[Baseado em artigo do SCMP, de 09 de Agosto: «Chinese scientists find evidence of most powerful asteroid strike humans ever experienced»]
O impacto que originou a cratera, descoberta em Heilongjiag, pode ter sido centenas de vezes maior que a bomba atómica de Hiroxima.
O asteroide tinha uma velocidade bem maior do que aquele que varreu os dinossauros e o golpe deve ter sido devastador para quaisquer humanos que vivessem na região.
Cratera Ylan na província de Heilongjiang
Os cientistas descobriram que uma cratera no noroeste da China podia ser o vestígio de um dos maiores impactos de asteroides, um acontecimento contemporâneo do homem moderno.
A espécie Homo sapiens terá aparecido há mais de 300 mil anos, em África. Só se conhecem crateras de impacto de asteroides de dimensões comparáveis, datadas de há mais que 300 mil anos, muito antes da emergência dos humanos modernos.
A cratera de Yilan num distrito próximo de Harbin, no Heilongjiang, terá sido formada à 49 mil anos, apenas. Ela terá sido resultante do impacto dum asteroide com cerca de 100 metros de largura.
O impacto, com suas ondas térmica e de choque, foi suficientemente poderoso para fundir o granito, transformando-o em vidro. O seu efeito destruidor estendeu-se, provavelmente, num raio de dezenas de quilómetros. O impacto criou um buraco com 579 metros de profundidade, uma vez e meia a altura do arranha-céus nova-iorquino de «Empire State».
Em termos geológicos, este fenómeno é muito recente: «é como se o acontecimento tivesse ocorrido ontem», diz o cientista que liderou o estudo, o Prof. Chen Ming, do «Guangzhou Institute of Geochemistry» e da Academia das Ciências Chinesas.
Alguns dos resultados obtidos foram publicados na revista científica «Meteoritics and Planetary Science», no mês passado.
Pode-se fazer a conjetura de que populações de H. longi, espécie fóssil recentemente descoberta na mesma região de Harbin, terão sido das mais afetadas, além de populações de Homo sapiens.
Reconstituição do crânio de H. longi
É possível que o homem moderno tenha ocupado a região, encontrando aí a espécie H. longi, por volta do momento em que o asteroide caiu, segundo o referido Prof. Chen.
O facto desta cratera possuir um diâmetro muito menor que outras crateras causadas por eventos similares, terá a ver com o ângulo do impacto. Verifica-se também uma profundidade muito incomum desta cratera.
Partículas de vidro em forma de lágrima, resultantes de extrema pressão e calor
A análise laboratorial de partículas de rocha vitrificada com forma de lágrima, mostra que estas não podiam ser resultantes da atividade tectónica ou vulcânica. Somente um asteroide poderia produzir tais efeitos.
«Impactos de asteroides não são eventos distantes. Podem estar muito próximos de nós» diz o Prof. Chen Ming.
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