Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!

segunda-feira, 24 de maio de 2021

«ORDEM INTERNACIONAL BASEADA EM VALORES», SIM MAS... O GENOCÍDO EM GAZA E PALESTINA?

 

HIPÓCRITAS! O QUE ME APETECE GRITAR; TENHO VERGONHA, DE SER MEMBRO DESTA CIVILIZAÇÃO QUE IGNORA E DISTORCE A VERDADE, PARA NÃO SER CONFRONTADA  COM A SUA ENORME FALTA DA COERÊNCIA. 

Com efeito, vive-se um fim de civilização («ocidental»), largamente ignorante das suas raízes espirituais, onde as pessoas estão totalmente desorientadas, porque as «elites» assim o têm provocado, durante decénios. 

Toda a retórica dos governos e figuras públicas do chamado «ocidente» se cala, ou apenas proferem umas tímidas condenações que não o são, pois equiparam a violência do opressor com a reação de defesa desesperada do oprimido. O opressor é o poder de Estado sionista, que defende os colonizadores da Palestina e através dele, o super imperialismo dos EUA, sem o apoio do qual, a clique política que controla o Estado de Israel não aguentaria nem um dia no poder. 

                                           https://www.unz.com/pgiraldi/the-zionists-on-the-defensive/

Trata-se realmente dum regime opressor, sobre várias minorias que, no todo, perfazem uma maioria:

- Os árabes palestinianos, que não são todos muçulmanos, aliás. A media esconde isso, esconde o facto de que existem muitos cristãos na Palestina, desde tempos imemoriais.

- A minoria berbere, não árabe, da qual quase não se fala, mas que tem tanto direito a existir e a preservar a sua cultura como as outras.

- Os cidadãos de Israel não-judeus, que são uma espécie de cidadãos de segunda, pois não usufruem das vantagens étnicas, ou rácicas, de ser-se judeu em Israel.

- Os cidadãos de Israel que, sendo judeus, não pertencem aos grupos dominantes: caso dos judeus oriundos do rebordo do Mediterrâneo, os judeus sefarditas, caso também dos judeus etíopes. Há uma segregação dentro da segregação, que é bem visível no terreno.

- Os estrangeiros emigrantes, com vínculos precários, muitos deles da Ásia do Sul (Filipinas, Tailândia, Índia, Bangladesh, Sri Lanka...), que fazem os trabalhos insalubres e mal pagos. Umas décadas antes, estes trabalhos eram efetuados por palestinianos dos Territórios.

Há os restantes cidadãos judeus de Israel, que gozam de «proteções sociais» generosas. Esta minoria é, de facto, comprada pelos biliões que caem regularmente nos cofres de Israel. As doações feitas pelos EUA, automaticamente todos os anos, como rubrica sempre presente nos orçamentos federais, permitem que o Estado de Israel compre as armas mais sofisticadas (segundo analistas, Israel seria a 5ª potência militar do Mundo).

Os vassalos dos EUA, os governos dos países da UE e vários outros (Reino Unido, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Japão....),  costumam fazer coro com os seus senhores imperiais, sem vergonha.

Uma parte da opinião pública europeia está ativamente contra a opressão violenta do povo palestiniano, mas nos países ditos de «democracia liberal», as opiniões públicas só contam quando servem os desígnios dos poderes.

No geral, a conflitualidade em Israel/Palestina, envolvendo vários povos e várias religiões, não poderá jamais ser resolvida, enquanto prevalecer a vontade duma potência - os EUA - que teima em querer dominar o mundo (o projeto hegemónico), e se considera a «nação indispensável» (sic!). 

A política dos últimos anos dos EUA tem sido de apoio incondicional à ala mais extremista do sionismo no Estado de Israel. Quanto aos sionistas, eles nunca irão desistir voluntariamente de seus propósitos racialistas, expansionistas e de «messianismo» nacionalista. Enquanto tiverem o apoio dos EUA, tudo farão para levar a cabo o programa do Grande Israel (Eretz Israel).

O Mundo e os povos todos (incluindo o povo dos EUA) terão de se livrar do imperialismo americano, pois a sua vontade de hegemonia impede a convivência não belicosa entre vários poderes concorrentes, assim como a possibilidade de resolução pacífica de conflitos, no quadro da ONU.

Quando os EUA perderem a veleidade de superpoder hegemónico, tanto do campo militar como nos mercados financeiros, a resolução de conflitos regionais será possível, nomeadamente, do conflito Israel/Árabe, que tem causado tanta destruição e crimes contra os povos... 

 

  


  

11 comentários:

Manuel Baptista disse...

O artigo seguinte mostra como a «ordem internacional baseada em regras», em respeito pelos direitos humanos não se aplica (segundo os EUA) a Israel:
https://www.strategic-culture.org/news/2021/05/25/biden-doesnt-want-rules-and-order-everywhere/

Manuel Baptista disse...

Análise da situação político-militar desta guerra ISrael/Gaza por «The Saker»:
https://www.unz.com/tsaker/palestine-hamas-defeats-israel/

Manuel Baptista disse...

A repressão sobre os cidadãos palestinianos abate-se com toda a brutalidade. Veja: https://www.youtube.com/watch?v=sCYOOuQ2wGQ

Manuel Baptista disse...

Uma lista de tudo aquilo que a «comunidade internacional» e os diversos órgãos da ONU deveriam fazer para solucionar a questão de Israel/Palestina: http://thesaker.is/peace-in-the-middle-east-is-a-prerequisite-for-global-peace/

Manuel Baptista disse...

Locais da imprensa bombardeados, jornalistas assassinados, outros detidos arbitrariamente... não há crime que os sionistas não façam para impedir que imagens do sofrimento palestiniano se difundam e causem crescente indignação no mundo inteiro:
https://caitlinjohnstone.com/2021/05/29/israel-narrative-management-is-getting-incredibly-desperate-and-brazen/

Manuel Baptista disse...

Paul Edwards expõe - com a força da verdade- a hipocrisia e criminalidade dos sionistas de Israel e dos EUA.

Manuel Baptista disse...

Os responsáveis pelos massacres, pelos crimes contra a humanidade, previsivelmente (porque este é o seu comportamento habitual) fazem-se de vítimas e dizem que «o anti-semitismo está a subir, no mundo»
Veja: https://www.unz.com/pgiraldi/recantations-are-all-the-rage/

Manuel Baptista disse...

https://www.strategic-culture.org/news/2021/06/03/abby-martin-beats-israel-lobby-attack-free-speech-and-association-fails-court-test/ Situação de clara violação dos direitos fundamentais e reconhecimento por um tribunal de que o Estado da Geórgia (EUA) não tinha o direito de proibir a liberdade de expressão em relação a opositores da política de Israel.

Manuel Baptista disse...

No Império decadente, o hegemónico poder americano não confia nos seus lacaios europeus e está permanentemente a espiar os seus dirigentes políticos: http://www.informationclearinghouse.info/56561.htm

Manuel Baptista disse...

Como o capitalismo e imperialismo cooptou intelectuais, que se tornaram falsos «arautos» da esquerda pós-maio 68:
https://www.youtube.com/watch?v=F9GGZb2KzLc

Manuel Baptista disse...

https://consortiumnews.com/2022/06/15/the-hierarchy-of-tribalisms/

Um excelente artigo por Jonathan Cook, um jornalista britânico baseado em Nazaré da Palestina.
Ele primeiro explica, com base na sua experiência vivida de Israel-Palestina, a raiz profunda dos tribalismos, para desenvolver a visão dum tribalismo dominante, o ocidental, que atravessa não apenas fronteiras étnicas, como ideológicas. A santificação de si próprios das pessoas nos países ocidentais, os da tribo dominante é escalpelizada. É a utilização desse tribalismo (inconsciente, muitas vezes) pelas oligarquias, que permite manipulações de massas como temos vindo a assistir em relação à situação da guerra na Ucrânia.