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segunda-feira, 7 de outubro de 2019

OBRIGAÇÕES COM TAXAS DE JURO NEGATIVAS = CATÁSTROFE À VISTA

Existem, neste momento, cerca de 14 triliões de dólares investidos em obrigações com taxas negativas. A maior parte destas são obrigações do tesouro de Estados.

Segundo François Asselineau, o mecanismo das taxas negativas na zona Euro, explica-se pela existência de uma grande incerteza quanto ao futuro do euro. 

                    
     https://www.zerohedge.com/economics/moneys-not-worth-anything-anymore-ex-credit-suisse-ceo-blasts-crazy-negative-rates

Com efeito, se os investidores estão cépticos em relação à existência do euro dentro de 10 anos, vão apostar numa obrigação emitida pela Alemanha - por exemplo - porque se acredita que a moeda deste país, o Deutche Mark, no caso do rebentamento da zona euro, irá valorizar-se em relação ao euro e/ou às outras divisas que surgirem desse rebentamento. Assim, poderá um investidor perder 0,25 % em euros, mas mesmo assim ganhar pelo facto da nova moeda, o Marco, que substituirá o euro ficar cotado 20% - ou mais - acima da cotação do euro, em relação ao dólar e em relação a outras divisas. 

                 

Por outro lado, a existência de taxas de juro muito baixas ou negativas só é possível porque as nossas pensões e poupanças estão, directa ou indirectamente, mobilizadas para sustentar essa «experiência inédita». É o que explica o responsável pelo «Grand Angle». 

                 

Com efeito, as pessoas são forçadas a isso sem o saberem (na maioria dos casos), pela colocação de capitais dos fundos do sistema de Segurança Social, e outros fundos (por exemplo, Seguradoras) em obrigações soberanas (dos Estados), consideradas seguras. Estatutariamente, estas instituições são obrigadas a ter uma certa percentagem dos seus fundos em «investimentos seguros». Que estes investimentos seguros sejam obrigações de Estados, deve-se ao pressuposto falacioso de que «um Estado nunca entra em falência» (basta pensar na Argentina, no Zimbabwe, na Venezuela, etc.)! 

De facto, em França, algumas forças políticas já começaram a divulgar o problema, a associação «Solidarité et Progrès», é uma delas. 

                 

Muitos dados importantes são divulgados nos vídeos aqui afixados, quer se goste, ou não, das forças políticas e/ou das pessoas em causa.

Seria uma tarefa impossível eu transcrever os conteúdos para leitores que não compreendem francês...porém, deixo aqui estas informações, que possuem um mínimo de seriedade.  Elas esclareceram-me em relação  dúvidas que eu possuía.

Para terminar, para os anglófonos, eis aqui um artigo muito detalhado, por um professor de economia de Helsínquia, publicado, recentemente em Zero Hedge:

WE FINALLY UNDERSTAND HOW DESTRUCTIVE NEGATIVE INTEREST RATES ACTUALLY ARE

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

ALASDAIR MACLEOD EXPLICA A CAUSA FUNDAMENTAL DA SUBIDA DOS METAIS PRECIOSOS


Para espanto de muita gente, incluindo investidores em metais preciosos (os «gold bugs») e diversos analistas, Alasdair Macleod revela a verdadeira causa da subida espectacular do ouro nestes últimos três meses, até alturas nunca vistas em Libras, Euros, Yen, etc.
O mercado da prata também se animou extraordinariamente, mas como este metal desceu muito mais baixo do que o ouro em termos relativos nos anos 2013-2015, está atrasado por comparação com o metal amarelo, em termos de recuperação do preço.
Macleod é muito conhecido e respeitado nos meios ligados ao ouro. É uma pessoa muito cultivada na economia, seguindo um pensamento crítico da corrente dominante e típica dos economistas neo-liberais (quase todos «neo-keynesianos»).
Para ele, a compreensão do que é uma taxa de juro  é fundamental. Ele considera que, o «main-stream» e os bancos centrais, se enganam ao considerar que ela corresponde ao «custo de pedir dinheiro emprestado». 
Diz que não é isso, mas outra coisa, fundamentalmente*. A prova está na taxas de juro negativas, que se vêm generalizando, provavelmente atingindo já cerca de um terço das obrigações soberanas (emitidas por Estados) ao nível mundial. 
Ele afirma que a perspectiva de fuga para a frente dos bancos centrais e da FED se irá reflectir na diminuição até zero e depois até valores negativos das taxas directoras. Isso obriga a desmontar toda a estrutura de derivados, assente sobre a taxa LIBOR. 
A sua argumentação parece-me convincente; se assim for, ou seja, se houver universalmente (hoje, é apenas parte do mercado obrigacionista) juros negativos, o ouro e a prata vão ser as únicas formas seguras de conservar valor. 
Todos os outros meios implicarão perdas, quer sejam depositantes nos bancos, titulares de obrigações, ou quaisquer activos financeiros em geral, incluindo o dinheiro líquido.
O juro negativo é como que um imposto sobre o dinheiro; paga-se imposto pelo facto de possuir dinheiro. Aliás, a juro zero, isso já acontece, pois a taxa de inflação é diferente de zero; muito maior até do que o valor dado pelas estatísticas oficiais.
Não é possível imaginar que um sistema tão distorcido e artificial, atingindo económica e socialmente os mais débeis (reformados e assalariados) possa ser estável.
A causa da subida do ouro e da prata é então de que os grandes investidores (fundos de gestão de grandes fortunas...) já compreenderam o que se está a passar; estão a converter acções, obrigações e outros activos financeiros em ouro para conservar o seu capital.
Como a tendência global dos bancos centrais tem sido e vai continuar a ser no sentido duma descida das taxas de juro, este movimento para os metais monetários (ouro e prata) vai acentuar-se, segundo Macleod.
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*o valor da taxa de juro reflecte a preferência temporal de deter dinheiro.

[Acima, apenas refiro alguns aspectos que eu achei mais interessantes, da extensa entrevista dada.  Vale a pena ouvir na íntegra o conteúdo do vídeo, para aqueles que têm boa compreensão do inglês falado]



segunda-feira, 26 de setembro de 2016

ECONOMIA LOUCA

«QUANTITATIVE EASING», «TAXAS DE JURO NEGATIVAS» E «QUANTO PIOR, MELHOR» 



POUCAS VEZES TENHO OUVIDO UM DISCURSO MAIS CLARO SOBRE O ESTADO DA ECONOMIA NOS EUA E NO MUNDO.
Curiosamente, o Prof. Richard Wolff, economista marxista, apresenta um ponto de vista claramente de «esquerda» e anti-capitalista e corresponde em parte à análise dos que estão bastante à direita, os libertarianos, que de facto terão mais tendência para votar Trump.
ESTAMOS TODOS REFÉNS DUM MUNDO CAPITALISTA ENLOUQUECIDO, DUMA CRISE CAPITALISTA GLOBAL, SEM ESPERANÇA DE UMA QUALQUER MUDANÇA REVOLUCIONÁRIA. APENAS PODE HAVER UM REFORÇO DO AUTORITARISMO, PELO MENOS NO CURTO-MÉDIO PRAZO.