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domingo, 26 de novembro de 2023

CONVERSÃO AO JUDAISMO DO REINO KHAZAR ?

PROF. SHAUL STAMPFER (UNIV. HEBRAICA DE JERUSALÉM):


O prof. Stampfer apresenta argumentos que invalidam a lenda do rei Khazar ter-se convertido ao Judaísmo e o povo do seu reino, juntamente com ele. 

Creio que o reino Khasar, embora muito real, estava tão longe de Espanha, que era fácil fazer passar por verídica, uma história forjada. Na Idade Média, as pessoas ignoravam praticamente tudo da Geografia e da História de regiões longínquas. 
É um caso interessante de falsificação e de persistência de um mito. Qual o interesse em perpetuar uma história que assenta sobre praticamente nada? 

Uma hipótese, é de que o mito da conversão Khazar seria uma explicação para as diferenças genéticas entre judeus Ashkenazi (do Centro e Leste Europeu) e judeus Sefarditas (Península Ibérica e bacia mediterrânica). 
Recentemente têm sido feitos estudos de genética molecular, com o objetivo de esclarecer as origens das várias populações de judeus. Numerosos dados de sequências foram obtidos, nomeadamente: 
- A sequenciação de amostras de ADN autossómico, do cromossoma Y e do cromossoma mitocondrial. Num extenso artigo de revisão (*), pode ler-se a seguinte conclusão:

«Still, in spite of repeated efforts, there is no agreed upon criterion to identify Jews, and samples examined for the distribution of biological or molecular markers all depend on the preconceived biases of the investigators. Races, it is assumed, may differ in inherent properties that are evaluated differentially. But races are not biological-meaningful classification entities. And if so, why is racism a bad property? The answer must be: Because it provides socio-cultural justifications for discrimination on the basis of presumed and irrelevant biological properties.»


(*) «Genetic markers cannot determine Jewish descent», por Raphael Falk
  

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

METAMORFOSES - PHILIP GLASS


 Esta composição de Philip Glass tem tudo a ver com o Conto Metamorfose, de Franz Kafka. 

Contrariando interpretações simbolistas / psicanalíticas, Nabokov chama a atenção para o facto de que o tema central da ficção é a luta do protagonista pela própria existência, numa sociedade repleta de filisteus, que o destroem passo a passo.


Franz Kafka  (3 de Julho 1883 – 3 Junho 1924) é um dos grandes autores da primeira metade do século XX. As suas obras (romances «O Processo», «O Castelo», «América» e outros, contos, escritos vários, correspondência), não apenas anunciam muito do que iria ser o século XX, como exercem uma influência fundamental na geração posterior, literária e filosófica. 


Ele é um daqueles raros escritores que, através da ficção, exprime indirectamente questões centrais da sua/nossa época. As questões presentes na sua obra, serão retomadas pelos escritores e filósofos existencialistas (o sem-sentido existencial, a angústia difusa, a máquina burocrática que oprime, a fuga impossível ...).


                         
Museu Franz Kafka em Praga (Rép. Checa)

segunda-feira, 30 de julho de 2018

BRICMONT DESCONSTROI O DISCURSO DE ONFRAY SOBRE ANTI-SIONISMO


Vídeo de Onfray que é criticado por Bricmont encontra-se  aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=P4yoO0esUkA


É para mim um choque ter ouvido o vídeo acima, sobre o qual Jean Bricmont, muito conhecido filósofo belga, exerce uma crítica,  que considero correcta, quer pela sua lógica, quer pela ética.
Realmente, não se pode ter «ídolos», sobretudo nesta época de conexões globais, em que os mais intransigentes defensores de conceitos e valores totalmente respeitáveis, como o caso de Michel Onfray, se transformam - de repente - em mercenários ao serviço de grupos de interesses (lobbies), dos mais dúbios. 
É o caso do poderoso «CRIF» em França, uma associação que supostamente defende os judeus contra crimes anti-semitas, mas que -sem dúvida- tem sido apologista do Estado de Israel, ainda por cima, assimilando qualquer crítica a Israel, a anti-semitismo. 
Este «estado de terrorismo mental», instaurado por organizações como o CRIF, tem mantido  a imprensa e os intelectuais calados,  perante os repetidos crimes do governo de Israel, das suas forças armadas, contra o povo palestiniano. 
É realmente uma forma de censura, de censura tanto mais intolerável que ela se vai imiscuir nas vidas académicas, nas carreiras jornalísticas, na própria vida política, cerceando o debate, cerceando a liberdade de opinião. 
A maneira como uma certa «esquerda bem-pensante» equaciona esta questão da liberdade de opinião é absurda, a meu ver. 
Se eu tiver em frente de mim alguém que defende argumentos anti-semitas (anti-judaicos), eu irei contrapor aos seus argumentos, os meus conhecimentos e a minha lógica. 
Não preciso, nem devo, impedir outrem de exprimir o seu ponto de vista, por mais contrário que eu seja ao mesmo. Se o meu interlocutor usar estratagemas, recorrer a falsificações, etc, eu tenho o dever de desmontar isso tudo, exactamente como o fez Bricmont, em relação ao discurso de Onfray, sobre o conflito israelo-palestiniano. 
Se alguém censura (elimina a voz) o outro, sob pretexto de que este difunde ideias «erradas», está a cair na negação do outro e isto é o ponto de partida do totalitarismo, quaisquer que sejam as etiquetas afixadas.
Digo, como Voltaire... «estou pronto a bater-me para que, aquele que tem as ideias mais contrárias às minhas, as possa exprimir livremente.»