terça-feira, 20 de março de 2018

ELEGIA DE FAURÉ, PARA VIOLONCELO E PIANO


Elegia é um tipo de composição que, geralmente, está relacionada com a saudade, com a memória de alguém que já não é deste mundo. 
Esta elegia composta por Fauré exprime um complexo de sentimentos, traduzidos pela expressiva arcada de Julian Lloyd Webber. 
A peça possui uma complexidade maior do que aparenta, com a sua estrutura multi-temática, os momentos mais agitados e outros mais serenos e as frases que se desenvolvem, quer nas cordas mais graves, quer nas mais agudas. 

  

segunda-feira, 19 de março de 2018

O QUE É QUE CARACTERIZA UM ESTADO DE DIREITO?

             

Vem esta reflexão a propósito do caso do ex-espião Skripal supostamente envenenado com um gás em Inglaterra. 
Houve um acesso de histeria, ao nível na classe política, ampliada pela imprensa tablóide, perante as afirmações peremptórias de Theresa May e de membros do seu governo, as quais estão completamente fora dos procedimentos, tanto no que respeita aos acordos internacionais relativos a gases tóxicos, como até à presunção de inocência de um caso de tentativa dupla de homicídio. 
Com efeito, o incidente que causou o envenenamento de Sergei Skripal e de sua filha de 33 anos Yulia deveria ser matéria de investigação criminal, para se estabelecer os factos, o motivo e  o agente do crime.
Uma qualquer organização ou Estado, podia ter - de facto - acesso ao tal gás, podia mesmo fabricar o referido gás, usado na tentativa de assassinato. 
Torna-se ainda mais preocupante a reedição de reflexos anti-comunistas primários, que tinham sido amplamente usados para manipular o medo dos «vermelhos» e sobretudo a perseguição, a inclusão em «listas negras», de todos os que eram suspeitos de simpatias pelo «inimigo», a Rússia soviética.
As guerras contra o «terror», lançadas na época de Bush filho, foram um enorme fracasso militar e portanto político também. A oligarquia autoritária precisava de um novo perigo real ou imaginário. O caso de Putin e da Rússia, serviu tal finalidade de poder manter o eleitorado debaixo do medo. Sob o efeito do medo, as pessoas deixam de ter espírito crítico e começam a ter reflexos gregários, que se observam igualmente nas multidões arregimentadas, nos regimes totalitários.
A proximidade de um grande colapso nos mercados - ainda mais no mercado da dívida, do que nas bolsas de acções - faz com que a oligarquia se esmere em criar incidentes para poder desencadear uma guerra total, já não apenas uma guerra económica (sanções diversas), cuja intensidade aliás ultrapassa as restrições ao comércio com a URSS, durante a Guerra Fria Nº1.  
Uma situação muito preocupante para a liberdade de opinião, de palavra, quando o próprio líder da oposição, Jeremy Corbyn, é insultado no parlamento, apenas por colocar questões pertinentes ao governo.
Em resumo: o que se vem assistindo com o folhetim do ex-espião russo é um sinal de que não existe verdadeiro Estado de Direito, logo que «estala o verniz» das instâncias oficiais e se comportam de forma tipicamente autoritária, para não dizer fascista. 

domingo, 18 de março de 2018

PAUL ROBESON, A VOZ INOLVIDÁVEL

Paul Robeson (1898- 1976) continua a ter imensos cultores, devido à  qualidade da sua voz, pelo esmero e bom gosto das suas interpretações. Conheço versões das peças abaixo por outros interpretes, mas não tenho dúvida, pelo menos nestes casos, que prefiro a interpretação de Paul Robeson. Não é esta avaliação ditada por nostalgia ou pelo prestígio; este cantor tinha uma voz excepcional e grande capacidade expressiva.


«Mood Indigo» O clássico dos clássicos do blues, pelo célebre cantor negro de ópera, que por ser membro do partido comunista, foi perseguido e proibido de cantar no palco e cinema, na «democracia» dos EUA.



«Joe Hill»: era um organizador do sindicato revolucionário IWW, assassinado pelos capangas dos patrões. 


                          

«It aint necessarily so»: Esta é uma das canções de «Porgy and Bess» (de George Gershwin). Como muitas outras passagens da famosa ópera, foi inúmeras vezes interpretado pelos mais variados cantores.


                          

«Deep River»: Um espiritual negro que Paul Robeson interpreta de forma poderosa. 

quinta-feira, 15 de março de 2018

quarta-feira, 14 de março de 2018

HOMENAGEM AO HOMEM STEPHEN HAWKING

hawking

Se a ciência é algo internacional, transcultural, fora da esfera dos poderes, por um lado... também é o oposto disso mesmo, por outro. 
Os grandes vultos da ciência são reivindicados por «gregos e troianos», sobretudo quando eles deixaram de ser deste mundo.
Sendo eu muito respeitoso da ciência e admirador das mentes mais brilhantes nos seus diversos domínios, não deixo nunca de sorrir interiormente quando penso no Revolucionário Albert Einstein, no Anarquista Bertrand Russell e no Defensor da Causa Palestiniana, Stephen Hawking. 
É que o lugar deles na ciência já estava completamente firmado, já eram célebres e não diluíram as suas escolhas éticas fundamentais, que adquiriram bem cedo na juventude, ou adolescência. 
Assim, os que se servem da ciência que eles desenvolveram, que usam para a destruição e opressão das pessoas e dos povos, não estão ainda derrotados, infelizmente; porém, estão sem «argumento moral», face aqueles grandes da ciência. 

                        Foto de Pepe Escobar.
                       

Esta é minha homenagem ao Homem Stephen Hawking que, na sua complexidade, mostrou tanta sabedoria, acuidade e lucidez, também no campo das questões políticas e sociais.

JANIS JOPLIN E NÓS...

                   
As pessoas, inebriadas pela cultura hedonista, seja ela rock ou outra qualquer, apontam muitas vezes como evidência da «excepcionalidade» de algum/a artista, que este/a se mate, se destrua das mais diversas maneiras. 

Só assim ascendem ao estatuto de «mitos», incensados por multidões boçais de «adoradores». Mas estes atordoados alguma vez imaginaram o sofrimento por que passaram artistas como Janis Joplin, Jim Morrison ou muitos outros, que desapareceram demasiado cedo? 

Isto, em si mesmo, é uma monstruosidade. Mas as pessoas encontram uma série de «justificações» para isto. Algo que seria visto como tragédia, se acontecesse a um membro da sua família. 

Celebridades ou artistas que ficaram na penumbra, quantos se extinguiram assim?  Por, literalmente,  queimarem-se no altar das emoções e sensações, usando toda a espécie de drogas? Usavam-nas para atingir «estados alterados», que intensificavam o seu poder criativo e, ao mesmo tempo, permitiam-lhes aguentar o enorme stress duma vida de tournées constantes... 


ADORADORES DOS ÍDOLOS DO ROCK: OIÇAM O SEU LEGADO COM HUMILDADE, RESPEITO E GRATIDÃO.


ARTISTAS DE HOJE: NÃO TENTEM EMULAR O COMPORTAMENTO DOS QUE CAÍRAM  VÍTIMAS DO CÍRCULO INFERNAL DAS DROGAS. HÁ VÁRIAS MANEIRAS DE LIBERTAR A CRIATIVIDADE E COMBATER O STRESS, QUE NÃO PASSAM POR DROGAS.


                 

terça-feira, 13 de março de 2018

WAGNER: PRELÚDIO DE «TRISTÃO E ISOLDA»

Quando preciso banhar-me em beleza pura, oiço o prelúdio de Tristão e Isolda. 


Há ocasiões em que é algo indispensável, para mim: para que a luminosidade da manhã afaste as brumas da noite. 

É uma necessidade imperiosa do meu ser, uma pulsão que me domina inteiramente. Oiço em recolhimento, sorvendo a essência desta composição sublime. 

Fico então saciado de beleza, tendo bebido esta música, que levo à boca como água cristalina de nascente.
Com olhar sereno vislumbro a planície. Interiorizo a música como respiro. Uma música... feita da matéria dos sonhos! Feita da matéria das estrelas!