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quinta-feira, 30 de junho de 2022

Fórum Económico de São Petersburgo: discurso histórico do presidente Putin


                                                             Tradução simultânea em francês

Nota: O discurso de Putin no Fórum Económico de São Petersburgo é uma peça de oratória muito cuidadosa, que vale a pena ver e ouvir. Não apenas para aprovar ou desaprovar, para aplaudir ou vilipendiar. É de facto importante não obstante haver nela (inevitavelmente) uma argumentação a favor das medidas de «operação especial na Ucrânia» pela Rússia, como de contraposição em relação à barreira de propaganda dos países do bloco NATO. A audição atenta deste discurso  demonstra que é impossível não ter em conta vários ângulos e dados concretos, para equacionar as questões. Como todos os discursos dum Chefe de Estado, este tem de ser analisado em termos críticos e considerando o contexto. 

Pareceu-me valer a pena transcrevê-lo dada a barragem de propaganda anti-russa e anti-Putin que tem atingido o universo mediático ocidental, ocultando o acesso à visão, ao ponto de vista do outro lado: Que sejam argumentos válidos ou não, o que é importante é que cabe ao leitor-auditor decidir. Do meu ponto de vista, a censura e distorção propagandística das posições russas não proporciona o acesso à realidade, portanto à verdade. São parte duma intolerável censura de alguns poderosos, que se atribuem o direito de ditar a todos os outros cidadãos o estes que têm direito, ou não, de ajuizar!








terça-feira, 14 de junho de 2022

Madrid 29 de Junho: CIMEIRA DA NATO E IMPERIALISMO

                                    

A NATO vai realizar o seu "show mediático" em Madrid no final do mês de Junho de 2022. Esta cimeira - ao contrário do que os estrategas político-militares atlantistas previam - não será a ocasião para proclamar o «triunfo das forças do Bem, sobre as forças do Mal».
Será antes um cerimonial para mostrar a «legítima» inquietação da NATO perante a subida em potência do eixo Euroasiático: China, Rússia, mas também Índia, Síria, Cazaquistão, Irão e muitas outros, formando um tecido de alianças, pactos, tratados e rotas comerciais, vitais para essas nações intervenientes, mas sem aliança militar formal.
A história do Ocidente é fértil em tentativas de conquista dos territórios hoje disputados entre eslavos de Moscovo e de Kiev, de histórias de cruentas guerras que se concluíram em derrotas para os exércitos ocidentais. Isto, parece não inquietar os contemporâneos que conduziram ao abismo, à crise económica, política e moral esta Europa Ocidental, submissa ao Império Ianque. Os orgulhosos donos dos países em causa servem-se das máquinas de propaganda, da «media mainstream» que controlam, para darem a ilusão às populações de que a NATO está a apoiar eficazmente e permitir a vitória do exército ucraniano. Não irei aqui repetir o que tenho escrito - desde Janeiro de 2022 - sobre o assunto.
Quero somente relembrar o que sucede frequentemente às tentativas de expansão dos impérios, para além das suas zonas de influência tradicionais: No passado, todos eles se depararam com grandes dificuldades logísticas, que levaram a um abastecimento moroso e periclitante da(s) frente(s) de batalha, um esforço económico incomportável, quer do país central da aliança imperialista, quer de potências subordinadas, ao ponto de causar graves catástrofes económicas e sociais, em países previamente estáveis. Outra consequência, é a insubordinação de potências médias dentro da aliança, que sentem desprezados os seus interesses legítimos, posta em cheque a sua estratégia de desenvolvimento e arcando com uma excessiva contribuição para o «esforço de guerra». É neste quadro, que chegam à conclusão de que não se justifica manterem solidariedade com a potência dominante. Por seu lado, esta potência hegemónica manifesta desconfiança, tem intentos pouco claros e total ausência de respeito pela soberania dos seus «aliados». O que descrevo acima, não só pode ser ilustrado com situações de séculos passados: Verifica-se agora, com a aliança atlântica ou NATO, nos últimos anos e com especial acuidade, nos últimos meses.
Sinceramente, não irei chorar pela derrota do Ocidente, como não farei uma apologia dos aliados China-Rússia, em plena ascensão. Apenas quero destacar a desinformação que envolve o cenário: O coro de luminárias que enxameia as redações e as colunas de opinião do «mainstream», não vê o que, porém, é claramente visível: Ou tem cegueira ou miopia. Pelos vistos, a cegueira de quem não quer ver. As primeiras baixas, diz-se, quando rebenta uma guerra, são a objetividade e a neutralidade das análises. Eu penso que se passou a um novo patamar, com esta guerra russo-ucraniana. A media corporativa, não merece sequer «os bytes, os raios hertzianos, ou o papel onde está impressa». Oxalá que a cidadania acorde e veja: que seja a Berezina da coorte mediática.
Por contraste, Scott Ritter, um militar americano com experiência, escreve um esclarecedor artigo sobre o híper- expansionismo da NATO e a húbris dos seus líderes. Ele vê com objetividade como a NATO tem levado ao descalabro os países europeus: Veja AQUI.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

CRISE DO IMOBILIÁRIO NA CHINA DESENCADEIA TSUNAMI MUNDIAL, ECONÓMICO E FINANCEIRO


 
Sim, estou convencido que estamos perante um tsunami económico e financeiro. Ele vem da China, com repercussão em todos os mercados de crédito. 

Com efeito, a crise do imobiliário chinês (cerca de 30% do PIB da China) não se ficou por «Evergrande», com a sua vertiginosa descida em bolsa, os episódios pondo em dúvida o atempado pagamento de juros e de reembolso dos seus «bonds». 

Assiste-se a uma queda dos dominós, uns a seguir aos outros, e não há nada que o governo de Pequim possa fazer, além de facilitar ao máximo o crédito das empresas e facilitar os procedimentos de cobrança dos montantes de vendas já concluídas.  

A crise estende-se agora à empresa «Country Garden», a nº1 do imobiliário, que tinha, até agora, classificação positiva pelas agências de «rating» internacionais. Isso fazia com que seus instrumentos de dívida (notas de crédito, obrigações) fossem comprados nos mercados internacionais. 

A crise não pode ficar confinada à China, porque existem demasiados investimentos ocidentais nos diversos setores (não só no imobiliário) que apostaram nas empresas chinesas, como investimentos «seguros», com alta taxa de rentabilidade. 

O Ocidente vive, há algum tempo, num contexto de crise de produção decorrente da limitação na obtenção de uma série de produtos (semicondutores e componentes eletrónicos diversos). A China está com dificuldade em produzir estes componentes, não só para exportação; mesmo em abastecer o seu mercado próprio. As grandes marcas de automóveis e de eletrodomésticos, na América do Norte e na Europa, encontram-se em paralisia técnica.

O desencadear desta crise logística, tem relação com as políticas estritas na China, que decidiu aplicar as medidas mais severas, na esperança de diminuir ao máximo a possibilidade dos jogos olímpicos de Inverno de Pequim ficarem manchados por um alastramento incontrolado do coronavírus.  

É irónico que este conjunto de circunstâncias ocorra num momento em que os governos ocidentais se apercebem que foram longe demais nas políticas de restrição relativas à pandemia de COVID. Estão, à pressa, a tentar minorar a situação de carência aguda de mão-de-obra. Nalguns casos, recrutando mesmo trabalhadores com sintomas de COVID, já não se importando afinal com a segurança sanitária. 

De qualquer maneira, os loucos anos de subidas sem limite das bolsas (sobretudo ocidentais) terminaram: Jerome Powell e a FED bem podem esboçar um «apertar do cinto» (QT= Quantitative Tightening). Isso não terá qualquer efeito real. É uma tentativa somente de maquilhar a responsabilidade da FED e de todos os outros bancos centrais ocidentais, na génese desta crise. Powell vai «apenas» presidir ao colapso da finança e economia mundiais. 

                          

Aí vamos! Para o maior colapso das nossas vidas; a caminho duma década de depressão. Quando os mais lúcidos observadores da economia, desde Jim Rickards a Ray Dalio, passando por Egon Von Greyerz, tinham avisado o mundo da finança, há imenso tempo... em vão!

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