Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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sexta-feira, 18 de agosto de 2023

PORQUE A OTAN SE TORNOU INIMIGA DA PAZ E SEGURANÇA MUNDIAIS? [David Stockman]

 [Reflexão de Manuel Banet: Todas as guerras têm um ou vários motivos económicos por detrás. A atual guerra da OTAN contra a Rússia, em solo ucraniano e utilizando soldados ucranianos (assim como polacos e doutros países da OTAN, não oficialmente) não escapa à regra. O complexo militar industrial estadunidense, desde há dois anos, tem beneficiado imenso com o esvaziamento dos stocks de armamentos, que vão para o exército ucraniano. Estes stocks têm de ser repostos, além das novas encomendas feitas pelo Pentágono. O mesmo se passa noutros países da OTAN. Para o lóbi poderoso do armamento, quanto mais esta guerra durar, mais terão em vendas de armas e lucros. A Ucrânia é um país exausto, destruído por uma guerra sem hipóteses de vencer e um número aterrador de mortes e feridos. Este país tem sido proibido por Washington de entrar em negociações com a Rússia. Quanto mais a guerra durar, mais a Ucrânia ficará enfraquecida. Isto, sem os chorudos lucros do complexo militar industrial e influência no poder político dos EUA, não teria qualquer lógica. Infelizmente, a lógica é a dos maiores lucros, à custa da destruição em massa de vidas.]

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O orçamento astronómico de segurança dos EUA, de 1,3 triliões de dólares floresce sobre as ameaças e os falsos inimigos demonizados.  Nada poderia ser mais demonstrativo desta afirmação do que a total velhacaria que saiu da cimeira da OTAN em Vilnius.

Explicitando: Desde a Conferência de Segurança de Münich de 2007, Putin tem dito e repetido vezes sem conta,  que a entrada da Ucrânia para a OTAN é uma linha vermelha absoluta. E, ninguém no seu juízo teria qualquer dificuldade em aceitar essa declaração, bastando responder à seguinte pergunta:

- Como pensa que Washington iria reagir se a Rússia pusesse mísseis e armamento nuclear no México, ou em Cuba, ou na Venezuela, ou mesmo na Tierra Del Fuego?

[Continue a ler o artigo no link seguinte: David Stockman on Why NATO Has Become an Enemy of Peace and Security Around the World ]

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

[Manlio Dinucci] A NATO ESTÁ MOLDANDO O NOSSO FUTURO



RETIRADO DE:

https://www.globalresearch.ca/towards-2030-nato-shaping-future/5736393?print=1

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A NATO está olhando para o futuro. Por este motivo, o Secretário-Geral Jens Stoltenberg convocou estudantes e jovens líderes dos países da Aliança por videoconferência em 4 de Fevereiro, propondo “novas ideias para a NATO 2030”. A sua iniciativa insere-se no crescente envolvimento com universidades e escolas, também com um concurso com o tema: “Quais serão as maiores ameaças à paz e segurança em 2030 e como se irá adaptar a OTAN para as enfrentar?”

Para levar a cabo o tema, os jovens já têm o seu livro: “NATO 2030 / Unidos para uma Nova Era”. O relatório foi apresentado por um grupo de dez especialistas nomeados pelo Secretário-Geral. Entre esses especialistas está Marta Dassù , que, depois de ser conselheira de política externa do ex-primeiro-ministro D'Alema durante a guerra da NATO na Jugoslávia, ocupou cargos importantes em governos sucessivos e foi nomeada pelo ex-primeiro-ministro Renzi para o conselho de administração da Finmeccanica ( agora Leonardo), a maior indústria de guerra italiana.

Qual é a “nova era” que o grupo de especialistas prevê? Depois de definir a NATO como “a aliança de maior sucesso da história”, que “pôs fim a duas guerras” (estas guerras contra a Jugoslávia e a Líbia foram desencadeadas pela NATO), o relatório pintou o quadro de um mundo caracterizado por «Estados autoritários que procuram expandir o seu poder e influência », colocando aos aliados da NATO« um desafio sistémico em todos os domínios da segurança e da economia ».

Invertendo os factos, o relatório afirmava que, enquanto a NATO estendia amigavelmente a sua mão à Rússia, a Rússia respondeu com “agressão na área euro-atlântica” e, na violação dos acordos “provocou o fim do Tratado sobre Forças Nucleares Intermédias“. A Rússia, apontaram os dez especialistas, é “a principal ameaça que a NATO enfrenta nesta década”.

Ao mesmo tempo - argumentaram - a NATO enfrenta crescentes “desafios de segurança colocados pela China”, cujas actividades económicas e tecnologias podem ter “um impacto na defesa colectiva e na preparação militar na área de responsabilidade do Comandante Supremo Aliado na Europa (O Comandante Supremo é sempre um general dos EUA nomeado pelo Presidente dos Estados Unidos).

Depois de dar o alarme sobre estas e outras “ameaças”, que viriam também do Sul do Mundo, o relatório dos dez peritos recomendava “cimentar a centralidade da ligação transatlântica”, ou seja, a ligação da Europa com os Estados Unidos na aliança sob o comando dos EUA.

Paralelamente, recomendou “o reforço do papel político da NATO”, sublinhando que “os Aliados devem fortalecer o Conselho do Atlântico Norte”, principal órgão político da Aliança que reúne a nível de Ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros e dirigentes de Estado e Governo. Uma vez que o Conselho do Atlântico Norte toma as suas decisões, de acordo com as regras da NATO, não por maioria, mas sempre “por unanimidade e por acordo mútuo”, está basicamente de acordo com o que foi decidido em Washington, o fortalecimento do Conselho do Atlântico Norte significa mais enfraquecimento dos Parlamentos europeus, em particular do Parlamento italiano, já privado de verdadeiros poderes de decisão em matéria de política externa e militar.

Neste contexto, o relatório propõe o reforço das forças da NATO em particular no flanco oriental, dotando-as de “capacidades militares nucleares adequadas”, adequadas à situação criada com o fim do Tratado de Forças Nucleares Intermediárias (que foi dilacerado pelos NOS). Em outras palavras, os dez especialistas pediram aos Estados Unidos que acelerassem o tempo de implantação na Europa não apenas das novas bombas nucleares B61-12, mas também de novos mísseis nucleares de médio alcance semelhantes aos Euro -mísseis dos anos 1980.

Eles pediram especialmente para “continuar e revitalizar os acordos de compartilha nuclear”, que formalmente permitiam que países não nucleares, como a Itália, se preparassem para o uso de armas nucleares sob o comando dos EUA. Por fim, os dez especialistas lembraram que é fundamental que todos os aliados mantenham o compromisso, assumido em 2014, de aumentar o gasto militar para pelo menos 2% do PIB até 2024, o que significa que a Itália deve aumentar de 26 para 36 biliões de euros por ano. Este é o preço a pagar para desfrutar daquilo que o relatório chamou de “as vantagens de estar sob a égide da NATO”.

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Este artigo foi publicado originalmente em italiano no Il Manifesto.

Manlio Dinucci é Pesquisador Associado do Center for Research on Globalization.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

[Manlio Dinucci] CHAMADA ÀS ARMAS, A NATO MOBILIZADA EM DUAS FRENTES

                                      

NATOME: Assim, o Presidente Trump, que se orgulha do seu talento para criar siglas, já baptizou o destacamento da NATO no Médio Oriente, por ele solicitado por telefone, ao Secretário Geral da Aliança, Stoltenberg. Este concordou imediatamente, que a NATO deveria ter “um papel cada vez maior no Médio Oriente, particularmente, nas missões de treino”. Ele participou, em seguida, na reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, salientando que a União Europeia deve permanecer ao lado dos Estados Unidos e da NATO, porque “embora tenhamos feito progressos enormes, o Daesh pode regressar”. Os Estados Unidos procuram, deste modo, envolver os aliados europeus na situação caótica provocada pelo assassínio, autorizado pelo próprio Trump, do General iraniano Soleimani, logo que desembarcou no aeroporto de Bagdad. Depois do Parlamento iraquiano ter deliberado a expulsão de mais de 5.000 soldados americanos presentes no país, juntamente com milhares de pessoal militar de empresas privadas, contratados pelo Pentágono, o Primeiro Ministro Abdul-Mahdi, pediu ao Departamento do Estado para enviar uma delegação a fim de estabelecer o procedimento da retirada. Os EUA - respondeu o Departamento – irão enviar uma delegação “não para discutir a retirada de tropas, mas o dispositivo adequado de forças no Médio Oriente”, acrescentando que em Washington se está a ajustar “o reforço do papel da NATO no Iraque, alinhado com o desejo do Presidente de que os Aliados partilhem o fardo de todos os esforços para a nossa defesa colectiva”.


O plano é claro: substituir, totalmente ou em parte, as tropas USA no Iraque pelas dos aliados europeus, que se encontrariam nas situações mais arriscadas, como demonstra o facto de que a própria NATO, depois do assassínio de Soleimani, suspendeu as missões de treino no Iraque. Além da frente meridional, a NATO está a ser mobilizada na frente oriental. Para “defender a Europa da ameaça russa”, está a preparar-se o exercício Defender Europe 20 que, em Abril e Maio, terá o maior destacamento de forças USA na Europa, dos últimos 25 anos. Chegarão dos Estados Unidos 20.000 soldados, incluindo vários milhares de militares da Guarda Nacional dos 12 estados USA, que se juntarão aos 9.000 já presentes na Europa, elevando o total para cerca de 30.000 militares. A eles juntar-se-ão 7.000 soldados de 13 países europeus da NATO, entre os quais a Itália e 2 parceiros, a Geórgia e a Finlândia. Além dos armamentos que virão do outro lado do Atlântico, as tropas americanas empregarão 13.000 tanques, canhões auto-propulsores, veículos blindados e outros meios militares dos “depósitos pré-posicionados” dos USA na Europa. Comboios militares com veículos blindados percorrerão 4.000 km por 12 artérias, operando em conjunto com aviões, helicópteros, drones e unidades navais. Páraquedistas USA da 173ª Brigada e italianos da Brigada Folgore serão lançados em conjunto, na Letónia.


O exercício Defender Europe 20 assume maior relevo, na estratégia USA/NATO, após o agravamento da crise no Médio Oriente. O Pentágono que, no ano passado enviou 14.000 soldados para o Médio Oriente, está a desviar na mesma região, algumas forças que se estavam a preparar para os exercícios de guerra na Europa: 4.000 paraquedistas da 82ª Divisão Aerotransportada (incluindo algumas centenas de Vicenza) e 4.500 marinheiros e fuzileiros navais do navio de ataque anfíbio USS Bataan. Outras forças, antes ou depois do exercício na Europa, poderiam ser enviadas para o Médio Oriente. No entanto, o planeamento do Defender Europe 20, observa o Pentágono, permanece inalterado. Por outras palavras, 30.000 soldados dos EUA exercitar-se-ão a defender a Europa de uma agressão russa, um cenário que nunca poderia verificar-se porque no combate, usar-se-iam não tanques, mas mísseis nucleares. No entanto, é um cenário útil para semear tensões e alimentar a ideia do inimigo.


il manifesto, 9 de Janeiro 2020






DECLARAÇÃO DE FLORENÇA
Para uma frente internacional NATO EXIT, 
em todos os países europeus da NATO


Manlio DinucciGeógrafo e geopolitólogo. Livros mais recentes: Laboratorio di geografia, Zanichelli 2014 ; Diario di viaggio, Zanichelli 2017 ; L’arte della guerra / Annali della strategia Usa/Nato 1990-2016, Zambon 2016, Guerra Nucleare. Il Giorno Prima 2017; Diario di guerra Asterios Editores 2018; Premio internazionale per l'analisi geostrategica assegnato il 7 giugno 2019 dal Club dei giornalisti del Messico, A.C.

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos 
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
Webpage: NO WAR NO NATO


sexta-feira, 19 de julho de 2019

LOCALIZAÇÕES SECRETAS DE BOMBAS NUCLEARES NA EUROPA REVELADAS POR ENGANO



                  




Uma «gaffe» embaraçosa comprometeu seriamente a segurança das defesas da NATO e a sua eficácia, depois de um documento público, inadvertidamente, ter revelado demasiado. 

Um organismo pertencente à NATO, chamado o Comité de Defesa e Segurança da Assembleia Parlamentar da NATO, publicou um rascunho de relatório em Abril passado sob o título «Uma nova era para a dissuasão nuclear? Modernização, controlo de armamento e forças nucleares aliadas», especificamente atribuído a um senador canadiano. Numa monumental fuga de informação acidental, o documento realmente identificava as localizações das armas nucleares americanas estacionadas em toda a Europa, o que é considerado informação altamente classificada. Via The Sun (UK)

Embora a informação divulgada acidentalmente tenha sido rapidamente suprimida, depois de ter chamado a atenção de funcionários da NATO, o quotidiano belga De Morgen reportou a falha, após o que esta notícia se tornou viral. O título da notícia no quotidiano belga De Morgen afirmava: “Finalmente, preto no branco: existem armas nucleares americanas na Bélgica.”

O documento revelava a localização secreta de 150 engenhos nucleares em várias bases «especificamente, bombas de gravidade B-61»

O relatório identificava, na secção entitulada “A postura nuclear da NATO”, subsequentemente republicada pelo De Morgen, a seguinte informação classificada:

“Estas bombas estão armazenadas em seis bases europeias e dos EUA— Kleine Brogel na Bélgica, Büchel na Alemanha, Aviano e Ghedi-Torre em Itália, Volkel nos Países Baixos e Incirlik na Turquia.”


A versão corrigida da edição final do documento foi republicada na semana passada, com as localizações dos armamentos nucleares eliminadas.

Facto interessante, a Itália é que mantém a maior quantidade de bombas nucleares dos EUA – entre 60 e 70 – com a Turquia e Alemanha também a guardarem um número elevado, o que é preocupante, no caso da Turquia, dadas as tensões sobre o negócio com os mísseis russos S-400. 

Tal quantidade de arsenal nuclear no solo europeu é herança e continuação da acumulação histórica durante a Guerra-Fria, quando Washington estava envolvida na batalha para contrariar a expansão soviética na Europa, o que também permitiu que os aliados não tivessem de se equipar com suas armas nucleares próprias.


Via Statista: “O B61 é uma bomba termonuclear, estratégica e táctica, de gravidade, que se desintegra numa implosão em dois estádios. Pode de ser utilizada em vários aviões, F-15E, F-16 e Tornado. Pode ser lançada a velocidades até Mach 2 e a altitudes tão baixas como 50 pés, neste caso tendo um lapso de 31 segundos antes de explodir, permitindo que o avião tenha tempo de escapar da onda de choque da explosão.”

Os jornais europeus desta semana publicavam títulos chocantes e alarmantes acerca desta revelação. Sem dúvida, ela revela uma situação perigosa, dado o recente colapso de um tratado do tempo da Guerra-Fria, que mantinha os sistemas de lançamento de mísseis fora da Europa, o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF).

Segundo uma declaração oficial da NATO, publicado no The Washington Post, o documento não foi originado no seio da própria NATO, mas pelo grupo parlamentar da assembleia da NATO, especificamente, dum dos membros da aliança, o Canada. Na declaração da NATO no Post diziam: “Não tecemos comentários sobre a postura nuclear da NATO.”