A IIIª Guerra Mundial tem sido, desde o início, guerra híbrida e assimétrica, com componentes económicas, de subversão, desestabilização e lavagens ao cérebro, além das operações propriamente militares. Este cenário era bem visível, desde a guerra na Síria para derrubar Assad, ou mesmo, antes disso.
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terça-feira, 9 de abril de 2019

MÚSICA PARA TECLA - PORTUGAL E BRASIL, SÉC. XVIII-XIX


A qualidade da interpretação de Marcelo Fagerlande, numa espineta conservada no museu imperial de Petropólis, é das mais elevadas e corresponde aos critérios estilísticos e musicológicos adequados para esta música.
Por sinal, esta música é muito sensual e penetra muito facilmente no ouvido, pelo que as jovens gerações poderão praticá-la - no cravo ou no pianoforte - com imenso prazer e proveito, em paralelo com obras de J.S. Bach ou  Rameau... 
O estilo galante, que se ouve nesta gravação, era mais adequado ao temperamento meridional e tropical de portugueses e brasileiros, do que a austera ciência contrapontística do norte europeu.

Oiçam o delicioso Minueto em fá menor e digam-me se não soa muito como fado? A mim soa-me como tal, por mais que eu saiba que isto é um anacronismo, visto que só terá havido «fado» propriamente dito, de meados do século XIX em diante, mais de cem anos depois de Carlos Seixas. Porém, os ingredientes estavam lá: nas formas eruditas e populares, no sentimento da plebe e da aristocracia e, sobretudo, na forma como exprimiam esses mesmos sentimentos.

Um álbum cheio de sonoridades surpreendentes...

Carlos Seixas (1704-1742) - Sonata nº 37 - Sonata nº 27 - Minueto em fá menor
Francisco Xavier Bachixa (?-1787) - Sonata em ré maior
José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) - Fantasia nº 2, Lições nº 11 e 12
João de Souza Carvalho (1745-1798) - Toccata em sol menor
Luís Alvares Pinto (1719-1779) - Lições de Solfejos nº XXII, XXII e XXIV
Francisco Xavier Baptista (?-1797) - Sonata II em sol maior

segunda-feira, 1 de abril de 2019

J.S. BACH: 'SCHAFE KOENNEN SICHER WEIDEN'


                                    

«As ovelhas podem pastar em segurança», uma ária da cantata BWV 208 (composta em 1713). 
Esta cantata profana é conhecida como a «Cantata da Caçada» e foi composta para o casamento do Duque de Saxe-Weissenfels.

Solista: mezzo-soprano Magdalena Kozená

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

CONCERTO PARA 2 VIOLINOS DE VIVALDI E TRANSCRIÇÃO PARA ÓRGÃO DE BACH

        Vivaldi:  Concerto op. 3 nº8 para 2 violinos

                              

J. S. Bach: Concerto para órgão, em Lá menor BWV 593,
baseado em Vivaldi

                    
Simon Preston, orgão

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

CONCERTO DE VIVALDI E TRANSCRIÇÃO PARA ÓRGÃO POR BACH

Oiçam, em primeiro lugar, a interpretação da Akademie für Alte Musik Berlin, do Concerto de Vivaldi...
                       https://www.youtube.com/watch?v=nVGYXFGaLqk



Akademie für Alte Musik Berlin

Concerto para 2 Violinos,Violoncelo, Cordas e Baixo Contínuo em Ré menor Op. 3/11 RV 56

I. Allegro - [Adagio e spiccato] - Allegro - [Adagio] 0:0
I. Largo e spiccato 3:45
III. Allegro 6:10
Este belíssimo concerto de Vivaldi foi um dos que J.S. Bach transcreveu para o órgão solo.

- Ver abaixo, o referido concerto para órgão de Bach, BWV 596, por Köhler:

                              https://www.youtube.com/watch?v=juKolphjfds

                                   

domingo, 23 de dezembro de 2018

«NÃO CHORAI POR MIM; POIS VOU PARA ONDE A MÚSICA PRINCIPIA...»*

(*Últimas palavras de João Sebastião Bach.)

                 composers' last words

Com Yehudi Menuhin e David Oistrakh como solistas e a orquestra da RTF, sob direcção de Philippe Capdeville, na salla Pleyel em Paris, 1958: 
A interpretação magistral e digna, da grande obra de Bach, o concerto para 2 violinos BWV 1043.



                                          https://www.youtube.com/watch?v=DJh6i-t_I1Q

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

PIERRE HANTAI - ENTREVISTA E CONCERTO EM LISBOA




Ver aqui o programa do recital de P. Hantai, no dia 24 de Novembro, na Fundação Gulbenkian, Lisboa: 

https://gulbenkian.pt/musica/evento/pierre-hantai/

Peças de Antonio de Cabezón; Pedro de Araújo; Juan Bautista Cabanilles; Carlos Seixas; Domenico Scarlatti 

sábado, 10 de novembro de 2018

HAENDEL - ODE PARA A FESTA DE STA. CECÍLIA

A confraria de Sta. Cecília agrupava os músicos. Haendel, não apenas foi um destacado membro desta confraria, em Inglaterra, como também foi seu generoso benfeitor.  
Tive um dos maiores prazeres musicais da minha adolescência ao descobrir a riqueza sonora e grandiosidade do desenho desta obra. 

Haendel compõe uma obra verdadeiramente inspirada, sobre o texto poético de John Dryden. O tema principal do poema revolve em torno da centralidade da música na Criação, de acordo com a teoria pitagórica de «Harmonia mundi».





Letra


From Harmony (Recit)

TENOR: From harmony, from heavenly harmony
This universal frame began.
When nature, underneath a heap
Of jarring atoms lay,
And could not heave her head.
The tuneful Voice, was heard from high,
Arise! Arise!
Arise ye more than dead!
Then cold, and hot, and moist, and dry,
In order to their stations leap!
And music's power obey!
And music's power obey!

From Harmony (Chorus)

CHORUS: From harmony, from heavenly harmony,
This universal frame began.
Through all the compass of the notes it ran,
The diapason closing full in man.

What Passion Cannot Music Raise and Quell

SOPRANO: What passion cannot music raise, and quell?
When Jubal struck the chorded shell,
His listening brethren stood 'round.
And wondering on their faces fell,
To worship that celestial sound!
Less than a god they thought there could not dwell
Within the hollow of that shell
That spoke so sweetly and so well.
What passion cannot Music raise and quell?

The Trumpet's Loud Clangour

TENOR: The trumpet's loud clangour excites us to arms,
With shrill notes of anger and mortal alarms,
The double-double-double beat,
Of the thund'ring drum,
Cries hark! Hark! Cries hark the foes come!
Charge! Charge! Charge! Charge!
'Tis too late, 'tis too late to retreat!
Charge 'tis too late, too late to retreat!

The Soft Complaining Flute

SOPRANO: The soft complaining flute
In dying notes discovers
The woes of hopeless lovers,
Whose dirge is whispered by the warbling lute.

Sharp Violins Proclaim

TENOR: Sharp violins proclaim,
Their jealous pangs,
And desperation!
Fury, frantic indignation!
Depth of pains, and height of passion,
For the fair disdainful dame!

But Oh! What Art Can Teach

SOPRANO: But oh! what art can teach,
What human voice can reach
The sacred organ's praise?
Notes inspiring holy love,
Notes that wing their heavenly ways
To join the choirs above.

Orpheus Could Lead The Savage Race

SOPRANO: Orpheus could lead the savage race,
And trees uprooted left their place
Sequacious of the lyre:
But bright Cecilia raised the wonder higher:
When to her Organ vocal breath was given
An Angel heard, and straight appeared –
Mistaking Earth for Heaven.

As From The Power Of Sacred Lays

SOPRANO: As from the power of sacred lays
The spheres began to move,
And sung the great Creator's praise
To all the blest above;
So when the last and dreadful hour
This crumbling pageant shall devour,
The trumpet shall be heard on high,

CHORUS: The dead shall live, the living die,
And music shall untune the sky

terça-feira, 6 de novembro de 2018

PIANGERÒ LA SORTE MIA... da ÓPERA GIULIO CESARE, DE HAENDEL

"Piangerò la sorte mia" - Giulio Cesare - Haendel

https://www.youtube.com/watch?v=X3uYxKlJDC4


Roberta Mameli, soprano Ensemble Fratres

Na ópera de Haendel «Giulio Cesare in Egito» (estreia em 1724) Cleópatra lamenta, nesta ária, a perda simultânea do seu reino, em resultado da batalha e do seu amante, Júlio César (no entanto, este não está morto).
A intensidade dramática e expressiva está presente na partitura, mas a enorme qualidade vocal de Roberta Mameli também contribui para nos convencer, por alguns instantes, de que estamos perante uma tragédia. Oiça-se como a sua voz se reveste de ternura e depois de fúria, por aquilo que lhe está a acontecer.
Na minha opinião, o facto de ser uma gravação ao vivo, não diminui a qualidade da mesma; as imperfeições eventuais que se poderá notar na qualidade sonora, podem ser colocadas entre parêntesis, devido à emoção que transparece.

domingo, 7 de outubro de 2018

VIVALDI: MOTETE PARA SOPRANO «In Furore Giustissima Irae» RV 626



O motete RV 626, uma das muito ignoradas obras sacras de Vivaldi, permite-nos apreciar a genialidade deste grande mestre do  barroco. 
Sandrine Piau traduz o devido pathos desta peça. Note-se como este estilo vocal está próximo da ópera: a música sacra, em Vivaldi e em muitos outros desta época, só se diferenciava ao nível da temática e do uso do latim.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

HAENDEL - «DA TEMPESTE»

                        Amanda Forsythe/Apollo's Fire


Aprecio esta interpretação de Amanda Forsythe na ária de Cleópatra, da ópera «Julius César». 
Privilegio sempre a qualidade e o bom gosto sobre quaisquer outras considerações. 

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

sábado, 18 de agosto de 2018

PARTITAS DE BACH NO CLAVICÓRDIO - WIM WINTERS


                          

O termo «partita» é intercambiável com o de «suite». Agrupa uma série de danças estilizadas, usando a mesma tonalidade e, por vezes, recorrendo a temas semelhantes nas diversas danças. 
Bach escreveu peças introdutórias às partitas, de estilo livre, que nomeou «Preambulum, Sinfonia, Fantasia, Ouverture e Toccata» o que, na minha opinião, são termos praticamente sinónimos, apenas com algumas particularidades de diversas escolas nacionais. 
As danças Allemande, Courante e Sarabande  estão presentes em todas as seis, sendo o Menuet e a Gigue, muito frequentes também. 
Todas estas danças estilizadas têm um número fixo de compassos. 
Possuem duas partes, sendo frequente a segunda iniciar-se na dominante do tom principal, para depois terminar na tónica. 
O compasso binário, ternário, quaternário ou composto, é também típico de cada dança estilizada. 
Além disso, as danças de andamento lento, como a Sarabande, costumam estar presentes no meio da sequência, enquanto as de andamento vivo, como a Gigue, estão no final da suite ou partita.

Estas partitas para tecla fazem parte de um caderno de Clavierübung, um dos raros exemplos de música publicada durante a vida de Bach  e sob supervisão do mestre. Os vários cadernos que constituem o «Clavierübung» ilustram os estilos de escrita para clavicórdio, cravo ou órgão e têm claros intuitos pedagógicos.

Conheço bem, porque estudei e executei ao clavicórdio, a partita Nº6. A meu ver, esta é, do conjunto de seis, a que soa melhor neste instrumento. 

🔺 0:06 PARTITA N°1 BWV 825 Praeambulum Allemande Courante Sarabande Menuet Gigue 🔻 19:09 PARTITA N°2 BWV 826 SInfonia Fugue Allemande Courante Sarabande Rondeau Cappricio 🔸 45:23 PARTITA N°3 BWV 827 Fantasia Allemande Courante Sarabande Burlesque/Scherzo Gigue 🔹 1:09:26 PARTITA N°4 BWV 828 Ouverture Allemande Courante Aria Sarabande Menuet Gigue 🔶 1:45:50 PARTITA N°5 BWV 829 Preambulum Allemande Courante Sarabande Tempo di Menuetto Passepied Gigue 🔷 2:10:15 PARTITA N°6 BWV 830 Toccata Allemande Courante Air Sarabande Gavotte Gigue

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

J.S. BACH: SUITE Nº2 PARA ORQUESTRA



                           Resultado de imagem para Lady Standing at a Virginal
                                 Dama tocando virginal de pé, por Vermeer

Jordi Savall dirige «Le Concert des Nations». Flauta solista: Marc Hantaï
https://www.youtube.com/watch?v=CQRA8_rg2Fs&list=RDCQRA8_rg2Fs&t=23


quarta-feira, 1 de agosto de 2018

J.S. BACH: PARTITAS E SONATAS PARA ALAÚDE (HOPKINSON SMITH)

Sonata I BWV 1001 1. Adagio 2. Fuga 3. Siciliana 4. Presto Partita I BWV 1002 5. Allemanda 6. Double 7. Corrente 8. Double 9. Sarabanda 10. Double 11. Tempo di Borea 12. Double Sonata II BWV 1003 13. Grave 14. Fuga 15. Andante 16. Allegro Partita II BWV 1004 17. Allemanda 18. Corrente 19. Sarabanda 20. Giga 21. Ciaccona Sonata III BWV 1005 22. Adagio 23. Fuga 24. Largo 25. Allegro Assai Partita III BWV 1004 26. Preludio 27. Loure 28. Gavotte en Rondeau 29. Menuets I & II 30. Bourrée 31.Gigue 32. Menuet II Hopkinson Smith, baroque lute

quarta-feira, 25 de julho de 2018

OBRAS DE BACH E BUXTEHUDE NO CRAVO COM DOIS TECLADOS E PEDALEIRA



A articulação clara é uma das qualidades desta interpretação, embora o órgão fosse o instrumento «natural» para esta peça. 
No entanto, no Séc. XVIII justificava-se que compositores (entre eles, Bach) possuíssem em casa um clavicórdio, ou um cravo, com pedaleira. 
Assim, poderiam compor e estudar o reportório de orgão, sem necessidade de praticarem no órgão da igreja, cuja afinação era morosa e sobretudo exigia a presença de um auxiliar para dar ao fole. 
Gosto particularmente desta interpretação da Passacaille de Bach, pelo seu rigor. 

Outra gravação no cravo com pedaleira, por Lionel Rogg, a dos prelúdios e fugas de Buxtehude, é digna de ser ouvida e apreciada. 

É particularmente instrutivo ouvir a passacaille de Buxtehude (2ª faixa) e compará-la com a passacaille de Bach.



quarta-feira, 11 de julho de 2018

SUITES PARA CRAVO DE HAENDEL, NO CRAVO E NO PIANO

                          
Oiça-se em primeiro lugar uma interpretação magistral de Scott Ross. Para mim, é uma referência imprescindível. As gravações das mesmas peças, por Kenneth Gilbert, continuam ser outra referência fundamental, embora mais antiga.

Em baixo, a versão ao piano por Gavrilov, da belíssima suite em Sol menor, que termina com uma Passacaille muito célebre

                        

Se interpretadas com inteligência e sensibilidade, as versões ao piano de peças para cravo, podem ser extremamente agradáveis. Temos, porém consciência de que estamos a ouvir uma adaptação, uma transcrição, pois as exigências interpretativas no piano obrigam a escolhas diversas das do cravo. 
Além do mais, o cravo não permite uma variação de volume instantânea, possível no fraseado ao piano. Por outro lado, o piano tem basicamente a mesma sonoridade, enquanto os diferentes registos e os dois teclados (comuns nos cravos a partir do século XVIII) permitem variação do timbre entre peças e dentro de uma mesma peça, no cravo.

A musicalidade e o gosto é que decidem: Gavrilov é um dos grandes a adaptar com perfeito gosto este reportório. 
Também Grigori Solokov ou Alexandre Tharaud, entre outros, têm incluído peças de reportório do cravo nos seus recitais e discos.

terça-feira, 5 de junho de 2018

VIVALDI - CONCERTO PARA VIOLONCELO RV 409



Concerto for Cello, Strings and B.C. in E minor RV 409: I. Adagio - Allegro molto II. Allegro - Adagio III. Allegro Francesco Galligioni [cello] Federico Guglielmo [direction] L'Arte dell'Arco


Seria justo que este concerto tivesse uma popularidade bem maior.
Quanto à excelente interpretação deste conjunto de músicos, ela serve muito bem a exuberância da escrita barroca de Vivaldi.

domingo, 20 de maio de 2018

MARIN MARAIS - O «TÚMULO DE LULLY»

                                         Marin Marais : Tombeau pour Monsieur de Lully

Leiam no próprio blog de Jordi Savall «Le Blog du Lutin d'Écouves» a explicação para o título «Tombeau» dado a várias composições francesas no século XVII, principalmente.
Trata-se de música séria, evidentemente grave, meditativa. É a expressão de uma dor contida, uma reflexão filosófica sobre a inevitabilidade da morte e a precariedade da vida... Pois é diferente  do «Lamento» italiano, muito mais teatral, em que o personagem «grita e gesticula, arranca os cabelos», pela morte de alguém amado... ou pela sua

terça-feira, 1 de maio de 2018

CONCERTO PARA DOIS VIOLONCELOS EM SOL MENOR, DE VIVALDI



                                         

I. Allegro

II. Largo

III. Allegro

A alegria que se liberta dos acordes do primeiro movimento, a nostalgia do segundo movimento (largo) e a enérgica afirmação nos diálogos entre os dois instrumentos solistas no movimento final... fazem desta peça de Vivaldi, uma das minhas preferidas.