Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.

quinta-feira, 7 de março de 2024

AS RATAS SÃO AS PRIMEIRAS A ABANDONAR O NAVIO QUE ESTÁ A AFUNDAR-SE

 

  Victoria  Nuland distribuindo bolinhos e sandes aos manifestantes na pr. Maidan em Kiev, no Inverno de 2013

https://johnhelmer.net/nothing-in-nulands-life-became-her-like-the-leaving-of-it/#more-89522 


Analisando a súbita renúncia de Victoria Nuland ao cargo de Secretária Suplente para o Estrangeiro, compreende -se que ela não foi motivada pelas razões apresentadas em vários órgãos de imprensa corporativa. Segundo eles, tratava-se da sua deceção em continuar a ser preterida a favor de A. Blinken, no papel de Secretário de Estado (o equivalente nos EUA a ministro dos negócios estrangeiros na Europa). Mas, esta foi uma escolha de Biden, devida a uma longa amizade. Portanto, não é suscetível de haver mudança no final do mandato presidencial. 
Não, se Nuland se conformou com esta situação desde o princípio do governo de Biden, por que razão iria ela agora renunciar a um cargo que lhe permitia levar a sua política (como representante dos «neocons») ao âmago de várias questões políticas e estratégicas? 
Pensa John Helmer, no seu brilhante artigo, que se trata dela não querer estar associada à derrocada do regime de Kiev, que ela ajudou a instalar. Igualmente relevante, deve ser a sua russofobia patológica: assim não será forçada a negociar com a Rússia. Esta parece ser a tendência, agora, que a oligarquia imperial está a tentar fazer uma viragem na sua postura, que lhe permita limitar os estragos duma presidência desastrosa, como nunca antes, na História dos EUA. 
Além disso, tornou-se claro, até para os mais encarniçados inimigos de Trump, que este irá ganhar as eleições e que não haverá lugares para os neoconservadores. Ora, Victoria Nuland é, sem dúvida, a chefe de fila dos neocons.



Se a sua saída corresponde ao proverbial abandono pelas ratazanas do navio que se afunda, então devemos em breve assistir à corrida para a saída, às demissões no governo e administração, da parte de personagens de maior ou menor relevo na Administração Biden. 
Veremos...

4 comentários:

Manuel Baptista disse...

A derrocada do Império EUA e de governos vassalos associados não me comove aí por além. Sei que alguma perturbação vai acontecer na vida das pessoas, mas não será ainda o tempo da transformação profunda, da derrota definitiva do sistema podre do capitalismo decadente.

Mas, espero que se vão criando condições para uma verdadeira alternativa, uma visão da sociedade e das suas relações, abrindo a possibilidade de um socialismo com características muito próprias e apropriadas aos tempos atuais.

Manuel Baptista disse...

O nível do discurso político desceu ao zero absoluto com Biden. Não tenho dúvida que ele está a ser rejeitado pela generalidade dos eleitores, incluindo muitos do partido democrático.

https://www.zerohedge.com/political/democrats-nervous-ahead-bidens-state-union-address

Manuel Baptista disse...

A «aposentação» de Victoria Nuland vista por vários observadores dentro dos EUA:
https://www.zerohedge.com/geopolitical/we-got-reign-her-behind-scenes-nulands-early-retirement

Manuel Baptista disse...

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2024/03/loucura-criminosa-dos-lideres-da-otan.html
Acima, uma explicação plausível porque Nulan pediu a «reforma» pouco tempo depois da sua missão em Kiev (Janeiro 2024).