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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

O ANO DO DRAGÃO


                     


 O dragão é o animal mítico que vai presidir ao novo ano lunar, que começa no sábado 10 de Fevereiro. Os povos orientais estão muito ligados a esta contabilidade lunar. Com efeito, é nesta ocasião que se dão os encontros da família alargada, quando há um período de tréguas (vários dias de feriado) do duro trabalho, em que se comem deliciosas iguarias e se bebe também. Mas, sobretudo, nestas reuniões familiares ocorrem as íntimas celebrações em memória dos defuntos*. A família reúne-se para ofertar aos antepassados as libações de comida e bebida, em primeiríssimo lugar. Depois, é a vez dos familiares vivos também fazerem o seu ágape (termo grego que tanto designa banquete, como amor altruísta). Tudo isto é colocado sob o signo do ano lunar.


Relevo com dragão numa tumba da dinastia Liao  (916–1125)


Ora este ano que vem, é o ano do Dragão. O animal mítico que estaria na origem do povo chinês. E de muitos outros povos orientais, que -simbolicamente - se colocam debaixo do auspicioso Dragão.   

Assume-se que o dragão sabe proteger o seu povo; que ele é feroz nessa defesa; que tem um sentido muito profundo do dever; tem  obrigação de guardar os tesouros do seu povo, o qual é descendente do dragão.

O famoso e recém-descoberto Homo longi (Homem de Longi) é o «homem-dragão», pois o rio Longi, perto do qual foi encontrado, é o rio Dragão: Que esta espécie extinta tenha contribuído para o mosaico que formou a espécie humana atual, não tenho praticamente nenhuma dúvida. Que seja a mesma espécie que o famoso homem denisovano (primeiro «encontrado» sob forma de ADN arcaico extraído de osso do dedo mindinho, presente na gruta Denisova do Altai- Sibéria), seria lógico. No entanto,  não temos provas definitivas. Porém, temos abundantes provas de que os primeiros colonizadores humanos (Homo sapiens) das Américas, foram povos vindos da Sibéria. Os que se designam hoje como «americanos» são, quase todos,  invasores mais ou menos recentes no continente americano. 

No meu modo de ver, ser-se forte é um elemento necessário na sabedoria dos povos e do governo dos Estados, caso contrário, não estarão ao abrigo de visitas inoportunas, nem de serem obrigados a fazer a guerra para defender o seu território. O lema de «mais vale prevenir do que remediar», aplica-se! 

Também as pessoas do ocidente deveriam pensar agora com a cabeça fria, e não com a cabeça escaldada pela propaganda que recebem da media (esse veneno contemporâneo!). 

O ano lunar é para todos, afinal! É a mesma Lua que gira em torno da Terra, assim como o mesmo Sol que a ilumina: Um bom ano lunar do Dragão, para todos, estejam onde estiverem!

                            

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*Subsistem cerimónias em culturas ocidentais, nomeadamente em países latinos, sob forma de culto dos mortos, em 30-31 de Oubro e 1º de Novembro. 

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

China: Asteroide caído há 49 mil anos; impacto nos humanos aí presentes.

[Baseado em artigo do SCMP, de 09 de Agosto: «Chinese scientists find evidence of most powerful asteroid strike humans ever experienced»]

O impacto que  originou a cratera, descoberta em Heilongjiag, pode ter sido centenas de vezes maior que a bomba atómica de Hiroxima.
O asteroide tinha uma velocidade bem maior do que aquele que varreu os dinossauros e o golpe deve ter sido devastador para quaisquer humanos que vivessem na região.

                    
                       Cratera Ylan na província de Heilongjiang


Os cientistas descobriram que uma cratera no noroeste da China podia ser o vestígio de um dos maiores impactos de asteroides, um acontecimento contemporâneo do homem moderno.
A espécie Homo sapiens terá aparecido há mais de 300 mil anos, em África. Só se conhecem crateras de impacto de asteroides de dimensões comparáveis, datadas de há mais que 300 mil anos, muito antes da emergência dos humanos modernos.
A cratera de Yilan num distrito próximo de Harbin, no Heilongjiang, terá sido formada à 49 mil anos, apenas. Ela terá sido resultante do impacto dum asteroide com cerca de 100 metros de largura.

O impacto, com suas ondas térmica e de choque, foi suficientemente poderoso para fundir o granito, transformando-o em vidro. O seu efeito destruidor estendeu-se, provavelmente, num raio de dezenas de quilómetros. O impacto criou um buraco com 579 metros de profundidade, uma vez e meia a altura do arranha-céus nova-iorquino de «Empire State».
Em termos geológicos, este fenómeno é muito recente: «é como se o acontecimento tivesse ocorrido ontem», diz o cientista que liderou o estudo, o Prof. Chen Ming, do «Guangzhou Institute of Geochemistry» e da Academia das Ciências Chinesas.
Alguns dos resultados obtidos foram publicados na revista científica «Meteoritics and Planetary Science», no mês passado.

Pode-se fazer a conjetura de que populações de H. longi, espécie fóssil recentemente descoberta na mesma região de Harbin, terão sido das mais afetadas, além de populações de Homo sapiens.


                                         
                                     Reconstituição do crânio de H. longi

É possível que o homem moderno tenha ocupado a região, encontrando aí a espécie H. longi, por volta do momento em que o asteroide caiu, segundo o referido Prof. Chen.
O facto desta cratera possuir um diâmetro muito menor que outras crateras causadas por eventos similares, terá a ver com o ângulo do impacto. Verifica-se também uma profundidade muito incomum desta cratera.


               
Partículas de vidro em forma de lágrima, resultantes de extrema pressão e calor

A análise laboratorial de partículas de rocha vitrificada com forma de lágrima, mostra que estas não podiam ser resultantes da atividade tectónica ou vulcânica. Somente um asteroide poderia produzir tais efeitos.
«Impactos de asteroides não são eventos distantes. Podem estar muito próximos de nós» diz o Prof. Chen Ming.


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