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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

HARMONIA DO UNIVERSO (Segundas-f. Musicais nº14)


Pitágoras foi sempre considerado um cientista/filósofo. Também esteve associado com uma visão esotérica do Mundo. Sabe-se que  formou sociedades iniciáticas com os seus discípulos. 
A visão matemática ou geométrica do Cosmos era muito difundida, na Grécia antiga: 
Os sólidos platónicos, o tetraktys pitagórico, a questão da quadratura do círculo, o paradoxo de Zenão (antevisão dos infinitesimais de Newton e Leibniz), os átomos, ou seja, unidades que não podem ser seccionadas (eram-lhes atribuídas estruturas geométricas...). 
Eram questões colocadas, com solução - algumas - na época de Pitágoras, mas outras só posteriormente puderam receber solução, ou explicação da ciência, e outras, ainda continuam por resolver e talvez nunca obtenham solução satisfatória. 
Se a ciência é uma forma de questionar o real e de tentar obter respostas/soluções, experimentando ou observando o mesmo real, então os gregos clássicos foram os maiores questionadores da Antiguidade. 
Este é, a meu ver, o mais relevante legado que nos deixaram os filósofos e cientistas da Civilização Greco-Romana.

Vários desenvolvimentos recentes das ciências vieram estimular uma versão atualizada da visão pitagórica de harmonia do Universo. 
Com efeito, os gregos da antiguidade não tinham o aparato tecnocientífico dos dias de hoje. 
Porém, suas intuições revelaram-se fecundas. Muito do saber atual baseia-se em princípios, teoremas, teorias, dos filósofos/cientistas gregos:
-Demócrito e Epicuro formularam a hipótese atomística, popularizada séculos mais tarde por Lucrécio e por outros, na sociedade romana. 
-Platão e Aristóteles foram dois gigantes filosóficos, sobre os quais assentou praticamente toda a filosofia escolástica medieval e influenciaram as escolas posteriores da filosofia ocidental. 
- Mesmo os que entraram em rutura com a escolástica aristotélica, recorreram a (outros) filósofos greco-romanos. 
- No Renascimento, o «quadrivium» (4 das 7 «artes liberais») incluía a música: Não era música prática mas teórica, na qual os conceitos pitagóricos assumiam grande destaque.
- No seu «Tratado de Harmonia» de 1722, Rameau  afastou-se dos esquemas pitagóricos e escolásticos, ainda dominantes, das relações entre os sons e os números.  Procurou estabelecer os princípios harmónicos baseados na natureza.
- Os princípios da harmonia pitagórica reinaram durante séculos, como é referido no primeiro vídeo («The Music of Life», ao minuto 58' e seguintes). Tais princípios estão subjacentes a quase toda a Música ocidental anterior à época contemporânea. 
- No segundo vídeo (Maths and Musical Tuning), a teoria pitagórica das cordas vibrantes é explicada com exemplos práticos, para quem gosta de aprofundar o lado matemático. 

Embora estes dois vídeos não contenham obras musicais*, achei que tinham cabimento na série "Segundas-feiras musicais". Eles mostram que a música está profundamente associada à ciência; em particular, à Física pitagórica.




 https://www.youtube.com/watch?v=62EOezkXG84&t=63s


https://www.youtube.com/watch?v=nK2jYk37Rlg&t=148s


*MÚSICA RELACIONADA 

Uma discussão sobre temperamento em J.S. Bach e a Coletânea «O Cravo Bem Temperado». Consultar... O Temperamento em J. S. BACH

Uma gravação de Scott Ross, da peça para cravo L'Enharmonique, de J.F. Rameau, composta seguindo os princípios do «Tratado da Harmonia».   

sábado, 10 de novembro de 2018

HAENDEL - ODE PARA A FESTA DE STA. CECÍLIA

A confraria de Sta. Cecília agrupava os músicos. Haendel, não apenas foi um destacado membro desta confraria, em Inglaterra, como também foi seu generoso benfeitor.  
Tive um dos maiores prazeres musicais da minha adolescência ao descobrir a riqueza sonora e grandiosidade do desenho desta obra. 

Haendel compõe uma obra verdadeiramente inspirada, sobre o texto poético de John Dryden. O tema principal do poema revolve em torno da centralidade da música na Criação, de acordo com a teoria pitagórica de «Harmonia mundi».





Letra


From Harmony (Recit)

TENOR: From harmony, from heavenly harmony
This universal frame began.
When nature, underneath a heap
Of jarring atoms lay,
And could not heave her head.
The tuneful Voice, was heard from high,
Arise! Arise!
Arise ye more than dead!
Then cold, and hot, and moist, and dry,
In order to their stations leap!
And music's power obey!
And music's power obey!

From Harmony (Chorus)

CHORUS: From harmony, from heavenly harmony,
This universal frame began.
Through all the compass of the notes it ran,
The diapason closing full in man.

What Passion Cannot Music Raise and Quell

SOPRANO: What passion cannot music raise, and quell?
When Jubal struck the chorded shell,
His listening brethren stood 'round.
And wondering on their faces fell,
To worship that celestial sound!
Less than a god they thought there could not dwell
Within the hollow of that shell
That spoke so sweetly and so well.
What passion cannot Music raise and quell?

The Trumpet's Loud Clangour

TENOR: The trumpet's loud clangour excites us to arms,
With shrill notes of anger and mortal alarms,
The double-double-double beat,
Of the thund'ring drum,
Cries hark! Hark! Cries hark the foes come!
Charge! Charge! Charge! Charge!
'Tis too late, 'tis too late to retreat!
Charge 'tis too late, too late to retreat!

The Soft Complaining Flute

SOPRANO: The soft complaining flute
In dying notes discovers
The woes of hopeless lovers,
Whose dirge is whispered by the warbling lute.

Sharp Violins Proclaim

TENOR: Sharp violins proclaim,
Their jealous pangs,
And desperation!
Fury, frantic indignation!
Depth of pains, and height of passion,
For the fair disdainful dame!

But Oh! What Art Can Teach

SOPRANO: But oh! what art can teach,
What human voice can reach
The sacred organ's praise?
Notes inspiring holy love,
Notes that wing their heavenly ways
To join the choirs above.

Orpheus Could Lead The Savage Race

SOPRANO: Orpheus could lead the savage race,
And trees uprooted left their place
Sequacious of the lyre:
But bright Cecilia raised the wonder higher:
When to her Organ vocal breath was given
An Angel heard, and straight appeared –
Mistaking Earth for Heaven.

As From The Power Of Sacred Lays

SOPRANO: As from the power of sacred lays
The spheres began to move,
And sung the great Creator's praise
To all the blest above;
So when the last and dreadful hour
This crumbling pageant shall devour,
The trumpet shall be heard on high,

CHORUS: The dead shall live, the living die,
And music shall untune the sky