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segunda-feira, 26 de maio de 2025

ALICE SARA OTT - sensibilidade e espiritualidade [Segundas-f. Musicais, nº35]

 Só soube agora e fiquei deveras chocado com a notícia sobre a saúde da pianista Alice Sara Ott. Creio que será difícil, no longo prazo, ela continuar com uma intensa atividade de concertista. A esclerose múltipla é uma doença debilitante, que pode deixar as pessoas exaustas, mesmo quando seguem o tratamento adequado. 


Os 24 prelúdios de Chopin, são muitas vezes mal interpretados, pois a estética de Chopin nesta série é quase clássica, embora vários intérpretes acentuem demasiado o lado romântico.
Tenho acompanhado atuações em concerto de Alice Sara e ouvido faixas de alguns discos, desde há alguns anos. Recentemente fiquei encantado ao ouvir a sua interpretação ao vivo, feita para a série dos «Tiny Desk Concerts», um programa que começou na época de confinamento do COVID, porém tem continuado, dado o seu enorme sucesso.


Na gravação, pode ouvir-se o último prelúdio do ciclo de 24 prelúdios de Chopin, assim como a explicação de viva voz de Alice Sara sobre o seu modo de sentir os Prelúdios de Chopin. 
Ela deixa transparecer por palavras a sua espiritualidade e emoção. Estas não são surpresa para quem ouviu as suas interpretações pianísticas inigualáveis

Quando oiço esta artista total fico sempre extasiado.




quinta-feira, 15 de maio de 2025

PEDRO BAÑOS E CRISTINA JIMÉNEZ: «A TIRANIA DA MENTIRA»

                                                             [INÍCIO aos 2' 10'' no vídeo]

Transcrevo o texto de apresentação da memorável conversa, do vídeo acima «A Tirania Da Mentira»:

"Cristina Martín Jiménez crê firmemente que vivemos na época da desinformação, da mentira e do caos. Mas, que são os que nos governam, diretamente ou na sombra, os maiores mentirosos, os mesmos que nos impõem a ditadura da neocensura.
Cristina é escritora, conferencista e divulgadora. Além de doutorada em Ciências da Comunicação/Jornalismo. Tem sido considerada como uma das maiores especialistas mundiais sobre o Club Bilderberg.
Ela tem passado muitos anos desfazendo os fios com que é tecido o poder, exibindo à luz do dia os que verdadeiramente manipulam as nossas vidas, segundo os seus caprichos.
Para Cristina, é claro: quem controla a informação, controla o poder e molda a sociedade em seu proveito.
Hoje, como se fosse de pouca importância, os poderosos tratam de aniquilar o pensamento crítico das sociedades. Para estas élites, a liberdade de expressão é vista como ameaça. Desta forma, controlam com descaramento os meios de comunicação, incluindo as redes sociais.
São perseguidos os que não pensam como os governantes, os quaistentam submeter o nosso intelecto e a nossa vontade por por todos os meios. Vale tudo, para nos roubar em nome da Agenda 2030, da OTAN e da UE, com a cumplicidade de «jornalistas», segundo afirma Cristina. Enquanto lutadora pela verdade e pela liberdade, é objeto de censura permanente nas redes.

Neste vídeo, ela fala-nos de todos estes temas e de muitos outros, como os planos do Club de Bilderberg para Espanha, ou quem são realmente os donos do mundo.
Está na hora de despertar e de recuperar a nossa liberdade."



Comentário de Manuel Banet:

A retórica dos governos ocidentais atuais afirma que eles seriam sempre os mais zelosos guardiães da nossa liberdade, da sociedade baseada em valores democráticos, etc. Porém, o que todos nós vemos é o inverso. Temos uma sociedade que despreza o indivíduo, despreza a sua necessidade mais elementar de privacidade, nos obriga todos a adoptar um padrão de comportamento arbitrário e mesmo prejudicial: São estes os casos das máscaras «anti-COVID» e da vacinação «anti-COVID», que já terá causado maior dano (mortes ou incapacidades graves) do que o causado pelo próprio vírus.
Outro exemplo chocante, é a retórica «de democracia» dos referidos governos, quando apoiam um regime autoritário, um governo recheado de elementos claramente fascistas, que consideram «heróis» os assassinos de populações indefesas, às dezendas de milhares, durante a IIªGuerra Mundial, em colaboração com as SS alemãs.
Mas as contradições não se ficam por aqui; todos sabemos a enorme quantidade de criminalidade de «colarinho branco» que existe, na qual elementos dos governos estão diretamente implicados.
O desprezo pela vontade popular ao longo destes últimos 30 anos, foi desencadear o crescimento da rejeição da UE e do globalismo, pelo eleitorado. Rejeição, já não marginal, mas claramente maioritária, se juntarmos as votações nesse sentido, do lado direito do espectro político, com as o lado esquerdo. Já em 2005, isto aconteceu à escala de duas nações da UE, na França e na Holanda, com a rejeição em referendo da «Constituição Europeia».
Agora, o 2º maior partido nas eleições alemãs é a nacionalista e conservadora AfD ameaçada, pelos poderes instalados, de ilegalização. Marine Le Pen, candidata à presidência em França (ficou em 2º lugar nas últimas presidenciais), foi condenada com uma sentença extremamente severa, que a proíbe de se apresentar às próximas presidenciais.
Os manifestantes que clamam pelo fim do genocídio em Gaza e na Palestina, são tratados brutalmente pelas polícias.
Há muitos militantes e jornalistas perseguidos judicialmente e até presos pelas suas opiniões, mesmo quando estas são postadas em redes sociais. Os tribunais não apenas anulam a liberdade de opinião e de palavra de alguns, mas de todos e em todas as circunstâncias. Com efeito, as sentenças arbitrárias e contradizendo as constituições e a jurisprudência, vêm «legitimar» tal repressão.
A máscara de «defensores dos direitos humanos» das oligarquias caíu completamente, ficando a descoberto a face horrível da tirania, do poder sem freio, do fascismo.
Só alguns jornalistas (muitos dos quais têm sido referidos aqui, neste blog), mantêm a postura de independência e de não compromisso.
Globalmente, a comunicação social, o chamado «IVº Poder», deixou de ser um contra-poder - como era visto nos anos 60 e 70 do século passado, nas sociedades ocidentais - para se transformar num «exército de escribas e censores» ao serviço do poder político e económico.

terça-feira, 29 de abril de 2025

O COLAPSO DAS REDES IBÉRICAS DE ELETRICIDADE - ALGUMAS REFLEXÕES

 Tinha ido a Lisboa e circulava de automóvel no momento em que se deu o corte de energia elétrica (por volta das 11.15 h. locais, do dia 28.04.2025).

Primeira impressão: A ausência de luzes nos semáforos. Notei um trânsito não caótico, mas em que os condutores tomavam as devidas precauções para evitar colisões. A ausência de semáforos tinha o efeito de aumentar a consciência e condução responsável das pessoas!

Depois, fomos informados da escala do «apagão», por pessoas na rua; algumas tinham logo conhecimento de que este acidente afetara não só o país (Portugal), como a vizinha Espanha. Na realidade, apontavam um fenómeno atmosférico pouco usual, algures em Espanha, como causa desta quebra generalizada de eletricidade. 

Porém, ao longo do dia 28 de Abril, as pessoas foram deixadas no «escuro», não apenas literalmente, como também devido a uma ocultação «burocrática» pelo governo e pelas instâncias que têm por função gerir situações de emergência. 

Numa circunstância como esta, seria de esperar uma presença visível de polícia de trânsito nas ruas: Nada, ausência completa, da polícia de trânsito ou de outra. O papel da polícia não é de defender e ajudar a cidadania, como ingenuamente muitos pensam; é de guardar os poderes, o governo, os bancos, etc... Em caso de emergência, são estas as prioridades; a regulação do trânsito não cabe em tais prioridades!

Também tive conhecimento de que a CNN tinha propalado a (des)informação de que a avaria das redes elétricas ibéricas «tinha sido provocada pelos russos». O jornal «Observador» (de tendência direitista) precipitou-se a dar a «notícia», o que nos permite verificar que certos media, não só propagam uma ideologia neo-liberal, como inclusive propagam falsas notícias, com intuito claro de propaganda de guerra, que podem causar muito alarme e pânico. 

De facto, tem havido um mutismo completo, do lado das autoridades, sobre o que desencadeou esta enorme falha da rede elétrica: Porém, é evidente que, por detraz do motivo técnico pontual, é um facto que as redes não possuem sistemas de disparo automático (ou estes não funcionam) numa extensa parte do território europeu. 

Quando se dá uma anomalia da corrente num determinado ponto do sistema, há mecanismos instantâneos que cortam e isolam os subsistemas uns dos outros. Estes estão presentes noutros sistemas elétricos da Europa, onde acidentes em centrais e nodos elétricos não provocam tais quebras de energia na rede de países inteiros, mas apenas em determinados setores. 

De facto, a falha que afetou Portugal e Espanha e parte da França, Bélgica e Holanda, terá tido esta dimensão porque os sistemas de controlo europeus estão vetustos, não foram atualizados; terão talvez mais de 20 anos de atraso sobre o que seria o padrão de segurança atual. 

As empresas de geração e distribuição de energia elétrica têm sido privatizadas nos referidos países e noutros da UE. O efeito está à vista: As empresas de eletricidade,  uma vez privatizadas, deixam de investir na segurança, porque o seu único propósito é gerar lucro para os accionistas. O Estado está também culpado neste abandono dos padrões mínimos de segurança, pois não preenche adequadamente as funções que lhe cabem, por falta crónica de investimento. É a mesma situação, exatamente, que se verifica em relação aos sistemas públicos de saúde, de transportes, de educação, etc.    

Foi um momento pontual, mas que mostra às pessoas atentas, como os nossos Estados, tomados pela máfia «neo-liberal» desde há decénios, deixaram que os sistemas públicos (não apenas no setor da eletricidade) fossem fragilizados. Estes interesses privados e os governos neoliberais, são ambos os responsáveis do crónico sub-investimento nas infraestruturas dos nossos países.

PS: Algumas imagens dos apagões em Portugal, Espanha e França:


A reportagem atribui a origem do apagão a uma experiência em Espanha de 100% de «energia renovável» para manter o abastecimento elétrico... A «Agenda Net Zero».
Consulte também  a seguinte página:


Este video do EKAI CENTER APRESENTA UMA POSIÇÃO  SEMELHANTE À  MINHA

NB: ESCREVI o texto acima pouco tempo depois do fim do apagão. Como tenho tempo livre e imensa curiosidade sobre este tipo de coisas, dediquei algum tempo e energia ao assunto, lendo e ouvindo as mais diversas opiniões sobre as causas deste apagão. Consoante a tendência política dos autores dos blogs ou dos clips no Youtube, culpavam este ou aquele. Na verdade, os governos também não mostraram qualquer conhecimento e muito menos seriedade, ora avançando com uma explicação, ora com outra.
A incompetência não explica tudo, porém. Seria bem melhor para a imagem pública de um governo, apresentar os dados seguros, enunciar as incógnitas e nomear uma comissão de peritos para delucidar a natureza do fenómeno. 
 Evidentemente, para 'satisfazer' as pessoas, apresentaram explicações "provando" que se tratou de um fenómeno atmosférico pouco comum e de efeito improvável. Mas, esta explicação não satisfaz as pessoas que conservam um pouco de bom-senso e de lucidez: Estas, interrogam-se logo, se tal tipo de acontecimento não teria uma certa probabilidade de repetir-se, sobretudo não havendo um diagnóstico claro e incontroverso da ocorrência. Pelo que, naturalmente, as pessoas começam a colocar hipóteses diferentes (algumas fantasistas, outras não) das avançadas pelas autoridades.
Creio que estamos numa época bruta, em que os poderosos só estão preocupados com a sua sobrevivência política. Por outro lado, estão vassalizados pela classe oligárquica, sendo esta patologicamente destituída de qualquer empatia para com a humanidade "vulgar", que ela considera - mais ou menos- como "sub-humanos". Pensemos na proposta de diminuir a insolação com a formação de nuvens artificiais, causadas por agentes químicos. Manipulações deste teor podem desencadear efeitos secundários catastróficos, como a contaminação dos solos, por exemplo. Outras manipulações já produziram situações catastróficas, como vimos em relação ao vírus do COVID e às vacinas com genes virais, num suporte de ARN-m.
Deve-se exigir a imediata formação de uma comissão técnico-científica, independente dos governos, para analisar as causas do apagão e apresentar um relatório, acessível ao público.

sábado, 26 de abril de 2025

O MUNDO FRACCIONADO... E SUAS CONSEQUÊNCIAS


LEITURA POLÍTICA NÃO-PARTIDÁRIA DO PRESENTE

 Sem dúvida que os últimos 5 anos foram acelerar o fraccionamento, a divisão artificial entre os povos e entre pessoas, dentro de cada povo. 

Devemos nos perguntar até que ponto devemos atribuir a responsabilidade exclusiva aos decisores políticos e/ou económicos. Sem dúvida, o seu poder sobre a vida das gentes comuns é grande. Mas, este poder é-lhes dado (e reforçado) pela passividade, pelo indiferentismo de muitos.

 Curiosamente, são aqueles que mais podem intervir devido à sua cultura, à sua posição económica, ou à sua fama e popularidade, que menos intervêem

Os pobres podem multiplicar protestos, manifestações, ou outros atos simbólicos. Porém, os atos em causa são como «perante o muro das lamentações». 

Ou seja, os protestos só têm alguma eficácia nas raras ocasiões em que implicam consideráveis riscos para a plutocracia, para os detentores do poder real. Mas, no caso de ser assim, quem se manifesta está sujeito a uma repressão selvagem, desproporcionada, pelas «forças da ordem».

 Mesmo quando se trata de protestos simbólicos, perfeitamente legais e sem violência, a polícia reprime à bastonada, prende e levanta processos aos manifestantes, por eles gritarem slogans, por exprimirem seu desespero, sua raiva pela ausência de justiça para os despossuídos. 

A que distância as ditas «democracias ocidentais» estão de uma efetiva democracia, mesmo relativamente ao conceito de democracia mais consensual, o que está consignado nas constituições dos respectivos países? 

Eu diria que estão cada vez mais distantes. Não apenas no comportamento da polícia e doutros órgãos do Estado, como também ao nível das leis iníquas, publicadas ultimamente, que violam ou esvaziam de substância as liberdades e garantias dos cidadãos. Nos textos constitucionais ainda estas se mantêm; porém, a sua tradução no comportamento dos corpos do Estado, desde o governo à administração e aos tribunais, é nula! 

Estamos perante uma deriva autoritária total e transnacional, a mais brutal das nossas vidas, para a qual não houve - até ao momento - contra-ofensiva à altura, por parte dos de baixo. 

De facto, uma parte dos que têm protagonismo e protestam, fazem-no por dever de ofício, por serem «militantes a tempo inteiro», ou por ambições de carreira política. Não existe verdadeiro contrapoder, que dê expressão ao descontentamento e -sobretudo - desencadeie a contra-ofensiva, perante os desmandos do poder. 

O arbítrio dos poderes atuais não tem limites. Aliás, no seio das forças policiais e militares, há muitos que defendem uma ou outra versão de fascismo ou de militarismo. Somente não tiveram ainda oportunidade de agir a descoberto. Estão à espera - provavelmente - que surjam provocações, atentados de falsa bandeira, ou falsas ameaças de ruptura da ordem burguesa, para avançarem com a imposição da «Ordem Nova», ou seja, da ditadura fascista.  

No resto do aparelho de Estado e no próprio seio de partidos e associações que se declaram democratas, existem numerosos indivíduos que estão disponíveis para apoiar uma tal tomada de poder. 

Esta tomada de poder pode assumir muitas modalidades; desde o golpe de Estado violento, como no Chile, até ao «golpe de Estado deslizante», como está em curso no Reino Unido, na França, na Alemanha, na Polónia, na Roménia e em Portugal. Estes países têm uma tradição democrática, mas também uma tradição fascista

Todos eles têm governos incapazes de fabricar «consensos», como se verifica pelas sucessivas sondagens, mostrando a sua impopularidade. Eles, políticos dos «partidos de governo», têm uma impossibilidade prática de satisfazer, ao mesmo tempo, as aspirações do povo a uma vida decente e às proteções sociais conquistadas há cerca de meio-século, por um lado; e por outro, as exigências das oligarquias nacionais e globais. Estando os políticos dependentes das doações generosas dos oligarcas as campanhas eleitorais, já se sabe quem eles irão procurar satisfazer.

O divórcio entre a oligarquia governante e os cidadãos comuns nunca esteve tão patente. Os resultados eleitorais refletem esta desconfiança dos partidos tradicionais. Porém, a saída que os governos estão a implementar não é original, nem gloriosa: Consiste em tentar provocar uma guerra direta contra a Rússia. Não lhes importam as desgraças de toda a ordem que a população possa sofrer. Nem mesmo parecem temer uma deriva com uso de armas nucleares, que uma tal guerra fatalmente tornaria mais provável.   

A lógica deles é a de se manterem no poder, a todo o custo. Porque os gastos com rearmamento, as sucessivas declarações belicistas e tudo o mais, são afinal pretextos, «justificações» para a destruição definitiva do «Welfare State» (Estado de Bem-estar) que foi construído ao longo das três primeiras décadas do pós IIª Guerra Mundial. 

É com vista à entrada dos seus países numa aventura bélica, que têm vindo a promulgar leis que criminalizam e permitem «legalmente» prender pessoas por elas protestarem, por exercerem seus direitos de opinião, de manifestação e de organização. 

Mais uma vez, constato que o episódio do COVID foi o balão de ensaio, o teste à escala real, que permitiu à oligarquia afinar a estratégia de domínio da «plebe» e transformar a «democracia liberal» através dum golpe de Estado interior, num regime mais autoritário, que poderá transformar-se em totalitário. 

Não esqueçamos que os nazis e o seu Führer não precisaram de abolir a Constituição democrática da República de Weimar. Como agiram os nazis? Ignoraram esta constituição: Deliberadamente, não a aboliram, mas ignoraram-na. A «Ordem Nova» reinava e quem fazia as leis eram eles, os Nazis. Foi assim até à queda final do regime. A constituição de Weimar, teoricamente, manteve-se em vigor durante todo o período do regime Nazi. Na prática, era como se não existisse.

A traição dos «partidos de governo», nas democracias ditas liberais do Ocidente, em particular da Europa, começou há muito tempo, quando decidiram que certas partes das constituições nacionais «não eram para tomar à letra». 

Agora, o que fazem - quer em termos práticos, quer legislativos - é uma constante violação destas mesmas constituições: 

- A instrumentalização do funcionamento da justiça.

- A repressão violenta de manifestações não-violentas.

- A perseguição de pessoas e organizações pelas suas opiniões, seus escritos, violando claramente o direito à livre opinião. 

- Destruição das leis de protecção dos trabalhadores, dos seus direitos. 

- Cancelamentos de apoios do Estado a pessoas carenciadas. 

- Os abusos securitários das polícias secretas, espiando certos indivíduos e organizações, porque não capitularam perante o sistema.

... Etc, etc.

A paralisia de forças «anti-sistema» ou «alternativas», é confrangedora; mostra que as pessoas não foram educadas, nem sobre direitos e deveres (educação cívica), nem sobre como construir organizações, com base na solidariedade de classe. As pessoas mais «ativistas» podem subjetivamente estar contra a situação criada pelas elites no poder, mas não conseguem fazer nada de construtivo para as combater.


Neste país - Portugal - a solidariedade de classe foi confundida demasiadas vezes com sectarismo de partidos políticos, que tomaram o controlo e abafaram a combatividade dos sindicatos e das outras organizações de classe. Agora, seria o momento de sindicatos, organizações populares, cooperativas e movimentos populares amplos, se erguerem e resistirem à destruição de todos os avanços sociais, pela oligarquia no poder. Porém, observa-se uma paralisia geral; a sua combatividade está demasiado áquem dos desafios que se colocam!
O que prevejo, é penoso de pensar, mas é realista: Estamos a descer, coletivamente, para uma era de obscurantismo, onde as liberdades, os direitos sociais e a cultura vão ser substituídos pelo fascismo de novo tipo, uma receita velha com roupagens novas. Muita gente só irá despertar, quando já for demasiado tarde.

quarta-feira, 9 de abril de 2025

CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL, Nº 42: A TEMPESTADE TARIFÁRIA, OS MERCADOS E AS ALIANÇAS


Há mercados e mercados. Os mercados bolsistas, mesmo as ações das empresas mais conhecidas, ou os índices do «S&P 500» ou do «NASDAQ», apenas afetam diretamente os que investiram nesses ativos. Mesmo os «valores seguros», estão sujeitos a grandes perdas, como nos foi dado ver, nestes últimos dias, no crash da libertação a 2 de Abril

O S&P perdeu 11.5% em 3 dias, e o juro das obrigações do Tesouro a 10 anos [ 10Y UST ] situa-se agora a 4.38%. As «treasuries» dos EUA  já não podem servir como  tradicional «porto refúgio» dos capitais.

Esta mudança tectónica é, no entanto, mais significativa ainda no médio/longo prazo para os mercados de matérias-primas e produtos manufaturados, ou seja, para a «economia real», a qual afeta todas as pessoas, em todos os países.

Não tenho dúvidas de que estamos perante um crash induzido: Os que planearam este crash, no círculo de Trump, sabem perfeitamente que estas modificações bruscas de tarifas alfandegárias têm implicações a vários níveis. Não só afetam os preços das mercadorias ao consumidor, os fluxos das mesmas mercadorias, e - em consequência - os fluxos de capitais. Mas, igualmente jogam com o panorama de alianças no âmbito da IIIª Guerra Mundial.

Estas mudanças estão ainda no começo, embora as novas linhas de fratura já se vislumbrem, pelos discursos e sobretudo, pelos atos concretos dos governos. Os vassalos do império dos EUA, Starmer, Macron, Van der Leyen, etc, estão atónitos: Após a mudança de rumo nos assuntos da guerra Russo-Ucraniana, vem um «segundo punch», que os deixa a cambalear. Estão incapazes de fazer frente à nítida desautorização, pela potência tutelar que os «protegia».

Mas, a China não se deixou intimidar e respondeu exatamente com as mesmas medidas tarifárias, mas em sentido contrário às dos EUA. Além disso, e muito menos divulgado, decidiu proíbir a exportação de «terras raras» que os EUA precisam para sua indústria de eletrónica, incluindo o fabrico de «microchips» para os jets, mísseis e outras armas sofisticadas.

A China encontra-se, claramente, em vantagem; constatação consensual, qualquer que seja a simpatia ou antipatia dos observadores, em relação ao gigante asiático. Do ponto de vista das alianças, igualmente está a ganhar, com o estreitamento dos laços comerciais e a formação duma «frente comum», com os parceiros da ASEAN. Isto reveste-se de significado estratégico também, pois as (atuais e futuras) sanções ocidentais não a incomodarão; a China terá ainda maior independência comercial, em relação aos EUA e seus vassalos ocidentais. Mesmo os mais fiéis vassalos dos EUA no Extremo-Oriente (Coréia do Sul e Japão), estão dispostos a coordenar ações com a China, para minimizar o efeito do «tornado tarifário Trump» sobre as exportações.

Tudo o que se possa pensar sobre a polaridade globalização/soberanismo, está posto em causa; pois, tradicionalmente, a defesa da globalização capitalista era obra dos EUA e de seus aliados, enquanto as políticas de defesa da soberania, eram protagonizadas pela Rússia, a China e seus aliados nos BRICS...

Hoje em dia, o Mundo descobre que é um perigo bem maior, em termos comerciais e de estabilidade económica, política e geoestratégica, desenvolver laços com os EUA. Estes, serão ainda a potência económica maior em volume de capitais investidos, embora já não em termos de produção de bens industriais.

Pelo contrário, a China é um parceiro confiável: Está sempre atenta aos fatores de estabilidade, predictibilidade e recíprocidade. 
Por isso, também, é vã a tentativa de desacoplar a Rússia, da China: Estão envolvidos numa aliança a vários níveis, da defesa ao comércio, da diplomacia à construção de novas rotas terrestres e marítimas (incluindo a rota o Ártico).

Finalmente, o que deveria preocupar mais as pessoas no Ocidente, seria antes a atitude aventureira dos dirigentes, que não sabem como atuar; as suas visões estavam falseadas... mas, falseadas por eles próprios. É um caso de auto-engano, de tomarem seus desejos pela realidade. A sua credibilidade atinge mínimos, nas sondagens de opinião. Estes factos não nos devem tranquilizar, pelo contrário; pois a nossa «democracia», com todas as suas limitações já não é tolerável para os «nossos dirigentes». Eles revelaram-se naquilo que já eram, em segredo: Autocratas ao serviço das oligarquias, interessados apenas retoricamente em afirmar os valores da democracia «para dar uma imagem», para consumo do povo.
O que fazem, na realidade, é no interesse diametralmente oposto ao dos respetivos povos, das respetivas nações. 
Com leis absurdas, produzidas por eles próprios, estão muito atarefados a neutralizar  (pela censura, por processos judiciais e pelo assédio policial) todos aqueles que se atrevem a contestar a sua política. 
Os poderes têm não apenas difamado, como reprimido,  manifestantes contra a monstruosidade do genocído dos palestinianos pelos israelitas, em Gaza e na Margem Ocidental. Se isto não é fascismo em ação, expliquem-me então, o que é...

Tudo aquilo que eu temia, quando falava da destruição de um semblante de legalidade e do Estado de Direito, a propósito da repressão aos dissidentes do COVID e da campanha de «vacinação» forçada, está a ser (re)posto em prática, agora. Existe um centro operacional comum, que coordena ao nível dos países da UE e da OTAN, a repressão da dissidência. É uma contínua guerra contra a cidadania, silenciosa mas sem quartel. 
 Os poderes de Estado, violentos, têm as forças repressivas ao seu serviço e os povos estão desarmados: Os tribunais são a maior farsa e as forças de oposição parlamentar têm sido impotentes, quando não colaborantes.

O fascismo do século XXI , não só tem avançado (ver artigo de Jonathan Cook), mas já tem o atrevimento de negar, ostensivamente, os valores que enformavam a «democracia liberal» nos países da OTAN em geral e, em especial, na França, Alemanha e Reino-Unido...

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PS1: OS BRICS e a multipolaridade são fatores decisivos, que modificam qualitativamente as relações do «Sul global» com o «Ocidente global».

PS2: Veja o que tem acontecido com as compras de ouro pelo banco central da China (a azul) e com as compras/vendas de Obrigações do Tesouro US (a vermelho): O PBOC tem um meio eficaz de pressão sobre o dólar e tem exercido essa pressão, de forma consistente.


segunda-feira, 24 de março de 2025

PORTUGAL, «O COLAPSO EM CÂMARA LENTA»

 No vídeo seguinte são apontadas algumas das graves disfunções, que têm sido responsáveis pela crise. Esta tem sido mais longa e mais profunda que noutros países europeus. Na realidade, conjugam-se três crises, ou três componentes de uma mesma crise estrutural: demográfica, económica e social.

Na realidade, as raíses do fenómeno português podem ser procuradas bem longe, na História. Porém, no relativo curto prazo, situo a deriva agravada a partir do ano de 2015 quando, saído de uma grave recessão e com num processo anémico de crescimento, o país foi governado pelo centro-esquerda, tendo antes estado entregue ao centro-direita. 

Na realidade, trata-se de duas versões da classe dominante. Esta burguesia local tem estado vassalizada - principalmente - aos senhores da UE, à Comissão Europeia e aos governos dos países mais fortes (Alemanha e França sobretudo). 

A opção do governo P«S» de Carlos Costa, foi de  dar rédea larga à exploração de curtíssimo prazo resultante da bonança momentânea com o turismo, criando condições para uma enganadora retoma económica. Enganadora, pois não se baseava em desenvolvimento estratégico, como seria o caso, se houvesse real investimento em infraestruturas e em formação. Mesmo nos sectores «dos ovos de ouro», turismo e imobiliário, não havia real estratégia. O imobiliário foi entregue a empreendores exclusivamente virados para a construção ou reabilitação de elevados custos finais, destinada à fina camada de portugueses endinheirados e -sobretudo - aos muitos estrangeiros, principalmente da UE, mas também dos EUA, do Brasil, da China, etc. Estes superricos viam a compra de imobiliário em Portugal, como sendo um investimento com boas hipóteses de valorização. Era também avaliado este país como sendo «seguro», em termos de proteção da propriedade capitalista. 

Com a crise do COVID primeiro e depois com a deterioração do clima económico na UE, entrou-se em recessão. Esta, tem sido negada pelas estatísticas enviesadas. Mas, as condições precárias dos não-beneficiários com o «mini-boom» turístico, foram tornando-se cada vez piores. Muitos partiram para o estrangeiro, sobretudo jovens, como está documentado no vídeo. Mas, esta emigração em massa só trouxe prejuízo ao país, pois acentuou a condição de país exportador de mão-de-obra e cuja juventude - altamente qualificada- por falta de emprego adequado, é obrigada a fazer carreira no estrangeiro (a «drenagem dos cérebros» ou «brain drain»). 

A dependência estrutural de Portugal não é uma fatalidade, porém:

 Portugal possui boas condições naturais, climáticas e geográficas, para arrancar para um desenvolvimento autónomo. Mas, para isso, seria necessário que a camada dirigente dos partidos de governo tivesse uma perspectiva patriótica. Ora, esta camada é totalmente o oposto: sofre dum complexo de inferioridade face ao estrangeiro, em todos os setores do espectro político: de direita, de centro e de esquerda. O mais frequente, é digladiarem-se para arrancar mais benesses ao Estado, através do controlo da media de massas. 

A casta governante está inteiramente devotada aos interesses corporativos; sua sujeição canina ao imperialismo e à OTAN, são outro sinal claro disso.




sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

CRÓNICA DA IIIº GUERRA MUNDIAL (Nº38): QUANDO O TECIDO DE MENTIRAS SE DESFAZ

 Em todas as frentes, verifica-se a subida à superfície de verdades até agora escondidas ou obscurecidas. É como se um balão estivesse mantido submerso debaixo de água, fosse largado e subisse à superfície, de repente. 

A verdade sobre a pseudo pandemia do COVID vem ao de cima, com provas irrefutáveis da montagem, destinada a encobrir o maior acréscimo de concentração de poder em poucas mãos, por magnates e instituições financeiras globais. Como disse desde o início (ver os artigos neste blog, desde Fevereiro/Março de 2020), esta montagem não correspondia aos critérios da boa ciência, em biologia molecular e em biologia populacional. Daí a necessidade de intoxicação das massas com falsas (fake) informações e da perseguição terrorista contra médicos e científicos honestos, que ousaram desmascarar os estratagemas montados pela tecno-bioestrutura globalista.  

Nada poderá fazer voltar o Mundo ao que era. As desesperadas tentativas de fact-checkers, censores ao serviço da Nova Ordem Mundial globalista, foram completamente goradas. 

O jogo terá de ser modificado: O poder globalista tem de mudar de narrativa; tem de ceder nalguns pontos, para manter o controlo, sob pena das massas se aperceberem do logro em que foram mantidas durante anos, ou mesmo decénios.

Na impossibilidade de tudo resumir, deixo aqui - abaixo - alguns vídeos que nos esclarecem sobre vários aspectos de geopolítica, sobre a guerra tecnológica e os jogos de poder da oligarquia mundialista. Eles poderão modificar as perspectivas das pessoas. Basta que estejam minimanente interessadas em conhecer a verdade. 

Analisem estes documentos: É nestes momentos que a verdade vem ao de cima.









Desde 2022, as Crónicas da IIIª Guerra Mundial têm sido um repositório de informação honesta, fazendo contrapeso à propaganda dos poderes. Podes consultar estas crónicas AQUI.
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PS 1 (09/02/2025) : Um refugiado da Síria na Alemanha fala com conhecimento de causa do que se passou no seu país. Ele era jornalista e cobriu muito do que se passou desde o início da guerra civil na Síria. Fala com inteligência sobre as ingerências neste martirizado Estado do Levante, herdeiro da mais antiga civilização agrária. 
A não perder:






terça-feira, 14 de janeiro de 2025

AS TENTATIVAS DE WASHINGTON EM INTIMIDAR A CHINA VÃO SAIR PELA CULATRA

Artigo ORIGINAL, em inglês, de , ver AQUI.

Podemos ter uma conversa séria sobre a China?

A China está rapidamente ultrapassando os Estados Unidos em várias áreas que ameaçam minar a posição dos Estados Unidos no mundo. Naturalmente, os líderes dos EUA e seus patrocinadores bilionários estão preocupados com isso e tomaram medidas para remediar a situação. Lamentavelmente, nenhuma dessas medidas inclui uma avaliação honesta do modelo econômico ocidental que permite que os "poucos privilegiados" roubem muito dos lucros de suas empresas, deixando capital insuficiente para reinvestir em atividade produtiva, infraestrutura crítica ou melhoria social. Os formuladores de políticas chineses adotaram uma abordagem diferente para essa questão e os resultados falam por si. Os padrões de vida aumentaram acentuadamente, a pobreza foi erradicada, a assistência médica é universal, a infraestrutura crítica é de primeira linha e a China está ficando mais forte a cada dia.

Não acredite em mim. Leia os dados econômicos você mesmo. Ou, melhor ainda, pesquise no Google “cidades chinesas” ou “trem de alta velocidade chinês” ou “portos chineses” ou “pontes chinesas” etc. Veja você mesmo o milagre que está acontecendo na China hoje.

Esta não é apenas uma história sobre a ascensão econômica meteórica da China. É uma história sobre uma cultura e uma civilização que se livrou de um século de humilhação imperial e explodiu no cenário mundial como nenhuma outra civilização na história da humanidade. A China não é apenas um farol de luz em um mundo que está vivenciando paroxismos de violência e genocídio em uma escala não vista desde a Segunda Guerra Mundial, ela também serve como modelo para um futuro de coexistência pacífica por meio da prosperidade compartilhada, integração econômica e um vasto plano de infraestrutura para conectar os continentes por meio de uma nova Rota da Seda. (Iniciativa Cinturão e Rota) Os líderes chineses acreditam que o comércio e a conectividade podem aproximar o mundo, encerrando o ciclo vicioso de guerras que ameaçam aniquilar toda a humanidade. Em suma, a China está apontando o caminho para sair de cinco séculos de exploração colonial para um futuro mais brilhante, onde nações e pessoas usam mercados livres para trabalhar juntos e "levantar todos os barcos".

Já mencionamos que o milagre chinês não requer 800 bases militares espalhadas pelo planeta, ou intervenções sangrentas no Iraque, Líbia, Síria etc., ou inúmeros golpes em capitais estrangeiras, ou operações secretas, guerras sujas e infinitas operações psicológicas direcionadas ao povo americano. (Russiagate, Covid-19, 6 de janeiro, George Floyd etc.) Não, a China atingiu seus objetivos à moda antiga, por meio de trabalho duro, iniciativa, inovação e o apoio de um governo que direciona capital para projetos que promovem os interesses coletivos do povo chinês. Imagine um governo que articula corajosamente sua visão para o futuro e então auxilia os trabalhadores e indústrias que tornam esse sonho uma realidade. Foi isso que a China fez e é isso que a China está fazendo hoje. Dê uma olhada neste trecho de um artigo de Ron Unz:

A ascensão da China certamente está entre os acontecimentos mundiais mais importantes dos últimos 100 anos...

Durante as três décadas até 2010, a China alcançou talvez a mais rápida taxa sustentada de desenvolvimento econômico na história da espécie humana, com sua economia real crescendo quase 40 vezes entre 1978 e 2010. Em 1978, a economia dos Estados Unidos era 15 vezes maior, mas, de acordo com a maioria das estimativas internacionais, a China está prestes a ultrapassar a produção econômica total dos Estados Unidos em apenas alguns anos.

Além disso, a grande maioria da riqueza econômica recém-criada da China fluiu para trabalhadores chineses comuns, que migraram de bois e bicicletas para a beira dos automóveis em apenas uma geração. Enquanto as rendas medianas americanas estão estagnadas há quase quarenta anos, as da China quase dobraram a cada década, com os salários reais dos trabalhadores fora do setor agrícola aumentando cerca de 150% somente nos últimos dez anos . Os chineses de 1980 eram desesperadamente pobres em comparação com paquistaneses, nigerianos ou quenianos; mas hoje, eles são várias vezes mais ricos, representando uma mudança de mais de dez vezes na renda relativa. American Pravda: The Racial Roots of China's Rise , Ron Unz, Unz Review

Mais de Unz: Um relatório do Banco Mundial destacou recentemente a enorme queda nas taxas de pobreza global de 1980 a 2008, mas os críticos notaram que mais de 100 por cento desse declínio veio somente da China : o número de chineses vivendo em extrema pobreza caiu em notáveis ​​662 milhões, enquanto a população empobrecida no resto do mundo na verdade aumentou em 13 milhões. E embora a Índia seja frequentemente pareada com a China na mídia ocidental, uma grande fração dos indianos na verdade ficou mais pobre ao longo do tempo... O progresso econômico da China é especialmente impressionante quando comparado a paralelos históricos. Entre 1870 e 1900, a América desfrutou de uma expansão industrial sem precedentes... Durante esses 30 anos, a renda per capita real da América cresceu 100 por cento. Mas nos últimos 30 anos, a renda per capita real na China cresceu mais de 1.300 por cento.

Durante as três décadas até 2010, a China alcançou talvez a mais rápida taxa sustentada de desenvolvimento econômico na história da espécie humana, com sua economia real crescendo quase 40 vezes entre 1978 e 2010. Em 1978, a economia dos Estados Unidos era 15 vezes maior, mas, de acordo com a maioria das estimativas internacionais, a China está prestes a ultrapassar a produção econômica total dos Estados Unidos em apenas alguns anos.

…. de acordo com as estatísticas econômicas oficiais fornecidas pelo CIA World Factbook, a economia produtiva real da China — talvez a medida mais confiável do poder econômico global — já é mais de três vezes maior do que a dos EUA e também está crescendo muito mais rapidamente. De fato, de acordo com essa importante métrica econômica, a China agora supera facilmente o total combinado de todo o bloco liderado pelos americanos — os Estados Unidos, o resto da Anglosfera, a União Europeia e o Japão — uma conquista surpreendente… American Pravda: The Racial Roots of China's Rise, Ron Unz, Unz Review

Os dados confirmam que a análise de Ron Unz é 100 por cento precisa. “De acordo com números oficiais, a renda per capita real aumentou em um fator de mais de trinta desde 1978. A renda per capita anual agora está em cerca de US$ 22.100.”
Além disso, “a expectativa de vida na China é atualmente maior do que nos Estados Unidos, com a expectativa de vida média da China em torno de 78,2 anos, em comparação com o número mais baixo dos EUA, que varia dependendo da fonte, mas geralmente é em torno de 77,5 anos.”

Uma Conquista Monumental – “A China obteve sucesso significativo na redução da pobreza, tirando quase 800 milhões de pessoas da pobreza desde o início de suas reformas econômicas em 1978 , contribuindo para uma grande parte da redução global da pobreza extrema; essa conquista é amplamente atribuída ao rápido crescimento econômico e às políticas governamentais direcionadas ao desenvolvimento rural e ao acesso à educação e à saúde.”…

O pacote básico de serviços de saúde pública é fornecido a todos os residentes chineses gratuitamente. (Pessoas comuns sem hora marcada podem consultar um especialista no mesmo dia. Gratuito.)

De acordo com pesquisas recentes, com base nos níveis de felicidade relatados, as pessoas na China tendem a relatar níveis mais altos de felicidade em comparação aos Estados Unidos, com alguns estudos até mesmo classificando a China como um dos países mais felizes do mundo... 95% dos chineses expressaram satisfação com seu governo, enquanto apenas 35% dos americanos expressaram satisfação com seu governo nas pesquisas de Harvard e Gallup .

Então, nas questões que mais importam para os trabalhadores – salários, expectativa de vida, redução da pobreza, assistência médica e felicidade geral – a China está muito à frente dos EUA.

Em relação à educação, a mesma regra se aplica. A China vence os EUA de longe. Isto é do Quora:

Na China, há uma forte ênfase cultural na educação e na realização acadêmica. As famílias frequentemente priorizam o sucesso educacional, vendo-o como um caminho para a mobilidade ascendente.

Envolvimento dos pais: os pais chineses tendem a se envolver muito na educação dos filhos, muitas vezes oferecendo aulas particulares e apoio adicional fora da escola.

Foco do currículo: O sistema educacional chinês coloca uma forte ênfase em matemática e ciências, que são priorizadas em testes padronizados. Esse foco pode levar a uma maior proficiência nessas disciplinas.

Testes padronizados: exames de alto risco… criam um ambiente competitivo que motiva os alunos a ter um bom desempenho acadêmico.

Métodos de ensino

Ênfase no Rigor: A educação chinesa frequentemente enfatiza a memorização mecânica e a prática, particularmente em matemática, o que pode levar a um desempenho mais alto em avaliações padronizadas.
Expectativas do Professor: Os professores na China normalmente têm altas expectativas para seus alunos, o que pode promover uma forte ética de trabalho e disciplina acadêmica.

Investimento em educação: Nos últimos anos, o governo chinês fez investimentos significativos em educação, especialmente em áreas urbanas, resultando em melhores instalações e recursos.

Fatores socioeconômicos

Acesso a Recursos: Em muitos casos, estudantes em áreas urbanas da China têm maior acesso a recursos educacionais, incluindo tutoria e programas extracurriculares, em comparação com seus colegas americanos. Quora

Podemos dizer definitivamente que a China tem um sistema educacional superior e que os EUA devem imitar esse sistema para garantir que nossos filhos saibam ler, escrever e encontrar empregos remunerados que aumentem suas chances de prosperidade e felicidade no futuro?

Sim, podemos.

Podemos também dizer que os padrões de vida nos Estados Unidos estão caindo devido à desigualdade de renda, salários estagnados e inflação crônica? E que a lacuna entre ricos e pobres está aumentando? E que a classe média está diminuindo? E que a pobreza, a insegurança alimentar e a falta de moradia estão piorando progressivamente?

Sim, sim, sim e sim.

(A pobreza nos Estados Unidos aumentou em 2022 e 2023 de... 12,4% em 2022, acima dos 7,8% em 2021. E em 2023, até 12,9%... A falta de moradia nos Estados Unidos é uma crise crescente, com números recordes de pessoas em situação de rua em 2024... Insegurança alimentar em 2023, 13,5% das famílias nos EUA estavam em situação de insegurança alimentar, o que é uma taxa maior do que em 2022.)

Nos Estados Unidos, tudo está indo na direção errada. O sistema político não responde às necessidades básicas do povo e só se preocupa com os interesses da classe doadora que se tornou simultaneamente viciada em violência enquanto irremediavelmente desligada da realidade. É de se admirar que os EUA sejam incapazes de competir em igualdade de condições com a China?

Nenhuma surpresa. Isto é da Bloomberg News:

Xi diz que o crescimento do PIB da China em 2024 deve atingir a meta de cerca de 5% (enquanto o PIB dos EUA fica em anêmicos 2,7%)

Claro, o crescimento é uma métrica sem sentido se a receita não for dedicada à atividade produtiva ou melhorias na sociedade. Na China, uma parcela significativa dos lucros é reciclada em infraestrutura pública, como uma rede ferroviária de alta velocidade que atualmente se estende por mais de 47.000 quilômetros. Em comparação, "atualmente, há apenas duas linhas ferroviárias nos EUA que chegam à marca de 200 km/h (124 mph), que é a velocidade mínima não oficial na qual um trem pode ser considerado um trem de alta velocidade". O trem mais rápido da China é o Shanghai Maglev, que tem uma velocidade máxima de 431 quilômetros por hora (268 milhas por hora). É a primeira linha comercial de alta velocidade do mundo.

Aqui está outro artigo de encher os olhos que você não vai ler na grande mídia. Isto é de Arnaud Bertrand, da X:

Isto é impressionante: a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) agora projeta que, em 2030, a participação da China na produção industrial mundial atingirá 45%, mais de 4 vezes a dos EUA (11%) e mais do que a de todos os Países de Alta Renda combinados (38%). Em 2000, a participação da China era de apenas 6%, contra 25% dos EUA e 75% dos Países de Alta Renda. @RnaudBertrand

Aqui está Bertrand novamente resumindo um artigo no The Economist :

A China é agora a superpotência científica mais proeminente do mundo – até mesmo o ultrapreconceituoso Economist agora admite isso . Você não se torna o primeiro em ciência com uma população de escravos, mas com uma população extremamente educada (muitos dos quais foram educados nos EUA e voluntariamente voltaram para a China, o que por si só destrói a narrativa da “escravidão”) que tem o poder de pensar fora da caixa e fazer apostas ousadas. Pensar assim é dar a si mesmo desculpas muito convenientes para parar de competir porque você mente para si mesmo sobre a competição ser injusta. Não é, você é apenas pior. No momento em que você começar a reconhecer isso, será o momento em que você começará a realmente se recompor. Até então, a China agradece muito por mentir para si mesmo. Arnaud Bertrand

A China se tornou uma superpotência científica, The Economist

Da biologia vegetal à física de supercondutores, o país está na vanguarda...

O ponto principal é que os Estados Unidos veem a ascensão da China como uma ameaça existencial que deve ser combatida por todos os meios necessários. É por isso que os EUA estão intimidando a China no Estreito de Taiwan e no Mar da China Meridional; é por isso que toda a cobertura da China na imprensa ocidental é irremediavelmente unilateral e negativa, é por isso que a executiva da Huawei, Meng Wanzhou, foi presa há dois anos no Aeroporto Internacional de Vancouver, é por isso que Washington está construindo coalizões anti-China na Ásia-Pacífico, e é por isso que o presidente Joe Biden acabou de escalar suas sanções sobre microchips para uma guerra tecnológica completa contra a China. Confira o breve resumo de Arnaud Bertrand do artigo da Bloomberg da semana passada intitulado: Biden limitará ainda mais as exportações de chips de IA da Nvidia em um empurrão final, Bloomberg:

Isso é loucura: o último ato de Biden na guerra dos chips antes de deixar o cargo é literalmente construir um Muro de Berlim tecnológico global.

Extremamente fácil prever que isso vai sair pela culatra dramaticamente. Vamos pensar nisso.

Em primeiro lugar, o cerne desta iniciativa é que os EUA estão agora a dividir o mundo em 3:

– Aliados próximos com acesso irrestrito a chips de IA e tecnologia avançada similar dos EUA
– Adversários com pouco ou nenhum acesso
– O resto do mundo com acesso restrito em certas condições (basicamente um acordo que os pede para escolher entre os EUA e a China)

…Vamos ser claros: os EUA estão agora abandonando toda a pretensão de que isso é de alguma forma sobre militar ou “uso duplo”, é tudo sobre domínio tecnológico bruto. O objetivo, claramente explicado no artigo da Bloomberg, é “concentrar o desenvolvimento de IA em nações amigáveis ​​e fazer com que as empresas ao redor do mundo se alinhem aos padrões americanos”.

Os problemas com essa abordagem são numerosos e óbvios.

……A China, que já investe maciçamente no desenvolvimento doméstico de semicondutores, só vai acelerar esses esforços. Você não está impedindo o progresso deles – você está garantindo que eles construirão seu próprio ecossistema. E outras nações “adversárias” literalmente não terão outra escolha a não ser comprar da China.

Para o nível “resto do mundo”, você está forçando uma escolha que todos eles repetidamente disseram que não queriam ter que fazer… escolher entre os EUA e a China. Mas aqui está a realidade – nem é uma escolha difícil. De um lado, você tem tecnologia dos EUA altamente restrita com supervisão rigorosa e limites no poder de computação. Do outro, você tem tecnologia chinesa aberta, acessível e consideravelmente mais barata (como o Deepseek de código aberto) e um parceiro que já é seu maior relacionamento comercial.

Para a maioria desses países, a escolha é óbvia – e não é a que os EUA querem que eles façam. Apostar que os países aceitarão a supervisão e as restrições tecnológicas dos EUA em vez de buscar alternativas é propriamente ilusório.

Até mesmo empresas dos EUA reconhecem que isso é autodestrutivo. A declaração da Nvidia é reveladora: isso não vai “reduzir o risco de uso indevido, mas ameaçaria o crescimento econômico e a liderança dos EUA”. Eles entendem que fragmentar o mercado global acabará prejudicando a competitividade americana, não a aumentando.

No final das contas, isso levará a um muro que isolará cada vez mais a tecnologia dos EUA enquanto o resto do mundo segue em frente. Essa é a ironia: ao tentar manter o domínio tecnológico, os EUA estão acelerando seu próprio isolamento. Ao forçar os países a escolher, estão criando exatamente as condições que os levarão a alternativas chinesas.

Isso não está contendo a ascensão tecnológica da China – está acelerando o surgimento de um ecossistema tecnológico paralelo que os EUA não serão capazes de controlar. E, finalmente, com o puro dinamismo da China e o crescimento muito mais rápido do Sul Global, esse ecossistema paralelo tem grande probabilidade de se tornar o dominante contra um Ocidente calcificado e fechado. @RnaudBertrand

O que está claro é que essa tentativa tola de intimidar a China vai explodir na cara de Washington e acelerar a taxa de declínio da América. E isso parece um resultado bem justo para mim.

O que vai, volta.