Não existe nacionalismo, senão por oposição a um outro. Pode ser a nação opressora, pode ser a nação rival, pode ser designada como a portadora de ideologia diabólica, contrária à nossa, etc.
O que é um facto, é que os nacionalistas étnicos se definem mais por quem eles designam como objeto de seu ódio, do que por suas próprias idiossincrasias, tradições e cultura.
Algumas pessoas, falsamente internacionalistas, decidiram que «o patriotismo e o nacionalismo são a mesma coisa». Porém, não se pode decretar arbitrariamente que os sentimentos patrióticos sejam apenas uma expressão de nacionalismo; são isso em certos casos, noutros não o são.
Há que ir além das catalogações, sobretudo quando simplistas. Como já detalhei noutro sítio, o nacionalismo político pode ser motivado por um projeto; foi o caso da República francesa nascente. Também alguns movimentos de libertação, influenciados pelo marxismo, pelo menos ao nível das suas direções, não confundiam o opressor colonial ou imperialista com o povo propriamente dito. Algumas pessoas dos países colonizadores não participavam na mentalidade colonial, algumas opunham-se às aventuras coloniais e belicistas.
Certa política identitária faz com que as pessoas se separem, a si próprias e aos outros, em categorias de «raça», «nacionalidade», «género», etc. Esta forma de pensar, qualquer que seja o subjetivismo de quem a adota, acaba por propagar o nacionalismo mais tacanho, baseado em características «raciais» ou étnicas. É por isso, que é tão frequente o fanatismo, nesta forma de nacionalismo.
Inicialmente, podemos ficar surpreendidos com o renascimento do nacionalismo, em especial do nacionalismo agressivo, expansionista. Mas, se pensarmos melhor, por um lado, ele nunca se apagou por completo; por outro, os poderes globalistas têm sido os principais financiadores e promotores deste nacionalismo. Tacanho, violentamente racista, assim é o banderismo na Ucrânia, um fascismo que se confunde, por seus conceitos racistas, com o nazismo.
Abaixo, um vídeo da conferência, de Lucien Cerise, um investigador que tem aprofundado os fatores em jogo no conflito da Ucrânia. Ele tem acompanhado de perto a situação, desde o «golpe de Maidan» de 2014. Ele fornece provas da conivência e hipocrisia dos governos da OTAN, apoiantes de criminosos de guerra, de racistas confessos, de fanáticos que odeiam tudo o que seja russo.
A conferência mostra que -por debaixo da capa de «boa consciência» fabricada - dirigentes políticos, jornalistas da media mainstream e ditos revolucionários, não ignoram a ideologia e história da facção que estão a apoiar. Porém, tal como os «banderistas» ucranianos, o que os move é a hostilidade patológica para com a Rússia, seja qual for o seu sistema político. Eles querem ver a Rússia desmantelada. Só assim, dizem, a Europa poderia ficar tranquila: Mas eles, afinal, são «cães que obedecem ao seu dono», o imperialismo USA!
Lucien Cerise: ''L'Occident collectif rêve de l'éclatement territorial de la Russie''.
https://youtu.be/sNpEdG8xH-8?
6 comentários:
Faltam-me, por vezes, as palavras para festejar o excepcional contributo de Manuel Baptista para sermos, os que lêem o seu blogue e/ou têm o privilégio de o contactar pessoalmente, cidadãos mais atentos e intervenientes nos círculos a que pertencemos.
Abraço do
Maximiano Gonçalves
Grato pela tua apreciação elogiosa. Também tenho prazer (e aprendo muito), conversando contigo ou lendo a tua produção!
Abraço de
Manuel Banet Baptista
Paul Craig Roberts:
https://www.paulcraigroberts.org/2023/10/08/can-the-world-afford-the-insane-foreign-policy-of-americas-satanic-neoconservatives/
A media ocidental continua o seu trabalho de propaganda, apresentando o ataque do Hamas como «não provocado» - tal como a Operação Especial da Rússia em Fevereiro de 2022. Na realidade, os palestinianos não têm vantagem em ficar passivos perante a constante «limpeza étnica» de Israel.
Veja: https://caitlinjohnstone.com.au/2023/10/08/a-population-with-nothing-to-lose/
Os Estados dos países outrora «democracias liberais» estão transformados, de facto, em ditaduras totalitárias. Veja porque eu afirmo isso, lendo o artigo seguinte:
https://www.unz.com/pgiraldi/gaza-strikes-back/
Segundo Laurent Guyenot a essência do sionismo está na bíblia judaica:
https://www.unz.com/article/israels-biblical-psychopathy/
Enviar um comentário