segunda-feira, 30 de julho de 2018

BRICMONT DESCONSTROI O DISCURSO DE ONFRAY SOBRE ANTI-SIONISMO


Vídeo de Onfray que é criticado por Bricmont encontra-se  aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=P4yoO0esUkA


É para mim um choque ter ouvido o vídeo acima, sobre o qual Jean Bricmont, muito conhecido filósofo belga, exerce uma crítica,  que considero correcta, quer pela sua lógica, quer pela ética.
Realmente, não se pode ter «ídolos», sobretudo nesta época de conexões globais, em que os mais intransigentes defensores de conceitos e valores totalmente respeitáveis, como o caso de Michel Onfray, se transformam - de repente - em mercenários ao serviço de grupos de interesses (lobbies), dos mais dúbios. 
É o caso do poderoso «CRIF» em França, uma associação que supostamente defende os judeus contra crimes anti-semitas, mas que -sem dúvida- tem sido apologista do Estado de Israel, ainda por cima, assimilando qualquer crítica a Israel, a anti-semitismo. 
Este «estado de terrorismo mental», instaurado por organizações como o CRIF, tem mantido  a imprensa e os intelectuais calados,  perante os repetidos crimes do governo de Israel, das suas forças armadas, contra o povo palestiniano. 
É realmente uma forma de censura, de censura tanto mais intolerável que ela se vai imiscuir nas vidas académicas, nas carreiras jornalísticas, na própria vida política, cerceando o debate, cerceando a liberdade de opinião. 
A maneira como uma certa «esquerda bem-pensante» equaciona esta questão da liberdade de opinião é absurda, a meu ver. 
Se eu tiver em frente de mim alguém que defende argumentos anti-semitas (anti-judaicos), eu irei contrapor aos seus argumentos, os meus conhecimentos e a minha lógica. 
Não preciso, nem devo, impedir outrem de exprimir o seu ponto de vista, por mais contrário que eu seja ao mesmo. Se o meu interlocutor usar estratagemas, recorrer a falsificações, etc, eu tenho o dever de desmontar isso tudo, exactamente como o fez Bricmont, em relação ao discurso de Onfray, sobre o conflito israelo-palestiniano. 
Se alguém censura (elimina a voz) o outro, sob pretexto de que este difunde ideias «erradas», está a cair na negação do outro e isto é o ponto de partida do totalitarismo, quaisquer que sejam as etiquetas afixadas.
Digo, como Voltaire... «estou pronto a bater-me para que, aquele que tem as ideias mais contrárias às minhas, as possa exprimir livremente.» 

domingo, 29 de julho de 2018

O CULTO DO EGO: «GENERATION SELF»

Laureen Greenfield discute com Chris Hedges o culto do indivíduo, o hedonismo, em torno do filme realizado por ela.
Uma cultura que se difundiu pelo mundo.


sábado, 28 de julho de 2018

WILLIAM ENGDAHL: INSTRUMENTALIZAÇÃO DAS ONGS PELO COMPLEXO MILITAR/SECURITÁRIO


F. William Engdahl desmascara, no seu último livro «Manifest Destiny», o papel da comunicação social, as organizações não governamentais, como as armas para impor a agenda de Washington, em particular, desde os anos oitenta. 
A entrevista é muito esclarecedora, mas o livro -sobretudo - deve ser muito rico em dados, que nenhuma pessoa seriamente interessada em relações internacionais e geopolítica pode ignorar.
A fonte desta rede de «soft power» é a grande finança (Soros sendo apenas um exemplo) e o complexo militar securitário, embebido na sociedade dos EUA, de tal maneira que praticamente não existe nenhuma instituição que não esteja dependente ou beneficiária dos seus fundos. 

sexta-feira, 27 de julho de 2018

MIKIS THEODORAKIS DIRIGE «ZORBA»

37 depois, a célebre música do filme "Zorba" é gravada com o próprio autor, Mikis Theodorakis, a dirigir uma orquestra com participação do famoso solista de «bouzouki», Kostas Papadopoulos.
O som original de Zorba fica assim consignado em suporte adequado, com as melhores condições técnicas e os melhores músicos!



TOTENTANZ - LISZT intérprete VALENTINA LISITSA



          Uma gravação da grande intérprete do reportório clássico e romântico, Valentina Lisitsa

A dança macabra ou dos mortos (Totentanz) é um tema bem conhecido da iconografia medieval.

              File:Historisches Museum Basel Totentanz 25102013 A.jpg
As damas, os nobres, os plebeus, os clérigos, os camponeses, os comerciantes, até mesmo os reis, os imperadores e os papas, são todos eles arrastados numa dança frenética, com esqueletos dançantes.
Nas épocas em que a morte fazia grandes colheitas, devido às guerras, as epidemias, às fomes, estas danças macabras lembravam a todos que quaisquer que fossem sua riqueza e estatuto social, podiam ser requisitados pela Morte em qualquer momento, para participar na dança...

Liszt utiliza, entre outros, o tema do «Dies Irae»  da missa de Requiem. A sua composição obviamente descritiva é também uma peça arrojada, mesmo para ouvidos do século XXI. 
A intérprete Valentina Lisitza demonstra um grande controlo e subtileza, numa peça muito difícil tecnicamente. 

Gosto de ouvir com atenção este «monumento da música».

quinta-feira, 26 de julho de 2018

OS «FAANG» PARTEM OS DENTES; RETRACÇÃO DOS MERCADOS ACCIONISTAS

«FAANG» é um acrónimo para designar as 5 companhias - FACEBOOK, AMAZON, APPLE, NETFLIX e GOOGLE - que têm feito subir os mercados de maneira vertiginosa, por vezes, sendo estas cotações mirabolantes mantidas graças a dois factores: Por um lado, a constante impressão monetária pelos bancos centrais, que se traduz por um juro praticamente de zero para grandes actores (os grandes bancos e grandes empresas multinacionais). Por outro, os dirigentes destas grandes corporações têm, constantemente, feito as mesmas comprar grandes quantidades dos seus próprios títulos, uma prática completamente falseadora das cotações e que esteve proibida até ao princípio deste século...
Agora a perda de cerca de 25 % (19% durante o período da manhã) de Facebook, significa que cerca de 120 milhares de milhões de dólares foram-se, desapareceram, à velocidade dum click! Esta perda num único título pode ter sido a maior perda diária em toda a história das bolsas. 
Quanto aos restantes, é uma questão de tempo, talvez mesmo muito pouco...  O caso mais absurdo é da Netflix, a qual tem perdido dinheiro, ano após ano e, no entanto, a sua cotação bolsista tem subido constantemente. Esta situação implica que haja um «esquema de Ponzi», pois a empresa que tenha essa prática de auto-compra das suas acções está a desviar o dinheiro disponível para investimento, que poderia utilizar para melhorar, inovar, expandir o seu negócio. Em vez disso, as empresas queimam dinheiro, ao fazerem auto-compras das acções, que apenas servem para aumentar os bónus dos seus gestores de topo. 
Quando as pessoas se aperceberem do artificialismo de tudo isto, vão vender, em pânico, sem que se possa prever o limite da quebra. Durante meses, os índices bolsistas (incluindo o mais importante, o Dow), flutuaram ou subiram, apenas graças a estas FAANG. Isto significa que a quebra destas será o descalabro de toda a construção artificial que se tem mantido graças ao dinheiro gratuito (para os grandes, apenas!) promovida pelos bancos centrais. 
...E por falar em bancos centrais, um dos maiores detentores de acções da facebook (exterior à empresa) não é outro senão o Banco Nacional Suíço (o Banco Central suíço). 
Nada, em princípio, deveria justificar a compra de activos como acções (títulos de propriedade de empresas) por entidades que, mesmo não sendo públicas, têm um papel estatutário de reguladores dos mercados, de supervisionarem todas as actividades bancárias e financeiras de um país. 
A característica mais certa de uma bolha, seja ela qual for, é que acaba por rebentar. Estamos a assistir ao princípio disso. 
                              
As valorizações têm estado completamente fora da realidade, com 20 ou 30 vezes acima da avaliação do valor real das empresas. As cotações terão que descer para valores abaixo do valor real dessas mesmas empresas, para se tornarem de novo interessantes enquanto investimento.
Com o «quantitative tightening» nos EUA, ou seja a venda de activos da «Fed» (A Reserva Federal, o Banco Central dos EUA), assim como uma subida progressiva dos juros para níveis mais próximos da normalidade histórica, já não vai ser possível as FAANG (e outras empresas cotadas) continuarem o seu jogo de auto-compra. 
A única incógnita é até que ponto este «crash» nas bolsas irá contagiar a economia real, não apenas as actividades financeiras, especulativas...

quarta-feira, 25 de julho de 2018

OBRAS DE BACH E BUXTEHUDE NO CRAVO COM DOIS TECLADOS E PEDALEIRA



A articulação clara é uma das qualidades desta interpretação, embora o órgão fosse o instrumento «natural» para esta peça. 
No entanto, no Séc. XVIII justificava-se que compositores (entre eles, Bach) possuíssem em casa um clavicórdio, ou um cravo, com pedaleira. 
Assim, poderiam compor e estudar o reportório de orgão, sem necessidade de praticarem no órgão da igreja, cuja afinação era morosa e sobretudo exigia a presença de um auxiliar para dar ao fole. 
Gosto particularmente desta interpretação da Passacaille de Bach, pelo seu rigor. 

Outra gravação no cravo com pedaleira, por Lionel Rogg, a dos prelúdios e fugas de Buxtehude, é digna de ser ouvida e apreciada. 

É particularmente instrutivo ouvir a passacaille de Buxtehude (2ª faixa) e compará-la com a passacaille de Bach.