sexta-feira, 5 de setembro de 2025

JEAN FERRAT CHANTE ARAGON

FERRAT CHANTE ARAGON é uma playlist criada exclusivamente  com canções baseadas em poemas de Aragon, compostas e interpretadas por Jean Ferrat.

Muito me lembro do álbum de 1971 : as suas melodias tão apropriadas aos conteúdos, fizeram-me amar (ainda mais) a poesia do grande e ímpar poeta francês.  
Hoje constato que as canções reunidas neste álbum não  envelheceram!
 

       
Clica neste link JEAN FERRAT CHANTE ARAGON para ter acesso às canções da lista!



O mon jardin d'eau fraîche et d'ombreMa danse d'être mon cœur sombreMon ciel des étoiles sans nombre, ma barque au loin douce à ramerHeureux celui qui devient sourd au chant s'il n'est de son amourAveugle au jour d'après son jour, ses yeux sur toi seule fermés
Heureux celui qui meurt d'aimerHeureux celui qui meurt d'aimer
D'aimer si fort ses lèvres closes qu'il n'ait besoin de nulle choseHormis le souvenir des roses, à jamais de toi parfuméesCelui qui meurt même à douleur à qui sans toi le monde est leurreEt n'en retient que tes couleurs, il lui suffit qu'il t'ait nommée
Heureux celui qui meurt d'aimerHeureux celui qui meurt d'aimer
Mon enfant dit-il ma chère âme, le temps de te connaître ô femmeL'éternité n'est qu'une pâme, au feu dont je suis consuméIl a dit ô femme et qu'il taise, le nom qui ressemble à la braiseÀ la bouche rouge à la fraise, à jamais dans ses dents formée
Heureux celui qui meurt d'aimerHeureux celui qui meurt d'aimer
Il a dit ô femme et s'achève, ainsi la vie, ainsi le rêveEt soit sur la place de grève ou dans le lit accoutuméJeunes amants vous dont c'est l'âge, entre la ronde et le voyageFou s'épargnant qui se croit sage, criez à qui vous veut blâmer
Heureux celui qui meurt d'aimerHeureux celui qui meurt d'aimer

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Há uma musicalidade instrínseca nos poemas de Louis Aragon (o nome literário do médico Louis Andrieux). Não sei se deva atribuí-la à sua frequentação assídua dos poetas franceses medievos, renascentistas e do classicismo, se à libertação da palavra e da imaginação onírica, durante os anos de participação nas aventuras coletivas do Dadaísmo e Surrealismo
Muito se fala sobre as divergências ideológicas nestes grupos literários. Acabavam por ser mais os dissidentes, que os que permaneciam fiéis aos princípios estéticos e doutrinários destes movimentos
Mas, para mim, a participação de Aragon em vanguardas literárias, assim como a posterior adesão ao PCF, interessam-me relativamente pouco. As  suas produções literárias  (recolhas de poemas e romances), pelo contrário, são a parte da biografia que nos levam a reconhecer a grandeza do poeta. 

Note-se que outros grandes nomes da canção francesa homenagearam a poesia de Aragon: Leo Ferré, Georges Brassens, Françoise Hardy, Catherine Sauvage e muitos mais...

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Aquilo que não nos dizem sobre Rep.Popular da China /Taiwan

 


A língua do diálogo de Sophie com Alexander é o inglês. Mas, tem dobragem em francês (falado) que cobre as vozes originais. Talvez exista uma versão sem dobragem, permitindo ouvir/ler em inglês.
De qualquer maneira o diálogo é denso e cheio de pontos muito interessantes e sobretudo cuja probabilidade de serem veículados pela media corporativa ocidental é próxima de zero. 
Taiwan é um dos principais assuntos da conversa, mas não o único.

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Relacionados:

PROPAGANDA 21 ( N. 28): PROPAGANDA ATRIBUI MONSTRUOSIDADES AO INIMIGO

 


quarta-feira, 3 de setembro de 2025

MYRET ZAKI: PROJETO DO GRANDE ISRAEL ESTÁ ACABADO


 Esta entrevista com Myret Zaki tem cerca de um ano; porém, não perdeu interesse.

 Diretora de revista de negócios  suíça, tem uma visão realista e um discurso desinibido. O Estado de Israel já  não  é  um projeto viável. 

Não deixa de mostrar o enviesamento da media europeia. Ao ponto em que as informações mais credíveis são,  muitas vezes, as das redes sociais.

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Ps1:

Apresentação de livro de Myret Zaki sobre jornalismo:

https://youtu.be/xfCJmlso4Bs?si=2ekMAbVfYmPA-m6x

UM HOMEM [Obras de Manuel Banet]


 Nem alto, nem baixo

Nem Adonis, nem Herói 

Mediano em tudo, vulgar

Esse homem que desprezais

Foi quem arriscou a vida

Para salvar muitas outras

Num ato sem dramatismo

Fez o que era preciso 

Não se vangloriou,

Nem tentou aproveitar-se.

- Quantos, homens e mulheres

Cumpriram seu destino

Sabendo o que os esperava?


terça-feira, 2 de setembro de 2025

ÍNDIA E CHINA RECONCILIADAS. CONFIRMADO NA CIMEIRA DA OCX

 Andrew Korybko explica como o "elefante e o dragão" voltam a dançar juntos:

The SCO Finally Condemned The Pahalgam Terrorist Attack


COMENTÁRIO DE MANUEL BANET:

Quando, em Janeiro deste ano, Trump e a sua equipa tomaram conta das rédeas da Casa Branca, parecia ser um momento favorável às relações bilaterais Indo-Americanas. Havia, pelo menos do lado de Nova Delhi, a esperança de que a atitude «equidistante» dos indianos em relação a disputas asiáticas, mormente com a China, valeriam à Índia  uma atitude mais condescendente da potência hegemónica. 

Mas, qual quê? 

Os indianos estão muito dependentes do petróleo russo para a sua economia, eles não podiam sancionar o principal fornecedor de energia para as suas atividades industriais e agrícolas, sem provocar imediatamente um colapso. 

Pensaram que os americanos teriam o bom senso de fechar os olhos em relação à aplicação das sanções contra a Rússia, pela Índia. Tanto mais que estes dois últimos países têm sido, ao longo de décadas, excelentes parceiros estratégicos, não apenas no petróleo, como em relação a centrais nucleares (de tecnologia russa), a armas e dispositivos (grande parte de origem russa) e ao grande volume de trocas comerciais. 

Mas os EUA, viam a situação de maneira totalmente diferente: Viam-na ao «modo imperial», ou seja, eles decretaram as tais sanções às exportações de petróleo russo e todos tinham de as aplicar, sob pena de ficarem eles próprios sujeitos a sanções «secundárias», apenas pelo facto de terem desrespeitado o «decreto» do Império (note-se que este é que é ilegal, face à lei internacional, pois sanções só podem ser válidas se sancionadas pelo Conselho de Segurança da ONU, o que - obviamente - não é o caso).

Assim, de uma penada, os americanos ficaram sem um país neutro, mas com possibilidade de se tornar aliado, integrando a «OTAN do Indo-Pacífico», a aliança militar (QUAD), destinada a bloquear a «progressão» chinesa no continente asiático. 

Pelo contrário, os indianos perceberam que - para eles - era vital sanarem as divergências com a China, cujo inimigo comum estava realmente disposto a intensificar a guerra económica (taxas de 50% nas tarifas alfandegárias para exportações indianas destinadas aos EUA) e, de provocação em provocação, ir até ao ponto de guerra «física», para manter a sua suzerania naquela parte do mundo.

Os chineses perceberam perfeitamente a situação da Índia. Devem ter aplanado o terreno o mais possível, para que os acordos em múltiplas áreas económicas e de defesa fossem firmados, enquanto as disputas territoriais - causas de fricção do passado - eram discretamente remetidas para resolução por via diplomática, excluíndo a repetição de episódios bélicos nos Himalaias.

Razão têm os chineses, nas redes sociais, em chamar o presidente dos EUA, «camarada Trump»! Quem mais tem feito pelos interesses geoestratégicos da República Popular da China, senão o «camarada» e sua Administração?

segunda-feira, 1 de setembro de 2025