Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

ALASDAIR MACLEOD EXPLICA A CAUSA FUNDAMENTAL DA SUBIDA DOS METAIS PRECIOSOS


Para espanto de muita gente, incluindo investidores em metais preciosos (os «gold bugs») e diversos analistas, Alasdair Macleod revela a verdadeira causa da subida espectacular do ouro nestes últimos três meses, até alturas nunca vistas em Libras, Euros, Yen, etc.
O mercado da prata também se animou extraordinariamente, mas como este metal desceu muito mais baixo do que o ouro em termos relativos nos anos 2013-2015, está atrasado por comparação com o metal amarelo, em termos de recuperação do preço.
Macleod é muito conhecido e respeitado nos meios ligados ao ouro. É uma pessoa muito cultivada na economia, seguindo um pensamento crítico da corrente dominante e típica dos economistas neo-liberais (quase todos «neo-keynesianos»).
Para ele, a compreensão do que é uma taxa de juro  é fundamental. Ele considera que, o «main-stream» e os bancos centrais, se enganam ao considerar que ela corresponde ao «custo de pedir dinheiro emprestado». 
Diz que não é isso, mas outra coisa, fundamentalmente*. A prova está na taxas de juro negativas, que se vêm generalizando, provavelmente atingindo já cerca de um terço das obrigações soberanas (emitidas por Estados) ao nível mundial. 
Ele afirma que a perspectiva de fuga para a frente dos bancos centrais e da FED se irá reflectir na diminuição até zero e depois até valores negativos das taxas directoras. Isso obriga a desmontar toda a estrutura de derivados, assente sobre a taxa LIBOR. 
A sua argumentação parece-me convincente; se assim for, ou seja, se houver universalmente (hoje, é apenas parte do mercado obrigacionista) juros negativos, o ouro e a prata vão ser as únicas formas seguras de conservar valor. 
Todos os outros meios implicarão perdas, quer sejam depositantes nos bancos, titulares de obrigações, ou quaisquer activos financeiros em geral, incluindo o dinheiro líquido.
O juro negativo é como que um imposto sobre o dinheiro; paga-se imposto pelo facto de possuir dinheiro. Aliás, a juro zero, isso já acontece, pois a taxa de inflação é diferente de zero; muito maior até do que o valor dado pelas estatísticas oficiais.
Não é possível imaginar que um sistema tão distorcido e artificial, atingindo económica e socialmente os mais débeis (reformados e assalariados) possa ser estável.
A causa da subida do ouro e da prata é então de que os grandes investidores (fundos de gestão de grandes fortunas...) já compreenderam o que se está a passar; estão a converter acções, obrigações e outros activos financeiros em ouro para conservar o seu capital.
Como a tendência global dos bancos centrais tem sido e vai continuar a ser no sentido duma descida das taxas de juro, este movimento para os metais monetários (ouro e prata) vai acentuar-se, segundo Macleod.
---------
*o valor da taxa de juro reflecte a preferência temporal de deter dinheiro.

[Acima, apenas refiro alguns aspectos que eu achei mais interessantes, da extensa entrevista dada.  Vale a pena ouvir na íntegra o conteúdo do vídeo, para aqueles que têm boa compreensão do inglês falado]



sábado, 1 de junho de 2019

O SISTEMA BANCÁRIO ESTÁ INSOLVENTE

O que escrevi em título parece alarmista, mas não é. 

Basta ver o que se passa com Deutche Bank, o maior banco comercial da Europa e um dos maiores a nível mundial. 

Vejam e oiçam este vídeo muito educativo de Lynette Zang.  

                                        https://www.youtube.com/watch?v=TzOyVp_nLEE

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

A GRANDE CRISE FINANCEIRA GLOBAL ESTÁ EM CURSO

     A grande crise financeira (e económica) global está em curso, mas o «main-stream» não diz absolutamente nada que possa assustar os pequenos investidores, enquanto os grandes vão tirando as suas «fichas» do jogo. 
No final, restarão apenas os pequenos, para serem «tosquiados». 
Como sinal significativo, nota-se uma inversão completa da estratégia dos dois gigantes da finança mundial: os bancos J P Morgan e Goldman Sachs estão a comprar ouro em grandes quantidades, fortalecendo suas posições, como não o faziam há vários anos. 
Além disso, J P Morgan tem armazenado uma quantidade de prata* cujo total não foi divulgado , mas é enorme, talvez a maior acumulação de prata existente numa única instituição.                  

                  Global Market Crash

Segundo Jim Willie (de GoldenJackass ):

«As instituições financeiras sistémicas importantes (IFSI) não podem ser salvas, visto que a maior parte está insolvente, são gigantescas estruturas ocas, dependentes de lucro fácil de «carry trades» com obrigações e das receitas obtidas pela lavagem do narco-negócio. Têm como garantia o apoio incondicional dos bancos centrais, que cobrem sua exposição a derivados, da ordem de triliões. À medida que o petro-dólar se dissolve, estes derivados vão se tornando impossíveis de gerir.»
A passagem acima foi retirada do artigo**: Gold & The Global Financial Crisis Redux (That Has Finally Arrived)


* acumulação de prata por J P Morgan:

**O artigo na íntegra (em inglês) pode ser lido aqui.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

COMO É QUE A ELITE GLOBALISTA PRETENDE CONDUZIR O «RESET»

Agora é tudo claro. 

A utilização da blockchain e de criptomoedas controladas pelos bancos centrais dos diversos países, preconizada pelo FMI, será a «pedra angular» em cima dos modelos não-estatais de criptomoedas. 
Estes antepassados não-estatais, como o bitcoin, poderão existir, um pouco como variedades «exóticas» ou «arcaicas», mas o mundo - segundo os globalistas - deverá evoluir para uma nova «governança» onde a liberdade e autonomia dos indivíduos, das organizações e dos estados, estarão sob vigilância permanente.

O ataque ao pagamento sob forma de papel-moeda, levado a cabo em países tão diversos como a Suécia ou a Índia, tem como base (não afirmada, claro) o desejo de conseguir um controlo total da população. 
A liberdade de usar dinheiro como se entender, sem ter de prestar contas a ninguém sobre o seu uso, é uma liberdade intolerável para os senhores globalistas totalitários. Eles não suportam que uma parte das trocas (o que mantém a sociedade a funcionar, afinal) sejam feitas fora dos circuitos que eles controlam. 
A existência de criptomoedas não coloca em risco esse controlo, mesmo quando as criptomoedas não sejam emitidas por entidades públicas, oficiais. A razão disto é que, usando criptomoedas, uma transacção é sempre registada, pode sempre designar-se quem comprou e quem vendeu, quando, por quanto... há uma transparência total. Os dados são partilhados pela rede de computadores que sustentam a «blockchain» correspondente a essa criptomoeda.  
As coisas passam-se exactamente ao contrário do que diziam há alguns anos, de que as criptomoedas eram preferidas por organizações criminosas, máfias, grupos terroristas, etc. 
Tal utilização criminosa não se verificou, simplesmente, porque essas mesmas pessoas e organizações criminosas logo compreenderam que uma qualquer transacção envolvendo criptomoedas, estava sempre susceptível de escrutínio,  havia sempre uma pista indelével, visto os dados da mesma ficarem registados e disponíveis em qualquer computador da rede. 
Pelo contrário, as criptomoedas tornam mais difíceis as falcatruas, os esquemas criminosos, etc., justamente porque pode sempre ser retraçada a sua origem e movimentações. Aliás, há sérias hipóteses de a tecnologia «blockchain» vir a ser escolhida no futuro para muitas coisas que não são transacções, por exemplo, no registo da propriedade imobiliária. 

A elite que nos governa, depois de uma fase inicial de demonização das criptomoedas, em que tudo o que havia de assustador foi utilizado para afastar «os bons burgueses» da sua utilização, passou a uma tolerância expectante, quando o fenómeno se tornou generalizado. Depois, usando o lema de «se não os podes derrotar, junta-te a eles», foi passando de uma tolerância marginal, a ela própria estar ensaiando a tecnologia. 

Agora, no preciso momento em que o bitcoin, ethereum, etc. estão a perder imenso na sua cotação em dólares e portanto do seu prestígio, entra-se na fase três: o FMI, a vanguarda do capitalismo globalista, vem advogar, num ensaio, que os países deveriam dispor desse instrumento na «caixa de ferramentas» dos seus respectivos bancos centrais, ou seja, prevê que daqui a alguns anos, se generalize este processo de utilização da blockchain e de criptomoedas, sob controlo estatal ou para-estatal. 
A partir deste ponto, parece-me evidente o que papel-moeda irá ficar relegado ao passado. No mundo inteiro, seria a entrada na era do dinheiro electrónico a 100%. 
Em paralelo, isso cria as condições para uma natural aceitação duma divisa universal, que tanto entusiasma os globalistas. Talvez a concebam como um «bancor» renovado (ideia de Keynes na conferência de Brettonwoods, mas afastada pelos americanos). Pode muito bem servir como base para essa tal «divisa universal» a moeda própria do FMI, chamada «SDR» (Special Drawing Rights = Direitos Especiais de Saque). Ela consiste num cabaz de moedas (Dólar, Euro, Libra, Yen e agora também Yuan), que estão numa determinada proporção, tem servido para a contabilidade interna do FMI e para certas operações externas também. 
De qualquer maneira, quem tivesse seu capital sob forma de divisa em papel, dificilmente conseguiria resgatar o seu valor. Viu-se um ensaio disso com a escandalosa conversão forçada, na Índia, das notas mais elevadas, que tinham de ser efectuadas nos bancos: muitas pessoas perderam muito dinheiro, pois na confusão gerada, foram roubadas por intermediários sem escrúpulos.     
Numa outra frente, a elite que nos governa tem destruído as poupanças ao suprimir qualquer rentabilidade dos depósitos a prazo. O pequeno aforrador tem sido compelido a utilizar as suas poupanças em activos com imenso risco. Muitos, nem percebem que correm imensos riscos, quando as colocam em fundos especulativos. A transferência do risco, dos grandes actores para os pequenos, faz-se usando fundos de pensões e outros meios financeiros, dados como «seguros», para as pessoas investirem. 
Os fundos de investimentos e de pensões, como não conseguem obter -apenas investindo em obrigações do tesouro e outras aplicações garantidas - o rendimento mínimo para serem sustentáveis, vão comprar «papel» especulativo, não apenas acções, como também derivados, com enorme risco. 
Por outro lado, devido à repressão financeira como politica oficial, ou seja, o Estado proíbe que os juros de depósitos sejam além de um certo valor, sendo este abaixo da inflação real, nas contas a prazo tem havido uma perda de valor intensa e rápida, pois a inflação é muito superior ao juro praticado...  

Assim, a lição que os grandes aprenderam com 2008 foi a seguinte: 
- Conseguem mitigar os riscos de suas carteiras de títulos, fazendo o Estado ou os fundos de pensões endossar os mesmos. Conseguiram descarregar os activos especulativos que tinham nas mãos, como os pacotes de crédito hipotecário, cuja cotação foi multiplicada na fase de crescimento da bolha, para depois se esvaziar. Nestes casos, os Estados e bancos centrais vieram em socorro aos grandes bancos e compraram - ao valor nominal -  papel «tóxico», ou seja, que já não valia nada, nem era susceptível de vir a valer algo de futuro. 
Nem só os activos financeiros têm sido «descarregados» do dorso dos grandes capitalistas. Também no domínio do imobiliário, se observa o esvaziamento das bolhas, que está a ocorrer agora em centros como Londres, Vancouver, San Francisco, Nova Iorque, etc... depois dos muito ricos terem descarregado apartamentos de luxo a preços mirabolantes.

Está-se já em plena mudança, ou «reset». Mas é preciso entender tal «reset» como a tentativa da oligarquia globalista em salvaguardar o seu capital, o seu poderio: mas, manterem ou aumentarem essa enorme concentração de riqueza, significa que milhões de pessoas ficarão reduzidas à miséria. Pessoas que contavam com as suas reformas, as suas poupanças, ficarão «tosquiadas», num grau tal, que muitas deixarão de se poder sustentar. 

Na proximidade duma generalização das blockchain ou criptomoedas oficiais dos diversos países, acho provável que se proceda à desactivação do dinheiro-papel (retirada de circulação), assim como à aceleração da inflação: Actualmente, dão valores completamente ficcionais desta, para continuarem a pagar cada vez menos, em valor real, nas pensões, etc. Se a inflação na zona euro fosse de 2% ao ano, como eles declaram, quase nem se daria por ela, no dia-a-dia. Mas é o contrário que se passa; nota-se e muito! No mínimo, ela será de 10% anual. 

A revolta dos coletes amarelos em França já dá um ante-gosto do que espera os poderes, mesmo nos países afluentes. Aliás, as pessoas mais revoltadas, em toda a História, não são as que sempre viveram na miséria: são as que possuíram um bocadinho mais do que o mínimo vital. Estas, é que sentem mais a descida para a indigência, da qual julgaram que estavam protegidas. Estas também compreendem que foram enganadas, espoliadas, embora muitas não conheçam o detalhe das falcatruas que a classe possidente e seus agentes governamentais utilizam para as desapossar.

terça-feira, 3 de julho de 2018

ENTRÁMOS NA SILLY SEASON...

                                                                        


O mesmo é dizer «estação pateta», naquela estação onde nada acontece, nada de relevante, pelo menos, podendo portanto encher-se os noticiários com ainda maior quantidade de futilidades, pois «não há nada verdadeiramente a contar».
Mas, será mesmo assim? Não estaremos em vias de sofrer as consequências de um colapso, que fará o que ocorreu em 2008, parecer como «um passeio no parque»?
Pela minha parte, fujo como o «diabo da cruz» de cair nas profecias dos profetas da desgraça. Mas nada do que vejo neste cenário inspira confiança na economia em geral, na europeia em particular.
  
Segundo as teorias dos ciclos económicos, a viragem para uma depressão, para uma mercado em declínio já deveria se ter dado, pois estamos a cerca de 10 anos da grande depressão de 2008, mas o facto é que as estatísticas não contam a verdade, nem em relação ao emprego, nem em relação à inflação... No concreto, verifica-se um desemprego altíssimo, com particular incidência na juventude dos países mais fracos dentro do euro, que são os do Sul. 

Quanto ao plano financeiro e à grande banca, verifica-se que o ECB já anunciou a redução de compra de activos (o que não significa que liberte das suas folhas de balanço da enorme carga de activos tóxicos que detém) e, embora mantenha a taxa de referência próxima de zero, os juros vão subir como, aliás, já começaram a fazê-lo. 

Os efeitos da guerra comercial instaurada por Trump vão começar a fazer-se sentir, numa dialéctica onde ninguém ganha e todos perdem.

O montante de derivados dos grandes bancos como o Deutsche Bank (só o DB possui em derivados um múltiplo, 7 a 9 vezes, do PIB alemão!), leva a que a sua insolvência seja um facto. Só a percepção da mesma, pelo grande público, está dependente de um cisne preto que virá, mais cedo ou mais tarde. 

A queda dos mercados accionistas tem sido contrariada, mas já começou e nada a poderá impedir, daqui para a frente. 

A outra grande bolha, a do imobiliário, também está a explodir em países anglo-saxónicos, como Austrália, Canadá e também EUA e Reino Unido, o que contagiará, quase de imediato, o continente europeu. 

Os países emergentes estão já a sofrer pesadamente com a revalorização do dólar, havendo sinais inquietantes como a queda brutal das cotações das divisas do Brasil e Argentina, mas também noutros mercados emergentes. 

A inflação come a capacidade produtiva, pois esta depende do consumo, na imensa maioria dos países, tanto nos desenvolvidos, como nos «em desenvolvimento». Se o disparar da inflação é uma benesse, então por que razão a Venezuela ou o Zimbabué não estão numa óptima situação económica? - É esta ideia idiota que os banqueiros centrais de vários países, os governos, assim como a media lacaia, nos andam a tentar vender há uma data de anos. Os resultados são o contrário do que nos foi prometido. 
Mas, isso não admira, pois o motor das economias é o consumo e as pessoas simplesmente não dispõem da capacidade de consumir para além do essencial, com uma economia de inflação crescente e uma ausência de crescimento ou declínio do poder de compra dos salários. 

Não é a fina camada dos muito ricos e dos especuladores, que irá fazer a despesa extra capaz de retirar o comércio do marasmo. 
Apenas uma distribuição real de riqueza pelas famílias, poderia inverter a tendência. 

Não sei se a realidade é exactamente como a descreve  Lynnette Zang. Porém, parece-me que muito do que ela diz, na entrevista acima, será apenas uma questão de bom-senso. 

A maiora das pessoas não tem prestado atenção a estes sinais, por ela evidenciados. Mas, nesta silly season, estão a fermentar os ingredientes de uma vindoura crise outonal, como nós ainda não vimos, na nossa vida. 

terça-feira, 16 de maio de 2017

OS DERIVADOS... OU WARREN BUFFETT SABE O QUE FAZ, COM CERTEZA.

Um «derivado» é um activo com preço dependente ou derivado de um ou mais bens subjacentes. O derivado propriamente é um contrato entre duas ou mais partes baseado nesse bem ou grupo de activos. O seu valor é determinado pelas flutuações do activo, que pode ser acções, obrigações, matérias primas, divisas, taxas de juro ou índices de mercados. Quem negoceia derivados está essencialmente a efectuar uma espécie de jogo de apostas legalizado. Muitos nomes sonantes dos meios financeiros têm dado avisos sobre a possibilidade potencialmente destrutiva deste tipo de instrumentos, no longo prazo.
Numa carta escrita aos detentores de participações do fundo Berkshire Hathaway, em 2003, Warren Buffett chegou a referir os derivados como «instrumentos financeiros de destruição maciça»…

O «génio» saído da garrafa irá com certeza multiplicar-se e expandir-se até que um acontecimento torne a sua toxicidade evidente. Não foi encontrado, quer pelos bancos centrais, quer pelos governos, meio de controlar ou mesmo de monitorizar os riscos que colocam estes contratos.  Penso que os derivados são instrumentos financeiros de destruição maciça, portadores de perigos que, embora latentes agora, são potencialmente letais.

Warren Buffett tinha razão – sabia do que estava a falar – e claro que hoje a bolha dos derivados é muito maior do que na altura em que lançou o aviso.
Com efeito, considera-se que exista um total superior a 500 triliões de dólares envolvidos em derivados, neste momento.
Os efeitos em cadeia de um não pagamento (um «default») num sector qualquer, mesmo algo muito pequeno em comparação com a economia global, serão potenciados por esta incrível alavancagem.
Por isso, faz todo o sentido que grandes investidores, como Buffett, se posicionem em função da inevitabilidade do grande «crash».
De acordo com o perito financeiro Jim Rickards, a companhia de Buffett, Berkshire Hathaway, acumulou uma pilha de 86 biliões de dólares em «cash» (dinheiro liquido) porque prevê uma acentuada diminuição do mercado de acções.
Este facto, a acumulação de cash por Buffett, é o contrário duma indicação de alta dos mercados: este comportamento só tem explicação como preparação para um crash dos mercados financeiros. Quando o crash tiver ocorrido, Buffett poderá deambular pelos destroços e comprar as companhias por um preço muito inferior ao seu valor real.

Warren Buffett não se tornou um dos homens mais ricos do mundo… sendo estúpido. Ele sabe como os valores das acções estão ridiculamente sobrevalorizados neste momento e está preparado para agir quando o pêndulo se deslocar para o outro extremo.
Os mercados financeiros continuam a flutuar num mundo irreal, completamente desconectado da economia real que - pesem embora as estatísticas falseadas e os cantos de sereia da media ao serviço dos grandes interesses - dá sinais inequívocos. Desde os EUA à China, passando pela Europa e mesmo nas economias emergentes, não se pode dizer que houve verdadeira recuperação da crise de 2008, em termos de economia real.
Mesmo um Warren Buffett está claramente preparado para enfrentar a crise vindoura.

É bastante trágico que o comum dos mortais, que vão sofrer na pele o pior dessa crise, não estejam conscientes dela e não se preparem, como se fossem um povo de cegos e surdos…