terça-feira, 19 de novembro de 2019

MANLIO DINUCCI: A ITÁLIA NA COLIGAÇÃO «ANTITERRORISMO»


Copiado de : https://nowarnonato.blogspot.com/2019/11/pt-manlio-dinucci-arte-da-guerra-italia.html

                             
A Arte da Guerra
A Itália na coligação “antiterrorismo”
Manlio Dinucci

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luigi Di Maio, acolhendo em Roma, os cinco soldados feridos no Iraque, declarou que “o Estado italiano nunca recuará um centímetro diante da ameaça terrorista e reagirá com toda a sua força diante dos que semeiam terror”. Voou, então, para Washington, a fim de participar na reunião de grupo restrito da “Coligação Global contra o Daesh”, do qual fazem parte, sob orientação USA, a Turquia, a Arábia Saudita, o Catar, a Jordânia e outros países que apoiaram o Daesh/ISIS e formações terroristas análogas, fornecendo-lhes armas e treino de combate (conforme documentamos neste jornal).

A Coligação - que inclui a NATO, a União Europeia, a Liga Árabe, a Comunidade dos Estados do Sahel/Sahara e a Interpol, mais 76 Estados individuais - afirma no seu comunicado de 14 de Novembro, “ter libertado o Iraque e o nordeste da Síria” do controlo do Daesh/ISIS», embora seja evidente que as forças da Coligação deixaram, deliberadamente, a mão livre ao Daesh/ISIS.
Esta e outras formações terroristas foram derrotadas apenas, quando a Rússia interveio militarmente em apoio às forças do governo sírio.

A Coligação também reivindica ter “fornecido 20 biliões de dólares em assistência humanitária e para a estabilização do povo iraquiano e sírio, treinado e equipado mais de 220.000 membros das forças de segurança para estabilizar as comunidades locais”. O objectivo desta “assistência” é, na realidade, não a estabilização, mas a contínua desestabilização do Iraque e da Síria, fomentando instrumentalmente, sobretudo, as diversas componentes do independentismo curdo, para desagregar esses Estados nacionais, controlar o seu território e as suas reservas de energia.

Como parte dessa estratégia, a Itália, definida como “um dos maiores contribuintes da Coligação”, está empenhada no Iraque, principalmente, no adestramento das “forças de segurança curdas” (Peshmerga), em particular, no uso de armas anti-tanque, morteiros, artilharia e espingardas de precisão, em cursos especiais para franco-atiradores.

Operam, actualmente, no Iraque, cerca de 1.100 soldados italianos, divididos em diversas ‘task force’/grupos de trabalho, em vários lugares, equipados com mais de 300 veículos terrestres e 12 meios aéreos, com uma despesa, em 2019, de 166 milhões de euro.
A força do Iraque está apoiada por uma componente aérea italiana no Kuwait, com 4 caças-bombardeiros Typhoon, 3 drones Predator e um avião-tanque para reabastecimento em voo.
Com toda a probabilidade, as forças especiais italianas, às quais pertencem os cinco feridos, participam em acções de combate, mesmo que a sua tarefa oficial seja só de treino. O emprego de forças especiais é em si, secreto. Agora, torna-se ainda mais secreto porque o seu comando, o COMFOSE, foi transferido do quartel Folgore, em Pisa, para a área vizinha da base de Camp Darby, o maior arsenal USA fora da pátria, onde também são realizadas actividades de treino.

Na Coligação, a Itália também tem a tarefa de co-dirigir o “Grupo financeiro de combate ao “ISIS”, juntamente com a Arábia Saudita e os Estados Unidos, ou seja, aqueles que financiaram e organizaram o armamento das forças do ISIS e de outras formações terroristas (ver a pesquisa do New York Times, em 2013).

Fortalecido com todos estes méritos, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Di Maio, apresentou em Washington a proposta, imediatamente aceite, de que seja a Itália a acolher a reunião plenária da Coligação, em 2020. Assim, a Itália terá a honra de receber oponentes infatigáveis do terrorismo como a Arábia Saudita que, depois de financiar o ISIS, agora gasta os seus petrodólares para financiar a sua guerra terrorista, no Iémene.

il manifesto, 18 Novembro 2019



DECLARAÇÃO DE FLORENÇA
Para uma frente internacional NATO EXIT,
em todos os países europeus da NATO
DANSK DEUTSCH ENGLISH ESPAÑOL FRANÇAIS ITALIANO NEDERLANDS
PORTUGUÊS ROMÎNA SLOVENSKÝ SVENSKA TÜRKÇE РУССКИЙ


Manlio DinucciGeógrafo e geopolitólogo. Livros mais recentes: Laboratorio di geografia, Zanichelli 2014 ; Diario di viaggio, Zanichelli 2017 ; L’arte della guerra / Annali della strategia Usa/Nato 1990-2016, Zambon 2016, Guerra Nucleare. Il Giorno Prima 2017; Diario di guerra Asterios Editores 2018; Premio internazionale per l'analisi geostrategica assegnato il 7 giugno 2019 dal Club dei giornalisti del Messico, A.C.

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

CHAVE PARA RELACIONAMENTOS HARMONIOSOS

Nas nossas vidas somos arrastados para situações onde os nossos desejos e projecções são frontalmente contrariados. Pode ser por um montão de razões, mas em geral, estas declinam-se como o facto de se projectar os desejos próprios nos outros, no mundo que nos rodeia. A nossa tendência infantil vem ao de cima, quando tentamos fazer com que os outros e o mundo se conformem às nossas expectativas. 

Se não tivermos expectativas, se apenas estamos numa postura de atenção ao outro e ao mundo, conseguimos não ser atingidos pelo auto-veneno, pela nossa frustração de não termos a resposta dos outros e do mundo tal como esperávamos. Afinal, a questão resume-se a ter a perspectiva da nossa posição no Universo, da nossa perfeita adequação às circunstâncias deste mundo, se considerarmos as imensas capacidades que estão dentro de nós. Se elas estão adormecidas, se estão sub-exploradas, isso não se deve a qualquer «injustiça» dos outros ou do mundo, mas à nossa incapacidade em desenvolver e frutificar as capacidades inatas que a Natureza ou Deus, nos deu. 
Tudo o resto, é auto-comiseração, é cobardia, é desonestidade em relação a nós próprios. Devemos nos ver livres desse falso eu, o «ego», que estamos viciados a idolatrar, para estarmos centrados em nós, no nosso âmago, para melhor estar abertos aos outros

Se algo ou o comportamento de alguém não te agrada, não vai ao encontro das tuas expectativas, de nada serve te indignares. É ocasião para examinares a tua atitude, porque te colocaste numa determinada postura em relação a esse caso. Muitas vezes, é porque construíste determinada falsa imagem, baseada em pedaços de coisas, de observações, de vivências... «cosidos» com o teu subjectivismo, mais para satisfazer a tua auto-complacente visão de ti e dos outros, do que para ganhar uma compreensão do real.
Devemos agir em relação ao mundo real com imenso cuidado, com a certeza de que está tudo ligado, que as nossas acções têm necessariamente reacções tanto dos outros, como do próprio Universo. Devemos estar convictos de que as pessoas têm uma grande sensibilidade, que ela é exactamente tão aguda como a nossa própria, embora cada pessoa tenha a sua personalidade, as suas circunstâncias pessoais, etc. 
Assim, de nada serve odiar; de nada serve querer dominar, querer «estar por cima», porque esses sentimentos têm um efeito imediato em nós próprios, ao fazer encolher a nossa consciência e coerência interior, mas também têm um efeito «boomerang» ou seja, temos uma reacção (dos seres, do Universo) em retorno, do que amámos, ou odiámos, ou desprezámos, etc.

Não preconizo que amemos tudo e todos, nem somos feitos para isso, nem a vida seria suportável se nos impuséssemos tal postura, impossível de manter por muito tempo. 
Aquilo que eu preconizo é baseado no princípio de reciprocidade, a «lei de atracção universal» aplicada aos humanos e às suas questões: «Trata o outro como gostarias que o outro te trate a ti próprio». 
Se o outro não compreende este princípio fundamental do relacionamento humano, podes tentar esclarecê-lo. Se ele não deseja seguir este princípio, apesar de teres explicitado o que é e que teu relacionamento segue esse princípio, então é melhor evitar essa pessoa. 
Para que este princípio seja aplicável no quotidiano, devo explicitamente examinar os meus actos, palavras, atitudes e sentimentos, em relação às pessoas com as quais interajo. 
É um exercício de auto-análise, que não sendo perfeito, pode ajudar a que o meu comportamento em relação a essas pessoas se torne mais apropriado. 
Em relação a qualquer pessoa, posso aproximar-me ou afastar-me, posso acolhê-la ou manter a distância: mas, se o fizer, faço-o conscientemente, assumo o que faço e não me deixo possuir por impulsos (positivos ou negativos) que irrompem numa situação, mas não representam mais do que o reflexo subjectivo e emotivo do momento. 
Claro que esta metodologia não é perfeita, porque somos parciais, favorecemos aquilo que nos «convém», aquilo que preserva a nossa «auto-estima». Porém, para nos fortificarmos, devemos nos colocar numa perspectiva «não-pessoal», numa perspectiva de visualizar a nossa pessoa, a nossa mente, como se uma parte de nós estivesse como observador externo das questões e paixões que agitam aquele «eu» (que somos nós próprios, afinal). É preciso algum treino para nos desdobrarmos entre o próprio personagem e o outro, que o observa. 
Apesar dos princípios elevados, como o da reciprocidade, como o de tender para o bem, rejeitar o mal, qualquer um pode enganar-se numa situação concreta  e pode não respeitar esses princípios em certas circunstâncias. Mas, o auto-exame da sua consciência, em silêncio, conversando consigo próprio, desdobrando-se entre observador e observado, permite-lhe reconhecer seus erros, ou desvios aos seus próprios princípios. Tem oportunidade de se corrigir.
Uma pessoa não é perfeita, mas é perfectível. Pelo contrário, as pessoas que se fecham no seu ego, são incapazes de observar o que as motivou realmente a tomar determinadas acções, atitudes, comportamentos, que levaram a um dado resultado. Assim, não conseguem identificar (e muito menos compreender) o tal efeito «boomerang» de que falei acima.

A minha convicção é de que as pessoas podem realmente ser melhores e viver melhor, se tiverem vontade de ir ao fundo das questões que as atormentam, que lhes causam sofrimento. 
Volto a afirmar o que escrevi no início; somos interiormente munidos do necessário para estar em adequação perfeita ao mundo que nos envolve. 
Se queremos realmente deixar de sofrer, temos - nós próprios - de procurar compreender, para resolver, todos os problemas que se nos vão deparando durante a vida. 


sábado, 16 de novembro de 2019

Xuefei Yang - «ETERNA SAUDADE» de DILERMANDO REIS


Xuefei Yang é fenomenal em virtuosismo e qualidade artística.
Pode-se consultar uma breve biografia de Dilermando Reis na WikipédiaAs suas composições para violão são hoje parte integrante do reportório clássico
A sua característica principal como compositor, a meu ver, é o aproveitamento de elementos de música popular, o tropicalismo, o que confere às composições um cunho de frescura que não envelhece

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

THIERRY MEYSSAN: As insolúveis contradições do Daesh e do PKK/YPG



Só conhecemos o que se passa no Levante através da propaganda de guerra do país em que vivemos. Ignoramos os outros pontos de vista e, mais ainda, como os nossos exércitos se têm comportado. Para destrinçar o verdadeiro do falso, os historiadores terão que examinar os documentos disponíveis. Ora, aquilo que nos diz a documentação militar ocidental contradiz as declarações dos políticos e a narrativa dos jornais. Apenas tomando em consideração a existência duma estratégia do Pentágono desde 2001 é que se poderá compreender o que se tem realmente passado, e porque é que, a este propósito, se chega hoje em dia a tais contradições.

                    

A remodelagem do Levante segundo o Estado-Maior do Pentágono para o Levante. Este mapa foi descrito pelo Coronel Ralph Peters num artigo, em 13 de Setembro de 2001, mas só foi publicado em 2006.

Não se compreende o que se passa no Norte da Síria porque se acredita, logo à partida, que uma luta aí opunha os malvados jiadistas do Daesh (E.I.) aos simpáticos Curdos do PKK/YPG. Ora, isto é absolutamente falso. Essa luta apenas acontecia quando se tratava de limitar os respectivos territórios ou por solidariedade étnica, jamais por razões ideológicas ou religiosas.

Além disso, não se quer ver o papel que jogou Donald Trump. Como a imprensa passa o seu tempo a insultar o Presidente eleito dos Estados Unidos, não se pode contar com ela para analisar e compreender a sua política no Médio-Oriente Alargado. Ora, há uma linha directriz clara: o fim da doutrina Rumsfeld/Cebrowski, herança do 11 de Setembro. Nisto, ele opõe-se aos seus generais —todos formatados nos mandatos Bush Jr e Obama em controlar o mundo— e à classe política da Europa ocidental.

Para compreender o que se passa, é preciso considerar os factos a montante e não a jusante. Regressemos ao plano elaborado pelo Pentágono no início da Administração Bush, em 2001, e revelado, dois dias após os atentados de 11 de Setembro, pelo Coronel Ralph Peters na Parameters [1], a revista do Exército de Terra dos EUA: a «remodelagem» do mundo, a começar pelo Médio-Oriente Alargado. Este plano foi confirmado, um mês mais tarde, pelo Secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, que nomeou o seu principal cérebro, o Almirante Arthur Cebrowski, director do Gabinete de Transformação da Força. Ele foi explicitado pelo assistente deste último, Thomas Barnett, em 2005, no The Pentagon’s New Map (O Novo Mapa do Pentágono -ndT) [2]. E, ilustrado pelo mesmo Ralph Peters logo que ele publicou, em 2006, no Armed Forces Journal (Jornal das Forças Armadas -ndT) o mapa do primeiro episódio: aquilo em que se devia tornar o Médio-Oriente Alargado [3]. Tendo em conta as dificuldades encontradas no terreno, ele foi objecto de uma emenda publicada por uma pesquisadora Pentágono, Robin Wright, no suplemento dominical do New York Times [4], em 2013.

Segundo estes documentos cinco Estados deviam ser desmembrados em quatorze entidades: a Síria e o Iraque, o Iémene, a Líbia e a Arábia Saudita. 

                
Mapa publicado por Robin Wright em 2013, quer dizer um ano antes da transformação do Daesh e antes da do PKK/YPG.

Em relação à Síria e ao Iraque, estes dois Estados deviam ser divididos em quatro. O mapa publicado em 2013 desenha os contornos de um «Sunnistão» e de um «Curdistão», ambos a cavalo sobre os dois Estados actuais. No ano seguinte, o primeiro foi criado pelo Daesh (EI), o segundo pelo YPG. No momento em que este mapa foi publicado, o Daesh não passava de uma minúscula organização terrorista anti-síria entre centenas de outras; enquanto o YPG era uma milícia pró-governamental, na qual os salários dos combatentes eram pagos pela República Árabe Síria. Nada no terreno permitia prever a criação do Califado e do Rojava desejada pelo Pentágono.

O quotidiano curdo turco Özgür Gündem [5] publicou o registo de decisão da reunião no decurso da qual a CIA preparou a maneira pela qual o Daesh (EI) invadiria o Iraque, a partir de Raqqa. Este documento indica que Masrour "Jomaa" Barzani, então Chefe da Inteligência no Governo regional do Curdistão, participou nesta reunião de planificação (planejamento-br), a 1 de Junho de 2014, em Amã (Jordânia). Ele tornou-se o Primeiro-ministro do Governo regional do Curdistão iraquiano em Julho passado.

Importa lembrar que, segundo o mapa de Robin Wright, o «Curdistão» dos EUA devia incluir o Nordeste da Síria (tal como o «Curdistão» francês de 1936) e a região curda do Iraque (o que os Franceses não haviam considerado).

O apoio do Governo regional do Curdistão iraquiano à invasão do Iraque pelo Daesh (EI) é incontestável: ele deixou os jiadistas massacrar os Curdos de religião Yazidi no Sinjar e reduzir as suas mulheres à escravidão. Os que foram salvos foram-no por Curdos turcos e sírios, vindos especialmente ao local, para lhes dar apoio salvador sob o olhar trocista dos peshmergas, os soldados Curdos iraquianos.

O Daesh cometeu inúmeras atrocidades, impondo o seu reino pelo terror. Ele realizou uma limpeza religiosa dos Curdos yazidis, Assírios cristãos, Árabes xiitas etc. Estes «rebeldes» beneficiaram da ajuda financeira e militar da CIA, do Pentágono e de, pelo menos, 17 Estados, tal como foi reportado, com documentos em suporte, pelos diários búlgaro Trud [6] e croata Jutarnji list [7]. Com um pessoal devidamente formado em Fort Benning (USA), o Daesh(EI) lançou impostos e abriu serviços públicos até se constituir em «Estado», muito embora ninguém o tenha reconhecido como tal.

Não sabemos como o PKK foi transformado, em 2005, de um partido político marxista-leninista pró-soviético para uma milícia ecologista libertária e pró-atlantista. E, ainda menos, como o YPG da Síria mudou de pele em 2014.

Ele passou para o comando operacional de oficiais turcos do PKK e da OTAN. Segundo o lado da fronteira turco-síria, o PKK-YPG é internacionalmente qualificado de maneira diferente. Se se estiver posicionado na Turquia, é «uma organização terrorista», mas se estiver na Síria, torna-se «um partido político de oposição à ditadura». Ora até 2014, ele não via ditadura na Síria. Batia-se pela defesa da República Árabe Síria e pela manutenção do Presidente Bashar al-Assad no Poder.

O YPG respeitou as leis da guerra e não cometeu atrocidades comparáveis às do Daesh (EI), mas não hesitou em limpar etnicamente o Nordeste da Síria para criar o «Rojava», o que constitui um crime contra a humanidade. Ele espoliou e expulsou centenas de milhar de Assírios e de Árabes. Acreditava bater-se pelo seu povo, mas estava apenas a realizar os sonhos do Pentágono. Para isso, beneficiou, publicamente, do armamento do Pentágono, tal como o semanário britânico dos mercados militares Jane’s [8] e o quotidiano italiano Il Manifesto [9] mostraram, e da França, tal como François Hollande o revelou. O Rojava acabou por não ter tempo de se fundir com a região curda do Iraque.

Após a queda do Califado, entre outros sob os golpes do PKK/YPG, este pediu a autorização do governo de Damasco para atravessar as linhas do Exército árabe sírio a fim de voar em socorro dos Curdos do Noroeste ameaçados pelo Exército turco. O que obteve. Mas assim que o PKK/YPG se movimentou, fez transitar oficiais do Daesh, em fuga, que foram presos pela República Árabe Síria.

Estes documentos e estes factos não nos dizem que protagonistas estão certos ou errados, isso é uma outra questão. No entanto, no terreno, é impossível ser ao mesmo tempo contra o Daesh(EI) e a favor do PKK/YPG sem cair em irreconciliáveis contradições .

Os actos de Donald Trump consistiram em destruir os pseudo-Estados fabricados pelo Pentágono : o Califado e o Rojava ; o que, no entanto, não significa nem o fim do Daesh (EI), nem o do PKK/YPG.

Tradução

[1] “Stability, America’s Ennemy”, Ralph Peters, Parameters, Winter 2001-02, pp. 5-20. Également in Beyond Terror: Strategy in a Changing World, Stackpole Books.
[2The Pentagon’s New Map, Thomas P. M. Barnett, Putnam Publishing Group, 2004.
[3] “Blood borders - How a better Middle East would look”, Colonel Ralph Peters, Armed Forces Journal, June 2006
[4] “Imagining a Remapped Middle East”, Robin Wright, The New York Times Sunday Review, 28 septembre 2013.
[5] « Yer : Amman, Tarih : 1, Konu : Musul », Akif Serhat, Özgür Gündem, 6 temmuz 2014.
[6] “350 diplomatic flights carry weapons for terrorists”, Dilyana Gaytandzhieva, Trud, July 2, 2017.
[8] “US arms shipment to Syrian rebels detailed”, Jeremy Binnie & Neil Gibson, Jane’s, April 7th, 2016.
[9] “Da Camp Darby armi Usa per la guerra in Siria e Yemen”, Manlio Dinucci, Il Manifesto, 18 aprile 2017.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

GEORGE HARRISON - «WHAT IS LIFE»





LYRICS:

What I feel, I can't say
But my love is there for you any time of day
But if it's not love that you need
Then I'll try my best to make everything succeed

Tell me, what is my life without your love?
Tell me, who am I without you, by my side?

What I know, I can do
If I give my love now to everyone like you
But if it's not love that you need
Then I'll try my best to make everything succeed

Tell me, what is my life without your love?
Tell me, who am I without you, by my side?
Tell me, what is my life without your love?
Tell me, who am I without you, by my side?

What I feel, I can't say
But my love is there for you any time of day
But if it's not love that you need
Then I'll try my best to make everything succeed

Tell me, what is my life without your love?
Tell me, who am I without you, by my side?
Oh tell me, what is my life without your love?
Tell me, who am I without you, by my side?

What is my life without your love?
Tell me, who am I without you, by my side?
Oh tell me, what is my life without your love?

terça-feira, 12 de novembro de 2019

ESPANHA: SANCHEZ E IGLESIAS ALCANÇAM ACORDO DE GOVERNO

Segundo notícia de hoje de El País, os líderes do PSOE (Sanchez) e Unidos/Podemos (Iglesias)  chegaram hoje a um acordo de governo, que está delineado e foi divulgado nas suas grandes linhas. Este acordo será a base para a apresentação do novo governo nas Cortes, tendo boas probabilidades de ser um governo com viabilidade para os 4 anos da legislatura.

Se houver um desempenho na realização deste acordo, com os vários pontos programáticos, é caso para felicitar as forças em causa (PSOE e PODEMOS) e o povo de Espanha, porque me parecem ter o bom-senso fundamental das transformações possíveis e para melhoria do povo, especialmente os mais carenciados.


                       Pedro Sánchez y Pablo Iglesias antes de reunirse el pasdo 11 de junio en el Congreso.

Pode-se inverter o tacanho provérbio português e dizer: «De Espanha, bons ventos e bons exemplos»!

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

GLOBALISTAS QUEREM DESENCADEAR TRAGÉDIA EM HONG KONG

Desde há seis meses que os protestos em Hong Kong são noticiados de maneira completamente distorcida pela media ocidental, ao serviço das forças mais obscuras que se possam imaginar. 
A mudança de táctica do Império em relação à China, não se traduz apenas pela guerra de sanções e de tarifas, com aqueles que eram - até agora - os maiores exportadores de bens industriais para os EUA. 
Eles querem fazer com a China e Hong Kong (e com outras zonas), aquilo que fizeram - com bastante sucesso - com a URSS, desencadeando uma guerra de atrito às suas portas, no Afeganistão, com os djihadistas, que depois se tornaram Al Quaida. 
A direcção do partido comunista da China guarda uma viva memória do isolamento internacional resultante da repressão ao movimento de estudantes, que culminou com a tragédia da Praça de Tien An Men em 1989, para avançar com uma ocupação militar da cidade que é - para todos os efeitos - território da China.
Agora, vejo que este atraso, mostrou uma face de hesitação em resolver o problema, que apenas encorajou os gangs de jovens encapuçados e capazes das maiores barbaridades e cobardias. 

                          

A violência e cobardia que exibem quotidianamente, mostra que os «democráticos» são totalmente fascistas, nos seus modos de actuar... 
Pegar fogo a um idoso indefeso é o método que eles usam para persuadir as pessoas a concordar com as suas interpretações da «democracia»!

O facto é que a população de Hong Kong tem perdido muito nestes confrontos quotidianos: muitos negócios saem - muitos vão para Singapura - para não mais voltar; o turismo está de rastos, o que implica também que as lojas de luxo - objecto de ataques constantes - fechem e vão também para outras paragens. 

Sobretudo, enquanto durarem os desacatos e os actos quotidianos de violência,  não existe hipótese de negociação entre a Administração Autónoma de Hong Kong e algum grupo de cidadãos que (legitimamente) esteja preocupado com a manutenção do estatuto de Hong Kong, segundo o lema «Um País, Dois Sistemas». 
Pelos acordos de devolução negociados com os britânicos, até 2047 Hong Kong pode ter propriedade privada, como noutras urbes capitalistas ocidentais, a propriedade privada dos meios de produção está garantida, pelo menos, até ao fim do período de transição.

Ora, acontece que a violência sistemática, por energúmenos mascarados, é dirigida - em especial-  aos símbolos do poder da China continental e aos negócios de cidadãos chineses continentais, recém estabelecidos. Isto é causador da maior crise económica e financeira, que todos os sectores de Hong Kong estão a atravessar, neste momento. 
Note-se, quase toda a população actual de Hong Kong é composta de migrantes da China continental, que vieram para este território, uns antes da devolução da colónia britânica à China (1997), outros depois. 

A estratégia de afundar Hong Kong como praça financeira de primeira importância na Ásia tem objectivos claros:
- dificultar a obtenção de capitais para investimento, que se serviam de Hong Kong como porta de entrada na China continental.
- dificultar as Novas Rotas da Seda, levantando dúvidas dos parceiros comerciais da China.
-  diminuir o prestígio da China, na arena internacional
- eventualmente, dar pretexto para um agravamento das sanções e tarifas, «justificando» a guerra comercial e económica que o Ocidente, em particular EUA com os seu acólitos britânicos e outros, levam a cabo.

É por demais evidente que, o que escrevi há uns meses atrás, se justifica plenamente.
O povo de Hong Kong é refém dos globalistas, que não se importam nada em levá-lo ao desespero, ao ponto de terem de imigrar. Estes globalistas, o que pretendem é intensificar a guerra suja contra Pequim, nada mais.
A única maneira de fazer com que este macabro processo seja parado, é o próprio poder político de Hong Kong apelar ao auxílio das autoridades da China continental, para - conjuntamente - porem cobro a esta guerra terrorista e contra-revolucionária.