sábado, 4 de novembro de 2023

MANIFESTANTES BLOQUEIAM CARREGAMENTO DE ARMAS PARA ISRAEL

                                            HOJE, 04/11/2023  EM OAKLAND (EUA)


POLÍCIA ISRAELITA ATACA JUDEUS ANTI-SIONISTAS EM ISRAEL


 

Também cristãos na Palestina têm sido brutalizados pela polícia e pelo exército de ocupação israelitas.

MINISTRA ESPANHOLA: «TEMOS DE FAZER PARAR O GENOCÍDIO IMEDIATAMENTE»


 

MANIPULAÇÃO DO HOLOCAUSTO

Tive, há cerca de 20 anos, o privilégio de ler «A Indústria do Holocausto*», por Norman Finkelstein, professor universitário americano, de origem judaica. Ele descreve a utilização das vítimas falecidas ou sobreviventes do Holocausto, por advogados sem escrúpulos, que obtinham somas astronómicas, enquanto as vítimas e os seus descendentes ficavam com pouco ou nada. Por ter escrito este livro e nunca ter renegado suas convicções de esquerda, foi considerado «traidor» à causa judaica e banido dos meios pró  sionistas para todo o sempre. Fizeram-lhe uma suja campanha de difamação e perseguição, que lhe custou muito (perdeu o seu posto universitário, entre outras coisas), mas não o desanimou de alertar os seus concidadãos para a opressão do Estado de Israel sobre a população da Palestina.

Quanto ao lóbi judeu dos EUA, é dos mais poderosos, juntamente com o do armamento: As associações AIPAC e ADL são as principais organizações que supostamente representam os judeus americanos mas, realmente, são sobretudo meios de pressão direta do Estado de Israel sobre a política interna dos EUA. 

Os sionistas no poder em Israel são pessoas extremistas, que se guiam por passagens da Bíblia, interpretadas como lhes convém. Eles julgam que aí encontram justificação para seus crimes contra o povo da Palestina. 

Se eu fosse profeta, diria que a era da Paz mundial virá quando houver justiça para o povo da Palestina, quando houver pleno reconhecimento do Holocausto (Nakba) Palestiniano e quando existir um Estado da Palestina ao lado do de Israel, com seguras fronteiras para ambos e garantia internacional sólida de segurança de um e outro povo. Entretanto, só haverá guerra, destruição: A própria ideia de direitos humanos está a ser «assassinada», juntamente com a de direito humanitário internacional.

Eu não sou judeu; porém, tenho amigos judeus e sempre tive muito respeito pelo povo judeu. Parece-me uma traição ao povo judeu e à memória do Holocausto, a utilização política absurda que a delegação de Israel na ONU fez, ao apresentar-se com a «estrela de David». Era um dístico que os judeus eram obrigados a usar, na Alemanha hitleriana e nos países ocupados pelas hostes nazis. Realmente, eles estão a mostrar que não aprenderam nada com a História dolorosa do seu povo. Nomeadamente, estão a querer ocultar, com propaganda, crimes de guerra e contra a humanidade que o seu governo e o exército israelita estão a perpetrar. Querem ser vistos como «vítimas», quando o Mundo inteiro vê que eles são os verdugos!


Os (talvez?) descendentes de vítimas do Holocausto judaico às mãos dos nazis, estão agora a causar - eles próprios - um Holocausto aos seus vizinhos, ao povo palestiniano, que merece igual dignidade que os judeus, enquanto seres humanos e enquanto povo. 

A raiz do mal, está no conceito supremacista de nação judaica e de «raça» judaica, que foi adotado pelos políticos sionistas. Na origem, o sionismo era um movimento claramente profano, antirreligioso mesmo. Muitos judeus religiosos têm inúmeras vezes denunciado o genocídio dos Palestinianos desde há 75 anos. São contrários à própria ideia dum Estado de Israel, baseando-se na sua interpretação da Bíblia judaica. 

Também no cristianismo, a «Jerusalém Celeste» foi sempre considerada simbólica. Designa a capital do Reino de Deus, depois da vinda de Jesus Cristo. É um conceito teológico, mais do que um lugar geográfico. Por mais sagrado que seja Jerusalém para as três religiões monoteístas (o Judaísmo, o Cristianismo e o Islão), esta cidade não pode ser a «posse» de nenhuma delas.

 Na fúria dos fanáticos sionistas, uma das obsessões na sua guerra contra os árabes, é a destruição da mesquita de Al-Aqsa, um dos locais mais importantes do Islão. A invasão e dessecração da referida mesquita por um bando de fanáticos sionistas, foi um fator para o desencadear da presente guerra. Havia, no entorno da mesquita, forças militares israelitas que não fizeram nada para contrariar os invasores sionistas e defenderem os fiéis muçulmanos agredidos. Esta invasão foi claramente planeada. Eles queriam desencadear uma resposta irada das forças da resistência palestiniana. Isso seria o pretexto para a  limpeza étnica definitiva, a Naqba 2.0.

   

                         

Os sionistas fanáticos e violentos, são objectivamente os piores inimigos de Israel. Ninguém, no Médio-Oriente, ou no vasto mundo muçulmano, está disposto a desculpar, ou atenuar a culpa do Estado de Israel, nem dos governos ocidentais coniventes. 

Os fanáticos pensam que tudo lhes é permitido ... incluindo, aniquilar um povo inteiro

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*A Indústria do Holocausto, por Norman Finkelstein

Léo Ferré: POÈTE, VOS PAPIERS!


CONTOLO DE DOCUMENTOS / VIGILÂNCIA DE MASSAS
 Na IIª Guerra Mundial, os civis das regiões ocupadas pelo exército nazi eram constantemente intercetados e tinham de exibir os seus documentos de identificação e salvo-condutos. 
Hoje, a identificação é exigida em tudo e para tudo: on-line e off-line; em situações oficiais e extra- oficiais. Tudo isto foi potenciado pela «crise do COVID». As pessoas passaram a ter de mostrar - por rotina  - os certificados de vacina a torto e a direito.

A sociedade da vigilância generalizada já está aqui. Simplesmente, as pessoas vivem quase todas, mentalmente, no antes da era digital. Elas pensam, ingenuamente, que algo «tão inócuo» como o número de cartão de cidadão, ou o número fiscal, nos serem exigidos não tem gravidade, é mera rotina. Mas, nem sempre é assim. Abaixo, direi porque penso que estão enganadas. 
Elas não sabem que os contratos que «assinam» com um click na Internet, exigem que a pessoa aceite que os dados fornecidos e outros dados (no seguimento da relação contratual) sejam utilizados livremente pelo «dador de serviço». O tipo de utilização não é especificado, não há limites para o cruzamento de dados, para a venda dos perfis individuais, que abrangem muitas coisas: Compras, postagens on-line, chats em redes sociais, dados do teu curriculum, etc. 
Este «maná» (para as empresas) já foi considerado como «o petróleo do século XXI» e, de facto, há empresas que lucram vendendo estes dados, agrupando e tratando os mesmos, revendendo os dados processados, etc. 
Na verdade, existem numerosos incumprimentos da legislação de muitos países, nomeadamente os da União Europeia. Mas, esses incumprimentos são ignorados devido à hipocrisia do sistema. Supostamente, antes de assinares, deverias ter lido atentamente, ouvido o conselho dum jurista, etc. Parte-se do princípio, nesta sociedade hipócrita, que aquele que não sabe, ou não quer ler as complicadíssimas «n» páginas de conversa fiada jurídica, é quem está em «falta». Pelo contrário, os que cozinharam assim tal contrato, fizeram tudo dentro da lei. 
Não me admira nada que isto seja assim, pois o Estado e seus agentes também são coniventes e participantes na farsa. Ele - o Estado - também se aproveita da situação a vários títulos, também recorre à mineração dos dados dos cidadãos, também utiliza algoritmos de vigilância automática dos sites, para - supostamente - rastrear os terroristas!  
São sempre os mesmos pretextos: o terrorismo, a fraude fiscal, etc. Mas, os dados dos cidadãos são vasculhados e armazenados em massa, sem  limite de tempo, sem limite de utilização, transformando em «paródia» as leis de confidencialidade (que ainda estão em vigor), que o Estado deveria respeitar e fazer respeitar. 

Não me ocorre nada de melhor, como antídoto, que este longo recitativo-canção de Léo Ferré. Aquele mesmo que eu vi no palco. Foi há tanto tempo, é como se fosse noutra vida.

POÈTE... VOS PAPIERS!

                                       https://www.youtube.com/watch?v=87qVWD0VV6E

Bipède volupteur de lyre, époux châtré de PolymnieVérolé de lune à confire, Grand-Duc bouillon des librairiesMaroufle à pendre à l'hexamètre, voyou décliné chez les GrecsAlbatros à chaîne et à guêtres, cigale qui claque du becPoète, vos papiers! Poète, vos papiers!
J'ai bu du Waterman et j'ai bouffé LittréEt je repousse du goulot de la syntaxeÀ faire se pâmer les précieux à l'arrêtLa phrase m'a poussé au ventre comme un axeJ'ai fait un bail de trois-six-neuf aux adjectifsQui viennent se dorer le mou à ma lanterneEt j'ai joué au casino les subjonctifsLa chemise à Claudel et les cons dits "modernes"
Syndiqué de la solitude, museau qui dévore du couicSédentaire des longitudes, phosphaté des dieux chair à flicColis en souffrance à la veine, remords de la Légion d'honneurTumeur de la fonction urbaine, Don Quichotte du crève-cœurPoète, vos papiers! Poète, Papier!
Le dictionnaire et le porto à découvertJe débourre des mots à longueur de pelureJ'ai des idées au frais de côté pour l'hiverÀ rimer le bifteck avec les engeluresCependant que Tzara enfourche le bidetÀ l'auberge dada la crotte est littéraireLe vers est libre enfin et la rime en congéOn va pouvoir poétiser le prolétaire
Spécialiste de la mistoufle, émigrant qui pisse aux visasAventurier de la pantoufle sous la table du NirvanaMeurt-de-faim qui plane à la Une, écrivain public des croquantsAnonyme qui s'entribune à la barbe des continentsPoète, vos papiers! Poète, documenti!
Littérature obscène inventée à la nuitOnanisme torché au papier de HollandeIl y a partouze à l'hémistiche mes amisEt que m'importe alors, Jean Genet, que tu bandesLa poétique libérée, c'est du bidonPoète, prends ton vers et fous-lui une trempeMets-lui les fers aux pieds et la rime au balconEt ta muse sera sapée comme une vamp
Citoyen qui sent de la tête, papa gâteau de l'alphabetMaquereau de la clarinette, graine qui pousse des gibetsChâssis rouillé sous les démences, corridor pourri de l'ennuiHygiéniste de la romance, rédempteur falot des lundisPoète, vos papiers! Poète, salti!
Que l'image soit rogue et l'épithète au poilLa césure sournoise certes mais correcteTu peux vêtir ta Muse ou la laisser à poilL'important est ce que ton ventre lui injecteSes seins oblitérés par ton verbe arlequinGonfleront goulûment la voile aux devanturesSolidement gainée ta lyrique putainTu pourras la sortir dans la Littérature
Ventre affamé qui tend l'oreille, maraudeur aux bras déployésPollen au rabais pour abeille, tête de mort rasée de fraisRampant de service aux étoiles, pouacre qui fait dans le quatrainMasturbé qui vide sa moelle à la devanture du coin, ha!Poète, haha, circulez, poète, haha!Circulez, poète! Circulez, hahaha!
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sexta-feira, 3 de novembro de 2023

OS «TRAIDORES» SÃO AQUELES QUE DIZEM A VERDADE AO POVO!


 Na linguagem orwelliana dos fascistas-globais pode-se ouvir todos os insultos e acusações (falsas) retomadas e amplificadas pela media corporativa. Mas, se não perdeste a dignidade de ser humano, seja qual for a tua posição ideológica, queres saber (e tens o direito de saber) o que dizem realmente Edward Snowden e outros «whistleblowers» (dadores de alerta). 
Para os autoritários que detêm o poder, o perigo és tu; é saberes «demais» sobre intrigas do poder; é saberes os crimes que eles procuram ocultar com um manto de silêncio ou de palavras falsas.
A vigilância global e um sistema desenhado para isso, é esse o perigo que Snowden nos alerta.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

ENTRAMOS NA FASE DE DESTRUIÇÃO CÍCLICA [CRÓNICA(Nº21) DA IIIª GUERRA MUNDIAL]

 

Entrámos em pleno na fase de destruição do sistema capitalista mundial. Nada é linear, mas a acumulação de violência, sobretudo de violência de Estados, apesar e contra as suas próprias declarações de princípios, junto com o condicionamento das massas, com doses de medo e de ódio, cada vez maiores, mostram que a máquina está já em movimento. 
Num passado histórico recente, nos anos anteriores às duas Guerras Mundiais, ocorreram guerras ditas regionais, que foram ensaios ou «laboratórios», para as destruições massivas das Guerras Mundiais que se seguiram. 
É sempre o mesmo fenómeno, se nos quisermos abstrair das circunstâncias particulares do presente que é o nosso. 
Temos a destruição massiva de capital acumulado e de vidas, porque o sistema capitalista atingiu o seu limite em termos de exploração, tanto em extensão geográfica, como em rentabilidade. Isto não isenta de responsabilidade criminal os que promovem as guerras, os massacres, as destruições de vidas. 
Paul VALÉRY escrevia em «La Crise de l’esprit»(1919): « Nós, civilizações, sabemos agora que somos mortais». A civilização é um ténue verniz, que estala logo, com a selvajaria do capitalismo globalizado. Nada o pode domar; ele devora os próprios fiéis, os discípulos mais dedicados, na sua louca corrida à destruição. 

Quando o capitalismo era jovem, a destruição não conseguia ser universal. A humanidade e as sociedades reconstituiram-se graças à sua energia intrínseca, à sua vontade de viver. Mas, agora, as guerras são incessantes; a sua acumulação faz com que o «clímax», ou seja, a destruição global, apareça como mais e mais provável.

Nenhum dos que presenciaram, em 1939, a invasão alemã da Polónia, podia imaginar que a futura IIª Guerra Mundial acabaria com uma completa destruição de cidades e com crimes em massa contra populações civis indefesas. 

Todo o mal foi atribuído aos nazis na Alemanha e aos regimes fascistas, seus aliados. Porém, o mal não foi tão unilateral como a propaganda dos vencedores (a «História») nos quer fazer crer. Os crimes dos vencedores são perdoados, esquecidos, relativizados, mas eles permanecem. São sementes de ódio; tal como os outros sofrimentos, infligidos às populações vítimas do nazismo e do fascismo. 

Recordemos que a «banal» violação duma fronteira (da Polónia em 1939), acabou por dar, no final, uma hecatombe nuclear (e um crime contra a humanidade) com muitas centenas de milhares de vítimas civis, em Hiroxima e Nagasaki. Hoje, o arsenal nuclear das diversas potências é um múltiplo, incrivelmente elevado, das bombas nucleares detonadas nas duas cidades japonesas. Não se pode, hoje, ignorar a ameaça duma guerra global, provocando a destruição total da civilização humana. A ONU é impotente, os governos com vontade de obrar pela paz são ignorados pelos governos apostados na guerra. 


As imagens terríficas do quadro de Brueghel o Velho, «O Triunfo da Morte», estão  muito  apropriadas. Quem se debruce sobre as várias partes do quadro e suas diversas cenas, concluirá que Brueghel não quis mostrar «um ato de Deus», mas sim a loucura dos humanos. 

Esta obra genial permanece atual, pois vem nos recordar que a morte triunfa, enquanto produto da guerra; que a guerra é o produto dos exércitos e dos poderes; que esta guerra nada tem de transcendente, de vontade divina; mas, que resulta da vontade de poder, de mais e mais poder, dos poderosos.