Um grande amigo meu, José António Antunes, enviou-me um lindíssimo vídeo que fez, com base em fotografias do Alhambra de Granada, resultantes de uma recente estadia na Andaluzia.
O seu canal do Youtube tem muitos outros vídeos, em que conjuga uma excelente fotografia, sobretudo de paisagem, com um fundo sonoro sempre adequado e de qualidade.
O envio deste vídeo inspirou-me esta crónica, num momento em que as pessoas das várias regiões da Península parecem esquecer o muito que têm de comum, para o bem e para o mal, apesar de nós vivermos numa civilização mundializada.
O mundo transformou-se numa aldeia e todos os grandes centros se equivalem, de certa maneira.
Claro que existem particularidades, monumentos, gentes diferentes. Mas a tecnologia, a uniformidade de costumes, vestuário, transportes, etc. faz com que, de facto, não saiamos da mesma «bolha» global.
Neste contexto, é paradoxal e anacrónico um ressurgir dos nacionalismos.
Acho que devíamos reflectir sobre o mal que a ambição ou ganância dos poderosos fizeram ao expulsarem os Árabes do Reino de Granada - por Isabel a Católica, de Castela - e a expulsão dos judeus de Espanha e de Portugal. Sabemos como, no reinado de D. Manuel I, tal expulsão foi acompanhada de massacres e de conversões forçadas.
A decadência da península Ibérica começou nesse preciso momento, pouco depois de Colombo atingir a América e de Vasco da Gama chegar à Índia.
Os árabes trouxeram uma civilização requintada, preservando muito da ciência da antiguidade, nomeadamente dos filósofos, naturalistas e matemáticos gregos. Sem dúvida, o nosso conhecimento da produção intelectual da Grécia clássica seria muito menor sem o contributo árabe. Além disso, os árabes tinham avançado em várias ciências (Álgebra, Geografia, Alquimia) muito mais do que o mundo cristão.
Quanto aos judeus, povo sem Estado desde o primeiro século da era cristã, eles tinham uma maior protecção sob o império Otomano ou nos Reinos árabes do Norte de África, do que em quaisquer partes da cristandade ocidental.
Mas, ainda assim, tinham sido tolerados nos reinos cristãos, após a chamada «reconquista» e estavam relativamente bem integrados na era medieval, na Ibéria. Eles tinham sinagogas, podiam exercer o seu culto, embora fossem discriminados de várias maneiras.
Os judeus forneceram a Portugal e Espanha uma elite de cientistas e de eruditos, capazes de fazer avançar várias ciências associadas com a navegação e a expansão marítima: as matemáticas, a astronomia, a geografia, a decifração de códices e manuscritos em grego, árabe e noutras línguas...
A migração forçada dos judeus deu-se para paragens menos fanáticas, mais tolerantes: a Inglaterra e a Holanda. Não será este o factor suficiente da decadência dos impérios ibéricos e da ascensão dos impérios marítimos de Inglaterra e da Holanda: mas, estou certo que este factor teve o seu peso em tal mudança.
Hoje em dia, as pessoas estão completamente esquecidas ou ignorantes da sua própria história:
- Por exemplo, não sabem que os reinos visigóticos eram constituídos por uma elite guerreira, vinda do centro e norte da Europa, que mantinha e subjugava as populações autóctones (já convertidas ao cristianismo antes deste domínio visigótico).
- Foi a Península Ibérica um dos principais focos de arianismo, mas quase ninguém sabe o que foi esta heresia e como foi implantada nestas terras.
O facto de que continuem - na Ibéria - a ignorar a verdadeira história de seus povos tem consequências graves. Vai exacerbar o vírus do nacionalismo, quer seja insuflado pelos «vencedores», com as suas dinastias e reinos, sua língua e cultura... quer pelos «vencidos», os da Catalunha, do País Basco, de Andaluzia, da Galiza e de Portugal...
Assim, deve-se responsabilizar pelo crime de instigar à rivalidade entre comunidades que podiam e deviam ter boa vizinhança, tanto mais grave quanto se verifica estar correlacionado com actos violentos, os que, nos Estados Ibéricos (português e espanhol), descrevem a História de seus países de modo a perpetuar mitos de força e glória nas mentes das crianças e adolescentes; estes não têm, praticamente, outra fonte para conhecerem o seu passado.
Quando alguns se rebelam contra o poder central, fazem-no muitas vezes hipertrofiando momentos da História em que a sua etnia, a sua cultura, foi brilhante, dando crédito a uma contra-História, tão mítica e enviesada como a História oficial.
A causa da paz e do entendimento entre os povos só ganharia em que a História de cada povo, de cada nação, deixasse de ser leccionada do modo como tem sido, reforçando estereótipos, avivando sentimentos bélicos em relação a vizinhos: nomeadamente, os povos do Norte da África, além de todos os povos da Ibéria.
Aprendemos muito com nossos vizinhos, trocámos mercadorias, participámos em empresas comuns, sofremos sob os mesmos opressores, participámos iludidos ou contrariados nas mesmas aventuras coloniais, etc.
Além do mais, também casámos e procriámos e portanto, partilhamos um fundo genético ao nível das populações. Eis um facto hoje incontestável, com o extraordinário desenvolvimento das técnicas de ADN; mas, desde há muitas décadas, já era conhecido de biólogos populacionais e demógrafos.
Será que o facto de se esperar que um dado acontecimento ocorra (e afirmá-lo), aumenta a probabilidade deste mesmo ocorrer? Será que por se gritar «vem aí o lobo!» ele acaba por vir?
Estas interrogações vêm a propósito da guerra anunciada dos EUA com a Coreia do Norte, que certos arautos de um imperialismo sem limites, não se cansam de chamar.
Estes têm interesse em fazer com que esta guerra rebente.
Veja-se a situação completamente artificial nos EUA:
- uma economia fracamente produtiva, realmente dependente de importações daqueles que - oficialmente - são potência rival, para não dizer inimiga (R. P. China);
- uma finança completamente distorcida por uma dívida monstruosa, impagável, com tendência para se acumular e nenhum incentivo a qualquer medida de contenção;
- com o prestígio dos EUA completamente de rastos, quer pela patética prestação de Trump enquanto presidente, quer sobretudo, da errática estratégia de Washington em que grupos rivais no Estado profundo se degladiam, ora levando a melhor um sector, ora outro.
Por outro lado, a ascensão dos BRICS e sobretudo da China, tem como corolário a descida do dólar e, em especial do petrodólar, a moeda reserva mundial, que é um dos sustentáculos da política dos EUA, sendo o outro o seu enorme poderio militar.
Mesmo no campo estritamente militar, as guerras eternas em que os EUA se envolveram (e envolveram seus aliados da NATO) no Médio-Oriente, nada corre bem. Estes fracassos mostram que a força militar, por mais poderosa que seja, não é capaz de tudo: está limitada pela sua incapacidade em ser vitoriosa contra forças de guerrilha, desde que estas estejam determinadas e tenham uma base real na população onde actuam.
Jim Rickards é um homem familiarizado com as altas esferas da finança (FMI, etc.), do complexo militar (Pentágono) e dos serviços de informação (CIA):
Avisa sobre a alta probabilidade da Coreia do Norte disparar um novo míssil, aquando do aniversário (10 de Outubro) do partido comunista Norte-coreano.
Igualmente preocupantes são os exercícios militares planeados pela Coreia do Sul para 21 deste mês.
Rickards vê uma janela entre 10 e 21 de Outubro, em que algo poderá acontecer. É verdade que ele não deseja que algo aconteça, mas está - de certa maneira - a avisar o seu público, sobretudo do mundo dos negócios.
Embora ele não o afirme taxativamente, o facto é que nestas ocasiões, se as forças do Estado profundo quiserem, elas podem accionar um ataque de falsa bandeira, como o tem feito noutros momentos.
Não serão as pessoas em torno do presidente Trump, nem ele próprio, que irão fazer recuar os «neocons» nos seus intentos, como aliás vimos, com a comédia da suposta interferência da Rússia na eleição de Trump.
Hoje, é por demais evidente que se tratava de um estratagema para colocar embaraços ao presidente eleito, logo a seguir à sua eleição, como aviso de que ele não conseguiria realizar nada, a não ser que aceitasse seguir, no essencial, a estratégia desse mesmo «Estado profundo»...
Seria bom que houvesse consciência internacional de que há forças interessadas em desencadear uma guerra «a quente», não apenas com a Coreia do Norte, pois pensam -loucamente - que há reais hipóteses de que uma tal guerra possa ser vitoriosa para o «Ocidente». Sabemos, infelizmente, que há mais hipóteses de que, partindo de uma guerra dita «limitada», se possa chegar a um holocausto nuclear, que eliminará a civilização e talvez até a vida na Terra.
Esta reflexão ocorreu-me pela leitura dum excelente artigo de Charles Hugh Smith, intitulado «tenha cuidado sobre o que deseja». Com efeito, no supracitado artigo demonstra que o índice de inflação para os EUA está completamente dissociado da realidade. Os valores descontam toda uma série de factores de aumento de preço em produtos diversos. Por exemplo, novos carros vêm com melhorias ao nível de sistemas de segurança e de vários acessórios, sendo benefícios reais e como tal contabilizados nesse sistema de avaliação de preços, mas realmente trata-se de um cálculo artificioso, pois pura e simplesmente o comprador do carro novo não tem a opção - em muitos casos - de comprar o tal novo modelo, mas por menos uns 10 mil dólares e sem os tais benefícios que estavam ausentes na série anterior. Esse mesmo fenómeno é geral e notório em equipamentos electrónicos e computadores. Os que calculam os preços descontam sistematicamente a parte no preço que eles estimam ser devida a inovações incorporadas no novo produto, por comparação com o anterior. Os casos mais escandalosos são os dos custos da saúde e dos estudos. Como se estes factores não tivessem uma incidência elevada nas despesas das famílias. Dirão que o fenómeno é mais preocupante num país como os EUA, onde a saúde é cara, essencialmente entregue a companhias de seguros privadas, onde as universidades também são privadas e cobram somas abismais para um ensino nem sempre de grande qualidade. Sim, é verdade. Mas na Europa e em Portugal, as mesmas coisas ocorrem, os mesmos aumentos para os mesmos serviços, com a única diferença que, neste país, muito mais pobre que aquilo que se costuma pensar quando se invoca «a Europa», um número impressionante de pessoas não tem sequer real acesso a saúde de qualidade e o número dos que frequentam o ensino até ao nível de licenciatura ou mais é muito menor, do que nos restantes países do «espaço euro».
O valor da inflação em Portugal é uma construção dos governos e administrações, um fraco reflexo, ou mesmo uma completa ficção, daquilo que os portugueses comuns experimentam no dia a dia. Porém, este «índice» estabelece uma série de valores de aumentos, desde as pensões até aos ordenados da função pública. É com base neste índice que são calculados os aumentos das rendas de casa, ou as prestações sociais.
Por causa deste número fictício e completamente manipulado, o próprio PIB é calculado usando como índice «deflator», um valor muito menor do que deveria ser, permitindo exibir uma ligeira progressão, quando, na verdade, o país se encontra em depressão há vários anos a esta parte.
A tabela abaixo, retirado desta página, mostra como as inflações mensais são tão erráticas, o que não deixa de colocar várias interrogações.
A primeira das quais é saber se, sendo o país largamente importador, que efeito terão as oscilações doutras divisas e das suas cotações, relativamente ao euro. Verifica-se, se colocarmos em paralelo uma tabela com cotações do euro em dólares, em libras ou noutras moedas, que existe um maior aumento da inflação quando o euro em sido mais forte em relação a todas as moedas com as quais Portugal faz comércio frequente (ver valores de Agosto de 2017, em que a cotação do euro atingiu um máximo em relação ao dólar). Isto é bastante insólito.
A segunda interrogação incide sobre as oscilações importantes de inflação de um mês para o outro: não sabemos se os cálculos contemplam a existência, ou não, de fatores corretivos devidos à sazonalidade de certas despesas (por exemplo, gabardinas em Agosto ou artigos de praia em Dezembro). A terceira interrogação e talvez a mais importante é a que tem a ver com a ausência completa de referências sobre os critérios e procedimentos estatísticos utilizados.
Provavelmente, uma pessoa muito interessada, poderá pedir ao INE (Instituo Nacional de Estatística) algumas informações sobre os critérios usados para cálculo do índice de inflação. Mas, a imensa maioria contenta-se em aceitar o «dado» de que a «inflação de Agosto de 2017 foi de 1,136%» coisa que é impossível de validar ou de invalidar. É decretada assim, sendo todos os cálculos (pelo menos os oficiais) baseados nestes dados numéricos.
Daqui decorrem duas consequências importantes: como estes dados estão geralmente fora da realidade e enviesados no sentido de diminuírem o valor real da inflação, as pessoas vão perdendo poder de compra, vão sentindo cada vez maior aperto mas não sabem ao certo o que se passa. Têm a sensação vaga do seu ordenado ou pensão valer cada vez menos, mas sem - porém - poderem relacionar com os dados mais gerais da situação económica.
Outra consequência: as pessoas podem ouvir que a situação do país está a melhorar e que - por azar - elas estão pior, mas que a situação das pessoas terá melhorado, em média. Satisfaz portanto o papel de propaganda discreta do governo e de contenção das despesas do mesmo, em relação a obrigações do Estado, desde pensões e prestações sociais, até aos ordenados dos funcionários.
De facto, estes números são tão falsos em relação à realidade económica das famílias e das empresas - do país em geral - como eram os dados estatísticos do bloco soviético, na era da guerra fria (nos anos 50 a 80 do século passado).
O facto de economistas e investigadores se basearem em dados completamente falseados mostra até que ponto a economia não é uma ciência, mas apenas um discurso feito à medida das necessidades de justificar este ou aquele discurso de poder, como esclareci em detalhe aqui.
A nossa capacidade em tomar decisões acertadas, quer ao nível pessoal, quer ao nível de empresas, está completamente dependente da nossa capacidade em avaliar com justeza a dinâmica da situação económica, seja a um nível global, regional ou nacional. Se tais instrumentos forem escamoteados ou falseados, é inevitável que as pessoas cometam erros de avaliação, tanto maiores quanto mais forte for a sua crença na propaganda disfarçada em «factos económicos», produzida pelas agências governamentais ou afins.
O cálculo dos índices de inflação, é - em resumo - uma enorme trapaça, servida pelos governos, para enganar as pessoas comuns, os «servos da gleba» modernos.
Nesta conferência F. W. Engdahl dá uma série de razões que demonstram que os Rockefeller e outros se dedicaram a concretizar projectos de eugenia e de redução programada da população (malthusianismo).
É assustador porque é absolutamente não demagógico, só factos, muito documentado.
SEJA NOS EUA, SEJA ONDE FOR, AQUILO QUE ACONTECE É QUE PESSOAS INOCENTES são cobardemente massacradas.
Mas, para além da tragédia humana, deveríamos ter um espírito crítico, pois essas ocorrências são muito suspeitas: - Um atirador isolado consegue atirar a matar para uma multidão, a meio quilómetro de distância, durante esses fatídicos 10 minutos, de um 32º andar de um hotel? - Um homem sem antecedentes criminais de qualquer espécie, comete um crime assim premeditado? - Escolhe um sítio com o qual está bastante familiarizado, parece que ele era um jogador frequente em Las Vegas? - Apesar das câmaras de vigilância que há no hotel em causa, consegue transportar 10 armas de fogo para o quarto?
A lista de interrogações é muito maior do que os dados biográficos que são veiculados a conta-gotas por uma média cúmplice de todo este Carnaval sangrento, pois esconde a realidade dos factos. A começar pela enorme inverosimilhança de um indivíduo de 64 anos, sem quaisquer antecedentes se lembrar (?) de fazer uma coisa destas. Uma das coisas elementares numa investigação policial é o motivo do crime.
Claro que - convenientemente - o (suposto) autor da matança se suicidou, dizem eles, antes de a polícia ter arrombado a porta do quarto do hotel.
Mas e se as coisas não tivessem sido exatamente assim? E se o homem tivesse sido morto quando um grupo de atiradores irrompeu no quarto e só então começou tiroteio causando os mortos no concerto, lá em baixo? Como profissionais, eles podem muito bem ter planeado a sua saída do local, sem dar nas vistas...
Uma das coisas mais chocantes é que nestes casos todos, o que efetuou o crime nunca sobrevive, morre sempre de suicídio ou pelas balas da polícia. Não há portanto lugar a julgamento, com a possibilidade do acusado falar «demais», de dizer algo inconveniente sobre cumplicidades insuspeitas, para ficar registado num processo e julgamento.
A grotesca farsa de atribuir às armas o papel que cabe aos indivíduos, mesmo admitindo que estes «patsys» sejam, eles próprios, os que premiram o gatilho, deixa-me sempre com o sentimento de que se trata de montagens, de formas que o Estado e os seus lacaios têm de desviar a atenção do público: Não são as facas... responsáveis pelos crimes causados com facas; porque motivo seriam as armas de fogo responsáveis por isso, afinal?
Na verdade, a sociedade americana é uma sociedade psicopática. Os doentes mentais estão muito pior tratados, que noutros países «ocidentais». É frequente serem medicados com psicofármacos e depois deixados a eles próprios, sem qualquer acompanhamento. Muitos, deixam subitamente de tomar medicamentos, substâncias psicotrópicas, causando uma psicose induzida pela retirada da substância. Estas drogas medicamentosas têm semelhanças - ao nível dos mecanismos de ação - com «droga», no sentido vulgar do termo: causam adição e síndrome de privação.
Quer seja a alucinação de um psicopata cujo tratamento foi interrompido, ou uma montagem policial (e/ou de agências ao serviço do Estado profundo), o certo é que estes banhos de sangue têm sido regulares, causados por cidadãos dos EUA, sem ligação conhecida com redes terroristas de qualquer espécie.
Afinal, estes casos acontecem com imensa frequência nos EUA, mas em mais nenhum outro país do mundo: num país como o Iraque, por exemplo, as mortes são causadas por atentados terroristas, com motivação política, ao fim e ao cabo. Existem muitos países do mundo em que o número de cidadãos que possuem armas e andam com elas é ainda maior que nos EUA. Por exemplo, na Colômbia ocorrem mortes frequentes, mas causadas por ajustes de contas, relacionados com o tráfico de droga. Nunca são massacres completamente destituídos de motivação aparente, como se verifica nos EUA.
De facto, este país violento trata de modo violento, não apenas os povos que submete, como cidadãos dos EUA que não estão de acordo ou incomodam o Estado profundo. Há uma cultura de violência política e social entrincheirada na cultura americana, que não é de agora. Basta pensar nos assassinatos de presidentes, políticos, sindicalistas, líderes cívicos e religiosos, pessoas comuns perseguidas e imoladas por causa de sua etnia ou posições políticas (ou ambas).
Oiçamos primeiro uma versão de Traüme, com Jonas Kaufmann e a Orquestra da Ópera de Berlim.
Aqui abaixo, uma interpretação por Jessye Norman, do ciclo completo das cinco peças.
Estas célebres peças dedicadas a Mathilde Wesendonck foram escritas por Wagner sobre poemas da mesma Mathilde, esposa de um dos patronos de Wagner.
Parece que o compositor se apaixonou pela esposa do rico comerciante de sedas Otto Wesendonck. Ao certo, não se sabe se conseguiu consumar os seus intentos.
Ele escreveu uma carta, que foi interceptada por Minna, esposa de Wagner.
De qualquer maneira, o ciclo de Lieder sobre poemas de Mathilde é um ponto alto do reportório romântico.
Träume
Sag, welch wunderbare Träume Halten meinen Sinn umfangen, Daß sie nicht wie leere Schäume Sind in ödes Nichts vergangen?
Träume, die in jeder Stunde, Jedem Tage schöner blühn, Und mit ihrer Himmelskunde Selig durchs Gemüte ziehn!
Träume, die wie hehre Strahlen In die Seele sich versenken, Dort ein ewig Bild zu malen: Allvergessen, Eingedenken!
Träume, wie wenn Frühlingssonne Aus dem Schnee die Blüten küßt, Daß zu nie geahnter Wonne Sie der neue Tag begrüßt,
Daß sie wachsen, daß sie blühen, Träumend spenden ihren Duft, Sanft an deiner Brust verglühen, Und dann sinken in die Gruft.
5. Lied der "Wesendoncklieder", vertont von Richard Wagner (1813-1883) Text: Mathilde Wesendonck, geb. Luckemeyer (1828-1902)
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Sonhos (Tradução)
Diz, que maravilhosos sonhos Me exaltam o espírito, Sem se desfazerem Como espuma vazia no desolado nada?
Sonhos que em cada hora Em cada dia, florescem mais belos E que, com a sua mensagem divina, Me atravessam a mente como bênçãos.
Sonhos que, como raios celestiais Me penetram a alma Para nela pintarem uma imagem eterna: Tudo esquecer, um só lembrar!
Sonhos que, como o sol primaveril Beijando as flores libertas da neve E, entre delícias insuspeitadas, lhes dá as saudações do novo dia,
As faz crescer, desabrochar, espalhar, Sonhando, a sua fragrância,
Murchar suavemente no teu peito E descer, depois, à sepultura.