Nós sabíamos da História do século XX, que a OTAN foi formada no início da guerra fria (o Pacto de Varsóvia formou-se em reação à chamada Aliança Atlântica). Sabíamos também que a OTAN, desde o início albergou ditaduras, nomeadamente a de Salazar, apesar de se apresentar como «aliança de países democráticos, face ao perigo totalitário vindo de leste e em particular, da URSS». Não ignorávamos também como acolheu favoravelmente sucessivos golpes antidemocráticos na Turquia e na Grécia.
Tem sido bastante divulgada ultimamente, a «operação Paperclip» pela qual os americanos «salvaram» , não apenas cientistas que trabalharam para o regime nazi, como Von Braun, também torcionários que foram ensinar as técnicas de interrogatórios à CIA e a ditaduras do cone sul da América e também na Escola da PIDE, em Portugal.
A desnazificação da Alemanha ficou inteiramente no papel, a Oeste. Não houve preocupação em limpar os quadros da função pública, da polícia, do exército, dos elementos comprometidos com o regime hitleriano e seus numerosos crimes contra os povos invadidos e contra o seu próprio povo.
A chamada «luta contra o comunismo» era a alegada justificação para todo este branqueamento. Mas, de facto, os responsáveis nazis reconvertidos em democratas foram imprimir um ódio visceral em várias gerações, contra tudo o que fosse soviético, russo ou comunista.
Em resumo, desde que fossem anti-soviéticos, anti-comunistas, tudo lhes era perdoado, tanto os crimes do passado, como os do presente. Tinham rédea livre para organizar células terroristas nos países da OTAN (como o grupo «Gládio» e seus crimes em Itália) para prevenir a mudança dos países ocidentais para o campo «vermelho».
Hoje, com os discursos histéricos e belicistas do secretário-geral da OTAN, Stoltenberg e de muitos membros, incluindo chefes de Estado e de governo, parece que recuámos 75 anos, à data da fundação da OTAN, que tinha declaradamente por missão «salvar o ocidente do perigo vermelho». É esse discurso rançoso e rancoroso que eles reciclaram há pouco tempo e nos impõem agora, para justificar a deriva belicista contra outras potências (Federação Russa, República Popular da China), que eles vêm como ameaças.
O psicopatas estão realmente presentes em todos os quadrantes e sectores, de todas as sociedades: Porém, acho que existe uma concentração perigosa no topo das hierarquias civis e militares dos países que enformam a OTAN. As pessoas são selecionadas para cargos de responsabilidade, sobretudo pela sua fidelidade a determinada ideologia - um aglomerado de posições pró-capitalistas e anti-socialistas, englobando traços de ódio a determinadas etnias - mais do que pelo seu valor e inteligência.
O caso do membro do Estado-maior de Hitler, Adolf Heusinger pode parecer uma exceção mas, de facto, ele é apenas um dos casos resultantes do branqueamento de pessoas com passado nazi, pela Alemanha ocidental e pela OTAN.
Transcrevo na íntegra a notícia do site «www.dispropaganda.com». Boas leituras.
Original em:
Mar 24, 2017
Adolf Heusinger and the Hitler - NATO connection.
General Adolf Heusinger was Adolf Hitler's Chief of the General Staff of the Army during World War II. With the outbreak of the Second World War Heusinger accompanied the German HQ field staff and assisted in the planning of operations in Poland, Denmark, Norway, and France and the Low Countries (coastal region in western Europe, consisting especially of the Netherlands and Belgium). He was promoted to colonel on August 1, 1940 and became chief of the Operationsabteilung in October 1940, making him number three in the Army planning hierarchy . In 1944 Heusinger assumed office as Chief of the General Staff of the Army. In this capacity, he attended the meeting at Adolf Hitler's Wolf's Lair on July 20, 1944, and was standing next to Hitler when the bomb planted by Claus von Stauffenberg exploded.
Heusinger (on the left) meeting with Hitler. After the war, this German war criminal, the man who helped Hitler plan and execute his invasion of neighboring countries, was not even put on trial, quite contrary he was allowed to take over the newly established West German army, the "Bundeswehr". This was not a unique event, but a very common phenomenon in post WW2 Western Germany. Nazi war criminals and people who supported and helped Hitler to carry the holocaust and other crimes against Humanity were never put on trial for their crimes against the Jews, the Poles, the Russians and the people of Europe, but instead were installed in top positions in the western German government, army, industry and western German society at large. Many former Nazis served in the new German military, media and government, attaining high offices. They also rebuilt western Germany, with the generous help of billions of dollars of US taxpayers money under the “Marshal Plan”, and became an integral and founding part of the “new” German elites which ended up ruling the “new” Germany, which was basically the same old Germany, just rebranded. In 1950, Heusinger became an advisor on military matters to Konrad Adenauer, the first Chancellor of West Germany, and with the establishment of the West Germany Armed Forces (the "Bundeswehr") in 1955, Heusinger returned to military service, and was appointed as Generalleutnant (lieutenant general) on November 12, 1955. Shortly thereafter, in June 1957, Heusinger was promoted to full general and named the first Inspector General of the Bundeswehr ("Generalinspekteur der Bundeswehr"), and served in that capacity until March 1961.
Adolf Heusinger as head of the West German army (1960)
In 1961, Heusinger was made the Chairman of the NATO Military Committee (essentially he was NATO's chief of staff). He served in that capacity until 1964. So instead of facing trial and paying for the crimes he committed, this war criminal who personally signed orders to murder allied POW's during the war, this human trash that helped Hitler plan and carry out the atrocities and war crimes that the German army perpetuated in Europe and Russia, this psychopathic murderer was allowed to rebuild the West German army and later to become one of NATO's heads in Europe.
Sources:
http://www.foia.cia.gov/sites/default/files/document_conversions/1705143/HEUSINGER,%20ADOLF_0006.pdf