, tanto podem ser executadas em instrumentos de tecla encordoados (cravo, clavicórdio, pianoforte), como no órgão.


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Relacionado: 

A Profª. Cremilde Rosado Fernandes gravou Sonatas de Carlos Seixas no forte-piano. Sabe-se que no reinado do D. João V foram importados de Itália «cravos de martelos», os forte-pianos.

Imaginei uma cena de encontro com o jovem Carlos Seixas, que me convidou a assistir a um sarau em Lisboa, numa casa da alta nobreza: 
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notas
* São fontes importantes de obras de Carlos Seixas vários manuscritos posteriores à morte do compositor (1742), que sobreviveram ao terramoto de 1755, ou que foram transcritos após este terramoto, contendo também sonatas doutros autores. Estes manuscritos são datáveis da segunda metade e alguns, mesmo, dos finais do século XVIII. Isto prova que as composições de Seixas continuaram a ser populares, para além do tempo em que viveu.

**Nos finais do século XVII, em Espanha e Portugal, a escrita contrapontística ainda predominava em Tentos, Fantasias e Obras, semelhantes às composições do século XVI, embora se notem evoluções.