A realidade «judaica do Antigo Testamento» do povo judeu de Israel atual é tão fictícia como a dos germânicos serem «arianos» e terem sido declarados como «a raça superior» pelo regime de hitleriano. Na verdade, são os palestinianos muito mais próximos geneticamente do povo judeu de há dois mil anos,. Isso não lhes confere um estatuto especial, mas apenas mostra o grotesco e a monstruosidade de basear uma política em dados étnicos ou «rácicos». Toda a política baseada em elementos raciais é uma clara negação dos Direitos Humanos, inscritos na Carta da ONU e em inúmeros documentos oficiais de todos os países (incluindo Israel).
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segunda-feira, 21 de outubro de 2024

OBRAS PARA ÓRGÃO DE BUXTEHUDE (Segundas-f. musicais nº 22)

 Hamburgo é a cidade da Europa mais rica em órgãos históricos: Vários deles foram construídos pelo organeiro Arp Schnitger. Noutra cidade da Liga Hanseática, Lübeck, exerceu grande parte da sua vida profissional o Mestre do órgão barroco nórdico. Chamava-se Buxtehude e foi organista da Igreja protestante de Stª Maria de Lübeck

O jovem J.S. Bach tinha tal admiração pelo Mestre de Lübeck, que pediu dispensa às autoridades eclesiásticas da paróquia de Arnstadt, na qual exercia o cargo de organista, para fazer a viagem (provavelmente a pé) e aprender com o Mestre incontestado da escola de órgão do Norte da Europa. 


                                          Buxtehude tocando viola da gamba

Dieterich (ou Didrick) Buxtehude é um compositor germano-dinamarquês, nascido na cidade (hoje sueca), de Helsingborg. Seu legado é muito importante, incontornável, na História da Música europeia. De facto, ele impulsionou a literatura de órgão para um nível de qualidade, que não existira antes. Isso mesmo foi reconhecido pelo seu contemporâneo, o músico e crítico musical Johann Matheson, que cunhou o termo Stylus Fantasticus, para descrever as composições livres, típicas do barroco, toccatas ou prelúdios com grande variedade temática, recorrendo a efeitos espetaculares e jogando com os contrastes entre secções.

Na Península Ibérica do Séc. XVII, desenvolveu-se um tipo específico de toccata, designado por «Batalha» (o seu modelo foi a famosa "Batalha de Marignan" de C. Janequin). Estas peças ibéricas, tal como as Toccatas e Prelúdios nórdicos, preenchiam as mesmas funções: Destinavam-se às entradas ou às saídas das Missas. Por sua vez, tanto a Escolasl Nórdica, como a Ibérica, tinham conhecimento dos prelúdios, toccatas e outras peças não usando contraponto estrito, das escolas de órgão francesa e da Itália (do Norte)

Tal como as paisagens das Escolas de Pintura do Norte da Europa, nos séc. XVII-XVIII, as composições de Buxtehude, de Vincent Lubeck, de Nikolaus Bruhns ou de Jan Pieterszoon Sweelinck, irradiam uma luminosidade matizada pela interioridade. 

Buxtehude e Johann Sebastian Bach estiveram em relação com uma corrente da Reforma luterana designada por pietismoÉ importante compreender o caracter espiritual na base das composições destes mestres: Elas destinavam-se a ser apoios para as preces dos cristãos.

Deixo aqui algumas obras para órgão que, na minha opinião subjetiva, traduzem a essência da música de Dietrich Buxtehude. Há muito mais obras do Mestre de Lübeck que merecem audição atenta: Porém, o meu intuito ao redigir este artigo, foi somente o de estimular a curiosidade do leitor.


Passacaglia em Ré menor, por Helmut Walcha:


Prelúdio e fuga Fá# menor, por Bernard Foccroulle:


Prelúdio e fuga BuxWV 148, por René Saorgin:








NOTA: Além da música para órgão, da qual existem várias integrais (de Ton Koopmann, por exemplo), Buxtehude compôs grande número de peças; muitas cantatas e peças para conjuntos instrumentais de câmara. 
Um conjunto de peças vocais e instrumentais é designada por Abendmusik. Estas peças eram executadas nos concertos espirituais, organizados por Buxtehude com a colaboração de discípulos e de músicos da cidade.

PS: As suites  de D. Buxtehude para instrumentos de tecla e corda (cravo ou clavicórdio), são notáveis pela sua qualidade: Suite em Mi menor BuxWV 236





domingo, 14 de abril de 2019

J.S. BACH: PRELÚDIO EM DÓ MENOR PARA ALAÚDE



Na sua simples genialidade, nada pode ser mais tranquilizador para o meu espírito, do que ouvir, com toda a atenção e devoção, este prelúdio.
Com efeito, ele é extremamente simples, na sua concepção: acordes quebrados, que se sucedem até atingir o auge e depois se resolvem num acorde perfeito em dó maior.

Sim, para a Semana Santa também vêm a propósito as duas Paixões (segundo S. João e segundo S. Mateus), monumentos de grande envergadura, com coros, solistas e orquestra. 
Mas hoje, prefiro entregar-vos esta pequena jóia musical, este pequeno refúgio de beleza e espiritualidade.

Páscoa com Pax Universalis!

terça-feira, 13 de março de 2018

WAGNER: PRELÚDIO DE «TRISTÃO E ISOLDA»

Quando preciso banhar-me em beleza pura, oiço o prelúdio de Tristão e Isolda. 


Há ocasiões em que é algo indispensável, para mim: para que a luminosidade da manhã afaste as brumas da noite. 

É uma necessidade imperiosa do meu ser, uma pulsão que me domina inteiramente. Oiço em recolhimento, sorvendo a essência desta composição sublime. 

Fico então saciado de beleza, tendo bebido esta música, que levo à boca como água cristalina de nascente.
Com olhar sereno vislumbro a planície. Interiorizo a música como respiro. Uma música... feita da matéria dos sonhos! Feita da matéria das estrelas!