terça-feira, 15 de novembro de 2022

FERNANDO PESSOA (POEMAS DE ALBERTO CAEIRO): «O mistério das coisas, onde está ele?»

O mistério das coisas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio e que sabe a árvore
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as coisas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
 
Porque o único sentido oculto das coisas
É elas não terem sentido oculto nenhum,
É mais estranho do que todas as estranhezas
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as coisas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.
 
Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos: —
As coisas não têm significação: têm existência.
As coisas são o único sentido oculto das coisas.

“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993).

  - 63.

“O Guardador de Rebanhos”. 1ª publ. in Athena, nº 4. Lisboa: Jan. 1925.


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Natura naturans





Fernando Pessoa/Alberto Caeiro define em poucas palavras a filosofia de Espinoza, a existência do Mundo, da Natureza, em si e para si. Para Espinoza, a Natureza identifica-se com Deus. «Deus sive Natura». 

«Deus» e «Natureza» são nomes, designações daquilo que é ação: Não uma coisa, não um objeto, nem mesmo o «objeto maior», que é o próprio Universo.

 Pois, para nós, que identificamos o Universo com a sua própria génese, teremos de incluir a existência de uma «força», uma «consciência», o que também podemos designar como Deus. 

Mas não podemos definir Sua existência, como coisa, como um ser: Porém, a humanidade apreende e vive essa relação com o Cosmos de forma pessoalizada. Por isso, o «Pai nosso que estais no Céu...» e todas as representações humanizadas em todas as religiões.

Para a tradição filosófica do Cristianismo, no entanto, não existe uma definição total de Deus. Visto que Ele está acima de qualquer tentativa de conceptualização, não se pode definir. 

É assim que eu interpreto o poema transcrito; um dos poemas mais belos e mais filosóficos de Fernando Pessoa. Ele não foi apenas poeta, mas igualmente um pensador, que abriu caminhos a muitos trabalhos filosóficos posteriores.


PS1: Fernando Pessoa (ortónimo) escreve na revista «A Águia» uma apreciação crítica do seu heterónimo Alberto Caeiro: Eis alguns parágrafos de prosa do poeta: 


«O que o sr. Alberto Caeiro faz é uma abstracção concreta. Veste de concreto uma tendência abstracta, que, naturalmente não de propósito, não deixa atingir o seu máximo de abstracção, mas que fica, bem reparando, nem abstracta nem concreta. E o materialismo abstracto foi tornado, por conseguinte, num materialismo extremamente relativo.

No sr. Alberto Caeiro toda a inspiração, longe de ser dos sentidos, é da inteligência. Ele, propriamente, não é um poeta. É um metafísico à grega, escrevendo em verso teorizações puramente metafísicas.

Repito que o admiro, que o admiro extraordinariamente. Mas não apraz à minha análise chamar-lhe um poeta abstractamente materialista. É um filósofo abstractamente materialista aureolado de alma em um poeta abstractamente místico. Creio no Deus em que o sr. Caeiro não crê que existe como afirmação do sr. Caeiro e como verdade pura.

Assim como para materialista o acho espiritualista em extremo, e como para poeta o acho filósofo em excesso, para espontâneo acho-o consciente de mais. Sei o que é pensar auto-objecções [...] ao ler O Guardador de Rebanhos pois reparei como o Poeta aqui e ali, nesta ou naquela altura dos seus versos, vai sub-repticiamente ou não, respondendo às objecções possíveis.  » 

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

INTELIGÊNCIA SEM SABEDORIA É CAUSA DE MUITA DESGRAÇA

 - O mercado de «criptomoedas» é frequentado por pessoas inteligentes e, geralmente, jovens: Duas razões para esperar delas que não se deixem enganar pelas «sereias» do mercado, que não sejam «engolidas pelas baleias» e que saibam precaver-se quando ocorre um sinal de perigo, como  a retirada de grandes atores institucionais (grandes bancos, etc). Mas, nada disso aconteceu; nem num primeiro abanão, em Junho de 2022 quando Celsius foi implodido, nem agora, a vez de FTX (1, 2). Leiam o patético artigo de «SCHIFFGOLD», AQUI.

- A maneira como são tratados os veteranos, que regressam das guerras do Império, Afeganistão, Iraque, e outras, é revoltante. São considerados inimigos internos, têm direito a um programa especial do Department of Homeland Security (DHS) chamado «Águia Vigilante», que se dedica a detetar as tendências «radicais» na população de veteranos. Igualmente, o departamento de saúde das Forças Armadas dos EUA (HARPA) tem  caraterizado os veteranos que se insurgem contra a política de supressão sistemática das liberdades nos EUA, como sendo doentes mentais. Assim, estes são tratados exatamente como na URSS de Brejnev eram tratados os dissidentes: Como doentes mentais, carecendo de internamento psiquiátrico. Veja AQUI, é alucinante.


- A guerra direta do Império com as duas maiores potências rivais, Rússia e China, está demasiado próxima, para não fazer tremer alguém que tenha um mínimo de consciência. Mas, isso não faz baixar a retórica agressiva dos belicistas que enxameiam os sites da Internet com propaganda anti-Russa e anti-Chinesa, 24/24 horas, construindo narrativas completamente delirantes mas que têm um traço comum: A incapacidade de auto-corrigirem, de desmentirem e de pedirem desculpa, quando as suas «notícias» se revelam falsas. Uma voz sensata, dum militar americano na reserva, dá um tom completamente diferente, VEJA.

- Pode-se multiplicar os exemplos, como a continuação da falsa pandemia, sob pretextos diversos e consequente continuação da vacinação de crianças e de jovens. Mesmo que já não seja decretada como obrigatória, não é interdita, apesar da comprovada letalidade causada por «vacinas» que, na realidade, afinal são a injeção dum agente de clonagem nas células humanas... 

- Ou, também referir o efeito de atração de Davos, nas elites do dinheiro e do poder: Afinal, a substância deste Fórum, dito Económico, é apenas de fazer avançar uma agenda malthusiana, eugenista, que será repudiada pelos povos, mesmo os das nações dominantes na cena mundial, assim que compreenderem a extensão e gravidade das conspirações (verdadeiras, não «teorias») que são congeminadas contra eles. 

- Quase não se fala do Haiti, um dos mais pobres países do globo, pela enésima vez invadido pelos «valentes» USA

- Nem das consequências do boicote e interdição da circulação pelos ocidentais, dos navios mercantes russos, com alimentos (cereais, principalmente), destinados ao Terceiro-Mundo, apesar dos russos terem feito a sua parte do acordo estabelecido com Kiev, sob auspícios da ONU, deixando que os carregamentos de cereais ucranianos passassem num corredor, ao largo de Odessa. Só que estes carregamentos foram parar à Turquia, a países da U.E. (Espanha, França, etc) e praticamente nada aos que mais estão a necessitar, como o Iémen e os países do Sahel.

- Em consequência, todas estas práticas, que vão desde «investir» em especulações, destinadas somente a enriquecer uns poucos, até à deliberada política de impedir o abastecimento de alimentos essenciais aos países mais pobres do Terceiro Mundo, passando pela continuação das políticas de incitamento à guerra, de fomentar a guerra e a compra massiva de armamento e a sua distribuição, para avivar uma guerra sem fim, mostram que os países ocidentais estão coletivamente a cavar a sua própria sepultura. 

O seu poder é efémero, pois não é baseado em necessidades dos próprios povos, mas destina-se somente a manter o privilégio de uma ínfima minoria, dos oligarcas. Isso é feito por governos que trabalham contra os interesses dos seus próprios povos e onde a media corporativa tem papel de relevo, tendo deixado de informar, para se dedicar a fazer lavagem ao cérebro dos seus auditores, espectadores e leitores. 

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(1) Parece que o escândalo de FTX está relacionado com os biliões dados, à Ucrânia, ao país mais corrupto da Europa. 

Veja: https://www.youtube.com/watch?v=od1Q68AJRM8

(2) Hoje, dia 16 de Novembro, pude ler o excelente artigo de Craig Murray. Entre muitas coisas interessantes, refere que «Bankman-Fried [o dono de FTX] doou $37 milhões ao Partido Democrata para as eleições de 2022. Cada cêntimo deste dinheiro foi originado por fraude aos investidores de FTX. A esta soma, deve-se acrescentar os $5 milhões dados à campanha de Biden em 2020. FTX, claro, entrou em bancarrota instantaneamente depois destas "mid-term elections",  um timing interessante.» 

Qualquer indivíduo com alguns neurónios funcionais compreende que este escândalo é indício seguro da criminalidade e total corrupção da classe política (neste caso, americana), nos mais elevados escalões.

domingo, 13 de novembro de 2022

CIVILIZAÇÃO EUROPEIA: DEMOLIÇÃO EM CURSO

«O Mahatma Gandhi, ao ser-lhe perguntado, “O que pensa da Civilização Ocidental?,” consta que respondeu, "Penso que seria uma boa ideia." »

Atribui-se a frase a Gandhi. Não consegui, porém, obter confirmação dele a ter proferido. Mas, mesmo apócrifa, a frase sintetiza o que muitas pessoas pensam sobre o orgulhoso Mundo Ocidental.

A demolição da economia, das instituições e da própria demografia, na chamada «União» Europeia, está em curso. Não nos deveríamos admirar, pois ela foi anunciada e programada de longa data e isso não passou despercebido a quem estava atento. Podemos nos admirar da passividade do povo, perante a demolição em grande escala da sua própria existência, do seu território, da sua cultura, da sua subsistência: Ele cai sempre na esparrela - óbvia - das sereias mediáticas, «É culpa de....» (preenche, com o nome do personagem mais demonizado no momento). Creio que existe um grande número de pessoas que estão confusas, não veem as manobras que as «elites» europeias estão constantemente a efetuar nas suas costas. Mas, também existe um número crescente de pessoas que vê e sabe, mas que tem medo. 

Por isso, este terreno é fértil para demagogos, desde a «extrema direita» à «extrema esquerda» e de tudo pelo meio. Daí se vê que a decadência, que desfigura a imagem das mais belas e emblemáticas cidades da civilização europeia, não é somente exterior, é também uma podridão interna do sistema, dos mais altos responsáveis aos meros executantes, nas instituições políticas, judiciais, científicas ou académicas. A podridão de que falo, deriva da ausência de uma moral ou ética, que permita às pessoas nortearem-se no torvelinho das mudanças nas suas vidas e em torno delas, na sociedade. Pois, a partir do momento em que deixaram de existir valores, destes já não terem sido internalizados, as pessoas ficaram suscetíveis a todas as corrupções.

Há quem aponte o facto de que, nesta sociedade inteiramente mercantilizada, também a consciência das pessoas é como uma mercadoria, ou como pastilha elástica que se pode deformar, esticar e encolher. Alguém disse-me (há muitos anos) que «nesta sociedade, todas as pessoas têm um preço»... Infelizmente, parece-me que sim, embora seja impossível testar a validade de tal afirmação. Mas, ficamos com a impressão de que as instituições foram corrompidas, não somente partidos políticos e diversos corpos do Estado, incluindo Forças Armadas,  Polícia e Tribunais; também na «sociedade civil», na vida económica, das atividades comerciais e industriais, às de prestação de serviços.

Esta é a civilização onde me encontro geográfica e temporalmente, mas não emotivamente, não em termos de ideologia, nem em termos racionais. Ela  irá desaparecer, algum dia. Isto poderá demorar uns cem anos, ou mais. Ou talvez demore muito menos tempo. Ela, a civilização ocidental decadente, não apenas produz no seu interior as substâncias tóxicas que irão causar-lhe a morte, como também vai deixar às gerações vindouras, um terreno largamente improdutivo, quase estéril. 

Há quem defenda que estamos no início duma nova «Idade das Trevas». Tal não me surpreenderia. Evidentemente, não temos possibilidade de dar um salto no tempo para avaliarmos, daqui a 500 anos ou um milénio, se efetivamente terá sido assim. Mas, os sintomas da decadência estão por todo o lado: Da economia, à governação, da ausência de valores (individuais e coletivos), às modas.  

A chamada civilização europeia/ocidental foi propulsora, no passado, de progresso científico e técnico. Devido a este facto, conservou algum prestígio junto dos povos colonizados por ela. Nestes últimos decénios, os povos ex-colonizados têm feito esforços para se libertarem do neo-colonialismo proveniente das antigas metrópoles coloniais. Porém, a superpotência hegemónica tem mantido a dominação global através dum capitalismo predador e parasitário, «financeirizado». Este capitalismo dedica-se a extrair lucro, principalmente em atividades de especulação e não do trabalho produtivo, como na era do capitalismo industrial.

- A aposta otimista é de que a decadência do Ocidente seja acompanhada pela ascensão de novos agregados de nações, erguendo novas civilizações, ou revigorando antigas, aproveitando parte da herança deixada pela civilização europeia moribunda

- A aposta pessimista é de que a civilização ocidental, sob hegemonia anglo-americana, fique cada vez mais agressiva, à medida que vai perdendo influência e poder. Num dado momento do processo, ela poderá desencadear uma guerra nuclear. Todos sabemos que isso implicaria a destruição das sociedades, da humanidade e talvez mesmo, de todas as formas de vida do Planeta, devido à contaminação de longo prazo dos ecossistemas, com os elementos radiativos libertados pelas bombas.


sábado, 12 de novembro de 2022

[Stella Assange] CONSPIRAÇÃO PARA ASSASSINAR JULIAN ASSANGE TEM A CONIVÊNCIA DO GOVERNO BRITÂNICO


A esposa do mais famoso preso político fala com o jornalista de Declassified, como parte do combate sem tréguas para salvar a vida de seu esposo.


Autor: Matt Kennard

Declassified UK

  • “Penso que o detêm em Belmarsh porque assim conseguem fazer durar a situação. É o processo mais eficaz de o silenciar.”
  • “Estou convicta de que Julian não conseguirá sobreviver, nas condições em que o irão colocar nos EUA. A única razão porque ele tem sobrevivido até agora, é porque pode receber as minhas visitas e as dos filhos.”
  • “Se a comunicação social do Reino Unido tivesse noticiado este caso com independência e sentido crítico, estaria agora Julian na prisão de Belmarsh? Penso que não.”
  • “Estes conceitos de independência e de sentido de justiça são a única coisa que se ergue entre nós e o poder cru e sombrio, pelo qual podem simplesmente nos esmagar.”

“Julian está em luta pela sua sobrevivência e tem vivido num inferno, isto é a melhor maneira de descrever  a situação,” são as palavras de Stella Assange, quando lhe pergunto sobre seu esposo.

A esposa do mais famoso preso político fala com o jornalista de Declassified, como parte do seu combate sem tréguas para salvar a vida do seu esposo.

[Continuação  - vídeo em inglês - abaixo]

 


Veja também o trailer dum filme sobre a luta do pai e da esposa de Assange, «Ithaka», abaixo:




TOP 20 de «MANUEL BANET, ELE PRÓPRIO»


Abaixo, uma lista dos 20 artigos mais visitados, neste blog. 

Os números da coluna à direita referem-se a visualizações nos últimos seis meses, apenas. Para consultar um artigo, podes transpor seu título para o motor de busca, no canto superior esquerdo acima do cabeçalho. 

Se estiveres interessado/a em receber regularmente as publicações de «Manuel Banet, ele próprio» (apenas um post por dia, no máximo), envia-me resposta para  manuelbap2@gmail.com, com a palavra «concordo» no título.


Boas leituras!
Manuel Baptista

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Fantasia Cromática e Fuga BWV 903 de J. S. BACH

 ( ANDRÁS SCHIFF ao vivo)


Pode acompanhar a audição da peça lendo a partitura no vídeo seguinte: 



Esta obra para o cravo só se tornou conhecida muitos anos após a morte do seu autor, em 1802; a partitura completa (incluindo a fuga), ainda mais tarde. O manuscrito* que serviu para a primeira edição por Forkel, é do discípulo  de Bach, J. F. Agricola
A transcrição para piano foi efetuada por vários compositores, incluindo Liszt e Brahms, ao longo do século XIX. A transcrição aqui interpretada por András Schiff, é a de Busoni 

Podem ler-se muitas análises desta peça, em vários sites. O que escrevo abaixo é antes a minha apreciação estética, subjetiva.

Não posso deixar de colocar a Fantasia e fuga cromática, no cume da arte de Bach e mesmo, entre as mais geniais peças para teclado de todos os tempos. 
Pertence a um tipo de composição em díptico: Fantasia e fuga; Tocata e fuga;  Prelúdio e fuga. 
- Na primeira parte do díptico, predominam escalas ascendentes e descendentes, arpejos, etc., figuras típicas que simulam uma improvisação.  Quanto à escala cromática, esta proporciona dissonâncias e dramatismo, que se resolvem em harmonia. 
Este tratamento extrovertido, exuberante, corresponde ao «Stylus Fantasticus», uma designação dada pelo crítico musical Matheson contemporâneo de Bach.
- A segunda parte do díptico contrasta pelo  rigor matemático da fuga. Com efeito, esta é como «peça de ourivesaria», de artesanato musical requintado e subtil. Nesta fuga, em particular, verifica-se uma tensão permanente entre as vozes, uma incerteza que apenas se resolve nas últimas barras de compasso da peça.  Esta fuga sai bastante fora do que se considera típico em Bach, como nas fugas do «Cravo Bem Temperado». 

A interpretação ao piano desta composição é um exercício de virtuosismo, não só pelas dificuldades técnicas inerentes ao texto musical, como pela importância de se conservar uma certa contenção, de não se cair na excessiva exposição de sentimentos. No barroco, não se nega a sensibilidade da alma,  mas o «bom gosto» é de que os sentimentos sejam contidos, codificados.  Não se procura exibir os sentimentos numa efusão descontrolada mas, em vez disso, a sua representação sublimada.
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*Não se conhece nenhum manuscrito autógrafo de Bach para esta peça, mas a atribuição da autoria ao Mestre de Leipzig é segura.