domingo, 23 de dezembro de 2018

«NÃO CHORAI POR MIM; POIS VOU PARA ONDE A MÚSICA PRINCIPIA...»*

(*Últimas palavras de João Sebastião Bach.)

                 composers' last words

Com Yehudi Menuhin e David Oistrakh como solistas e a orquestra da RTF, sob direcção de Philippe Capdeville, na salla Pleyel em Paris, 1958: 
A interpretação magistral e digna, da grande obra de Bach, o concerto para 2 violinos BWV 1043.



                                          https://www.youtube.com/watch?v=DJh6i-t_I1Q

sábado, 22 de dezembro de 2018

A URGÊNCIA CLIMÁTICA É UMA FALSIFICAÇÃO



François Gervais é um reputado professor universitário francês, ex-membro do GIEC. 
Tudo o que ele diz, está baseado em dados seguros, inclusive, dados do próprio GIEC. 
Em várias ocasiões, há mais de um ano, tenho exposto neste blog, argumentos e evidências apontadas por este universitário de maneira muito clara e pedagógica.
A razão profunda desta enorme fraude tem a ver com o controlo das finanças mundiais através da famosa «taxa carbono»
A insurreição dos coletes amarelos em França, tem como ponto de partida o repúdio de mais esta taxa, suportada pelos trabalhadores para consolidar o poder das elites.

O referido professor publicou recentemente o livro «L’urgence climatique est un leurre» (a urgência climática é uma falsificação) onde mostra que, se existe consenso, é antes de natureza mediática e política, em vez de científica!

A não perder!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

GREUZE: RETRATO DE JOVEM MULHER E OUTRAS OBRAS

The Athenaeum - The Polish Girl (Jean-Baptiste Greuze - )
https://www.pinterest.pt/pin/490188740674825501/
retrato de jovem mulher polaca

Encontrei numa coletânea on line este magnífico retrato de uma jovem polaca, por Jean-Baptiste Greuze  [1725 – 1805], cuja vida e obra mereciam ser melhor divulgadas. 

Além de ter retratado célebres personagens, como Mozart em criança, Benjamin Franklin e Napoleão Bonaparte, ele é o mais conhecido cultor de pintura de cunho moralista, que tinha como objectivo a elevação do senso moral, o aperfeiçoamento dos que contemplavam tais pinturas, sendo estas de cenas colhidas no quotidiano, nos meios de camponeses ou de pequenos artesãos. 
Tais escolhas, claramente influenciadas pela escola holandesa, foram incentivadas e objecto de preferência estético-ideológica do enciclopedista Denis Diderot.

                      
                                                         quadro moralizante (os ovos partidos)

Para Diderot, as telas de Greuze eram o modelo a seguir na arte, pois inspiravam o bem através do belo... Penso que esta parte da obra, justamente, envelheceu bastante, embora ela seja interessante para se compreender o «espírito da época». 

Pessoalmente, maravilha-me a qualidade de muitos dos seus retratos. O retrato de jovem polaca, da qual não se sabe sequer o nome, tem uma beleza intemporal pela expressão do rosto e do olhar, não somente pelas feições [ver imagem a encimar este artigo]. 

Greuze, como artista, tinha de ganhar o sustento a retratar aristocratas ou alta burguesia. 

                                       Greuze, Jean-Baptiste: Marquis de Saint Paul. 1765.
                                           O jovem marquês de Saint-Paul

Estas encomendas parecem-me menos cheias de vida, que os estudos com vista aos tais quadros moralizantes, ou os retratos de pessoas amigas

Image result for Jean-Baptiste GreuzeHead of a Young Woman  Jean Baptiste Greuze                                                    
 estudo de camponesa                                                                retrato de Sohie Arnould                                               

Não sou crítico de arte, mas parece-me que Greuze desempenha o papel de elo importante na escola realista francesa ... 
Ele liga o retratista Quentin de La Tour (1704 – 1788) a Camille Corot (1796 -1875), o qual, embora conhecido como paisagista, também produziu excelentes retratos


quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

QUERES DAR UMA VOLTINHA POR JUPITER?


Finalmente, graças à sonda da NASA, pode a humanidade dar uma olhadela a Jupiter, como diz a canção : 
«Let me see what spring is like on Jupiter and Mars», aqui pela voz imortal de Doris Day



quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

O VESPEIRO UCRANIANO E A UNIÃO EUROPEIA


vespeiro ucraniano já dura há demasiado tempo. Uma junta tomou o poder por um golpe de Estado, infundiu o terror na população russófona dessa ex-república soviética, desencadeou de facto a separação tanto da Crimeia (com um processo pacífico de referendo, primeiro no sentido de sair da Ucrânia, seguido de outra consulta para entrar na Federação Russa), como nas províncias separatistas do Don (Donetsk e Lugansk) onde a resistência generalizada da população, aliada com forças militares separatistas, permitiu aguentar este tempo todo uma situação de confrontos e provocações por parte do poder de Kiev e seus batalhões de milícias neo-fascistas. 

O incidente envolvendo barcos de guerra da marinha ucraniana no estreito de Kerch (águas territoriais russas) em Novembro de 2018, foi claramente uma manobra ordenada por Poroshenko, o presidente ucraniano do regime suportado pelos EUA e seus súbditos da NATO. 
Poroshenko tem estado a atiçar a guerra, porque, segundo os acordos de Minsk, a Ucrânia é obrigada a organizar eleições nos primeiros meses do próximo ano e as sondagens (de institutos pró-ocidentais)  dão a Poroshenko um nível de popularidade da ordem de 8%. Por isso, a sua salvação seria a declaração de uma guerra, quer com a Rússia, quer com as Repúblicas separatistas. Só assim teria possibilidade de adiar as eleições «sine die», de escapar ao veredicto das urnas. 

A desinformação, no Ocidente, sobre o que se passa na Ucrânia, torna extremamente difícil um debate sereno nos países da NATO. Isto, admitindo mesmo que se trate de pessoas minimamente respeitadoras dum pluralismo político, devido ao black-out informativo e à distorção das informações pela media. 
Acontece que quase ninguém admite estar mal informado sobre um assunto, ora as informações que quase todos recebem são apenas formas encapotadas de propaganda de um dos lados... 
Nós todos, no Ocidente somos matraqueados pela propaganda disfarçada de «informação», que pinta sempre a Rússia como o «Reino do Mal», a força agressora, ameaçadora da estabilidade e dos processos democráticos, etc. 
Além de ser típico dos imperialistas e seus vassalos de declarar os opositores como fautores daqueles crimes que, na verdade, são apanágio deles próprios, esta barragem de mentiras (como dizia Goebels, ministro de Hitler, «uma mentira contada mil vezes, soa a verdade») tem a função de ostracizar todos os que querem introduzir dados objectivos no debate. São neutralizados , nos «democráticos» países ocidentais, como sendo «partidários» de Putin. 

A guerra é um negócio para grandes empresas do armamento e também é um meio para os poderosos se manterem no poder, pelo reflexo de medo nas populações, face ao inimigo (real ou imaginário). 
Na época da Primeira Guerra Fria (1947-1989), a situação de medo permanente fazia com que não fosse possível - nos EUA e muitos países do Ocidente - fazer-se um debate público com elementos críticos da política atlantista. 
Tais elementos eram logo acusados de «fazerem o jogo dos soviéticos» e isto, mesmo quando não se podia, por suas posições passadas e presentes, ter suspeitas de que tivessem simpatia pelo comunismo! 
Agora, o «reflexo condicionado» foi reactivado (o inimigo soviético passou para russo), sendo que a concentração dos media em muito poucas mãos, torna praticamente impossível que o debate sobre a guerra e a paz tenha condições de acontecer (o que tem havido, são «debates» entre aqueles que estão todos basicamente do mesmo lado!). 
A sociedade e a cidadania do «ocidente» são portanto mantidas no limbo, numa menoridade mental propositada, são interditas na prática de debater as grandes questões. Somente lhes é permitido debater «assuntos de sociedade» e estes, de maneira falsa, artificialmente  empolada, como a sexualidade, por exemplo.

A maior parte das pessoas não possui um grau de informação suficiente, para perceber que o mundo de hoje está verdadeiramente interligado. Senão, teriam compreendido (entre muitas outras coisas), que a crise dos refugiados, vindos do Norte de África e do Médio Oriente, foi desencadeada em resultado da guerra levada a cabo pelas forças armadas dos países da NATO (caso da Líbia), ou pelas forças djihadistas (na Síria) que recebiam todo o tipo de apoio do Ocidente e regimes árabes «amigos» (os mais reaccionários, por sinal).

Hoje em dia, a austeridade que é erigida em política oficial da União Europeia aplica-se apenas aos pobres, aos trabalhadores, aos que estão dependentes do «Estado social». 
Esta austeridade cessa, milagrosamente, logo que se trata de reforço de armamento e de tropas, de construir forças armadas capazes de enfrentar inimigos poderosos (leia-se a Rússia, claro) e constituir o pilar europeu da NATO, com maior «autonomia» e maior participação  financeira dos países europeus.

Entretanto, em Portugal, por exemplo, os salários da função pública estão praticamente congelados desde antes da grande depressão de 2008. O efeito deste congelamento sobre a população é dramático, pois o seu poder de compra desceu para cerca de metade. Nestes 10 anos, a inflação foi sistematicamente sub-avaliada pelo governo e pelos organismos oficiais. 
O nível económico dos reformados passou de mau, a muito mau, numa vasta maioria: não houve actualização das pensões de reforma, mas antes um subtrair do poder de compra das mesmas, por vários mecanismos, incluindo impostos e taxas.

A minha sugestão é que as pessoas pensem, quando lhes vierem com discursos ocos sobre a «Paz e a Fraternidade», típicos desta quadra natalícia, que os gastos de Portugal em armamento e material militar e com reforços de pessoal, tudo somado, se fossem aplicados nos ordenados e pensões, iriam devolver o poder de compra aos trabalhadores e reformados portugueses. 
Perante um povo dócil e conformado, o bem estar económico dos 90% não é sentido como prioridade pelos poderosos (altas patentes militares, políticos, empresários). Mas sem um retomar do poder de compra de 90% da população, é impossível o crescimento da economia a longo prazo. A bonança do turismo é temporária; numa crise, que não tarda a chegar, será anulada. 

O que é que isto tem a ver com a Ucrânia? Obviamente, a instabilidade causada pela NATO, nas fronteiras da Rússia, tem como efeito que os povos são chamados a «fazer sacrifícios perante a ameaça». 
Mas não devíamos nós estar antes mobilizados para varrer as maiores ameaças, os industriais do armamento, os generais da NATO, os governos lacaios do grande capital? 
Esta casta toda não hesitará em arriscar a nossa pele... além de pôr as nossas economias a saque, sob pretexto de lutar contra os tais «inimigos» que não são os nossos, mas apenas deles e dos seus chefes?


segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

BACH-VIVALDI: Concerto para 4 cravos

A fusão da música dos dois mestres do barroco exprime-se no máximo de expressividade e elegância neste concerto para 4 violinos e orquestra de cordas de Vivaldi, transcrito por Bach para quatro cravos e orquestra de cordas, transcrito para órgão solo, por Daniel Maurer. 

Deixo aqui 3 excelentes versões: 
1º de Pascale Mélis ao órgão Cavaillé-Coll de São Clodoaldo de St Cloud (França), 
2º a execução ao vivo do concerto para 4 cravos BWV 1065 em Alberta,
3º, o concerto para 4 violinos (a partitura original) RV 580 de Vivaldi, pelo Giardino Armonico.

Espero que gozem esta música em todo o seu esplendor!









NUM CONTEXTO DE CRISE, O OURO SERÁ DE NOVO MONETIZADO

Durante cerca de 5000 anos, o ouro e a prata foram usados como metais monetários. Além disso, também eram usados em joalharia. 
O único período em que os metais ouro e prata foram desmonetizados corresponde à janela estreita temporal, em termos históricos: desde que Nixon, em 1971, decidiu unilateralmente  e «provisoriamente» cancelar a convertibilidade do dólar em ouro, conforme constava dos acordos de Bretton Woods (1944)... até hoje! 
Num intervalo de tempo de mais de 40 anos, o ouro (e a prata) tem sido relegado ao papel de matéria-prima. Curiosamente, neste mesmo espaço de tempo largo, o ouro tem-se comportado como o melhor investimento, ultrapassando os índices de acções (Dow Jones, Nasdaq, etc...). Além disso, o dólar está constantemente a desvalorizar-se em relação ao ouro: estava a 35 dólares a onça de ouro, em 1971; agora, ronda os 1250 dólares.

Aproxima-se uma outra grande crise que, segundo muitos analistas dos mercados, fará com que a crise de 2008 se pareça com «um passeio no parque», não apenas em termos de destruição de capital, como de vidas e de capacidades produtivas... 
Os grandes bancos e os fundos que gerem as fortunas dos bilionários, já se estão - há muito tempo - a precaver, comprando ouro o mais barato possível, em grandes quantidades. 
Os bancos centrais, sobretudo dos países do Oriente, estão a fazer o mesmo. 

                  

               

O BIS (o banco internacional que funciona como entidade reguladora da actividade dos bancos centrais no mundo inteiro) já tinha instaurado de novo o papel do ouro, através das regras ditas de «Basel III» (O referido BIS tem sede em Basel = Basileia, na Suíça).


    Gold: Zero-Risk Monetary Asset | Bank of International Settlements

Mas, para que os grandes bancos possam adaptar-se a essas regras, elas são postas em prática 6-7 anos após terem sido acordadas. Basel III está plenamente em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2019. 

Com estas novas regras, o ouro é de novo monetizado, em certa medida, visto que passará a poder ser parte das reservas próprias dos bancos, ao mesmo nível que obrigações do tesouro (treasury bonds) e dinheiro líquido (cash), o que se designa por «Tier 1» ou seja, activos com risco zero (1) ... 
Num sistema em que os bancos podem emprestar apenas numa certa percentagem dos activos que possuem em reserva, a inclusão do ouro nestes activos, contabilizado para esse fim, terá - com certeza - efeitos a longo prazo, tanto no comportamento dos bancos em relação ao ouro, como na própria cotação do ouro, que deverá subir consideravelmente.

Não se admirem que estes factos não estejam nas primeiras páginas dos jornais económicos: sem essa discrição, os bancos e negócios teriam de pagar muito mais caro pelo ouro.  

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